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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Alunos do curso de Engenharia Química


Disciplina: Laboratório de Física I

Trilho de ar inclinado
Experimento 2

Data de realização: 02/05/2023

Data de entrega: 30/05/2023

Integrantes: Júlia Larrúbia D’Angelo - 202220392111


Luana Medeiros Santos - 202220390911
Igor de Souza Pinto - 202220390011

Professor: Bruno Mintz

Rio de Janeiro
2023
1. TÍTULO DO EXPERIMENTO
Trilho de ar inclinado.

2. OBJETIVO DO EXPERIMENTO
O experimento teve como objetivo usar um trilho de ar inclinado para estimar a aceleração local da gravidade.

3. MATERIAIS, PROCEDIMENTO E ESQUEMA EXPERIMENTAL


3.1 Materiais
- Cronômetro com um sensor óptico

- Trilho de ar graduado em mm

- Um planador

- 2 cilindros de inox

- Placa de plástico retangular

3.2 Procedimento Experimental

Primeiramente, o trilho de ar foi nivelado. Para isto, o compressor de ar que está acoplado ao trilho foi ligado
e seguida um planador foi posicionado sobre o seu centro, em repouso. Foi verificado que o planador se deslocou para
um dos lados, ele foi levado para o centro do trilho e um dos pés reguláveis do trilho de ar foi ajustado, de modo que
ele se aproxime da horizontal.

Com o trilho de ar nivelado, dois cilindros de inox foram colocados sob o pé não-ajustável do trilho, de modo
que ele ficasse inclinado com relação à horizontal. Para medir o ângulo θ de inclinação do trilho de ar, foram medidas
duas distâncias no trilho de ar. Usando a relação trigonométrica adequada, o seno do ângulo de inclinação do trilho
de ar, sen(θ) foi obtido.

Em seguida, uma placa foi acoplada na parte superior do planador. Ao mover o planador, foi possível constatar
que a placa interrompia a luz do sensor óptico ao passar por ele.

O comprimento que efetivamente é percebido pelo sensor óptico foi medido. Para isso, foi medida a posição
de um ponto fixo no planador quando o feixe infravermelho foi interrompido e em seguida foi verificada a posição
deste mesmo ponto quando o feixe infravermelho deixava de ser interrompido. A distância entre estas duas posições
fornecerá o comprimento efetivo da placa, ou seja, o comprimento que é efetivamente “visto” pelo sensor. Esse
comprimento útil, L, foi usado para calcular a velocidade média do planador passando pelo sensor.

O cronômetro na posição GATE registrou o intervalo de tempo durante o qual a luz foi interrompida (ou seja,
o tempo de passagem do planador pelo sensor). Foi certificado que:

A chave seletora da precisão do cronômetro esteja na posição 0,1 ms.

O planador foi encostado no início do trilho de ar e a sua posição (x0) foi anotada, de acordo com a escala
indicada na face lateral do trilho de ar. O sensor foi posicionado a uma distância s = 30 cm a partir da posição inicial x0
. Em seguida, o planador foi soltado a partir de sua posição x0, o tempo que o planador leva para passar pelo sensor
foi anotado. Este procedimento foi repetido um total de 5 vezes.

Por fim, o procedimento anterior foi repetido com o sensor posicionado a distâncias de 40, 50, 60, 70, 80, 90,
100, 110 e 120 cm da posição inicial X0.
3.3 Esquema Experimental

4. COLETA DOS DADOS

Primeiramente, o tamanho efetivo do planador (L) e a elevação do pé do trilho (h), expressos em centímetros
são:

cm
Altura dos Apoios (h) 2,5
Tamanho Efetivo do Planador (L) 9,9

Além disso, os dados de tempo de passagem do planador pelo sensor, com os tempos separados pela posição
do sensor podem ser observados na tabela abaixo:

Posições do Sensor (D) (cm) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120


0,2573 0,2215 0,1988 0,1799 0,167 0,1563 0,1476 0,1399 0,1328 0,1279
0,2568 0,2211 0,1985 0,1798 0,1669 0,1559 0,1471 0,1398 0,1332 0,1276
Tempo de Passagem pelo
0,2567 0,221 0,1985 0,1798 0,1673 0,1555 0,1473 0,1397 0,1331 0,1275
Sensor (t, em segundos)
0,2570 0,2214 0,1988 0,1797 0,1674 0,1561 0,1475 0,1398 0,1331 0,1274
0,2571 0,2216 0,1986 0,1800 0,1669 0,1556 0,1477 0,1397 0,1331 0,1273

A incerteza instrumental dos tempos de medida pode ser considerada como sendo uma unidade do último
algarismo mostrado pelo aparelho. Assim, para uma precisão de 0,1ms, a incerteza instrumental pode ser considerada
como sendo 0,1ms.

5. ANÁLISE DOS DADOS

Para cada deslocamento, e para cada medida de tempo de passagem, a velocidade média do planador ao
atravessar o sensor foi calculado, por meio da fórmula: Vi = L/t e seus resultados foram registrados na tabela abaixo:

Posições do Sensor (D) (cm) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120


38,48 44,70 49,80 55,03 59,28 63,34 67,07 70,76 74,55 77,40
38,55 44,78 49,87 55,06 59,32 63,50 67,30 70,82 74,32 77,59
Velocidade em Várias
38,57 44,80 49,87 55,06 59,18 63,67 67,21 70,87 74,38 77,65
Posições (Vi) (cm/s)
38,52 44,72 49,80 55,09 59,14 63,42 67,12 70,82 74,38 77,71
38,51 44,68 49,85 55,00 59,32 63,62 67,03 70,87 74,38 77,77
Média 38,521 44,715 49,849 55,061 59,281 63,502 67,119 70,815 74,38 77,647
Para cada deslocamento, o valor experimental da velocidade do planador foi calculado, onde V é a média das
velocidades e, nesse caso, considerou-se apenas a incerteza estatística da média. Esses dados foram registrados na
tabela abaixo:

Posições do Sensor (D) (cm) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120


Média (cm/s) 38,52 44,715 49,849 55,061 59,281 63,502 67,119 70,815 74,38 77,647
Incerteza Estatística 1,93 2,24 2,49 2,75 2,96 3,18 3,36 3,54 3,72 3,88

Para cada deslocamento, e para cada tempo de passagem (t), a aceleração foi calculada, por meio da fórmula:
a = Vi2/2D. Esses dados foram registrados na tabela abaixo:

Posições do
Sensor (D) (cm) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
24,67 24,97 24,80 25,24 25,10 25,08 24,99 25,04 25,26 24,96
24,77 25,06 24,87 25,26 25,13 25,20 25,16 25,07 25,11 25,08
Aceleração do
24,79 25,08 24,87 25,26 25,01 25,33 25,10 25,11 25,15 25,12
Planador (cm/s2)
24,73 24,99 24,80 25,29 24,98 25,14 25,03 25,07 25,15 25,16
24,71 24,95 24,85 25,21 25,13 25,30 24,96 25,11 25,15 25,20

Com esses dados, foi possível calcular o valor experimental da aceleração aexp, a partir do cálculo da média das
acelerações acima, bem como a sua incerteza estatística σa, por meio da fórmula: σa = (Desvio Padrão da
Aceleração)/√n, em que o desvio padrão foi cálculo por meio do excel e n é o número de dados obtidos. Desse modo,
tem-se que σa ≈ 0,16/√50 ≈ 0,02. Logo, aexp = (25,05 ± 0,02) cm/s2.

Com esse valor de aceleração experimental, foi possível estimar o valor da aceleração local da gravidade, dada
por g = aexp/sen(θ). Então, g = 25,05/(2,5/100) = 25,05/0,025 = 1002 cm/s2. Já a incerteza da gravidade é dada pela
incerteza da aceleração dividida pelo sen(θ). Logo, incerteza da gravidade = 0,02/0,025 = 0,8.

Finalmente, o resultado experimental para a aceleração local da gravidade é (1002 ± 0,8) cm/s2.

É importante testar a compatibilidade do resultado experimental com o valor de referência:


|Gref – Gexp | |978,7899 – 1002|
r= = ≈ 29,01
g 0,8
Portanto, como r>2, pode-se afirmar que o tempo determinado experimentalmente é incompatível no nível
de dois erros padrão com o tempo previsto.

Ademais, foi plotado um gráfico V2 x S:

V^2
S (cm)
(cm/s)
30 1484
40 1999
50 2485
60 3032
70 3514
80 4033
90 4505
100 5015
110 5532
120 6029
A tabela abaixo evidencia os valores encontrados para as médias da aceleração e velocidade:

Média das Acelerações (cm/s^2) 25,052


Média das Acelerações Arredondada (cm/s^2) 25,1
Média das velocidades (cm/s) 60,1

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Primeiramente, é importante ressaltar que ao calcular os valores da velocidade e posteriormente da
aceleração há uma distribuição pelos cálculos de uma incerteza. Nesse sentido, há um acúmulo de incertezas conforme
o cálculo prossegue, uma vez que os valores não são simétricos entre si e apresentam determinadas variações, logo,
para cada medida existe uma incerteza que será distribuída e acumulada para outra medida nos dados obtidos.
Além disso, é essencial mencionar que no experimento o objetivo era achar a aceleração da gravidade no
laboratório de física na UERJ que por sua vez a aceleração é uma medida indireta, já que a aceleração é uma medida
que depende de um modelo físico e é preciso medir quantidades que a ela estão relacionadas. Portanto, não é possível
um objeto, por exemplo, como uma régua medir a aceleração da gravidade, mas é necessário um conjunto de
operações físicas e dados anteriormente medidos e calculados para se chegar a ela.
Nessa conjuntura, é possível dizer que a variação nos valores encontrados do tempo se deve a irregularidades
encontradas no planador, pois o planador não é totalmente plano e isso significa que pode haver alguns defeitos,
como extremidades pontudas que entram em atrito com o trilho de ar e fazem com que o experimento não seja
perfeito, porém, não significa dizer que não é eficiente, visto que o experimento foi sim eficiente diante o valor de
gravidade obtido por que através disto foi possível dizer como conclusão se o valor experimental é compatível com o
valor teórico.
A estimativa de g não é compatível com o valor divulgado pelo Observatório Nacional para a aceleração da
gravidade no Rio de Janeiro (gref = 978,7899 cm/s2) uma vez que, ao nível 2-sigma, r foi maior que 3 (r>3).
Vale ressaltar que a estimativa utilizada para a velocidade do planador em cada posição do cronômetro foi a
velocidade média. Entretanto, isso é uma aproximação (pois o movimento é uniformemente variado). Uma maneira
possível maneira de melhorar a estimativa da velocidade seria utilizar a aceleração da gravidade juntamente aos
cálculos.

Como esperado, temos a velocidade quase igual para todas as medidas, pois temos uma pista sem atrito. Em
uma pista/local sem atrito, o planador andaria em velocidade constante até que uma força fosse aplicada a ele, para
então acelerá-lo, freia-o ou mudá-lo de direção.

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