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Curso de pós-graduação em

estruturas protendidas

MÓDULO 1
LAJES PROTENDIDAS
Professor: Eng. Especialista Eduardo Campiti de Oliveira
CREA: 87107556-4 RJ
Curso de pós-graduação em estruturas
protendidas
 Módulo 1 – Lajes protendidas
 Módulo 2 – Barras de protensão
 Módulo 3 – Piso protendido
 Módulo 4 – Vigas protendidas
 Módulo 5 – Reforço de estruturas
 Módulo 6 – Lajes alveolares
 Módulo 7 – Patologias devido à protensão
 Módulo 8 – Outras utilizações para o concreto protendido
Porquê conhecer sobre
concreto protendido?
Alguns exemplos:

1 – Obras em RDC
2 – Alternativa de projetos de lajes em concreto armado
3 – Reforço de estruturas existentes
1 – Obras em RDC
Regime diferenciado de contratação
 Lei 12.462 de 2011

 A criação do regime de contratação integrada, no qual o contratado


assume a execução de todas as etapas da obra, bem como todos os
riscos associados. A obra deve ser entregue à administração, no prazo
e pelo preço contratados, em condições de operação imediata,
vedado qualquer aditivo por falha na elaboração dos projetos e nas
etapas de execução. Site Ministério da Integração
2 – Alternativa de Lajes em concreto
Armado
- Maior liberdade arquitetônica devido à possibilidade de
vencer grandes vãos ou vãos fortemente carregados
mantendo uma grande esbeltez na laje;
- Maior área útil do pavimento devido a menor quantidade
de pilares;
- Economia em relação às estruturas em concreto armado
para vão superiores a 7,0 m;
- Redução nas espessuras das lajes acarretando uma
significativa diminuição na altura total do prédio e,
consequentemente, um menor peso total da estrutura,
minimizando os custos nas fundações;
- Maior velocidade na desforma e retirada de escoramentos;
- Redução e até eliminação de flechas e fissuração nas lajes
Situações que dificultam a utilização de
laje plana protendida
 - Grandes rebaixos na laje
Composição preços serviços de
protensão
 Solução aderente de uma obra na Tijuca
 Ancoragens Ativas e passivas – 30 % do preço total
 Bainha Galvanizada – 35 % do preço total
 Mão de Obra + Equipamentos – 35 % do preço total

 Solução engraxada de outra obra na Tijuca


 Ancoragens Ativas e preblocadas – 70 % do preço total
 Mão de Obra + Equipamentos – 30 % do preço total
 Grandes vãos vazios na laje
3 – Reforço de lajes
3 – Reforço de Vigas
Tópico 1
Princípios básicos do
concreto protendido
1.1 – Conceitos gerais

INTRODUÇÃO

O concreto protendido começou a ser desenvolvido ainda no século XVIII, mas


apenas 1928 sofreu uma evolução significativa.
Foi Eugène Freyssinet, um engenheiro civil francês especialista em estruturas
que desenvolveu um método que permitia ultrapassar as limitações da fraca
resistência do concreto à tração.
Ibracon

O Concreto Protendido pode ser definido como um concreto submetido a um


estado permanente de tensões internas, introduzidas por uma armadura
previamente tracionada, que se opõem, até limites desejados, às tensões
provocadas por cargas externas.
A protensão pode ser introduzida, por exemplo, com o objetivo de eliminar as
tensões de tração provocadas pelas cargas externas, evitando a fissuração. O
concreto pode, portanto ser tratado como um material elástico e linear desde
que as tensões de compressão não atinjam valores elevados (< 0,5 fck ).
Neste caso, a análise das tensões e deformações pode ser feita facilmente
empregando conceitos básicos da resistência dos materiais.
Funcionamento de uma estrutura de
concreto protendido

Seja, por exemplo, a estrutura abaixo, protendida com um cabo


reto localizado a uma distância e (excentricidade) do eixo
baricêntrico da seção transversal. Sendo:

P = força de protensão
M = momento fletor causado pela carga q
I = momento de inércia da seção transversal de concreto A = área
da seção transversal de concreto

cg

e P
P
Funcionamento de uma estrutura de concreto
protendido
Todavia, conforme será visto adiante, a configuração mais adequada para o
traçado do cabeamento de protensão, é a parabólica, conforme visto na figura
abaixo. Esta configuração é responsável pela variação do momento devido à
força de protensão (Pe), devido à variação da excentricidade do cabo em cada
uma das seções que constituem a viga.
Site do Inova civil
Materiais de protensão mais utilizados

 1 – Cordoalha CP 190 RB diam. 12,7 mm ou 15,2 mm


 2 – Ancoragens Ativas e passivas
 3 – Bainha Galvanizada ( solução de pós-tensão )
 4 – Fretagens de aço CA 50
 5 – Nata de injeção ( solução de pós-tensão )
Cordoalha CP 190 RB
Ancoragens Ativas cordoalha aderente
Ancoragens Ativas cordoalha aderente
Ancoragens passivas em laço
Bainhas galvanizadas
Ancoragens engraxadas
Fretagem em aço CA 50
Tipos de Protensão
Concreto protendido com aderência inicial (Armadura de protensão pré-tracionada)
Aquele em que o estiramento da armadura de protensão é feito utilizando-se apoios
independentes da peça, antes do lançamento do concreto, sendo a ligação da armadura de
protensão com os referidos apoios desfeita após o endurecimento do concreto; a ancoragem
realiza-se apenas por aderência.

Concreto protendido com aderência posterior (Armadura de protensão pós-tracionada)


Aquele em que o estiramento da armadura de protensão é feito após o endurecimento do
concreto, utilizando-se como apoios partes da própria peça, criando-se posteriormente
aderência com o concreto de modo permanente.

Concreto protendido sem aderência (Armadura de protensão pós-tracionada)


Idem o de cima, porém sem a aderência com o concreto criada após o estiramento.
Armadura de protensão
Pré-tracionada
Armadura de protensão pós-
tracionada com aderência em vigas
Armadura de protensão pós-
tracionada com aderência em lajes
Armadura de protensão pós-
tracionada sem aderência
Tópico 2
Dimensionamento de
Lajes protendidas
Arquitetura fornecida pelo cliente
Pilares lançados na estrutura
Opções de estrutura em laje plana

 Para vãos até 11 metros


 Laje lisa sem capitel
 Laje lisa com capitel

 Para vãos acima de 11 metros


 Laje nervurada
Exemplo de laje plana sem capitel
Exemplo da laje plana com capitel
 Norma 6118
 19.5 Dimensionamento de lajes à punção
 19.5.1 Modelo de cálculo
 O modelo de cálculo corresponde à verificação do cisalhamento em duas ou
mais superfícies críticas definidas no entorno de forças concentradas.
 A punção ocorre em lajes nas proximidades dos pilares na ausência de vigas.
O efeito de punção consiste em grandes tensões de cisalhamento, nas regiões
de encontro do pilar com a laje, devidas às ações de momentos fletores e
reações verticais de apoio, podendo afetar a integridade das estruturas.
Instalação de Studs
Exemplo de laje nervurada
Definição de espessura da laje plana
sugestão
 Para vãos sem continuidade L/40
 Para vãos com continuidade apenas em uma direção L/45
 Para vãos com continuidade em ambas as direções L/50
 Para balanço L/20
 Segundo norma NBR 6118, item 13.2.4.1, L/42 para vão biapoiado e
L/50 para lajes de piso contínuo.

ESPESSURA MÍNIMA DE NORMA = 16 CM


Definição da faixa principal
Definição da faixa secundária
Definição largura efetiva das faixas

 Tem sido internacionalmente aceito o processo de cálculos das lajes


cogumelos denominado “ de pórtico equivalente “. Imagina-se uma
faixa de laje de meio a meio da distância entre pilares como
constituindo a barra horizontal de um pórtico múltiplo, cujas barras
verticais são os pilares.
 Baseia-se na recomendação da ACI 318 e é também recomendado em
normas canadenses e britânicas
 Protensão completa
 Protensão limitada

 Protensão completa
 PP + Q perm + Q acid = Q prot

 Protensão limitada
 PP + Q perm + Q acid > Q prot
NBR 6118
NBR 6118
Definição da força de protensão
NBR 6118
Utilização Ftools
Premissas de cálculo
Premissas de cálculo
 Espessura da laje = 20 cm

 Largura efetiva da faixa = 699 cm

 Carregamento total
 Peso próprio = 6,99 x 0,20 x 2,5 t/m2 = 3,495 tf/ml
 Carga permanente contra piso = 6,99 x 0,10 tf/m2 = 0,699 tf/ml
 Carga permanente alvenaria = 6,99 x 0,15 tf/m2 = 1,0485 tf/ml
 Carga acidental = 6,99 x 0,15 tf/m2 = 1,0485 tf/ml
 Total = 6,291 tf/ml

 Sugestão de carga a ser compensada


 PP+ CP = 5,2425 tf/ml = 83 %
Definição da força de protensão Po

 Para cordoalha de 12,7 mm

 P ruptura = Fptk ( Kg/mm2 ) x Área ( mm2 ) = Kg, logo:


 P ruptura = 190 x 100 mm2 = 19.000 Kg
 Po = P ruptura x 0,74 = 14.060 Kg ~ 15 tf

 Para cordoalha de 15,2 mm


 P ruptura = 190 x 140 mm2 = 26.600 Kg
 Po = P ruptura x 0,74 = 19.684 Kg ~ 20 tf
Dimensionamento das faixas
Diagrama de momento fletor
Definição quantidade de cordoalhas

 Mq máx = 51,9 tfm


 Para compensar PP + CP, teremos:
 Mp = 51,9 x 0,83 = 43,08 tfm

 Características da peça
 Àrea = b x h = 6,99 x 0,20 = 1,38 m2
 Módulo resistente = b x h2 / 6 = 0,0466 m3

 Tensão máxima na estrutura devido a protensão


 Tensão de compressão ( para lajes é igual a de tração ) = Mp / W
 Tensão = 43,08 / 0,0466 = 924,5 tf/m2
 P = Tensão / ( 1/A + e / W ), onde :
 P = Força inicial de protensão
 A = Área c
y c
 e = Distância do cabo até o CG da estrutura
 W = Módulo Resistente

 Tensão = P/ A + P e / W, onde:
 Tensão = P ( 1/A + e / W )
 Tensão / P = 1/A + e / W
 Tensão / ( 1/A + e / W ) = P

 Tensão devido a força de compressão = P/A


 Tensão devido momento fletor = P e / W

cg
e P
P
 P = Tensão / ( 1/A + e / W ), ficando então:
 P = 924,5 / ( 1 / 1,38 + 0,06 / 0,0466 )
 P = 459 tf

 Considerando uma perda de protensão para lajes de aproximadamente 15 %,


teremos então:
 Força por cordoalha com perda: 20 tf x 0,85 = 17 tf
 Número de cordoalhas = 459 tf / 17 tf = 27 cordoalhas
 Sugestão então de 7 cabos com 4 cordoalhas de 15,2 mm cada
Dimensionamento da armadura passiva

 Para a carga restante não balanceada, deverá ser feita verificação do ELU
para a flexão e, com ele, o dimensionamento da armadura passiva necessária.
Perdas de protensão atuantes nos cabos
de protensão em lajes
 Perda por atrito

 Perda por acomodação da ancoragem

 Perda por fluência do concreto


 Perda por retração do concreto
 Perda por relaxação do aço
 Obs: Para tensões inferiores a 0,5 fptk, admite-se que não haja perda por
relaxação.
Perda por atrito
Perda por acomodação da ancoragem
Perda por fluência, relaxação e retração
NBR 6118
Perda por fluência, relaxação e retração
NBR 6118
Equipamentos de protensão para lajes
Equipamentos para injeção em lajes
com protensão aderente
Etapas de protensão

 De modo a agilizar a desforma da laje, temos a seguinte sugestão, a


depender do projetista da obra.

 Cordoalha aderente:
Com Fck de 20 Mpa, protensão em 50 % dos cabos de protensão
Com Fck de 30 Mpa, protensão em 100 % dos cabos de protensão

 Cordoalha engraxada:
Com Fck de 25 Mpa, protensão em 100 % dos cabos de protensão
Retirada do escoramento
Correção alongamentos em cabos com
cordoalha aderente
Correção alongamentos em cabos com
cordoalha aderente
 Porque corrigir as leituras?

 O gráfico é uma reta no regime elástico, portanto o mesmo


alongamento de 100 a 200 Kg/cm2 será também para 200 a 300
kg/cm2 e assim sucessivamente.

 Precisamos então corrigir o alongamento real de 0 a 100 kg/cm2 e


com isso achar o valor real total do alongamento.

 Comparamos com o alongamento teórico e dá-se a aprovação ou


necessidade de reprotensão dos cabos.
Cálculo alongamento teórico

 Alongamento teórico sem perdas


 ΔL = Po x L / Ep x Ap, onde:
 Po = Força inicial de protensão da cordoalha
 L = comprimento do trecho do cabo de ancoragem a ancoragem
 Ep = Módulo de elasticidade do aço de protensão
 Ap = área da cordoalha

 Então o alongamento por metro linear de um cabo sem perda é:


 ΔL = 15000 Kg x 100 cm / 2000000 Kg / cm2 x 1,0 cm2 = 0,75 cm, ou
 ΔL = 7,5 mm / ml
Valores práticos de alongamento teórico para
utilização em laje protendida com cordoalha
aderente
 Cabos até 8,0 metros, podemos considerar 7,0 mm / ml
 Cabos de 8,1 a 12 metros, podemos considerar 6,8 mm / ml
 Cabos de 12,1 a 16 metros, podemos considerar 6,5 mm / ml
 Cabos de 16,1 a 20 metros, podemos considerar 6,2 mm / ml
 Cabos de 20,1 a 24,0 metros, podemos considerar 6,0 mm / ml

 E assim por diante.

 Para cordoalha engraxada, podemos sempre estimar em 6,8 a 7,0 mm /


ml.
Injeção com calda de cimento – Cabos
aderentes

 Traço da calda de cimento para injeção


 - 100 Kg de cimento CPII 32 F
 - Aditivo plastificante
 - 38 litros de água
 - gelo eventual
Elevação dos cabos
Tabela e resumo de cabos
Fechamento dos nichos de protensão-
cordoalha engraxada
Fechamento nichos cordoalha aderente
Injeção nata de cimento solução
aderente
Exercício para uma faixa distribuída de
laje protendida
Trabalho para avaliação

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