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ELU/ELS E O CONFRONTO COM O MÉTODO DAS BIELAS E

TIRANTES NO CÁLCULO DE VIGAS DE TRANSIÇÃO


ULTIMATE LIMIT STATE/SERVICEABILITY LIMIT STATE AND THE
CONFRONT WITH DE STRUT AND TIE METHOD IN THE CALCULATION OF
TRANSITION BEAMS
Henrique Cesar Campagnolo Gimenes
Mestrando, Especialista em Estruturas, Engenheiro Civil – Sócio proprietário da HG Projetos
Estruturais, Maringá – PR henriquegimenes@gmail.com
HG Projetos Estruturais, Avenida Presidente JK de Oliveira, 1202 – Sobreloja, Sala02.
Maringá – PR, CEP: 87010-440, telefone: (44) 99964-8212, Brasil.

Resumo
O cálculo de vigas de transição é uma etapa de muito zelo, reponsabilidade e cautela no cotidiano de
escritórios de engenharia de projetos estruturais. Frequentemente ele é feito as luzes do ELU, o qual pode-
se basear na teoria da flexão e cisalhamento simples e verificado posteriormente o ELS, com o cálculo da
formação de fissuras, abertura de fissuras e deformação excessiva. Contudo, em alguns casos particulares
de tais vigas, esse método de cálculo torna-se impreciso, com resultados arrojados e precipitados se
distanciando da boa prática da segurança. Casos em que a altura da viga de transição é demasiadamente
grande, a teoria de flexão e cisalhamento deixa de ser satisfatória, sendo necessário o cálculo pela
abordagem do Método das Bielas e Tirantes, Strut and Tie Method. Com grandes alturas, essas vigas
passam a ter o comportamento de vigas-paredes, desenvolvendo campos de tensões de tração e
compressão, unidos por nós. Entretanto, tal informação não é largamente conhecida nos escritório de
projetos, sendo que a maioria dos profissionais continua calculando vigas de transição com grandes alturas
as luzes da flexão e cisalhamento, pensando que as verificações de ELU/ELS são suficientes para garantir
a segurança e bom desempenho de tais estruturas. Nesse contexto, esse trabalho tem como objetivo expor
tal alarde exemplificando o cálculo de uma viga de transição sobre a ótica dos dois métodos e comparando
seu resultados, os quais revelam que existe uma diferença significativa na taxa de armadura transversal de
uma viga calculada e verificada pelo ELU/ELS em relação ao MBT.
Palavra chave: Vigas de transição, ELU/ELS, MBT, taxa de armadura transversal.

Abstract
The calculation of transition beams it is a stage with great zeal, responsibility and caution in the daily bases
of structures engineering offices. Often it is done by the guide of the ULS, which one can be based on the
flexion and simple shear theory and aftermost a verification in the SLS, with the calculation of crack
formation, crack opening and excessive deformation. Nevertheless, in a few particular cases of such beams,
this method of calculation become inaccurate, with dashing and precipitates results, which are far away from
the good practicing of safety. Cases with transition beams with high values of height the flexion and shear
theory are no longer representative, being now necessary the calculation by the approach of the Strut and
Tie Method. With great heights, those beams go by the behavior of wall-beams, developing traction and
compression tension fields, united by joints. However, such information is not widely known structures
engineering offices, which with the majority of the professionals still calculating transition beams with great
heights by the lights of the flexion and simple shear, thinking that those verifications of ULS/SLS are enough
to ensure the safety and good development of those structures. On this context, this paper objective is to
show this boasting information exemplifying the calculation of a transition beam by the optics of the two cited
methods and comparing they’re results which are substantially different in the rate of transversal
reinforcement of a beam calculated by the ULS/SLS and the STM.
Keywords: Trasition beams, ULS/SLS, STM, rate of transversal beams.

1 Introdução
Há várias décadas, o cálculo de vigas de transição é feito sobre as hipóteses
básicas da teoria clássica do concreto, juntamente com a Hipótese de Bernoulli e
considerando a flexão e o cisalhamento simples como esforços principais. Em seguida é
feito o dimensionamento estrutural em ELU e verificada a seção em ELS. Essa rotina é
1
consagrada e amplamente aplicada no âmbito acadêmico e profissional. Com o advento
dos microcomputadores, métodos numéricos e softwares de cálculo de dimensionamento
e detalhamento cada vez mais avançados, tal prática ganhou muitos adeptos, porém um
efeito indesejado também incorreu.
O desapego, desatenção e desinteresse sobre as chamadas Regiões D, mostrou-
se frequente e comum quando se trata de vigas de transição. Regiões D são regiões
especiais e particulares dos elementos estruturais, onde a Hipótese de Bernoulli não pode
ser admitida, geralmente, tais regiões são pontos de aplicação de carga, descontinuidade
geométrica e mudança severa de direção nos elementos, podendo ocorrer em vigas,
consolos, dentes-gerber, blocos de fundação, nichos de protensão e outros. O sufixo “D”
do termo, diz espeito a descontinuidade, disturbed do inglês, que quer dizer perturbado,
incomodado. De forma geral, uma região com perturbações, ocorrências particulares e
singularidades.
Segundo Souza et al. nessas regiões de descontinuidade e perturbação as
deformações oriundas do esforço cortante passam a ser relevantes no dimensionamento
do elemento estrutural e a adoção de métodos convencionais, as luzes da Hipótese de
Bernoulli, passa a resultar em soluções duvidosas, imprecisas ou inseguras.
As vigas de transição normalmente têm sua dimensão da altura em grandes
medidas, devido ao fato que são vigas que suportam carga pontuais de pilares, que não
podem descer até o nível da fundação, por razões arquitetônicas ou técnicas. Essas vigas
deveriam ser classificadas e tratadas como vigas-paredes, pois tem seu comportamento
regido em sua totalidade pelas Regiões D, em razão de que o elemento todo é uma
região D, a zona de perturbação é estendida ao longo do elemento na medida de duas
vezes a altura do mesmo, como ilustra a Figura 01.

Figura 1 – Comprimento da Região D


(Fonte: ACI 318(2011) - Adaptado)

A condução de uma análise em vista das Regiões D só é aplicada em escritórios


de alto nível. Na maioria casos, tal análise é feita em situações impares e em caráter
investigativo, sobe a prerrogativa de uma segunda avaliação sobre um cálculo já feito pela
flexão, cisalhamento e Hipótese de Bernoulli. Tal relutância pode ser atribuída pelo fato de
que o cálculo feito com as hipóteses clássicas, seguido de uma análise no ELU e a
verificação no ELS seja suficiente para o detalhamento, funcionamento e adequação
satisfatório do elemento estrutural calculado.
Diversas pesquisas têm demostrado a importância da utilização das Regiões D no
cálculo e dimensionamento de vigas de grandes alturas, Souza et al.e Souza e Bittencourt
mostram que a taxa de armadura de cisalhamento obtida com a norma brasileira vigente
da época, a qual é baseada no ELU/ELS, é substancialmente diferente da obtida com o
Método das Bielas e Tirantes.
Nesse cenário, o presente trabalho tem por objetivo salientar a diferença brusca de
resultados no cálculo de uma viga de transição sobre o foco do ELU e a verificação nos
ELS ante o cálculo do mesmo ente estrutural na perspectiva do Método das Bielas e
Tirantes.

2
2 Estado limite último
Segundo a NBR 6118 (2014) estado limite último é atingido quando a estrutura
entra em colapso, ruína estrutural de qualquer forma e isso resulte na paralisação do uso
da estrutura.
2.1 Hipóteses básicas de elementos lineares sujeitos a solicitações normais
As hipóteses básicas da teoria clássica para o cálculo de esforços resistentes de
uma seção, segundo a NBR 6118 (2014) são:
I. As seções transversais planas se mantêm planas após a deformação;
II. A aderência das superfícies concreto-aço é tida como perfeita;
III. O concreto fissurado é desprezado aos esforços de tração no ELU;
IV. A deformação do aço, tanto na compressão quanto na tração, deve ser a
mesma do concreto, nas regiões próximas aos dois elementos;
V. A tensão da armadura deve ser obtida a partir dos diagramas de tensão-
deformação previstos em norma;
VI. A distribuição da tensão no concreto é feita de acordo com o diagrama
retangular, conforme a Figura 2;
VII. O Estado Limite Último é caracterizado quando as deformações na seção
transversal coincidir com um dos domínios definidos na Figura 3.

Figura 2 – Diagrama parábola-retângulo e retângulo equivalente


(Fonte: Pinheiro (2011) - Adaptado)

Figura 3 – Domínios de um estado limite último de uma seção transversal


(Fonte: NBR 6118 (2014)
3
A ruptura da seção pode ocorrer por deformação plástica excessiva do aço e pelo
encurtamento-limite do concreto. Já a ruptura convencional por deformação plástica
excessiva ocorre limitada sobre os seguintes domínios:
a) Reta a: Tração uniforme;
b) Domínio 1: Tração não uniforme, sem compressão;
c) Domínio 2: Flexão simples ou composta sem ruptura á compressão do
concreto ( 𝜀𝑐 < 𝜀𝑐𝑢 e com máximo alongamento permitido).
d) Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2012) a ruptura convencional por
encurtamento-limite do concreto ocorre nos seguintes domínios:
I. Domínio 3: Flexão simples, seção sub-armada, ou flexão composta. A
seção resistente é composta por aço tracionado e concreto comprimido,
com ruptura do concreto comprimido e com escoamento do aço. Ruina
com grandes deformações;
II. Domínio 4: Flexão simples, seção super-armada, ou flexão composta. A
seção resistente é composta por aço tracionado e concreto comprimido,
com ruptura do concreto comprimido e aço tracionado sem escoamento.
Ruina frágil sem advertência.
III. Domínio 4a: Flexão composta com armaduras comprimidas;
IV. Domínio 5: Compressão não uniforme, sem tração;
V. Reta b: Compressão uniforme.

2.2 Cisalhamento
Segundo a NBR 6118 (2014) a verificação do estado limite último de uma seção
transversal de concreto armado, deve ser considerada satisfatória, quando for verificada
em simultaneidade as condições expostas abaixo:

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2 1
𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑆𝑊 2

em que:
𝑉𝑆𝑑 : Força cortante solicitante de cálculo;
𝑉𝑅𝑑2 :Força cortante resistente de cálculo, relativa a ruína das
diagonais comprimidas de concreto, de acordo com os modelos
indicados em 17.4.2.2 e 17.4.2.3;
𝑉𝑅𝑑3 : Força cortante resistente de cálculo, relativa à ruina por tração
diagonal, onde 𝑉𝑐 é a parcela de força cortante absorvida por
mecanismos complementares ao da treliça e 𝑉𝑆𝑊 é a parcela
resistida pela armadura transversal, de acordo com os modelos
indicados em 17.4.2.2 e 17.4.2.3.

Neste estudo foi adotado o valor do cortante no centro do apoio, sem a parcela de
redução permitida pela norma do cortante na face do elemento, próximo ao apoio.
2.2.1 Modelo de cálculo I
No modelo de cálculo I as diagonais de compressão estão inclinadas em 45º em
relação ao eixo longitudinal da viga e admite que 𝑉𝑐 tenha valor constante, independente
de do valor de 𝑉𝑆𝑑 .
2.2.1.1 Verificação da compressão da diagonal do concreto:
3
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ 𝛼𝑣2 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑

4
em que:
𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 = 1 − [𝑀𝑃𝑎]
250

𝑓𝑐𝑑 : Resistência de cálculo à compressão de concreto;


𝑏𝑤 : Largura da viga;
𝑑: Altura útil da viga.

2.2.1.2 Cálculo da armadura transversal:


4
𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑆𝑊

em que:
𝑉𝑐 = 0,6 ∙ 𝑓𝑐𝑡𝑑 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑

𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑆𝑊 = ( ) ∙ 0,9 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓𝑦𝑤𝑑 ∙ (𝑠𝑒𝑛𝛼 + 𝑐𝑜𝑠𝛼)
𝑠

𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓
𝑓𝑐𝑡𝑑 = ∴ 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,7 ∙ 𝑓𝑐𝑡𝑚 ∴ 𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 ∙ 𝑓𝑐𝑘 2/3
𝛾𝑐

em que:
𝐴𝑆𝑊 : Área da seção transversal dos estribos;
𝑠: Espaçamento dos estribos;
𝑓𝑦𝑤𝑑 : Resistência característica ao escoamento do aço da armadura
transversal;
𝛼: Inclinação dos estribos em relação ao eixo do elemento estrutural.

2.2.1.3 Cálculo da armadura transversal mínima


Todos os elementos lineares submetidos a força cortante, devem conter armadura
transversal mínima constituída por estribos, com taxa geométrica igual a:

𝐴𝑆𝑊 𝑓𝑐𝑡𝑚 5
𝜌𝑆𝑊 = ≥ 0,2 ∙
𝑏𝑤 ∙ 𝑠 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑓𝑦𝑤𝑘

Aplicando na equação de Vsw, resulta em:

𝐴𝑆𝑊,𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑤𝑠,𝑚í𝑛 ∙ 0,9 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓𝑦𝑤𝑘 6

3 Estado limite de serviço


Para a verificação dos estados limites de serviço é necessário o cálculo dos
seguintes parâmetros.
3.1 Verificação da formação de fissuras
O momento de fissuração é dado por:

𝛼 ∙ 𝑓𝑐𝑡 ∙ 𝐼𝑐 7
𝑀𝑟,𝐹𝐹 =
𝑦𝑡
5
em que:
𝛼 = 1,5 – seção retangular;
𝑓𝑐𝑡 = 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 − Estado limite de formação de fissuras;
𝐼𝑐 : Momento de inércia da seção bruta de concreto;
𝑦𝑡 : Distância do centro de gravidade a fibra mais tracionada.

3.1.1 Momento de inércia no estádio II


O momento de inércia no estádio II é dado pela seguinte expressão:

𝑏𝑤 ∙ 𝑥23 8
𝐼2 = + 𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 ∙ (𝑑 − 𝑥2 )2
3

em que:
𝑥2 : Altura da linha neutra da seção fissurada;
𝐸
𝛼𝑒 = 𝐸𝑠 ∶ Fator de correspondência aço/concreto;
𝑐
𝐴𝑠 : Armadura de aço.

3.1.1.1 Altura da linha neutra da seção fissurada no Estádio II


A altura da linha neutra da seção fissurada no estádio II é obtida pela resolução da
seguinte equação do segundo grau:

𝑏𝑤 ∙ 𝑥22 9
+ 𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 ∙ 𝑥2 − 𝛼𝑒 ∙ 𝐴𝑠 ∙ 𝑑 = 0
2

3.2 Verificação da deformação excessiva


O momento de fissuração para deformação excessiva é dado por:

𝛼 ∙ 𝑓𝑐𝑡𝑚 ∙ 𝐼𝑐 10
𝑀𝑟,𝐷𝐸 =
𝑦𝑡

Para o valor do cálculo da flecha deve-se utilizar o valor de momento de inércia


equivalente dado pela Equação 11:

𝑀𝑟,𝐷𝐸 3 𝑀𝑟,𝐷𝐸 3 11
𝐼 = 𝐼𝑒𝑞𝑢 =( ) ∙ 𝐼𝑐 ∙ + [1 − ( ) ] ∙ 𝐼2
𝑀𝑑 𝑀𝑑

em que:
𝑀𝑑 : Momento fletor da combinação rara;

E usando o módulo de elasticidade secante, dado pela seguinte Equação 12:

𝐸 = 𝐸𝑐𝑠 = 4760 ∙ 𝑓𝑐𝑘 1/2 12

3.2.1 Flecha Imediata


A flecha imediata pode ser calculada por equações consagradas da resistência do
materiais, método das seções ou por meio de softwares de cálculo de esforços de
estruturas, no caso em particular foi utilizado o software Ftool.
6
3.2.2 Flecha deferida no tempo
A flecha deferida no tempo pode ser obtida segunda a Equação 13:

𝑎𝑡 = 𝛼𝑓 ∙ 𝑎𝑖 13

em que:

𝑎𝑖 : Flecha imediata;
∆𝜉
𝛼𝑓 = 14
1 + 50𝜌′

em que:
𝐴𝑠′
𝜌′ = 𝑏 : Taxa de armadura negativa;
𝑤 ∙𝑑
ξ : Coeficiente em função do tempo, obtido na tabela 17.1 da NBR
6118 (2014)

3.2.3 Flecha Total


A flecha total é obtida pela seguinte Equação 15:

𝑎𝑡 = 𝑎𝑖 (1 + 𝛼𝑓 ) 15
3.2.4 Flechas limites
Segundo a NBR 6118 (2014) a flecha limite para elementos de concreto armado
para acessibilidade sensorial é dado pela seguinte equação:

𝐿 16
𝑎𝑙𝑖𝑚 =
250

em que:
𝐿: Vão livre da viga.

3.3 Verificação da abertura de fissuras


Segundo a NBR 6118 (2014) para o cálculo de abertura de fissuras os seguintes
parâmetros devem ser calculados:
3.3.1 Momento fletor da combinação frequente
Para o caso em questão o momento é expresso por:

𝑀𝑑,𝑓𝑟𝑒𝑞 = 𝑀𝑔𝑘 + 𝑀𝑝𝑘 + 𝛹1 𝑀𝑞𝑘 17

em que:
𝑀𝑔𝑘 : Momento fletor das cargas de peso próprio;
𝑀𝑝𝑘 : Momento fletor das cargas permanentes;
𝑀𝑞𝑘 : Momento fletor das cargas variáveis;
𝛹1 : Momento fletor das cargas permanentes.

7
3.3.2 Abertura de fissuras
Para o cálculo da abertura de fissuras, w, é assumido o menor valor entra as duas
expressões:
∅𝑖 𝜎𝑠𝑖 3 ∙ 𝜎𝑠𝑖 18
𝑤1 = ∙ ∙
12,5 ∙ 𝜂𝑖 𝐸𝑠𝑖 𝑓𝑐𝑡𝑚
𝑤≤
∅𝑖 𝜎𝑠𝑖 4
𝑤2 = ∙ ∙ ( + 45)
{ 12,5 ∙ 𝜂𝑖 𝐸𝑠𝑖 𝜌𝑟𝑖

em que: 𝑀𝑑,𝑓𝑟𝑒𝑞. 19
𝜎𝑠𝑖 =
0,8 ∙ 𝑑 ∙ 𝐴𝑠

em que:

∅𝑖 : Diâmetro da área de envolvimento em exame;


𝐸𝑠𝑖 : Módulo de elasticidade do aço na área de envolvimento
em exame;
𝜌𝑠𝑖 : Taxa de armadura em relação a área crítica;
1,0
𝜂1 = { 1,4 – para barras lisas, dentadas e nervuras.
2,25

Figura 4 – Concreto de envolvimento de armadura


(Fonte: NBR 6118 (2014)

4 Método das bielas e tirantes


Segundo Souza (2004) a maioria dos elementos estruturais de engenharia podem
ser dimensionados segundo a Hipótese de Bernoulli, onde seções planas permanecem
planas e a distribuição de deformações é linear ao longo da seção, para todos os casos
de carregamento. Tais elementos têm regiões chamadas Regiões B, beam-like regions ou
Bernoulli.
Existe outro grupo de elementos que esta hipótese não pode ser aplicada, neles
existem regiões chamadas de Regiões D, disturbed regions ou descontinuidade. Nessas
regiões há mudanças bruscas de carregamento, geometria e seção transversal. Em tais
locais, as tensões de cisalhamento são significativas, sendo então necessária uma
abordagem diferente.
A NBR 6118 (2014) apresenta situações típicas de manifestação de regiões D,
conforme a Figura 4.

8
Segundo Silva (2000) a utilização de modelos de treliça para o dimensionamento e
cálculo de armaduras de vigas de concreto armado tem menção no início do século XX,
quando os autores Ritter e Morsch introduziram a clássica “Analogia de Treliças”. No
decorrer dos tempos, vários pesquisadores sugeriram modificações no modelo de cálculo,
com o intuito de aperfeiçoamento e adequação a resultados experimentais.
Na década de 80 alguns pesquisadores publicaram trabalhos relacionados a essa
área, Schlaich e Schafer (1987) sugeriram a utilização do método das bielas e tirantes de
modo amplo para o dimensionamento de alguns elementos estruturais, como: vigas-
parede, dentes-gerber, consolos, aberturas em vigas, ligação viga-pilar, sapatas e blocos
sobre estacas.

Figura 5 – Situações típicas de regiões D


(Fonte: NBR 6118 (2014)

Marti (1985), sobre as luzes da teoria da plasticidade, propôs a aplicação de seus


modelos para dimensionamento de armaduras longitudinais e transversais de vigas de
concreto armado. Introduzindo critérios básicos, utilizando as ideias de bielas, tirantes,
nós, leques e arcos, fez possível o desenvolvimento de modelos apropriados.
Com a comparação de ensaios, Cook e Mitchell (1998) corroboraram a exatidão
dos modelos ao projeto de vigas-paredes, consolos e vigas com descontinuidades
geométricas.
Existem códigos normativos que recomendam a utilização desses modelos e
sugerem parâmetros para valores de resistência das bielas e regiões nodais. O ACI 318
(2011), CEB-FIP (1990), a norma canadense CSA-A23.3-94 e a NBR 6118 (2014) são
alguns deles. Em relação à norma NBR 6118 (2014) tais parâmetros são recentes,
incluídos somente na revisão de 2014 e estes serão utilizados nesse estudo.

9
Figura 6 – Modelo de treliça de uma viga parede
(Fonte: Souza (2004) – adaptado)

Segundo MacGregor (2002), as regiões D podem ser concebidas com a


modelagem utilizando a “Análise de Treliça”, onde o concreto estará submetido a tensões
de compressão, trabalhando como escoras, as armaduras estarão tracionadas, servido de
tirantes, esse sistema todo é unido por nós.
Nos nós acontece à transferência de esforços, entre escoras, tirantes e apoios fixos
das estruturas. Essa idealização corresponde á estrutura do Método das Bielas –
correspondente em inglês Strut-and-Tie models sobe a sigla de STM em inglês.
4.1 Tipo de escoras e seus parâmetro de resistência
As escoras são divididas em três configurações típicas, segundo Schlaich e
Schafer (1991) são:
a) Escoras em leque: é um campo de tensão onde a curvatura é desprezada e
não gera tensões transversais;
b) Escoras garrafa: é um campo de tensão com trajetória abaulada ou curva
contendo tensões transversais de tração. Tais tensões podem vir a causar
fissuras longitudinais sendo então necessária a existência de armaduras
transversais nessa escora;
c) Escoras prismáticas: é um campo de tensão com distribuição uniforme e
constante.

Figura 7 – Campos de tensão e compressão


(Fonte: Souza (2004) – adaptado)

10
Segundo a NBR 6118 (2014), as tensões de compressão nas escoras assumem os
seguintes valores:

𝑓𝑐𝑑1 = 0,85 ∙ 𝛼𝑣2 ∙ 𝑓𝑐𝑑 20


𝑓𝑐𝑑2 = 0,60 ∙ 𝛼𝑣2 ∙ 𝑓𝑐𝑑 21
𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 = 1 − 𝑒𝑚 [𝑀𝑃𝑎]
250

em que:
𝑓𝑐𝑑1 : Tensão resistente máxima no concreto, em verificação pelo
Método de Bielas e Tirantes, em regiões de tensão de compressão
transversal ou sem tensões de tração transversal e em nós com
bielas de compressão somente;
𝑓𝑐𝑑2 : Tensão resistente máxima no concreto, em verificação pelo
Método de Bielas e Tirantes, em regiões de tensão de tração
transversal e em nós onde há o trânsito de dois ou mais tirantes.
𝑓𝑐𝑑 : Resistência de cálculo à compressão de concreto;
𝑓𝑐𝑘 : Resistência característica à compressão de concreto.

De forma simplificada a norma brasileira sugere que para escoras do tipo garrafa o
valor de tensão máxima de compressão 𝑓𝑐𝑑2 e para escoras do tipo prismáticas o valor de
tensão máxima de compressão 𝑓𝑐𝑑1 .
4.2 Nós e seus parâmetros de resistência
Os nós são divididos em dois tipos, segundo Schlaich e Schafer (1991) são:
a) Nós contínuos: nós com dimensões suficientes para ancoragem das
armaduras e para desviar os campos de tensões;
b) Nós singulares: nós com existência de cargas concentradas aplicadas e
desvio local das mesmas. São nós de interesse especial, deve-se fazer o
equilíbrio das forças sem a ocorrência deformações excessivas ocasionando
fissuras.

Figura 8 – Tipologia de nós


(Fonte: ACI 318 (2011) – adaptado)
11
Segundo o ACI – 318 (2011) os nós podem ser classificados da seguinte maneira:
a) CCC – nó que resiste a três forças de compressão;
b) CCT – nó que resiste a duas forças de compressão e uma de tração;
c) CTT – nó que resiste a duas forças de tração e uma força de compressão;
d) TTT – nó que resiste a três forças de tração.
Segundo a NBR 6118 (2014), o parâmetro de resistência nos nós é dado pela
Equação 22:

𝑓𝑐𝑑3 = 0,72 ∙ 𝛼𝑣2 ∙ 𝑓𝑐𝑑 22

em que,
𝑓𝑐𝑑3 : Tensão resistente máxima no concreto, em verificação pelo
Método de Bielas e Tirantes, em nós com tirante associado.

4.3 Tirantes e seus parâmetros de resistência


Na grande maioria dos casos, os tirantes são representados por barras de aço
entalhadas convencionais no Método das Bielas, em razão da baixa resistência à tração
do concreto. Tais barras são distribuídas em uma única camada ou em múltiplas, ao longo
da seção de concreto.
Devido a isso, a largura do tirante é considera igual à altura da camada de barras
distribuídas, já na situação de camada única, a largura do tirante é admitido como duas
vezes o cobrimento do concreto mais o diâmetro da barra de aço.
O parâmetro de resistência utilizado é a tensão de escoamento e seu
dimensionamento é obtido pela Equação 23:

𝑅𝑠𝑡 23
𝐴𝑠 =
𝑓𝑦𝑑

em que, 𝐴𝑠 : Área de aço do tirante;


𝑅𝑠𝑡 : Força atuante no tirante;
𝑓𝑦𝑑 : Tensão de escoamento de cálculo no tirante.

4.3.1 Largura dos elementos


A largura do tirante 𝑤𝑡 pode ser definida quando já se conhece as quantidades de
armadura da seção. Segundo Reineck apud Souza (2004) a largura assume os seguintes
valores:
a) 𝑤𝑡 = ∅, para uma camada de armadura de diâmetro ∅ com ancoragem
dentro do nó;
b) 𝑤𝑡 = ∅ + 2 ∙ 𝑐, para uma camada de armadura e ancoragem atravessando o
nó de um comprimento de pelo menos 2c;
c) 𝑤𝑡 = ∅ + 2 ∙ 𝑐 + 𝑛 ∙ 𝑠, para “n” camadas de armaduras espaçadas de “s”, não
maior que 1,5 vezes a largura do apoio ou da placa de apoio.
Dessa forma o nó inferior terá suas dimensões restringidas pela largura da placa de
apoio e pela largura dos tirantes. A largura da escora inclinada, 𝑤𝑠 , é dada pelo
comprimento do segmento de reta perpendicular á esta escora, ela é definida pela
Equação 24:

12
𝑤𝑠 = 𝑤𝑡 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑙𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜃 24

em que, 𝑤𝑠 : Largura da escora interna inclinada;


𝑤𝑡 : Largura do tirante;
𝜃: Inclinação da escora concorrente no nó;
𝑙𝑏 : Comprimento de apoio ou placa de apoio.

4.3.1.1 Cálculo da armadura para o controle de fissuração segundo o ACI 318 (2011)
Segundo o ACI 318 (2011) o cálculo da armadura vertical e horizontal para o
controle da fissuração deve seguir as seguintes equações:

𝑎𝑠𝑣 = 0,25 ∙ 𝑏𝑤 25
𝑎𝑠ℎ = 0,15 ∙ 𝑏𝑤 26

Simultaneamente deve obedecer a Equação XX:

𝐴𝑠𝑖 27
∑ ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝑦𝑖 ) > 0,003
𝑏𝑖

em que, 𝐴𝑠𝑖 : Área de aço da armadura;


𝑏𝑖 : Largura da viga;
𝑦𝑖 : Ângulo formado entre as armadura vertical e horizontal.

5 Exemplo
Para ilustrar as diferentes respostas obtidas, quando feito o cálculo de uma viga de
transição pelo ELU/ELS e confrontado pela Método das Bielas e Tirantes será proposto o
cálculo da seguinte viga de transição, ilustrada na Figura 9:





  


  







  


  




Figura 9 - Forma da viga de transição em planta

13
          



 
 



  
 

    



Figura 10 – Detalhe da viga de transição em vista

Trata-se de uma viga de transição do edifício estudado na disciplina Análise de


Estruturas Auxiliadas por Computador do programa de mestrado PCV na Universidade
Estadual de Maringá.
O edifício estudado foi concebido em concreto armado moldado in-loco, cujas lajes
são de tipologia nervuradas com formas plásticas removíveis, popularmente conhecidas
por “cubetas” com altura de 30 cm e pé-direito estrutural de 3,00 m. O modelo do edifício
tinha 18 pavimentos, sendo uma cobertura, 13 pavimentos tipos, dois pavimentos da
caixa d’agua, que eram o piso e a cobertura da mesma e dois pavimentos de
embasamento
Esse edifício foi modelado usando o software de cálculo estrutural CAD/TQS
(2016), versão 19.1 – Versão Plena. Na concepção dos parâmetros para modelagem da
estrutura, foi considerado um modelo integrado e flexibilizado de pórtico espacial com
lajes em um modelo de grelha nervurada, para os pavimento piso e cobertura.
Em relação aos materiais, foi considerada a classe C30 para concreto, aço CA50A
para armadura longitudinal e CA60 para a transversal em uma estrutura de nós fixos, com
classe de agressividade ambiental II, para ambientes urbanos. O cobrimento é de 3,00 cm
e a distância d’, do centro de gravidade da armadura longitudinal à borda mais próxima,
foi estimado em 6,50 cm.
Admitiu-se na lajes uma carga de uso de 1,50 kN/m² e uma carga permanente,
com revestimento e regularização, de 1,00 kN/m² e alvenaria de parede de tijolos furados
sobre as vigas do piso com 15,00 cm de largura acabadas, 3,00 m de altura e peso
específico aparente de 12,00 kN/m³ quando pronta.
Foi considerada também a ação do vento na estrutura, conforme a NBR 6123:1987
com velocidade básica de 45,0 m/s, fator de terreno S1 = 1,00, categoria de rugosidade I,
classe de edificação B e fator estatístico S3 = 1,00. Para o coeficiente de arrasto,
considerou-se o valor 1,28 para nas direções 90º e 270º (perpendicular à direção de
menor inércia) e 1,20 nas direções 0º e 180º (perpendicular à direção de maior inércia).
No primeiro pavimento, nomeado transição, tinha a viga de transição V16 (54/180)
a qual suportava o pilar P25 (25/135) que nascia nesse pavimento de transição e morria
na cobertura da caixa d’agua.
Após o processamento do edifício no software descrito acima obteve-se os
seguintes diagramas de esforços:

14
 



Figura 11 - Diagrama de momento fletor característico [kN.cm]








Figura 12 - Diagrama de esforço cortante característico [kN]

Com isso em mãos será realizado o dimensionamento, detalhamento e


quantificação de aço segundo os métodos dos ELU/ELS e Método das Bielas e Tirantes.
5.1 Análise no ELU
5.1.1 Flexão
Para o cálculo na flexão da viga V16 foram adotados e calculados os seguintes
dados de entrada:
I. Dados geométricos:
 H = 180,0 cm; bw = 54,0 cm; cobrimento = 3,00cm;
 d = 170,0 cm; d’ = 10,0cm;
II. Dados da armadura:
 ØL =12,5 mm; yL = 11,50 cm;
III. Dados dos materiais:
 Fck = 30,0 MPa; Aço = CA50; Es = 210.000,00 MPa;
 Eci =30.672,46 MPa; Fyd = 43,48 kN/cm²; Fcd = 2,14 kN/cm²;
IV. Esforços:
 Mfk = 469.057,00 kN.cm;
 Vsk = 1.423,80 kN;
15
V. Domínio:
 Beta X = 0,333
Com isso temos a armadura longitudinal calculada igual a 102,51 cm² e adotada 21
Ø 25,0 mm que resulta em 102,90 cm².
5.1.2 Ancoragem no apoio
Para o cálculo da ancoragem no apoio foram adotados e calculados os seguintes
dados de entrada:
I. Resistência de aderência:
 fctm = 0,29 kN/cm²; fctk,inf = 0,20 kN/cm²; fctd = 0,14 kN/cm²;
 fbd = 0,33 kN/cm²;
II. Comprimentos de ancoragem:
 lb = 83,29 cm; lb,mín = 25,02 cm; lb, disp. = 37,00cm;
III. Armadura necessária no apoio:
 Vsd, máx = 1.993,32 kN; Vc = 797,69 kN; al/d = 0,83;
 Rs = 1.661,60; As,calc = 38,22 cm²; As, nec. = 60,30 cm²;
i. Logo 13 Ø 25,0 mm vão de apoio a apoio, totalizando 63,78
cm²;
IV. Decalagem do diagrama:
 al = 141,71 cm
V. Comprimento da barras de 14-21:
 Mfk/As,calc. = 4.575,90 kN.m/cm²
i. 13 Ø 25 cobrem – 291.841,54 kN.cm;
ii. 8 Ø 25 cobrem – 179.594,79 kN.cm;
iii. No total o arranjo todo cobre – 471.436,33 kN.cm
Com isso temos as barras de 14-21 com 650 cm de comprimento. A Figura 13
ilustra o cálculo do comprimento dessas barras:

 

     






Figura 13 – Cálculo do comprimento das barras de 14 a 21 do arranjo da V16

16
5.1.3 Cisalhamento
Para o cálculo do cisalhamento simples perto dos apoios, foram adotados e
calculados os seguintes dados de entrada:
I. Força cortante resistente de cálculo em relação as ruínas das diagonais
comprimidas do concreto:
 Vrd2 = 4.673,93 kN; αv2= 0,88;
 Vsd, máx = 1.993,32 kN;
II. Força cortante solicitante de cálculo relativa a taxa de armadura mínima:
 Vsd, mín = 1.276,30 kN; Vc = 797,69 kN; ρsw,mín = 1,33E-03;
 Vsw,mín = 478,61kN; Vsk,mín = 911,64 kN; asw, mín = 19,0 cm²/m.
III. Armadura junto ao apoio:
 Vsw = 1.195,63 kN; asw = 18,0 cm²/m.
Com isso temos a armadura transversal calculada junto ao apoio igual a 8,99
cm²/m/face e armadura mínima 9,59 cm²/m/face. Foi adotado Ø 8,0mm a cada 10,0 cm,
totalizando 10,05 cm²/m/face, satisfazendo ambas condições. As Figuras 14 e 15 ilustram
as armaduras longitudinal e transversal que devem ser corroboradas e verificadas no
ELS.


  

 






 


  

  


Figura 14 - Detalhamento da armadura longitudinal da V16 – Flexão

17
 













Figura 15 - Detalhamento da armadura transversal da V16

5.2 Análise no ELS


5.2.1 Formação de fissuras
Para o cálculo do estado limite de serviço de formação de fissuras da viga V16
foram adotados e calculados os seguintes dados de entrada:
I. Dados de entrada:
 α = 1,50; fct = 0,20 kN/cm²; Ic = 26.244.000,00 m4;
 yt = 123,36 cm;
II. Momento de fissuração:
 Mr,ff =64.701,57 kN.cm
i. Logo, o processo de fissuras se iniciará pois Mfk > Mr,ff.
5.2.2 Deformação excessiva
Para o cálculo do estado limite de serviço de deformação excessiva da viga V16
foram adotados e calculados os seguintes dados de entrada:
I. Dados de entrada:
 α = 1,50; fctm = 0,29 kN/cm²; Ic = 26.244.000,00 m4;
 yt = 123,36 cm;
II. Momento de fissuração:
 Mr,de =92.430,82 kN.cm
i. Logo, será necessário a verificação da flecha pois Mfk > Mr,de.
III. Momento de inércia do estádio II:
 Resolvendo a equação do segundo grau, com:
i. a = 27,00; b = 828,83 e c = -140.901,63
ii. Logo, temo X2 = 58,504 cm;
 I2 = 13.907.889,57 cm4;
 Combinação quase permanente:
i. Md = 656.679,80 kN.cm
 I equi = 13.942.290,31 cm4;
i. Com esse momento de inércia equivalente temos a seguinte,
temos a seguinte altura: H equi = 145,78 cm. Com essa altura

18
é feita a simulação da viga no software Ftool e é obtida a
flecha imediata;
IV. Flecha imediata:
 ai = 0,56 cm.
V. Flecha deferida:
 Δξ = 1,32; ρ’ = 2,14 E-03; αf = 1,43;
VI. Flecha total:
 at = 1,36 cm;
 a lim. = 3,28 cm.
5.2.3 Abertura de fissuras
Para o cálculo do estado limite de serviço de abertura de fissuras da viga V16
foram adotados e calculados os seguintes dados de entrada:
I. Momento da combinação frequente:
 Mg = 215.435,67 kN.cm; Mp = 41.128,63 kN.cm;
 Mq = 233.062,23 kN.cm;
 Md,freq..= 464.949,35 kN.cm
II. Dados relacionados com a área de envolvimento:
 σsi = 33,22 kN/cm²; ρri = 8,35E-02; Acri = 58,74cm²
III. Abertura de fissuras
 w1 = 0,13 mm;
 w2 = 0,48 mm.
i. w1< w limite = 0,27 mm segundo a NBR 6118 (2014).
Com isso é verificado a viga para tal geometria, arranjo de armaduras e resistência
dos matérias.
5.3 Análise no Método das Bielas e Tirantes
5.3.1 Parâmetros de modelagem:
Para o cálculo da viga V16 pelo método das bielas e tirantes foram adotados e
calculados os seguintes dados de entrada:
I. Dados geométricos:
 H = 180,0 cm; bw = 54,0 cm; cobrimento = 3,00cm;
 X = 60,58 cm; a = 32,40 cm; d = 133,51cm;
i. Onde “X” é a altura da linha neutra e “a” é a altura da zona de
compressão.
II. Dados dos materiais:
 αv2 = 0,88;
 Fck = 30,0 MPa; Aço = CA50; Es = 210.000,00 MPa;
 Eci =30.672,46 MPa; Fyd = 43,48 kN/cm²; Fcd = 2,14 kN/cm²;
 fcd1 = 1,60 kN/cm²; fcd2 = 1,13 kN/cm² fcd3 = 1,36 kN/cm².

5.3.2 Hipóteses de modelos:


As hipótese de modelos de como a carga se comporta na estrutura são inúmeras e
vastas, neste trabalho será adotado o modelo de treliça idealizado com a ajuda do
software ForcePAD.

19
Figura 16 – Modelo de treliça idealizada – ForcePAD

A Figura 16 ilustra as regiões da viga com predominância do comportamento típico


de região B e região D. Fica facilmente evidenciado que as regiões próximas ao ponto de
inserção da carga são regiões do tipo D, sendo assim, cerca de 46% da viga estuda tem
seu comportamento regido predominantemente por regiões D.
          



 
 



  



  
 

    



Figura 17 – Regiões da viga com comportamento tipo B e D

A Figura 18 ilustra o modelo de escoras e tirantes obtido no ForcePAD adequados


as medidas dos dados geométricos da viga.

20
   



























   

   

Figura 18 – Parâmetros geométricos e modelo de escoras e tirantes

5.3.3 Cálculo da viga segundo o Método das Bielas e Tirantes


I. Dados geométricos:
 α = 38,9°; β = 49,31°; γ = 35,67°; θ =31,77°
 bw pilar = 25,0 cm; L pilar = 40,0 cm.
A Figura 19 ilustra a numeração dos nós, escoras e tirantes para facilitar a
verificação dos mesmos.

    

     

      

Figura 19 – Numeração dos nós, escoras e tirantes

5.3.4 Tabelas de Verificação


Com isso em mão pode-se fazer a verificação das escoras, nós e tirantes. As
Tabelas 1,2 e 3 mostram parâmetros de resistência e suas verificações:
Tabela 1 – Verificação das escoras

ESCORAS
ÂNGULO Fci Wnec Wdisp Verific
# NÓS TIPO Fk [kN] Fd [kN]
[rad] [kn/cm²] [cm] [cm] ação
1 1a2 garrafa 0,68 1,13 2.202,50 3.083,50 50,47 50,334 não ok
21
2 3 a 4 garrafa 0,86 1,13 1.748,20 2.447,48 40,06 58,450 ok
3 4 a 5 garrafa 0,62 1,13 1.620,10 2.268,14 37,12 63,790 ok
4 6 a 7 garrafa 0,55 1,13 1.910,50 2.674,70 43,78 48,606 ok
5 2 a 4 prismática 0,00 1,60 2.401,70 3.362,38 38,85 60,577 ok
6 4 a 6 prismática 0,00 1,60 2.225,70 3.115,98 36,00 60,577 ok

Tabela 2 - Verificação dos nós

NÓS
Fcd Wnec Wdisp
# TIPO Força Fk [kN] Fd [kN] Verificação
[kn/cm²] [cm] [cm]
1,36 R1 1.420,70 1.988,98 27,13 50,334 ok
1 CCT 1,36 C1-2 2.202,50 3.083,50 42,06 72,262 ok
1,36 T1-3 1.715,40 2.401,56 32,76 32,400 não ok
1,36 C1-2 1.420,70 1.988,98 27,13 50,334 ok
2 CCT 1,36 C2-4 2.401,70 3.362,38 45,86 60,577 ok
1,36 T2-3 1.467,40 2.054,36 28,02 254,000 ok
1,13 T1-3 1.715,40 2.401,56 39,31 32,400 não ok
1,13 T2-3 1.467,40 2.054,36 33,62 254,000 ok
3 TTT
1,13 T3-5 3.518,00 4.925,20 80,61 32,400 não ok
1,13 C3-4 1.748,20 2.447,48 40,06 58,450 ok
1,60 C2-4 2.401,70 3.362,38 38,85 60,577 ok
1,60 C4-6 2.225,70 3.115,98 36,00 60,577 ok
4 CCC
1,60 C4-3 1.748,20 2.447,48 28,28 58,450 ok
1,60 C4-5 1.620,10 2.268,14 26,20 63,790 ok
1,13 T3-5 3.518,00 4.925,20 80,61 32,400 não ok
1,13 T5-7 1.619,60 2.267,44 37,11 32,400 não ok
5 TTT
1,13 T5-6 1.141,10 1.597,54 26,15 345,000 ok
1,13 C5-4 1.620,10 2.268,14 37,12 63,790 ok
1,36 C4-6 2.225,70 3.115,98 42,50 60,577 ok
6 CCT 1,36 C6-7 1.910,50 2.674,70 36,48 48,606 ok
1,36 T5-6 1.141,10 1.597,54 21,79 345,000 ok
1,36 R2 1.031,80 1.444,52 19,70 48,606 ok
7 CCT 1,36 C6-7 1.910,50 2.674,70 36,48 72,561 ok
1,36 T5-7 1.619,60 2.267,44 30,93 32,400 ok

Tabela 3 - Verificação dos tirantes

TIRANTES
As nec A As ad.
# FORÇA Fd [kN] N Verificação Arranjo
[cm²] barra [cm²]
1 T1-3 2401,56 55,24 4,90 12,00 58,800 ok 12 Ø 25 mm
22
2 T3-5 4925,20 113,28 4,90 24,00 117,600 ok 24 Ø 25 mm
3 T5-7 2267,44 52,15 4,90 11,00 53,900 ok 11 Ø 25 mm
4 T2-3 2054,36 47,25 4,00 12,00 48,000 ok Ø 16 mm C/ 8
5 T6-5 1597,54 36,74 4,00 10,00 40,000 ok Ø 16 mm C/ 10

Com isso temos as seguinte armaduras:


 Armadura longitudinal dos nós 1-3 igual 58,80 cm² e adotada 12 Ø 25,0 mm;
 Armadura longitudinal dos nós 3-5 igual 117,6 cm² e adotada 24 Ø 25,0 mm;
 Armadura longitudinal dos nós 5-7 igual 53,90 cm² e adotada 11 Ø 25,0 mm;
 Armadura transversal calculada igual a 48,0 cm²/m/face e adotada Ø 16,0
mm a cada 8,0 cm, no primeiro trecho da viga;
 Armadura transversal calculada igual a 40,0 cm²/m/face e adotada Ø 16,0
mm a cada 10,0 cm, no trecho final da viga;

5.3.4.1 Cálculo da armadura para o controle de fissuração segundo o ACI 318 (2011)
I. Armadura vertical e horizontal:
 asv = 13,5 cm²/m;
i. Armadura transversal adotada Ø 10,0 mm a cada 11,0 cm.
 ash= 8,10 cm²/m.
i. Armadura transversal adotada Ø 8,0 mm a cada 12,0 cm.
II. Verificação:
 Com Ø 10,0 mm a cada 11,0 cm:
𝐴
i. ∑ 𝑏𝑠𝑖 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝑦𝑖 ) = 0,0031 > 0,003
𝑖
 Com Ø 8,0 mm a cada 12,0 cm:
𝐴
i. ∑ 𝑏𝑠𝑖 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝑦𝑖 ) = 0,00376 > 0,003
𝑖
5.3.5 Ancoragem no apoio de comprimento das barras
I. Armadura necessária no apoio:
 Vsd, máx = 1.993,32 kN; Vc = 626, 47 kN; al/d = 0,73;
II. Decalagem do diagrama:
 al = 97,35 cm
III. Comprimento da barras de 13-24:
 Dos nós 3 a 5 temos Li=300 cm;
 Somando al e 10Ø em cada lado, temos L=544cm.
Com isso temos as barras de 13-24 com 545 cm de comprimento. A Figura 20
ilustra o cálculo do comprimento dessas barras:

23
    

     

      

    



Figura 20 – Parâmetros geométricos e modelo de escoras e tirantes

As Figuras 21 e 22 ilustram as armaduras longitudinal e transversal calculadas


segundo o Método das Bielas e Tirantes e ACI 318 (2011):



  




 



 

  

  


Figura 21 – Detalhamento da armadura longitudinal da V16 – MBT

24
 







  







Figura 22 – Detalhamento da armadura transversal da V16 – MBT

25
6 Resultados
Tendo em vista os detalhamentos da viga de acordo com os métodos apresentados
chega-se ao seguintes resultados de consumo de aço:
Tabela 4 - Resumo de aço da V16 – ELU/ELS

RESUMO DE AÇO
COMPRIMENTO PESO
BITOL QUANT. PESO PESO
MÉTODO AÇO POS
A [mm] [unidade] UNITÁRI TOTAL LINEAR TOTAL
O [m] [m]
[kg/m] [kg]
CA50 1 25,00 4,00 9,11 36,44 3,930 143,21
CA50 2 10,00 26,00 8,51 221,26 0,624 138,07
CA50 3 25,00 8,00 6,50 52,00 3,930 204,36
ELU/ELS CA50 4 25,00 4,00 9,05 36,20 3,930 142,27
CA50 5 25,00 9,00 9,11 81,99 3,930 322,22
CA50 6 8,00 97,00 4,54 440,38 0,393 173,07
1123,19

Tabela 5 - Resumo de aço da V16 – MBT

RESUMO DE AÇO
COMPRIMENTO PESO
BITOLA QUANT. PESO PESO
MÉTODO AÇO POS
[mm] [unidade] UNITÁRIO TOTAL LINEAR TOTAL
[m] [m]
[kg/m] [kg]
CA50 1 25,00 4,00 9,11 36,44 3,930 143,21
CA50 2 10,00 26,00 8,51 221,26 0,393 86,96
CA50 3 25,00 12,00 5,45 65,40 3,930 257,02
CA50 4 25,00 1,00 6,95 6,95 3,930 27,31
CA50 5 25,00 2,00 9,05 18,10 3,930 71,13
MBT
CA50 6 25,00 9,00 9,11 81,99 3,930 322,22
CA50 7 16,00 27,00 4,54 122,58 1,570 192,45
CA50 8 10,00 28,00 4,54 127,12 0,624 79,32
CA50 9 16,00 28,00 4,54 127,12 1,570 199,58
1179,63
Tabela 6 - Comparativo entre ELU/ELS e MBT

COMPARATIVOS: ELU/ELS X MBT


TIPO DE ELU/ELS MBT Δ absoluta Δ
Δ (%)
ARMADURA [kg] [kg] [kg] relativa
TOTAL 1123,19 1179,63 56,44 0,05 4,78%
LONGITUDINAL 812,06 820,90 8,84 0,01 1,08%
TRANSVERSAL 173,07 471,35 298,28 0,63 63,28%

26
7 Discussões e Conclusões
Ao final dessa análise alguns pontos merecem ser avaliados e discutidos, isso será
tratado no decorrer das próximas linhas.
Pode-se notar que a viga está superdimensionada na geometria da seção quando
analisado o ELU na flexão, visto que o Beta X = 0,333 denota uma seção de concreto
demasiadamente grande, pois a seção se encontra ainda no início do domínio 3. A NBR
6118 (2014) recomenda que esse valor seja menor que 0,45, para concretos com fck
inferiores a 30 MPa, em vista do elemento ter um adequado comportamento dúctil. Um
Beta X diminuto também proporciona um trabalho solidário do aço e do concreto fica
otimizado e o sistema tem seu melhor rendimento.
Também pode-se inferir que o arranjo de armadura está adequado e sem margem
de segurança obtusa, pois o momento coberto pelas armaduras obtidas com o momento
de cálculo é aproximadamente 0,5% maior que o momento característico atuante, sendo
assim quase idêntico a esse último.
Também podemos inferir que a viga está superdimensionada na geometria da
seção para o Estado Limite Último no cisalhamento, visto que a armadura transversal
calculada é menor que a armadura transversal mínima para seção. As verificações dos
parâmetros Vrd2 e Vrd3 foram facilmente atingidos, corroborando mais uma vez a
robustez excessiva da geometria da seção.
No que tange os Estados Limites de Serviço também podemos concluir que a
seção está adequada, uma vez que os momento de formação e abertura de fissuras são
significativamente inferiores ao momento atuante. Em relação a deformação excessiva,
pode-se dizer que a viga está apropriada, visto que o valor da flecha total é cerca de 58 %
da flecha limite de norma. Também podemos concluir que a abertura de fissuras está
apropriada, pois o valor de w1 é inferior ao valor normatizado.
Em relação ao Método das Bielas e Tirantes não existe grande preocupação com
as verificações que não foram atendidas, visto que há muito espaço para o aumento das
larguras das bielas, tirantes e nós da treliça idealizada, devido à grande geometria da
seção da viga, 54/180. Especificamente, a largura escora tipo garrafa que parte do nó 1
para o 2 tem o valor muito próximo a largura necessária e muito espaço para aumentar,
isso também pode ser dito em relação aos nó 1, interface T1-3, nó 3 interface T1-3, T3-5
e nó 5 interface T3-5 e T5-7.
No que diz respeito ao consumo de aço podemos inferir que existe uma diferença
sutil, pequenina no consumo de armadura total, longitudinal e transversal somadas, em
relação ao ELU/ELS e o MBT, cerca de 5% de variação. Essa diferença é menor ainda
quando é comparado o consumo de armadura longitudinal somente de um método para
outro, o MBT tem o consumo de armadura cerca de 1% maior que o ELU/ELS. Porém
essa diferença torna-se abrupta quando é feito a comparação da armadura transversal
dos métodos, o MBT tem o consumo maior cerca de 63% em relação ao ELU/ELS.
Com isso podemos concluir que mesmo o elemento de viga sendo calculado pelo
ELU e verificado pelos ELS, sendo eles formação e abertura de fissuras e deformação
excessiva não estará seguro, as luzes do MBT, mesmo o elemento estrutural
dimensionado e verificado com margem de segurança larga. Também é fácil percepção
que existe uma pequena variação no cálculo de armadura, quando tomamos com
referência o consumo total e longitudinal, porém há grande discrepância nos resultados
de cálculo de armadura transversal de uma método para outro.
Isso salienta um grande perigo, sendo necessário uma armadura transversal
siginifcativa em tais vigas, como relatado em Collins e Kuchma (1999). É necessário uma
revisão no cálculo de armaduras transversais de cisalhamento no ELU para a NBR 6118
(2014) visto que em Collins e Kuchma (1999) relata vários caso em que o cálculo de

27
armaduras transversais de cisalhamento feito de acordo com os código vigentes da época
resultaram em colapso de diversas estruturas com seções robustas.

28
8 Bibliografia

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