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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE FÍSICA

Experimento 6:
Circuito RC / Resposta temporal

Igor Marcate Milanezzi - 746030


Yan Sigoli Perin - 744434

Disciplina: Física Experimental B – Turma M


Profª. Dr. Idelma Aparecida Alves Terra

03 de Outubro de 2019
RESUMO
Neste experimento analisou-se o comportamento de um circuito RC em série submetido a uma
corrente contínua. Mediu-se valores de tensão no resistor e no capacitor da caixa Protoboard. A partir dos
cálculos realizados e da análise dos gráficos construídos, foram encontrados os valores da constante de
tempo τ para as duas análises e feita uma comparação entre eles. Ambos apresentaram valores
semelhantes indicando coerência coma teoria.

OBJETIVOS
Analisar o comportamento transiente de um circuito RC em série submetido a uma corrente contínua e
medir a constante de tempo deste circuito.

MATERIAL UTILIZADO
01 Fonte CC (Fonte de Tensão Contínua), 02 multímetros, um gerador de funções, resistores,
capacitores, osciloscópio, cronômetro.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Foram trabalhados circuitos RC em série com diferentes constantes de tempo. Para a constante de
tempo longa, foi utilizado um cronômetro e multímetros para o experimento, enquanto que para a
constante de tempo rápida foi utilizado o osciloscópio.

A) Constante de Tempo Longa:


Os componentes do circuito RC com constante de tempo longa já estavam inseridos na Protoboard.
Foi utilizado um resistor de R = 150 KΩ e um capacitor de capacitância C = 220 μF. A tensão contínua da
fonte foi ajustada para VF = 10V e, utilizando dois multímetros, foram medidas as tensões V R e VC
simultaneamente. Verificou-se que, com a chave na posição A,as tensões no capacitor e resistor eram
nulas.
Com a chave na posição B, foram anotadas as medidas de V R e VC em função do tempo, com
intervalos de 5 segundos, até o capacitor se carregar completamente, isto é, até que V C se estabilizasse.
Em seguida, esperou-se até o carregamento total do capacitor, por volta de 5min.
Em seguida, foi passada a chave para a posição A e foram medidos os valores de V R e VC até que o
capacitor se descarregasse totalmente.
A partir dos valores coletados, foram construídos, no Scidavis, gráficos do processo de carga em
função do tempo. Foi elaborado também um gráfico de V R em função dos tempos obtidos durante o
processo de carga do capacitor. E finalmente, foi construído o gráfico de V R e VC relativos ao processo de
descarga do capacitor em função do tempo, onde foi acrescentada uma linha de tendência exponencial a
fim de obter os valores de τ.

B) Constante de Tempo Rápida


Primeiramente, foi montado o circuito com R = 560 kΩ e C=22 nF. As tensões VR e VC foram
medidas com o osciloscópio e a tensão da fonte foi fornecida por um gerador de sinais ajustando para
onda quadrada com tensão de pico entre 3 e 5V.
Assim, a partir das figuras obtidas na tela do osciloscópio, foi medido o tempo de meia-vida do
circuito, T1/2, para VR e VC. A partir destes valores, foi calculada a constante de tempo τ.
Em seguida, foi desenhado um período, preenchendo completamente a tela do osciloscópio, para V R e
VC.
Finalmente, usando o valor de R medido com o ohmímetro e o valor calculado da constante de tempo
τ mais confiável, foi calculado o valor da capacitância C. Os valores nominal e experimental foram
comparados.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS


Na primeira parte do experimento, foram medidas as tensões sobre o resistor e o capacitor durante
processo de carga do capacitor. Foram feitas medidas de 5 em 5 segundos a fim de construir um gráfico
da tensão em função do tempo como mostrado na tabela abaixo. A partir dela foi feito o gráfico 1.

Process
  o de carga Processo de descarga
T (s) Vr Vc Vr Vc
0 9,91 0,01 -9,79 -9,65
5 8,67 -1,46 -8,33 -8,22
10 7,30 -2,69 -7,00 -6,92
15 6,25 -3,83 -5,98 -5,91
20 5,36 -4,68 -5,01 -5,00
25 4,54 -5,48 -4,30 -4,27
30 3,90 -6,10 -3,63 -3,60
35 3,32 -6,68 -3,11 -3,09
40 2,86 -7,13 -2,62 -2,61
45 2,44 -7,53 -2,25 -2,24
50 2,11 -7,86 -1,93 -1,90
55 1,84 -8,13 -1,65 -1,63
60 1,58 -8,39 -1,40 -1,38
65 1,38 -8,58 -1,20 -1,19
70 1,19 -8,77 -1,02 -1,01
75 1,04 -8,92 -0,88 -0,87
80 0,92 -9,04 -0,74 -0,74
85 0,81 -9,16 -0,64 -0,64
90 0,71 -9,24 -0,55 -0,55
95 0,63 -9,33 -0,47 -0,47
100 0,57 -9,39 -0,40 -0,40
105 0,50 -9,45 -0,35 -0,35
110 0,46 -9,50 -0,30 -0,30
115 0,42 -9,54 -0,26 -0,26
120 0,38 -9,57 -0,22 -0,22
Nota-se que a tensão presente no resistor decresce em função do tempo de forma exponencial (curva
vermelha), enquanto que a tensão no capacitor aumentava (curva azul). Desta forma, foi feito um ajuste
exponencial da curva Vr onde foi obtida a função:
−0,027 t
Vr ( t )=8,6736∗e
Esta equação pode ser comparada com a função da tensão em relação ao tempo:
−t
Vr ( t )=V 0∗e RC
Assim, relacionando as duas equações, foi calculado o produto RC, referente à constante do tempo τ,
obtendo-se o valor de τ = 37,0s.

Em seguida, foi feito o mesmo procedimento para o processo de descarga do capacitor. Foi obtido,
então, o gráfico mostrado na figura 2.
Nota-se a partir dele que ambas as curvas decrescem exponencialmente. A partir dos ajustes
exponenciais é possível calcular a constante de tempo da mesma forma como foi feito anteriormente. As
funções obtidas estão representadas a seguir:
−0,031 t
Vc ( t )=9,7217∗e
−0,031 t
Vr ( t )=9,493∗e
Assim, os valores da constante de tempo a partir de ambas as curvas de tensão (tanto para o capacitor
quanto para o resistor) foi de 32,3s.
Os dados calculados estão resumidos na tabela a seguir:

Tabela 1 – Constante do tempo calculadas

Processo de Carga Processo de Descarga

Gráfico Vr x t 37,0 s 32,3 s

Grafico Vc x t --- 32,3 s

Estes valores obtidos foram comparados com os valores da constante de tempo calculadas a partir dos
valores conhecidos da capacitância e da resistência. A partir da relação τ = RC, foi obtido que o valor da
constante de tempo era de 32,78 ± 0,02.

Na segunda parte do experimento, foram medidas as tensões no resistor e no capacitor utilizando o


osciloscópio. Foi utilizado um resistor de 0,550 ± 0,001 kΩ e um capacitor de 22,8 ± 0,1 nF. A partir das
figuras obtidas no osciloscópio, foi medido o tempo de meia-vida do circuito e, com isto, foi calculada a
constante de tempo do mesmo. Os dados obtidos estão apresentados na tabela a seguir (tabela 2) e as
imagens mostradas pelo osciloscópio estão apresentadas nas figuras 3 e 4:
Tabela 2 – Medidas no osciloscópio.

Saída VR Saída VC

T1/2 ± u(T1/2) [s] (9,00 ± 0,01) x10-6 (9,00 ± 0,01) x10-6

τ ± u(τ) [s] (1,30 ± 0,01) x10-5 (1,30 ± 0,01) x10-5

Figura 3 – Curva exponencial da tensão na


resistência medida pelo osciloscópio
Figura 4 – Curva exponencial da tensão no capacitor medida pelo osciloscópio.

Com os valores da tabela, foi calculado o valor da capacitância usando a equação:


τ = RC
O valor obtido foi comparado com o valor medido no início. Os dados estão apresentados na tabela 3

Tabela 3 – Capacitância nominal (medida no multímetro) e calculada (a partir do osciloscópio).

nominal calculado

C ± u(C) [F] (22,8 ± 0,1) x10-9 (23,6 ± 0,1) x10-9

Dado os valores da tabela 3, nota-se que os valores nominal e calculado apresentam grande
semelhança o que demonstra que os resultados obtidos são coerentes.

CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos durante a prática realizada no laboratório, conclui-se que é possível
determinar o valor da capacitância de o capacitor a partir das medições da resistência e do tempo de meia
vida do circuito. Os valores obtidos foram coerentes logo, pode-se afirmar que o experimento foi válido.

BIBLIOGRAFIA
APOSTILA DE FÍSICA EXPERIMENTAL A. Departamento de Física. Edufscar, 2018.
APOSTILA DE FÍSICA EXPERIMENTAL B. Departamento de Física. Edufscar, 2018.

APÊNDICE

Figura 3 – Circuito montado na parte A do experimento.


Figura 4 – Circuito montado na parte B do experimento.

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