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Kildare Carvalho de Queiroz

Físico - UNICAP

Velocidade em Canais

Objetivo:
• Como utilizar o Molinete Hidráulico de eixo horizontal, BFM001 Valeport.
• Determinar a Velocidade Média de escoamento na seção de estudo.
• Determinar a Vazão Experimental
• Determinar a Declividade do Canal em função da Vazão Experimental.

Método da Meia Seção

Largura do Canal

Faixa I Faixa II Faixa III

Vert.1 Vert.2 Vert.3


l l

0,2∙h

▪ ▪ ▪ 0,6∙h
Q1 Q2 Q3 0,8∙h
A1 A2 A3

▪ ▪ ▪
▪ ▪ ▪

Fig.1 Seção Transversal do Canal

Onde:
h: Profundidade [m]
Vert.1, Vert.2 e Vert.3: Verticais 1, 2 e 3
A1, A2 e A3 : Áreas Molhadas 1, 2 e 3 “Áreas sob influência das Velocidades
Médias medidas sobre as Verticais, respectivamente.” [m2]
l : Distância entre as Verticais, medida a partir da Vertical Central. [m]
Kildare Carvalho de Queiroz
Físico - UNICAP

1. Determinar a Distância Recomendada entre as Verticais, l :

Para isto usamos a seguinte tabela, abaixo:

Largura do Rio Distância entre


[m] Verticais, l [m]
≤ 3,00 0,30
3,00 – 6,00 0,50
6,00 – 15,00 1,00
15,00 – 30,00 2,00
30,00 – 50,00 3,00
50,00 – 80,00 4,00
80,00 – 150,00 6,00
150,00 – 250,00 8,00
≥ 250,00 12,00
Fonte: DENAEE,1977.

2. Determinar o Número de Pontos de Medição na Vertical em função da


Profundidade, h:

Para isto usamos a seguinte tabela, abaixo:

No de Posição na Vertical (*) em Cálculo da Velocidade Média na Vertical Profund.


Pontos relação à Profundidade “h” “h” [m]
1 0,6∙h V = V0 , 6 0,15 – 0,6
2 0,2 e 0,8∙h V = (V0, 2 + V0,8 ) 2 0,6 – 1,2
3 0,2; 0,6 e 0,8∙h V = (V0, 2 + 2 ⋅ V0, 6 + V0,8 ) 4 1,2 – 2,0
4 0,2; 0,4; 0,6 e 0,8∙h V = (V0, 2 + 2 ⋅ V0, 4 + 2 ⋅ V0, 6 + V0,8 ) 6 2,0 – 4,0
6 S; 0,2; 0,4; 0,6; 0,8∙h e F V = [VS + 2 ⋅ (V0, 2 + V0, 4 + V0, 6 + V0,8 ) + V F ] 10 > 4,0
(*) S: Superfície; F: Fundo
Fonte: DENAEE,1977. Simbologia adaptada por Kildare C. de Queiroz

3. Cálculo da Velocidade Média na Vertical, V (Método Detalhado):

Como vamos trabalhar com mais de um Ponto de Medição, chamamos este método de
Método Detalhado. Que serão nas profundidades:
0,2 (20% de h);
0,6 (60% de h) e
0,8 (80% de h)
Assim, a Velocidade Média na referida Vertical, de forma geral, será:

V = (V0, 2 + 2 ⋅ V0, 6 + V0,8 ) 4 [m/s]


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Portanto, a Velocidade Média sobre as Verticais serão:

Na Vertical 1 ( Vert.1 ):
( )
V1 = V1 0 , 2 + 2 ⋅ V1 0 , 6 + V1 0 , 8 4 [m/s]

Na Vertical 2 ( Vert.2 ):
( )
V2 = V2 0 , 2 + 2 ⋅ V2 0 , 6 + V2 0 , 8 4 [m/s]

Na Vertical 3 ( Vert.3 ):
( )
V3 = V3 0 , 2 + 2 ⋅ V3 0 , 6 + V3 0 , 8 4 [m/s]

4. Cálculo de Velocidade nos Pontos sobre as Verticais:

Para o equipamento VALEPORT MARINE SCIENTIFIC LTD: BFM 001


CURRENTE FLOW METER, temos as equações, fornecida pelo Fabricante:

Rating Equations:

Speed of Rotation, β Speed of Flow, V


[rev/s] [m/s]

Min Max Equations


0,07................. 0,32.................0,013 + 0,2512∙β
0,32................11,28.................0,008 + 0,2667∙β

5. Cálculo das Vazões Parciais, Qi :

Na Fig.1 a Área Molhada que está sob a influência da Velocidade Média ( V1 ) sobre a
Vert.1 é a Área Molhada A1, assim:
A Vazão será:
Q1 = V1 ⋅ A1 [m3/s]

Na Vert.2 é a Área Molhada A2.


A Vazão será:
Q2 = V2 ⋅ A2 [m3/s]

Na Vert.3 é a Área Molhada A3.


A Vazão será:
Q3 = V3 ⋅ A3 [m3/s]
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6. Cálculo da Vazão Total, Q :

Q = Q1 + Q2 + Q3 [m3/s]

7. Conceitos:

Área Molhada:
É a área útil de escoamento numa seção transversal [Área ocupada pela água, nesta
seção], também chamada seção molhada. Representado na Fig.2 pela letra “A”

AM = b ⋅ h

Perímetro Molhado:
É a linha que limita a seção molhada transversal ao escoamento, junto às paredes e ao
fundo do canal. Não inclui assim a superfície livre do líquido. Representado na Fig.2 pela
letra “P”

Fig.2

Raio Hidráulico:
É a relação entre a Área Molhada e o Perímetro Molhado, também chamado de Raio
Médio

Rh = AM
P

8. Cálculo da Declividade Longitudinal do Canal em função da Vazão


Experimental:

Como:

Q = V ⋅ AM

Q = V Chesy ⋅ AM

V Chesy = CChesy ⋅ Rh ⋅ I

( )
Q = CChesy ⋅ Rh ⋅ I ⋅ AM
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Sendo:

AM = b ⋅ h Rh = AM P = b + 2⋅h
P

1
(Manning )
1
CChesy = Rh 6
n

1 1 
Q =  Rh 6 ⋅ Rh ⋅ I  ⋅ AM
 n 

1 2 3 12
Q= Rh ⋅ I ⋅ AM
n

Portanto a Declividade do Canal será:

2
 n⋅Q 
I = 2  [m/m]
 Rh 3 ⋅ A 
 M 

Onde:
Q: Vazão Total [m3/s]
n: Rugosidade de Ganguillet e Kutter
Rh: Raio hidráulico [m]
AM: Área Molhada [m2]
I: Declividade Longitudinal do Canal [m/m]
b: Largura do Espelho d’água do Canal [m]
h: Profundidade [m]

9. Dados:
n (Canais de Concreto com Revestimento Liso). Tabela 1 = 0,012;
b (Largura do Canal) = 1,50 m;

Valores do coeficiente n
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Corpo do Relatório

OBS: Tipo de Papel: Papel Pautado

1) Demonstrar todos os Cálculos:

2.1) Cálculos das Velocidades nos Pontos;


2.2) Cálculos das Velocidades nas Verticais;
2.3) Cálculos das Vazões Parciais;
2.4) Cálculo da Vazão Total;
2.5) Cálculo da Declividade do Canal.

Obs:
• β com 3 casas decimais.
• Velocidade com 3 casas decimais: [m/s]
• Vazão com 4 casas decimais: [m3/s]
• Vazão com 1 casa decimal: [l/s]

2) Preenchimento Total da Planilha (A Planilha pode ser Feita no Excel).

Referências

AZEVEDO NETO, J.M e ALVAREZ, G.A. Manual de Hidráulica. 6.a ed.,


volume 2, Editora Edgard Blücher Ltda., S. Paulo 1973.

VALEPORT MARINE SCIENTIFIC LTD “BRAYSTOKE” BFM001


CURRENT FLOW METER, Operating & Maintenance Instruction Manual with
Calibration Chart. UK 1985.

IRANI DOS SANTOS..., Hidrometria Aplicada


Velocidade em Canais
Método da Meia Seção

Kildare Carvalho de Queiroz

Aula prática elaborada para a


disciplina de Hidráulica Geral
Lab. Hidráulica CTG - UFPE

RECIFE
Estado de Pernambuco - Brasil
Setembro, 2010

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