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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
DISCIPLINA DE FÍSICA EXPERIMENTAL

Prática 4
M.R.U.V.

Nome: Yerlon Sousa Magalhães.


Matrícula: 363905.
Curso: Engenharia de Teleinformática.
Turma: 24 A.
Professor: Maurício Almeida.

Fortaleza – CE
2014
1. OBJETIVOS:

 Determinar o deslocamento, a velocidade e a aceleração de um móvel com movimento


retilíneo uniformemente variado.

2. MATERIAL:

 Trilho de ar com eletroímã;


 Cronômetro eletrônico digital;
 Unidade geradora de fluxo de ar;
 Carrinho com três pinos (pino preto, pino ferromagnético e um pino qualquer);
 Chave liga/desliga;
 Cabos;
 Fotossensor;
 Paquímetro;
 Calço de madeira;
 Fita métrica.

3. FUNDAMENTOS:

Imagem 1: Aceleração de um carro.

O MRUV (Movimento Retilíneo Uniformemente Variado) é um movimento realizado


por um corpo qualquer sobre uma linha reta, com aceleração (a) constante, fazendo com que a
velocidade (V) se altere de forma uniforme conforme o corpo percorre um determinado espaço
(S) num determinado tempo (t).
Podemos classificar o MRUV de duas formas: movimento acelerado, quando o corpo
analisado possui aceleração e velocidade no mesmo sentido, e movimento retardado, quando o
corpo possui aceleração e velocidade em sentidos contrários.
Existem algumas equações que possibilitam o reconhecimento das grandezas
relacionadas, fazendo com que haja a determinação das intensidades da aceleração, da
velocidade e do deslocamento (ou espaço percorrido) de um corpo qualquer:

I. Equação da aceleração: a = (V/t). Se a aceleração for igual a zero, significa


que a velocidade é constante, podendo se tratar de um MRU;
II. Função da velocidade: V = Vo + a*t;
III. Função do espaço: S = So + Vo*T + (1/2)*a*t²;
IV. Equação de Torricelli: V² = Vo² + 2*a*S.

4. PROCEDIMENTO:

Antes de iniciar os experimentos propriamente ditos, montou-se o equipamento que


emularia o MRUV. Esse equipamento era formado por um trilho de ar com eletroímã, um
cronômetro eletrônico digital, uma unidade que gerasse o fluxo de ar para o trilho e também
um fotossensor. Foi necessário, também, apoiar um dos lados do trilho de ar com um pequeno
calço de madeira, para que existisse uma inclinação que auxiliasse no movimento do carrinho
de emulação e possibilitasse uma aceleração.
A espessura desse calço de madeira (1,06 cm) foi medida com um paquímetro e a
distância da separação entre os pés de apoio (177,0 cm) foi medida com uma régua.
O tempo do percurso do corpo foi medido de forma precisa por um cronômetro digital
que era ligado a um fotossensor, que possuía a finalidade de parar a medição do cronômetro
eletrônico automaticamente no período em que o corpo passasse pelo sensor na distância
estipulada.
O trilho com fluxo de ar foi de extrema importância para que o atrito fosse desprezado,
conforme os objetivos da experiência.
Tabela 4.1: Resultados experimentais.
Nº x (cm) Medidas de t (s) Média de t (s) Quadrado de t² V = 2x/t a = 2x/t²
(s²) (cm/s²)
1,79
1 10 1,76 1,78 3,17 11,24 6,32
1,78
2,45
2 20 2,40 2,43 5,90 16,46 6,78
2,45
2,92
3 30 2,96 2,94 8,64 20,41 6,94
2,95
3,80
4 50 3,82 3,82 14,59 23,18 6,85
3,84
4,57
5 70 4,56 4,55 20,70 30,77 6,76
4,55
5,58
6 100 5,27 5,48 30,03 36,50 6,66
5,58
6,06
7 120 6,09 6,08 36,97 39,47 6,49
6,09
7,06
8 160 7,07 7,07 49,98 45,26 6,40
7,09
Gráfico 4.1: Posição x Tempo de acordo com os dados da Tabela 4.1.

Posição x Tempo
200
180
160
140
120
Posição (cm)

100
80
60
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo (s)
.

Gráfico 4.2: Posição x Tempo ao quadrado de acordo com os dados da Tabela 4.1.

Posição x Tempo²
180
160
140
120
Posição (cm)

100
80
60
40
20
0
0 10 20 30 40 50
Tempo² (s²)
5. QUESTIONÁRIO:

1 – O que representa o coeficiente angular do gráfico “x contra t”?


- Resposta: O coeficiente angular do gráfico “x contra t” representa a velocidade do corpo, pois
V = (S/T).

2 – Quais as conclusões tiradas do gráfico “x contra t” em relação à velocidade?


- Resposta: Após realizar a montagem do gráfico “x contra t”, é possível observar que a
velocidade não é constante, ou seja, há uma aceleração (teoricamente constante) que faz com
que a velocidade aumente com o passar do tempo.

3 – O que representa o coeficiente angular do gráfico “x contra t²”?


- Resposta: O coeficiente angular do gráfico “x contra t²” é representado pela metade da
intensidade da grandeza aceleração, sendo possível observar através da demonstração da
expressão: Coef = (x/t²) => Coef = ((x-xo)/(t²-to²)) => Coef=(x/t²). Após ter obtido o
coeficiente angular do gráfico que é representado por Coef = (x/t²), compara-se com a equação
da função do espaço, supondo que o objeto parta do repouso e de uma posição = 0:
X = (1/2)*a*t² => a = (2x/t²). Após ter identificado as duas expressões Coef = (x/t²) e
a = (2x/t²), é possível observar que o coeficiente angular do gráfico “x contra t²” é representado
pela metade da aceleração, pois se a=(2x/t²), então Coef = (a/2), pois (a/2) = (x/t²).
4 – Trace, na folha anexa, o gráfico da velocidade em função do tempo com os dados da
Tabela 4.1.
- Resposta:

Velocidade x Tempo
50
45
40
35
Velocidade (cm/s)

30
25
20
15
10
5
0
1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo (s)

5 – Trace, na folha anexa, o gráfico da aceleração em função do tempo, para os dados


obtidos da Tabela 4.1.
- Resposta:

Aceleração x Tempo
14

12

10
Aceleração (cm/s²)

0
1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo (s)
6- Determine a aceleração:

a) Pelo gráfico x contra t²:


- Resposta: Como o coeficiente angular do gráfico é representado por “x/t²”, então, se
multiplicarmos por 2, resultará na aceleração, já que a = 2*(x/t²). Utilizando os dados do
primeiro experimento da tabela, em que x = 10cm e t² = 3,17s², podemos calcular da seguinte
forma:
a = 2*(x/t²) => a = 2*(10/3,17) => a = 2*3,16 => a = 6,32 cm/s².

b) Pelo gráfico V contra t:


- Resposta: Utilizando-se a fórmula a = (V/t) e substituindo pelos valores do primeiro
experimento da tabela, podemos descobrir a aceleração:
A = (V/t) => a = (11,24/1,78) => a = 6,32 cm/s².

7 – A aceleração de um corpo descendo um plano inclinado sem atrito é a = g*senθ.


Compare o valor teórico da aceleração com o valor obtido experimentalmente. Comente
os resultados.
- Resposta: Primeiramente, deve-se identificar o ângulo θ que o trilho de ar faz com o solo.
Para isso, as medidas da espessura da madeira (1,06cm) e da separação entre os pés de apoio
(177,0cm) são necessárias. Visualizando a espessura e a separação como dois catetos, temos:
tgθ = (1,06/177) => tgθ = 5,99*(10^-3) => θ = arctg(5,99*(10^-3)) => θ = 0,34˚. Como
obtivemos o valor de θ, torna-se possível realizar o cálculo do seno de θ:
sen0,34º = 1,06/177 => sen0,34º = 5,99*(10^-3). Com esses dados, basta calcular a aceleração
(Considera-se g = 9,81m/s² = 981cm/s²):
a = g*senθ => a = 981*(5,99*(10^-3)) => a = 5,88cm/s². Após o cálculo da aceleração pelo
método do plano inclinado, observa-se que essa aceleração de 5,88cm/s² consegue ficar
próximo da margem das acelerações identificadas no experimento. No entanto, é muito
possível que haja eventuais erros de medição, pois falhas técnicas estão presentes, como o
atraso da largada do carrinho devido à força de atração do eletroímã e o atrito que, apesar de
muito pequeno, pode ter interferido nas medições.
6. CONCLUSÃO:

Após os determinados experimentos, conclui-se que o MRUV é um movimento de linha


reta que possui uma aceleração constante e que pode ser classificado em movimento acelerado
ou retardado.
Também conclui-se que, com os equipamentos disponibilizados atualmente, é possível
simular facilmente o comportamento de um corpo em MRUV. No entanto, é possível
identificar algumas discrepâncias entre o valor teórico e o valor real que provêm de falhas
técnicas simples, como uma falha no sistema elétrico que faz com que o eletroímã que prende o
objeto atrase a largada deste, além de falhas de precisão. Isso faz com que as medidas de
aceleração identificadas em experimentos com MRUV variem entre uma faixa especificada,
fazendo com que a grandeza aceleração de um determinado experimento de MRUV aproxime-
se de ser classificado constante, pois valores obtidos de forma prática nunca são exatamente
iguais aos estipulados pela forma teórica.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV). ServLab/UNB.


Disponível em <http://servlab.fis.unb.br/matdid/2_1999/Marlon-Eduardo/mruv.htm>
Acessado em 28/04/2014, às 21:25h.

2. M.R.U.V. Slideshare.
Disponível em <http://www.slideshare.net/Pibid/mruv>
Acessado em 28/04/2014, às 22:07h.

3. M.R.U.V. Infoescola.
Disponível em <http://www.infoescola.com/fisica/movimento-retilineo-uniformemente-
variado/>
Acessado em 28/04/2014, às 23:15h.

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