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ATIVIDADE ACADÊMICA:
4423F-02 - TOPICOS ESPECIAIS - ECIVIL II
- Engenharia Civil -

CÁLCULO DA FLECHA EM ESTRUTURAS


PROTENDIDAS

– AULA COMENTADA 21 –

Prof.ª Bruna Manica Lazzari


bruna.lazzari@pucrs.br
REVISÃO SOBRE AS ETAPAS DE
COMPORTAMENTO DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS
O comportamento típico de uma viga de concreto armado ou
protendido é representado pela curva carga x deslocamento obtida
através de ensaio em laboratório. O valor P é a soma das cargas
aplicadas nos terços médios e δ é o deslocamento transversal medido
no centro do vão. Curva carga (P) x deslocamento (δ)
obtida no ensaio
Ensaio de flexão de viga
em laboratório

(Fonte: BARBIERI, 2017)


Observam-se três fases de comportamento: os estádios I, II e III.
Entre os três estádios, ocorre a variação da rigidez.
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REVISÃO SOBRE AS ETAPAS DE
COMPORTAMENTO DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS
No Estádio I, até a fissuração do concreto, a rigidez é proporcionada
basicamente pela seção bruta de concreto, com pequena contribuição
as armaduras.
Curva carga (P) x deslocamento (δ)
obtida no ensaio

ESTÁDIO I: Elástico-linear,
concreto intacto ainda resiste
à tração. Projeto não
econômico. Concreto resiste
à tração e compressão.
(Fonte: BARBIERI, 2017)

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REVISÃO SOBRE AS ETAPAS DE
COMPORTAMENTO DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS
ESTÁDIO I:
• Início do carregamento;
• Tensões atuantes menores que a resistência à tração do concreto;
• Diagrama linear de tensões – Vale Lei de Hooke;
• Momento de fissuração – limite entre Estádio 1 e 2.

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REVISÃO SOBRE AS ETAPAS DE
COMPORTAMENTO DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS
No Estádio II, as seções da região central da viga estão fissuradas
onde a rigidez resulta do concreto comprimido e do aço tracionado.
Nesta fase, portanto, a quantidade de armadura passa a ser
determinante da rigidez. A rigidez no Estádio II é menor do que no
Estádio I, conforme a redução na inclinação da curva.
Curva carga (P) x deslocamento (δ)
ESTÁDIO II: Resistência do obtida no ensaio
concreto à tração é
ultrapassada. Concreto
fissura na zona tracionada.
Concreto ainda em regime
elástico-linear na zona
comprimida. Tensão na
armadura cresce.
(Fonte: BARBIERI, 2017)
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REVISÃO SOBRE AS ETAPAS DE
COMPORTAMENTO DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS
ESTÁDIO II:
• Seção fissurada – concreto não resiste mais à tração;
• Concreto comprimido – diagrama linear – Lei de Hooke;
• Aumento do carregamento – aumento das fissuras;
• Plastificação do concreto comprimido – Término do Estádio 2.

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REVISÃO SOBRE AS ETAPAS DE
COMPORTAMENTO DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS
O escoamento da armadura representa a capacidade final da peça,
correspondendo ao Estádio III. A rigidez nesta etapa é praticamente
nula. Isto não tem importância porque os deslocamentos neste
Estádio não são de interesse do ponto de vista do desempenho,
interessando apenas a resistência.
Curva carga (P) x deslocamento (δ)
ESTÁDIO III: Armadura entra obtida no ensaio
em escoamento (deformação
cresce de forma não linear).
Zona comprimida encontra-
se plastificada. ELU –
dimensionamento.

(Fonte: BARBIERI, 2017)


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REVISÃO SOBRE AS ETAPAS DE
COMPORTAMENTO DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS
ESTÁDIO III:
• Plastificação do concreto comprimido – limite de ruptura;
• Diagrama parábola-retângulo para o concreto;
• Deformação na armadura cresce de forma não linear - escoamento;
• ELU – dimensionamento.

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CÁLCULO DA FLECHA EM ESTRUTURAS PROTENDIDAS

As verificações dos Estados-Limites de Serviço relativos a


deformações, fissuração do concreto e abertura de fissuras são
realizadas nos Estádios I e II. Neles, o concreto à compressão e o aço
são considerados em comportamento elástico.

No Estádio I, as verificações são realizadas conforme a Resistência dos


Materiais, levando em conta apenas a homogeneização das seções,
que é a consideração da contribuição do aço na rigidez do elemento.

No Estádio II, o cálculo da inércia e, portanto, das tensões e


deslocamentos demanda a determinação da posição da linha neutra
na seção fissurada, o que depende do equilíbrio de forças sem levar
em conta a resistência à tração do concreto.

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CÁLCULO DA FLECHA EM ESTRUTURAS PROTENDIDAS

O grande benefício da protensão se dá quanto ao desempenho em


serviço, impedindo ou retardando o surgimento das fissuras e
aumentando a rigidez do elemento sob a ação da combinação de
serviço para a qual a verificação da flecha é exigida;

O cálculo da flecha deve ser sempre realizado para a verificação em


serviço do estado-limite de deformações excessivas, em que é
necessário considerar uma combinação quase permanente ELS-DEF
(CQP);

Conforme a NBR 6118/2014, para atender ao ELS-DEF (CPQ) e assim


proporcionar um adequado comportamento da estrutura em serviço,
é necessário verificar os deslocamentos limites, fornecidos pela tabela
13.3.
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CÁLCULO DA FLECHA EM ESTRUTURAS PROTENDIDAS
Tabela 13.3 NBR 6118/2014: Limites para deslocamentos

Esta tabela indica os


critérios mínimos que
devem ser respeitados
no cálculo da flecha.
Porém, valores mais
rígidos podem ser
adotados de acordo com
as demandas de projeto
definidas pelo
proprietário do
empreendimento.

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CÁLCULO DA FLECHA EM ESTRUTURAS PROTENDIDAS

O cálculo da flecha deve ser realizado através de modelos que


considerem a rigidez efetiva das seções do elemento estrutural.
Assim, estas verificações devem levar em consideração a presença da
armadura, a existência de fissuras no concreto ao longo dessa
armadura e as deformações diferidas no tempo;

Nos casos de protensão completa ou limitada, quando não ocorre


fissuração na seção de momento máximo, todo o vão é considerado
trabalhando no Estádio I. As flechas são então obtidas através das
soluções das equações diferenciais da linha elástica, as quais estão
disponíveis em livros e tabelas da resistência dos materiais.

No caso de protensão parcial, quando as tensões de tração


ultrapassam a resistência do concreto em parte do vão, há seções
trabalhando no Estádio II e outras ainda no Estádio I.
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CÁLCULO DA FLECHA EM ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Neste caso (protensão parcial), devem ser determinadas as


propriedades geométricas da seção fissurada, desprezando-se o
concreto tracionado, para o cálculo da rigidez equivalente (EI)eq. Para
uma avaliação aproximada da flecha imediata, pode-se utilizar a
expressão de rigidez equivalente dada a seguir:

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CÁLCULO DA FLECHA EM ESTRUTURAS PROTENDIDAS

De forma resumida, para o cálculo da flecha em vigas, podem ser


utilizadas as equações da resistência dos materiais para avaliar os
deslocamentos imediatos na estrutura, considerando as propriedades
geométricas efetivas da respectiva seção (levando em conta, quando
for o caso, a fissuração do material).

Sendo assim, a flecha da combinação quase permanente de serviço


ELS-DEF (CQP) é o resultado da soma dos efeitos das cargas
permanentes (incluindo a força de protensão) e das cargas variáveis.
Para a consideração do efeito da protensão, a flecha devido a este
carregamento pode ser obtida através do método das cargas
equivalentes.

ASSUNTO DA AULA 22

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ATIVIDADE ACADÊMICA:
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- Engenharia Civil -

CÁLCULO DA FLECHA EM ESTRUTURAS


PROTENDIDAS

– AULA COMENTADA 21 –
Obrigada pela atenção!
Prof.ª Bruna Manica Lazzari
bruna.lazzari@pucrs.br

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