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PROPOSTA PARA MANUTENÇÃO

DE OBRAS-DE-ARTE ESPECIAIS

Coordenação de Estruturas/DPP/DNIT 1
PROPOSTA PARA MANUTENÇÃO DE OBRAS-DE-ARTE ESPECIAIS

1. Objetivo:

Estabelecer as condições para a execução da manutenção de pontes, passarelas e


viadutos, em concreto armado e protendido, com a inclusão dos serviços pertinentes, nos
contratos de conservação rodoviária e nos de restauração.

A manutenção das obras de arte, no tempo oportuno e de forma adequada, pode evitar
problemas ou deficiências, que conduzem a dispendiosas operações de restauração ou até
a interrupção do tráfego.

2. Referências:

NORMA DNIT 010/2004– PRO – Inspeções em pontes e viadutos de concreto armado e


protendido – Procedimento

MANUAL DE INSPEÇÃO DE PONTES RODOVIÁRIAS-DNIT/2004

MANUAL DE CONSERVAÇÃO RODOVIÁRIA-DNIT/2005

NORMAS E PADRÕES DE DESEMPENHO - TABELA DE PREÇOS-CONSERVAÇÃO


DELEGADA - DNER/1990

MANUAL DE PROJETOS DE OBRAS-DE-ARTE ESPECIAIS-DNER/1994

BIBLIOGRAFIA: No final deste documento, é apresentada uma bibliografia resumida, sobre


alguns dos temas tratados.

3. Considerações preliminares:

3.1 Definições:
Transcritas da Norma DNIT 010/2004 – PRO; os nos entre parênteses correspondem aos
itens da norma.

3.1.1 Recuperação de pontes (3.4)


Conjunto de atividades desenvolvidas para eliminar defeitos e reduzir a velocidade de
degradação da ponte, aumentando a sua vida útil.

3.1.2 Reforço de pontes (3.5)


Conjunto de atividades desenvolvidas, com acréscimo ou substituição de materiais
estruturais, para devolver à ponte, com a eliminação de todos os defeitos que afetam o
desempenho da obra, condições próximas das iniciais e, até melhores, na capacidade de
carga.

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3.1.3 Reabilitação de pontes (3.6)
Conjunto de atividades que, além de recuperar e reforçar a ponte introduz modificações, tais
como aumento da capacidade de carga, alargamento, passeios laterais e barreiras de
segurança, que aumentam o conforto e a segurança dos usuários.

3.1.4 Defeito (3.9)


Falta de conformidade com qualquer dos requisitos especificados no projeto ou em
condições pré-estabelecidas.

3.1.5 Defeito tolerável (3.9.1)


Defeito que não reduz substancialmente o desempenho da obra.
De acordo com o item 7.2.1, abrange os seguintes defeitos/correções:
• falhas locais de fácil correção;
• limpeza e drenagem;
• correção em aparelhos de apoio;
• reparos na pista de rolamento sem acréscimo de espessura;
• reparos em barreiras e guarda corpos.

3.1.6 Defeito grave (3.9.2)


Defeito que pode afetar, em parte, o desempenho da obra.

3.1.7 Defeito crítico (3.9.3)


Defeito que pode afetar, de forma acentuada, o desempenho da obra.

3.2 Agressividade do ambiente

A NBR 6118 (NB 1/2003) dispõe sobre os requisitos para a durabilidade, considerando a
agressividade do meio ambiente, relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre
as estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações
volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras previstas no
dimensionamento das estruturas de concreto.

A Tabela 1 a seguir, apresenta a classificação da agressividade do ambiente, a ser


considerada nos projetos de estruturas correntes:

Tabela 1 – Classes de agressividade ambiental


(Tabela 1, NB-1/2003)
Classe de agressividade Risco de deterioração da
Agressividade
ambiental estrutura
I fraca insignificante
II média pequeno
III forte grande
IV muito forte elevado

A Tabela 2 apresenta, de maneira simplificada, como a agressividade do ambiente deve ser


avaliada, em termos de macro e micro-climas relativos à estrutura:

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Tabela 2 – Classes de agressividade ambiental em função das condições de exposição
(Tabela 2, NB-1/2003)
Micro-clima

Macro-clima Ambientes externos e obras em


Ambientes internos
geral

1) 2) 3) 4)
Seco Úmido ou ciclos de Seco Úmido ou ciclos de
UR ≤ 65% Molhagem e secagem UR ≤ 65% Molhagem e secagem
Rural I I I II
Urbana I II I II
Marinha II III ---- III
Industrial II III II III
5)
Especial II III ou IV III III ou IV
Respingos de maré ---- ---- ---- IV
Submersa ≥ 3m ---- ---- ---- I
não úmido e agressivo
Solo ---- ----
agressivo I II, III, IV
1)
Salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de aptos. residenciais e conjuntos
comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura.
2)
Vestiários, banheiros, cozinhas, lavanderias industriais e garagens.
3)
Obras em regiões secas, como o nordeste do país, partes protegidas de chuva em ambientes
predominantemente secos.
4)
Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em
indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.
5)
Macro clima especial significa ambiente com agressividade bem conhecida, que permitirá definir a
classe de agressividade III ou IV nos ambientes úmidos. Se o ambiente for seco, a classe de
agressividade será sempre II nos ambientes internos e III nos externos.

As obras-de-arte especiais, salvo casos muito bem definidos, devem ser consideradas, no
mínimo, na classe de agressividade II.

Tabela 3– Correspondência entre classe de agressividade e qualidade do concreto


(Tabela 3 da NB-1/2003 )
Classe de agressividade (ver tabela 1)
Concreto Tipo
I II III IV

Relação CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45


água/aglomerante
em massa CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45

Classe de CA ≥ 20 ≥ 25 ≥ 30 ≥ 40
Concreto
(NBR 8953) CP ≥ 25 ≥ 30 ≥ 35 ≥ 40
NOTAS:
CA Componentes e elementos estruturais de concreto armado
CP Componentes e elementos estruturais de concreto protendido

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4. Conservação Rodoviária: Manutenção Preventiva ou Rotineira

O seu objetivo é sanar os defeitos toleráveis e outros que possam afetar, em parte, o
desempenho da obra (graves), considerados de acordo com a NORMA DNIT 010/2004-PRO
e adotar outras providências simples para aumentar a vida útil das estruturas, adiando a
execução da manutenção corretiva, de custos muito mais elevados. Considera-se que
abrange desde os trabalhos mais simples até os definidos como de recuperação de pontes.

A seguir, são apresentados os principais defeitos/patologias e fotos dos mesmos, com a


finalidade de facilitar a sua identificação. Deve-se ressaltar que, em cada foto, procurou-se
mostrar a patologia mais evidente, embora quase sempre apareçam várias outras. São
relacionadas, também, algumas providências/intervenções sugeridas para sanar os
problemas.

4.1 Falta de roçada:


A falta de roçada sob a obra de arte especial, conduz ao desenvolvimento de vegetação
daninha de pequeno porte, arbustos e até pequenas árvores, que prejudicam as condições
da estrutura, favorecendo o aparecimento de manchas, a ocorrência de fogo e dificultando o
acesso e a verificação da sua parte inferior.

Serviços indicados:
Roçada e corte de árvores, devendo se estender, de preferência, até os limites da faixa de
domínio. (SICRO II)

4.2 Existência de material preso nas fundações:


Existência de galhos de árvores e material sólido preso em fundações, provocando a
obstrução do curso d’água (redução de vazão).

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Serviços indicados:
Retirada de todo o material, preso nas fundações, desobstruindo o curso d’água.

4.3 Falta de limpeza dos passeios e/ou acostamentos:


Existência de entulho e sedimentos junto ao guarda-rodas ou barreira rígida, vegetação, etc.

Serviços indicados:
Limpeza e varredura do tabuleiro e passeios, retirada de vegetação, limpeza de drenos e
guarda corpos. (SICRO II)

4.4 Drenagem deficiente do tabuleiro:


Elementos de captação de águas pluviais sobre o tabuleiro, inexistentes, insuficientes ou
obstruídos.
A deficiência dos elementos de captação do tabuleiro, aliada a falta de pingadeiras e de
material de preenchimento das juntas, favorece o aparecimento de inúmeros
problemas/patologias, como manchas escuras, eflorescências, corrosão das armaduras,
etc...

Serviços indicados:
Limpeza, desobstrução e recomposição dos elementos de captação (buzinotes).
No caso de inexistência ou insuficiência, deverá ser feito o seu dimensionamento em função
da área de captação. De acordo com o Manual de Projeto de OAEs: “em geral, diâmetros de
100mm, espaçado de 4m, fornecem soluções bastante conservadoras”.
Os tubos (buzinotes) com pontas em bisel, devem ficar salientes da estrutura de 10 a 15 cm.
(SICRO II)

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4.5 Drenagem deficiente das vigas caixão:
Drenagem deficiente das partes internas da estrutura onde houver possibilidade de acúmulo
de água.

Serviços indicados:
Limpeza, desobstrução e recomposição dos drenos (buzinotes) das vigas caixão, ou de
partes onde possa haver acúmulo de água. O Manual de Projetos de OAEs, recomenda a
adoção de buzinotes com diâmetro mínimo de 75mm, nos pontos de cada bacia de
captação. (SICRO II)

4.6 Falta de pingadeiras no balanço das lajes:


As pingadeiras são elementos de drenagem essenciais à manutenção, ao bom aspecto das
obras-de-arte especiais e ao aumento da sua durabilidade; elas devem ser projetadas de
forma a impedir o livre escoamento das águas pluviais para a parte inferior do tabuleiro.
As fotos abaixo ilustram alguns problemas causados e/ou agravados pela falta de
pingadeiras.

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Serviços indicados:
A solução ideal seria a construção de pingadeiras de acordo com o modelo padrão do
DNER (Fig. 7, pág 45, do Manual de Projetos de OAEs do DNER); este tipo, porém, é de
difícil execução e custo elevado.
Sugere-se a alternativa da figura abaixo, constituída de placas pré-moldadas em argamassa
armada, coladas na laje em balanço com adesivo estrutural; a parte inferior da placa deve
ficar 5,0 cm saliente da estrutura. A colocação deve ser cuidadosa, com a perfeita vedação
entre a estrutura e as placas.

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4.7 Eflorescências:

Hidrólise da pasta de cimento e dissolução dos produtos de cálcio pela ação de águas puras e
brandas. Teoricamente, a hidrólise da pasta continua até que a maior parte do hidróxido de
cálcio tenha sido retirada por lixiviação; isto expõe os outros constituintes cimentícios à
decomposição química. O processo produz géis de sílica e alumina com pouca ou nenhuma
resistência e perda significativa da resistência da pasta de cimento pela lixiviação da cal
(Mehta, 1994). O fenômeno causa o aumento da porosidade do concreto, sendo similar à
osteoporose do osso humano, e pode levar, em um espaço de tempo relativamente curto, o
elemento estrutural à ruína (Souza, 1999). Quando o produto lixiviado interaje com o CO2
presente no ar, resulta na precipitação de crostas brancas de carbonato de cálcio na superfície
do concreto. O pesquisador russo Skrylnikov (1933) chamava, figuradamente, esta forma de
deterioração de “a morte branca do concreto” (Moskvin, 1980).

Eflorescências na lateral de viga Eflorescência na parte inferior da laje

Serviço/Intervenção:
Limpeza das superfícies de toda a estrutura de concreto, com jateamento de água com alta
pressão; pode ser necessária a utilização de escova de aço para a remoção completa das
eflorescências.
Pode ser necessária a recomposição do cobrimento das armaduras.

4.8 Manchas:

Ocorrência de manchas escuras no concreto, devido à contaminação por fungos, mofo, etc.,
principalmente nas superfícies expostas. Causam a redução do pH, desagregação superficial e
corrosão das armaduras.

Manchas Manchas

Serviço/Intervenção:
A limpeza das manchas pode ser feita através de jateamento de água com alta pressão.
Pode ser necessária a recomposição do cobrimento das armaduras.

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4.9 Esfoliação (desplacamento do concreto):
Ocorrência de lascas ou escamas que se destacam do concreto não resultantes de ataque
químico, devido a um ou mais dos fatores: choques, corrosão da armadura, pressão ou
expansão interior do concreto, etc.

Serviço/Intervenção:
Retirada do concreto em mau estado, com jateamento de areia/água com alta pressão e
apicoamento manual, se necessário, eliminando todo o material degradado até chegar no
concreto são.
Limpeza da armadura exposta e aplicação de pintura inibidora de corrosão.
Recomposição do cobrimento das armaduras.

4.10 Segregação (nichos ou ninhos de concreto):


Deficiência na concretagem da peça, com exposição de agregados, devido a um ou mais dos
fatores: dosagem inadequada, diâmetro máximo do agregado graúdo não condizente com as
dimensões da peça, lançamento e/ou adensamento inadequados (vibração) e taxas
excessivas e espaçamento inadequado de armaduras.

Segregação Segregação

Serviço/Intervenção:
Limpeza das superfícies através de jateamento de água com alta pressão, eliminando toda a
sujeira, material solto, etc...
Recomposição do cobrimento com argamassa estrutural em pequenas áreas e concreto
projetado em grandes áreas.

4.11 Cobrimento deficiente:


Cobrimento insuficiente, armaduras expostas com processo de corrosão adiantado.

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Serviço/Intervenção:
Retirada do concreto em mau estado, com jateamento de areia/água com alta pressão e
apicoamento manual, se necessário, eliminando todo o material degradado até chegar no
concreto são.
Limpeza de armaduras expostas e aplicação de pintura inibidora de corrosão.
Recomposição dos cobrimentos, procurando obedecer as prescrições da NB-1/2003,
conforme exposto a seguir.

Lateral de Viga Fundo e Lateral de Viga

Parte inferior de laje Pilar

A NB-1/2003, recomenda que o projeto e a execução devem considerar o cobrimento


nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução (∆c).
Quando houver um controle de qualidade rigoroso, pode ser adotado um valor ∆c=5mm. Em
caso contrário, nas obras correntes, seu valor deve ser de, no mínimo, ∆c=10 mm, o que
determina os cobrimentos nominais indicados na Tabela 3.

Tabela 4 – Correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento


nominal para ∆c=10 mm (parte da Tabela 4, NB-1/2003)

Cnom Componente Classe de agressividade ambiental (tabela 1)


mm ou elemento I II III IV
Concreto Laje 20 25 35 45
armado Viga/pilar 25 30 40 50
1)
Concreto protendido Todos 30 35 45 55
1)
Cobrimento nominal da armadura passiva que envolve a bainha ou os fios, cabos e cordoalhas,
sempre superior ao especificado para o elemento de concreto armado, devido aos riscos de
corrosão fragilizante sob tensão.

Segundo a norma, os cobrimentos nominais e mínimos são sempre, referidos à superfície


da armadura externa, em geral a face externa do estribo.

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4.12 Corrosão de armaduras:

A corrosão é um processo físico-químico gerador de óxidos e hidróxidos de ferro, produtos


que ocupam um volume significativamente superior (em até 6 vezes) ao volume corroído
das armaduras, sujeitando o concreto a elevadas tensões de tração (de até 15 MPa). Essas
tensões ocasionam a fissuração e o posterior lascamento do cobrimento do concreto
(Cánovas, 1988). No início, a corrosão se manifesta com o aparecimento de manchas
marrom avermelhadas ou esverdeadas na superfície do elemento estrutural, devido à
lixiviação dos produtos de corrosão e evoluindo com o tempo, podendo chegar até à perda
total da seção da armadura.

Manchas de corrosão Pilar

Viga Laje

Serviço/Intervenção:
Remover todo concreto deteriorado e limpar os produtos de corrosão das armaduras, com
jateamento água/areia de alta pressão.
Aplicar pintura inibidora de corrosão nas armaduras, depois da limpeza.
Reconstituir a armadura original, se houver redução maior que 10% no diâmetro das barras.
Recompor o cobrimento, procurando obedecer a NB-1/2003, com a utilização de argamassa
estrutural em pequenas áreas e concreto projetado em grandes áreas.

4.13 Problemas nas juntas de dilatação:


A junta de dilatação é uma separação física entre duas partes de uma estrutura, para que estas
partes possam se movimentar sem transmissão de esforço entre elas. A presença de material
rígido ou de material de preenchimento que tenha perdido a sua elasticidade produz tensões
indesejáveis na estrutura, podendo ocasionar fissuras nas lajes adjacentes à junta, com a
possibilidade de se propagar às vigas e pilares próximos.

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Os sistemas de vedação/enchimento da junta devem acomodar a amplitude do movimento da
mesma. O material de vedação deve garantir a estanqueidade do tabuleiro, impedindo que a
água atinja a parte inferior da estrutura.

As fotos anteriores mostram alguns problemas causados pela falta de manutenção da junta
(principalmente pela deficiência do material de vedação): infiltração de água e entrada de
detritos, obstruindo as juntas, atingindo os aparelhos de apoio e a parte inferior da estrutura.
Verifica-se também a significativa presença de vegetação e manchas escuras.

Serviço/intervenção:
• Limpeza e desobstrução;
• se necessário, retirada manual da vegetação;
• limpeza com jateamento d’água com alta pressão, deixando a junta e o aparelho de
apoio livres de qualquer tipo de detrito/entulho;

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• no caso da inexistência do material de vedação, ou que o mesmo esteja em mau
estado ou perdido a elasticidade, deve ser procedida a sua colocação ou substituição
(Jeene ou similar);
• se necessário, deve ser feita a recuperação dos berços e aplicação de composto
polimérico, conforme as especificações do fabricante;

No caso de juntas de dilatação, com dispositivos metálicos fixados com parafusos - caso de
pontes de grandes proporções com grande movimentação da estrutura - deverá ser
verificada a fixação do dispositivo, reapertando os parafusos, quando necessário. Deve ser
verificado, também, o estado das pingadeiras, normalmente em chapas de aço inoxidável.

Dispositivo em pente com dentes metálicos

4.14 Problemas em aparelhos de apoio:


Os aparelhos de apoio-de concreto (Freyssinet), metálicos, neoprene- são dispositivos que
tem por finalidade transferir cargas, acomodar deformações, diminuir vibrações.

Aparelho metálico Aparelho de neoprene

Serviço/intervenção:
Utilizar água com alta pressão para limpeza e retirada de detritos e qualquer material que
possa impedir o funcionamento como previsto no projeto. No caso dos aparelhos metálicos,
devem ser protegidos da oxidação por pintura e/ou camada de óleo inerte.

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4.15 Defeitos em barreiras e guarda-corpos:
Os danos nos guarda-corpos, na maioria dos casos, resultam de acidentes; como as
barreiras rígidas, podem ser, também, atacados por processos de deterioração do concreto
e do aço, resultando em fissuras, desplacamentos, armaduras expostas e oxidadas, etc...

Serviços indicados:
Recomposição dos guarda-corpos (pré-moldados); recuperação das barreiras rígidas.
(SICRO II)

4.16 Defeitos na pista de rolamento


.

As irregularidades no pavimento como ondulações, partes desgastadas, buracos, fazem


com que o trânsito produza impactos indesejáveis na estrutura, causando vibrações e
deslocamentos excessivos. Para os usuários, pode causar uma desagradável sensação de
insegurança.

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Serviços indicados:
Reparos na pista de rolamento, sem acréscimo de espessura. Em muitos casos pode ser
necessária a remoção de todo o pavimento asfáltico.
Uma solução que pode ser adotada é o micro revestimento asfáltico a frio com emulsão
modificada por polímero (DNER-ES 389/99). (SICRO II)
No caso de pavimento de concreto poderá ser feita a recomposição com argamassa
estrutural expansiva (graute).

4.17 Outros problemas/intervenções:

• Recomposição da sinalização vertical. (SICRO II)

• Recomposição da sinalização horizontal. (SICRO II)

• Aplicação de pintura com tinta mineral ou nata de cimento em toda a estrutura.


(SICRO II)

• Recomposição dos aterros de acesso. (SICRO II)

• Fissuras passivas (estabilizadas): aplicação de adesivo estrutural à base de epóxi,


de baixa viscosidade.

• Fogo sob as estruturas:


O fogo é bastante prejudicial ao concreto, aparelhos de apoio, etc..., devendo ser evitada a
sua ação sobre os elementos estruturais.

5. Especificações:
A execução de cada serviço deve ser orientada pela especificação correspondente,
constante das Especificações Gerais Para Obras Rodoviárias do DNER. Para os
serviços não contemplados nas Especificações Gerais, são apresentadas no anexo A,
algumas Especificações Particulares.

6. Composições:
No anexo B, estão algumas composições de serviços que não constam do SICRO II.

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7. Reforço e reabilitação

As intervenções relativas a reforço e reabilitação, devem ser objeto de Projeto Executivo de


Engenharia específico.

7.1 Reforço:

Além dos serviços de manutenção preventiva, abrange os defeitos críticos:

• Fissuras ativas: reforço da estrutura

• Esmagamento do concreto: reforço da estrutura.

• Substituição de aparelhos de apoio

• Reforço das fundações.

7.2 Reabilitação:

As modificações a serem introduzidas na obra de arte, deverão ser objeto de estudos


minuciosos, para avaliar a compatibilidade delas com a capacidade da estrutura existente
(IS – 223, das Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários,
DNER/1999).

Além das intervenções relacionadas na manutenção preventiva e no reforço, abrange os


defeitos funcionais, a saber:

• Aumento da capacidade de carga.

• Alargamento da seção transversal, para comportar os acostamentos, passeios e


barreiras.

• Passeios laterais, quando a ponte estiver localizada próxima a locais habitados.

• Barreiras rígidas de concreto (e pingadeiras). A construção deverá seguir o modelo


adotado pelo DNER (Fig. 7, pág 45, do Manual de Projetos de OAEs do DNER).

BIBLIOGRAFIA:

1. ABNT (2003) - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2003), NB-1 (NBR


6118): Projeto de estruturas de concreto”.

2. BOLDO, P. (2002) - "Avaliação quantitativa de estruturas de concreto armado de


edificações no âmbito do Exército Brasileiro", Dissertação de Mestrado, Universidade de
Brasília, DF, 295p, janeiro.

3. CÁNOVAS, M.F. (1988) - “Patologia e terapia do concreto armado”, Editora Pini, São
Paulo, 522p.

4. CASTRO, E. K. (1994) - “Desenvolvimento de metodologia para manutenção de


estruturas de concreto armado”, Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, DF,
185p, dezembro.

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5. CASTRO, E.K., CLÍMACO, J.C.T.S., NEPOMUCENO, A.A. (1995) - "Desenvolvimento de
uma metodologia de manutenção de estruturas de concreto armado", 37ª Reunião Anual
do Instituto Brasileiro do Concreto - IBRACON, Anais, Vol.1, pp. 293-307, Goiânia, julho.

6. CASTRO, E.K., CLÍMACO, J.C.T.S. (1999) - "Avaliação da estrutura de uma edificação


residencial após o reparo de elementos danificados", 41o Congresso Brasileiro do
Concreto - IBRACON, Anais, Salvador.

7. CLÍMACO, J.C.T.S.(1990) – “Repair of structural concrete involving the addition of new


concrete”, Tese de Doutorado, Polytechnic of Central London, 239p.

8. HELENE, P. (1992), “Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de concreto”.


Editora PINI, São Paulo, 211p.

9. MEHTA, P.K.; MONTEIRO, P. J. M. (1994), “Concreto, Estrutura, Propriedades e


Materiais”. Editora PINI, São Paulo, 580p.

10. MOSKVIN, V.; IVANOV, F.; ALEKSEYEV, S.; GUZEYEV, E. (1983), “Concrete and
Reinforced Concrete Deterioration and Protection”, Mir Publishers, Moscow, Russia,
400p.

11. SOUZA, V.C.M. e RIPPER, T. (1999), “Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas


de Concreto”, Editora PINI, São Paulo, 250p.

Brasília - DF, 15/03/2004.

_________________________
Engº Plinio Boldo
CREA – 03294/D-RJ
Assessoria Técnica Siscon
Contrato PP – 188/2004-00

______________________________
Engº Eduardo Calheiros de Araújo
Coordenador de Estruturas
DPP/DNIT

Coordenação de Estruturas/DPP/DNIT 18

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