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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
ENG 426 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS NA INDÚSTRIA QUÍMICA I
Estudantes:
Aline santana
Flávia Almeida
Rafaela Domingues
Tamires Oliveira

PROJETO DE SEDIMENTADOR

Salvador, Novembro de 2014


1. Introdução

A sedimentação é um processo de separação em que a mistura de dois líquidos ou


de um sólido suspenso num líquido é deixada em repouso (sedimentação em batch)
ou adicionada continuamente em uma unidade de sedimentação em contínuo.

A fase mais densa, por ação dagravidade deposita-se no fundo do recipiente. O


mecanismo de sedimentação pode ser descrito observando um ensaio de
sedimentação dos sólidos numa suspensão colocada numa proveta conforme Figura
1.

Figura1: Ensaio Sedimentação

2. Objetivo Geral

Medir e interpretar dados de um ensaio de sedimentação em batelada (teste de


sedimentação em duplicata). Utilizar os dados obtidos para dimensionar a área de
um sedimentador contínuo.

2.1) Objetivo Específico

Calcular o diâmetro e a altura de um espessador contínuo que opera com uma


suspensão de cal (densidade = 2,2 g/cm3) com concentração de alimentação de
0,07 g/cm3 e vazão de 30 m3/h, sendo a concentração de lama espessada de 0,21
g/cm3.

3. Resultados e Discussão

3.1) Curva de Altura x Tempo


O ensaio de sedimentação foi feito em proveta com uma suspensão de cal onde,
após homogeneização, mediu-se a altura da interface inferior do líquido clarificado
em função do tempo até altura constante. Abaixo tem-se a tabela com todos os
dados experimentais obtidos durante a etapa de medição. Nessa Tabela também
são apresentados os valores médios e os desvios padrões calculados, visto que a
medição foi realizada em duplicada.

Tabela 1: Dados experimentais.


Tempo t – Altura z1 – Altura z2 Média z Desvio
(min) grupo1 (cm) grupo2(cm) (cm) Padrão
0 18.00 18.00 18.00 0.00
1 16.00 16.00 16.00 0.00
2 13.50 13.50 13.50 0.00
3 11.00 11.50 11.25 0.35
4 8.50 9.00 8.75 0.35
5 6.70 7.30 7.00 0.42
6 6.00 6.20 6.10 0.14
7 5.50 5.70 5.60 0.14
8 5.20 5.40 5.30 0.14
9 4.90 5.10 5.00 0.14
10 4.70 4.80 4.75 0.07
12 4.40 4.50 4.45 0.07
14 4.20 4.30 4.25 0.07
16 4.00 4.00 4.00 0.00
18 3.95 3.90 3.93 0.04
20 3.85 3.80 3.83 0.04
22 3.80 3.70 3.75 0.07
24 3.75 3.60 3.68 0.11
26 3.70 3.60 3.65 0.07
28 3.65 3.50 3.58 0.11
30 3.60 3.50 3.55 0.07
32 3.60 3.50 3.55 0.07

A partir dos valores encontrados durante fase experimental, traçou-se uma curva de
Altura x Tempo:
Grafico 1: Curva de Sedimentação
20
A 18
l 16
t 14
u 12
r 10
a 8
( 6
c 4
m 2
) 0
0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (min)

Figura 2: Grafico Curva de Sedimentação

3.2) Utilizar o método de Kynch para calcular a área do sedimentador,


com ajustes polinomiais e derivadas analíticas.

Este método é utilizado para obter vários pares de vL e CL a partir da curva de


sedimentação, conforme mostrado abaixo:

Considera-se 4 pontos próximos à inclinação da curva e obtém-se um grafico de


joelho da curva:

Os pontos utilizados foram:


Tempo Z médio
(min) (cm)
5 7,0
6 6,1
7 5,6
8 5,3

Tabela 2: Pontos joelho da curva

Gráfico 2: Joelho da curva


8
A 7
l f(x) = − 0.03 x³ + 0.8 x² − 6.67 x + 24.5
6 R² = 1
t
u 5
r 4
a
3
( 2
c
m 1
)
0
4.5 5 5.5 6 6.5 7 7.5 8 8.5
Tempo (min)

Figura 3: Grafico altura x tempo

A partir da equação da curva obtida é possível calcular a velocidade de


sedimentação com relação ao tempo de decantação, bem como as respectivas
alturas dado pela fórmula:

Zi =ϑ L t+ z

Po fim, calcula-se a capacidade de sedimentação pela equação:

L0 C 0 1 1
A=
ϑL
. −
(
C L CS )
Fazendo todos os cálculos para cada t e para cada Z da região do joelho da curva e
organizando todos os dados numa tabela, ficamos com:

Tabela 3: Resumo dos valores calculados

Tempo (s) Z médio (m) VL (m/s) Zi (m) CL (Kg/m3) A (m2)


5 7 1,141 12,70 0,0992 163234,00
6 6,1 0,63 9,88 0,1275 171075,83
7 5,6 0,317 7,82 0,1611 159393,62
8 5,3 0,202 6,92 0,1821 125962,59

Plotando o gráfico da área A em função da concentração da suspensão CL, tem-se


o seguinte gráfico

Gráfico 3: Área X Concentração da suspensão


180000
160000 f(x) = − 15166089.35 x² + 3848550.13 x − 70274.35
R² = 0.98
Á 140000
r 120000
e
a 100000
( 80000
c 60000
m
² 40000
)
20000
0
0.09 0.1 0.11 0.12 0.13 0.14 0.15 0.16 0.17 0.18 0.19
CL (g/cm³)

Figura 4: Grafico Axc

Partindo da equação que representa a curva AxCL:

A=−15166089,35C 2L +3848550,13C L−70274,35

Para encontrar o ponto de máximo dessa equação, iguala-se a sua primeira


derivada a zero:

dA
=0 →−30332178,7 C L +3848550,13=0
d CL
C L =0,1268 g/c m3

Substituindo CL na expressão da área, calcula-se a área:

A=−15166089,35¿ 0,1268 2+3848550,13∗0,1268−70274,35

A=17 3877,8 c m2

O diâmetro do sedimentador de área circular pode ser obtido pela expressão:

4A
D=
√ π
=470,6 c m

3.3) Utilizar o método de Talmadge & Fitch para calcular a área do


sedimentador.

Para utilizar este método é necessário o gráfico da curva de sedimentação obtido no


item 3.1. Utiliza-se o método da bissetriz para identificar o ponto crítico, conforme
mostrado abaixo:

Obtenção do Ponto Crítico:


Ao esboçar a curva Z versus tempo, traçam-se duas tangentes na primeira
porção da curva e no término do ensaio de sedimentação, região esta, onde a curva
mostra um comportamento de velocidade aproximadamente constante. As duas
tangentes são estendidas até se interceptarem num ponto. Na interseção, traça-se
uma bissetriz do ângulo. Na interseção desta bissetriz com a curva de sedimentação
obtém-se uma estimativa do tempo crítico e altura crítica, tC e zc, em que os sólidos
entram na zona de compressão.

Figura 5: Gráfico do ponto crítico

Os pontos críticos obtidos foram::


ZiC =5,8 cm
t iC =6,5 min

- Equações utilizadas no Método de Talmadge& Fitch:

Z0 C 0
Zs= ,
Cs
Onde:
Zs = altura da interface correspondente à concentração Cs especificada para a lama
espessa.
Co = concentração do sólido na alimentação

Zo= altura inicial da interface


Cs = concentração do sólido na lama espessa
Assim,
18∗0,07
Z s= =6 cm
0,21

Como Zs˃Zc, encontra-se o tempo de sedimentação diretamente do gráfico, como


aproximadamente 6 minutos.

A área mínima ( Amin ¿ é expressa pela equação:

Q0 .C 0 . t S
Amin =
Z 0 . C0

Como

Q0=30m3/h , adequando unidades Q = 500000cm3/min

500000∗0,07.6
Amin =
18∗0,07

Amin =166666,7 c m²

O diâmetro mínimo do sedimentador de área circular pode ser obtido pela


expressão:

4 A min
D=
√ π

Dmin=460,8 c m

3.4) Comparar e comentar os resultados sobre a área do


sedimentador.

Podemos então comparar os resultados obtidos para a área e o diâmetro do


sedimentador para cada método utilizado.

Tabela4: Comparação dos resultados


  Kynch Fitch

Área (cm2) 173877,8 166666,7

Diâmetro (cm) 470,6 460,8

Cálculo da discrepância:

A K −A TeF
D= | AK | ∗100

D= |173877,8−166666,7
173877,8 |∗100 D=4,1 %

Observa-se que há alguma discrepância entre os resultados obtidos o que pode ser
justificado pelos ajustes e aproximações realizadas durante o desenvolvimento de
cada método.

3.5) Estimar a altura do sedimentador.

Segundo Pavlov, Romankov e Naskov (1981), a altura de um sedimentador pode ser


calculada segundo a ilustração abaixo:

Calcula-se a altura do

sedimentador com base na média dos valores obtidos para área A e Diâmetro D dos
métodos de Talmadge& Fitch e o de Kynch.
Tal que:

A K + A TeF
Am = Am =170272,25 c m 2.
2

D K + D TeF
Dm = Dm =465,7 c m.
2

H = H1 + HC + H2,

Sabe-se que:
H1 variou entre 45 e 75 cm. Sua média é 60cm.
D 465,7
H 2=0,146 R=0,146 =0,146 =34 m
2 2
4 L0 C 0 t ρ s−ρf
H C=
3 A (
ρ́lodo− ρ f )

- Cálculos necessários para calcular Hc:

Fração de sólido:

V sólido V s C¿L 0,21 g /cm ³


y= = = = =0,0 95
V suspensão V susp ρ S 2,2 g /cm ³

Massa específica do lodo:

ρ́lodo =( 1− y ) . ρf + y . ρS

ρ́lodo =( 1−0,095 ) .1+0,095∗2,2

g
ρ́lodo =1,11
c m3

A massa especifica do fluido foi considerada 1g/cm3.

Tempo de compactação:

t=t fi −t i → t=11 , 8−4 →t=7 , 8 min


Portanto, substituindo os dados encontrados, calcula-se o HC: Hc = 17,7cm

Como:

H=H 1+ HC + H 2

H=6 0+34+1 7,7

H=111,7 c m

H=1,117 m

4. Referências

Apostila de Operações Unitarias da Indústria química I ( por Samuel Luporini e


Letícia Suñe);
Massarani. G. Fluidodinâmica em sistemas particulados, Editora UFRJ, 1997.

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