Você está na página 1de 69

Estruturas Especiais e Pré-Moldados

Prof: Msc. Jordanna Chamon Vogt


PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Ementa
1 - Concreto Protendido
2 - Pré-Moldados
3 - Estruturas de Concreto Resistentes ao Fogo

Bibliografia
1 - CARVALHO, Roberto C.. Estruturas em Concreto Protendido: pós-
tração, pré-tração, cálculo e detalhamento. 1ª edição. São Paulo: Pini,
2012.
2 - CARVALHO, Roberto C.; Pinheiro, Libânio M.. Cálculo e Detalhamento
de Estruturas Usuais de Concreto Armado. 3ª edição. São Carlos:
EdUFSCar, 2012.
3 - SILVA, Valdir P.. Projeto de Estruturas de Concreto em Situação de
Incêndio, 1ª edição, São Paulo: Edgard Blucher, 2012.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Conforme normas acadêmicas 2016;
Primeiro Bimestre – B1
1ª Parcial – 30%
1ª Oficial – 70%

Segundo Semestre – B2
2ª Parcial – 30%
2ª Oficial – 70%

Nota Final = B1x40% + B2x60%

Segunda Chamada: Para os alunos ausentes na 2ª Oficial.


PROTENSÃO NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
“Elementos de concreto protendido são aqueles nos quais parte das
armaduras é previamente alongada por equipamentos especiais de
protensão com a finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar
a fissuração e os deslocamentos da estrutura e propiciar o melhor
aproveitamento de aços de alta resistência no estado limite último (ELU).”

ABNT NBR 6118 - 2014 - Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento.


PROTENSÃO NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
A protensão pode ser definida como o artifício de introduzir, numa
estrutura, um estado prévio de tensões, de modo a melhorar sua
resistência ou seu comportamento, sobre ação de diversas solicitações.

O artifício de protensão tem importância particular no caso do concreto,


pelas seguintes razões:

• um dos materiais de construção mais importante e de baixo custo;

• boa resistência a compressão;

• pequena resistência a tração, da ordem de 8% a 15% da resistência à


compressão.
PROTENSÃO NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
O concreto é um material resistente às tensões de compressão, mas sua
resistência à tração varia de 8 a 15 % da resistência à compressão.

Sob flexão, o concreto desenvolve fissuras, ainda em estágios iniciais de


carregamento, e para reduzir ou impedir tais fissuras, uma força de
compressão concêntrica ou excêntrica pode ser imposta na direção
longitudinal do elemento, que age eliminando ou reduzindo as tensões de
tração nas seções críticas do meio do vão e dos apoios, elevando a
capacidade das seções à flexão, à força cortante e à torção.

As seções podem atuar elasticamente e a capacidade “total” do concreto


à compressão pode ser eficientemente utilizada, em toda a altura da
seção, a todas as ações aplicadas.
PROTENSÃO NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
Sendo o concreto um material de propriedades tão diferentes a
compressão e a tração, o seu comportamento pode ser melhorado
aplicando-se uma compressão prévia (isto é, protensão) nas regiões onde
as solicitações produzem tensões de tração.

O artifício da protensão, aplicada ao concreto, consiste em introduzir


esforços prévios que reduzam ou anulem as tensões de tração no
concreto sobre a ação das solicitações em serviço. Nessas condições,
minimiza-se a importância da fissuração como condição determinante no
dimensionamento.

A protensão do concreto é realizada, na prática, por meio de cabos de aço


de alta resistência, tracionados e ancorados no próprio concreto.
PROTENSÃO NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
Uma peça é considerada de Concreto Protendido quando é submetida à
ação de forças especiais e permanentemente aplicadas, chamadas forças
de protensão, e quando a peça é submetida à ação simultânea dessas
forças, das cargas permanentes e variáveis, o concreto não seja solicitado
à tração ou só o seja dentro dos limites permitidos.

Exemplo (Figura 1), onde M é o momento fletor solicitante e P a força de


protensão:

Figura 1 – Tensões normais numa viga protendida.


PROTENSÃO NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
Como as tensões de tração são desprezadas por causa da fissuração do
concreto, verifica-se que uma parte substancial da área da seção da viga
não contribui para inércia da mesma.

Com a protensão aplicam-se tensões prévias de compressão que pela


manipulação das tensões internas, pode-se obter a contribuição da área
total da seção da viga para a inércia da mesma.

Sendo os cabos de aço tracionados e ancorados, pode-se empregar neles


aços com alta resistência, trabalhando com tensões elevadas, assim
temos:

• concreto com elevada resistência a compressão,


• aços com elevada resistência a tração,
CONCRETO PROTENDIDO X CONCRETO ARMADO

• Concreto Protendido utiliza concretos e aços de alta resistência (aços até


2100 MPa e concretos até 85 MPa) consequentemente temos uma
redução nas quantidades necessárias de concreto e aço, devido ao
emprego eficiente de materiais de maior resistência .

• Em Concreto Protendido toda a seção transversal resiste às tensões;

• Permite vencer vãos maiores que o concreto armado convencional; para o


mesmo vão, permite reduzir a altura necessária da viga.

• elementos de Concreto Protendido são mais leves, mais esbeltos e


esteticamente mais bonitos;
CONCRETO PROTENDIDO X CONCRETO ARMADO

• Concreto Protendido apresenta melhor controle de flechas;

• Concreto Protendido tem melhor resistência às forças cortantes (devido à


inclinação dos cabos próximos aos apoios e a pré-compressão que reduz
as tensões de tração diagonais);

• Durante a operação da protensão, o concreto e o aço são submetidos a


tensões em geral superiores às que poderão ocorrer na viga sujeita às
cargas de serviço. A operação de protensão constitui, neste caso, uma
espécie de prova de carga da viga;

• Concreto Protendido tem menor índice de fissuras, com todas as


vantagens daí provenientes.
CONCRETO PROTENDIDO X CONCRETO ARMADO

As resistências de concreto, utilizadas em concreto protendido, são duas a


três vezes maiores que as utilizadas em concreto armado. Os aços utilizados
nos cabos de protensão têm resistência três a cinco vezes superiores às dos
aços usuais de concreto armado.

O sentido econômico do concreto protendido consiste no fato de que os


aumentos percentuais de preços são muito inferiores aos acréscimos de
resistência utilizáveis, tanto para o concreto como para o aço de protensão.
BREVE HISTÓRICO
- 1866: Primeira aplicação de protensão nos Estados Unidos, por H.
Jackson;
- 1888: Patente para lajes protendidas por Doehring – Alemanha;
- 1919: Wettstein – Alemanha – fabricou painéis protendidos;
- 1928: Freyssinet – França – apresentou o primeiro trabalho consistente
sobre Concreto Protendido. Inventou métodos construtivos,
equipamentos, aços e concretos especiais;
- 1948: A primeira ponte em C.P. no Rio de Janeiro, com sistema
Freyssinet;
- 1950: Primeira conferência, na França. Walder construiu a primeira
ponte em balanços sucessivos.
- 1952: Companhia Belgo-Mineira iniciou a fabricação de aço de
protensão.
- 1953: Norma Alemã DIN 4227.
EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 2 – Ponte em Concreto Protendido (CP) em Vitória/ES.

Figura 3 – Pavimento de edifício em laje nervurada protendida.


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 4 - Pavimentos de edifício em laje maciça protendida.

Figura 5 – Lajes pré-moldadas protendidas.


Exemplos de Estruturas Protendidas

Figura 6 – Ponte Seção Celular – Viaduto Cidade de Guarulhos.


Exemplos de Estruturas Protendidas

Figura 7 - Estacas pré-moldadas.


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 8 – Ponte Seção Celular


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 9 – Ponte Jurubatuba, São Paulo - SP


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 9 – UHE Foz de Chapecó, Chapecó - SC


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 9 – Ponte com Vigas


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 10 – Laje Maciça


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 11 – Viga Protendida Figura 12 – Reforço de Viga


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 13 – Masp – São Paulo


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 15 – Curitiba - Paraná

Figura 14 – Niterói – Rio de Janeiro


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 16 – Pisos Industriais


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 17 – Dormentes Ferroviários com pré-tensão


EXEMPLOS DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS

Figura 18 – Vigas Perfil T duplo e I pré-fabricadas


ARMADURAS
Armadura Passiva é qualquer armadura que não seja usada para produzir
forças de protensão, isto é, que não seja previamente alongada.

Armadura Ativa (de protensão) é constituída por barras, fios isolados ou


cordoalhas, destinadas à produção de forças de protensão, isto é, na qual
se aplica um pré-alongamento inicial.

ABNT NBR 6118 - 2014 - Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento.


FABRICAÇÃO DE PEÇAS PROTENDIDAS
A fabricação de peças protendidas pode ser dar de duas formas:

• Armadura protendida de pré-tração;


• Armadura protendida de pós-tração;

A diferença básica entre estes processo se dá na concretagem da peça,


antes da tração da armadura ou após a tração da armadura.
FABRICAÇÃO DE PEÇAS PROTENDIDAS
Concreto com armadura ativa pré-tracionada (protensão com aderência
inicial): Concreto Protendido em que o pré-alongamento da armadura
ativa é feito utilizando-se apoios independentes do elemento estrutural,
antes do lançamento do concreto, sendo a ligação da armadura de
protensão com os referidos apoios desfeita após o endurecimento do
concreto, a ancoragem no concreto realiza-se só por aderência.

Concreto com armadura ativa pós-tracionada (protensão com aderência


posterior): Concreto protendido em que o pré-alongamento da armadura
ativa é realizado após o endurecimento do concreto, sendo utilizados,
como apoios, parte do próprio elemento estrutural, criando
posteriormente aderência com o concreto de modo permanente, através
de injeção das bainhas.

ABNT NBR 6118 - 2014 - Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento.


ARMADURA PRÉ-TRACIONADA
O estiramento da armadura de protensão é feito utilizando-se apoios
independentes da peça, antes do lançamento do concreto, sendo desfeita
a vinculação da armadura com os apoios após ocorrido o endurecimento
do concreto.

A transferência da força de protensão da armadura para a peça ocorre


devido à aderência entre o concreto e a armadura, sendo este sistema
também chamado “concreto protendido com aderência inicial”.

Peças de Concreto Protendido pré-tracionadas são geralmente fabricadas


em “pistas de protensão”, para possibilitar a moldagem de um grande
número de peças simultaneamente, geralmente idênticas e com
consequente economia de formas.

Geralmente, as peças são fabricadas sem blocos de ancoragem, o que


constitui uma simplificação muito conveniente para as formas metálicas,
permitindo a produção de elementos com comprimentos variáveis sem
modificar as formas laterais.
ARMADURA PRÉ-TRACIONADA
Devido à baixa idade do concreto, encurtamentos elásticos e deformação
lenta tendem a atingir valores altos, com consequente redução do
alongamento da armadura de protensão, ou seja, ocorre uma
relativamente alta “perda de protensão”.

A cura úmida a vapor é comum, a fim de permitir a transferência da força


de protensão em até 24 horas.

Figura 19 – Esquema de pista de protensão, para fabricação de peças protendidas com pré-tração.
ARMADURA PRÉ-TRACIONADA

Figura 19 – Pista de Protensão - Lajes Alveolares Figura 20 – Pista de Protensão - Lajes Pré-Moldadas
ARMADURA PÓS-TRACIONADA
As peças fabricadas com pós-tração podem ter aderência entre a
armadura de protensão e o concreto da peça, bem como podem também
serem fabricadas sem a aderência.

No concreto protendido pós-tracionado, o estiramento da armadura de


protensão é realizado após o endurecimento do concreto, utilizando-se,
como apoios, partes da própria peça, criando-se posteriormente
aderência com o concreto de modo permanente.

Neste caso, o duto é preenchido com nata de cimento, de modo a criar


aderência entre a armadura e o concreto, melhorando o controle da
fissuração e a resistência última.
ARMADURA PÓS-TRACIONADA
Concreto com armadura ativa pós-tracionada sem aderência (protensão
sem aderência): Concreto protendido em que o pré-alongamento da
armadura ativa é realizado após o endurecimento do concreto, sendo
utilizados, como apoios, partes do próprio elemento estrutural, mas não
sendo criada aderência com o concreto, ficando a armadura ligada ao
concreto apenas em pontos localizados.

ABNT NBR 6118 - 2014 - Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento.

Para a protensão sem aderência geralmente usa-se a cordoalha engraxada


como armadura de protensão e o não preenchimento com nata de
cimento.
ARMADURA PÓS-TRACIONADA

Figura 22 – Características básicas dos sistemas de protensão aderente e não aderente.


ARMADURA PÓS-TRACIONADA

Figura 21 – Esquema simplificado de fabricação de peça protendida com pós-tração.


ARMADURA PÓS-TRACIONADA

Figura 22 – Moldagem da peça com bainha metálica (Catálogo Rudloff).

Figura 23 – Operação de estiramento da armadura de protensão, após o concreto da peça já


apresentar a resistência à compressão necessária (Catálogo Rudloff).
ARMADURA PÓS-TRACIONADA

Figura 23 – Preenchimento da bainha com nata de cimento para criar aderência entre a armadura
e o concreto da peça (Catálogo Rudloff).
MATERIAS
O Concreto Protendido é composto pelos materiais concreto simples, aço
de protensão (armadura ativa) e geralmente contém também armadura
passiva (CA-25, 50 ou 60).

Podem ocorrer também outros materiais, como dispositivos de


ancoragem, bainhas metálicas, etc.
CONCRETO
A construção de estruturas de Concreto Protendido exige um controle de
qualidade mais rigoroso do concreto.

A resistência característica à compressão do concreto (fck) situa-se


frequentemente na faixa entre 30 e 50 MPa, o que resulta estruturas com
menor peso próprio e maiores vãos.

No caso de peças protendidas pré-fabricadas são muitas vezes utilizados


concretos de resistência superior a 50 MPa.
CONCRETO
Concretos com resistências elevadas são desejáveis porque:

a) as solicitações prévias causadas pela força de protensão podem ser


muito elevadas;

b) permitem a redução das dimensões das peças, diminuindo o peso


próprio, importante nos grandes vãos e peças pré-moldadas;

c) possuem maiores módulos de elasticidade (Ec), o que diminui as


deformações imediatas, a deformação lenta e a retração, ou seja, as
flechas e as “perdas de protensão” são menores;

d) geralmente são mais impermeáveis, o que é importante para diminuir a


possibilidade de corrosão da armadura de protensão, que, por estar sob
tensões muito elevadas, são mais suscetíveis à corrosão.
CONCRETO
A aplicação do cimento CP V ARI é muito comum, porque possibilita a
aplicação da força de protensão num tempo menor, no caso da pós-
tensão.

Especialmente nas peças de Concreto Protendido, a cura do concreto deve


ser cuidadosa, a fim de possibilitar a sua melhor qualidade possível. A
cura térmica a vapor é frequente na fabricação das peças pré-fabricadas,
para a produção de maior quantidade de peças.

Exemplo: com cimento ARI e cura a vapor consegue-se, em 12 h, cerca de


70 % da resistência à compressão aos 28 dias de cura normal.
CONCRETO
A aplicação do cimento CP V ARI é muito comum, porque possibilita a
aplicação da força de protensão num tempo menor, no caso da pós-
tensão.

Especialmente nas peças de Concreto Protendido, a cura do concreto deve


ser cuidadosa, a fim de possibilitar a sua melhor qualidade possível. A
cura térmica a vapor é frequente na fabricação das peças pré-fabricadas,
para a produção de maior quantidade de peças.

Exemplo: com cimento ARI e cura a vapor consegue-se, em 12 h, cerca de


70 % da resistência à compressão aos 28 dias de cura normal.
CONCRETO
No projeto das estruturas de Concreto Protendido, os seguintes
parâmetros são importantes, e devem ser especificadas pelo projetista:

a) resistências características à compressão (fckj) e à tração (fctkj), na


idade j da aplicação da protensão e na idade de 28 dias;

b) módulo de elasticidade do concreto na idade to (Eci(to)), quando se


aplica uma ação permanente importante, como a força de protensão, bem
como também aos 28 dias de idade;

c) relação a/c do concreto.


AÇO DE ARMADURA ATIVA
Caracterizam-se pela elevada resistência e por não possuírem patamar de
escoamento. A elevada resistência é exigida para permitir grandes
alongamentos em regime elástico e para compensar as perdas de
protensão, que podem alcançar 415 MPa.

Deve apresentar também:


• ductilidade antes da ruptura, boas propriedades de aderência, baixa
relaxação e boa resistência à
• fadiga e à corrosão.
AÇO DE ARMADURA ATIVA
Os aços utilizados como armaduras de protensão podem ser divididos em
três categorias:

- Fios trefilados de aço carbono, com diâmetros variando entre 3mm e


8mm, fornecidos em rolos ou bobinas com grande comprimento de fio;

- Cordoalhas, constituídas por fios trefilados, enrolados em forma de


hélice, como uma corda; são também fornecidas em bobinas, com grande
comprimento;

- Barras de aço baixa liga, laminadas a quente, fornecidas em peças


retilíneas de comprimento limitado.
AÇO DE ARMADURA ATIVA
As principais propriedades mecânicas dos aços de protensão são as
seguintes:

- Limite de elasticidade, maior tensão. O limite de elasticidade é


definido, convencionalmente, como a tensão que produz uma
deformação unitária de 0,01%;

- Limite de escoamento convencional à tração, igual à tensão para a qual


o aço apresenta uma deformação unitária residual de 0,2%, após
descarga;

- Módulo de elasticidade, inclinação da parte elástica do diagrama;

- Alongamento unitária de ruptura.


AÇO DE ARMADURA ATIVA
- Resistência à ruptura por tração, igual ao esforço de ruptura da barra
dividido pela área de seção inicial (área da seção com carga zero);

Os aços de protensão são geralmente designados pelas letras CP


(Concreto Protendido), seguidas da resistência característica à ruptura por
tração, em kgf/mm²;

As armaduras protendidas, ancoradas com tensões elevadas apresentam,


com o passar do tempo, uma perda de tensão devida à relaxação
normal (RN).

Relaxação: é a perda de tensão com o tempo em um aço estirado, sob


comprimento e temperatura constantes. Quanto maior a tensão ou a
temperatura, maior a relaxação do aço.
AÇO DE ARMADURA ATIVA
Nos fios e cordoalhas pode-se fazer um tratamento termo-mecânico que
reduz a perda por relaxação, sendo o aço denominado de relaxação
baixa (RB). O tratamento consiste em aquecimento a 400°C e
tracionamento até a deformação unitária de 1%.

Os aços de protensão devem sempre ser instalados com tensões elevadas,


a fim de que as inevitáveis perdas de protensão representem um
percentual moderado da tensão aplicada (em geral 20% a 30%).

Nessas condições, os esforços de protensão efetivos, atuando sobre o


concreto, representarão cerca de 70% a 80% do esforço inicial instalado.

As tensões nas armaduras protendidas são entretanto limitadas a certos


valores máximos, a fim de se reduzir o risco de ruptura dos cabos, e
também de evitar perdas exageradas por relaxação do aço.
AÇO DE ARMADURA ATIVA
Exemplos de designação:

a) CP – 175 RN: aço para Concreto Protendido, com resistência


característica mínima à tração (fptk) de 175 kN/cm2 (1.750 MPa) e de
relaxação normal;

b) CP – 190 RB: aço para Concreto Protendido, com resistência


característica mínima à tração (fptk) de 190 kN/cm2 (1.900 MPa) e de
relaxação baixa.
AÇO DE ARMADURA ATIVA

Tabela 1 – Especificação de fios (Catálogo ArcelorMittal).


AÇO DE ARMADURA ATIVA

Tabela 2 – Especificação de cordoalhas (Catálogo ArcelorMittal).


AÇO DE ARMADURA ATIVA

Figura 25 – (a) Rolos de cordoalhas engraxada e não engraxada (Catálogo ArcelorMittal).


(b) Rolos de fio e cordoalha (Catálogo ArcelorMittal).
AÇO DE ARMADURA ATIVA
Normas Brasileiras

a) NBR 7482/08: “Fios de aço para Concreto Protendido - Especificação”;

b) NBR7483/08: “Cordoalhas de aço para Concreto Protendido -


Especificação”;

c) NBR 7484/09: “Barras, cordoalhas e fios de aço destinados a armaduras


de protensão - Método de ensaio de relaxação isotérmica”;

d) NBR 6349/08: “Barras, cordoalhas e fios de aço para armaduras de


protensão – Ensaio de tração”.
BAINHAS
São tubos dentro dos quais a armadura de protensão é colocada,
utilizados em protensão com aderência posterior ou também sem
aderência.

As bainhas são geralmente fabricadas com chapas metálicas, podendo ser


lisas ou onduladas. As bainhas onduladas são de uso mais corrente,
permitindo realizar com facilidade as curvas indicadas no projeto.

Figura 26 – Bainhas Metálicas


BAINHAS
As bainhas devem atender as seguintes condições:

• Terem resistência e estanqueidade suficientes para impedir entrada de


nata de cimento em seu interior, durante a concretagem;

• Permitem os alongamentos dos cabos, durante a protensão com atrito


reduzido;

• Terem área suficiente para permitir boa acomodação dos cabos e


passagem da nata de injeção.
NATA DE INJEÇÃO
A calda, ou nata de cimento injetada no interior da bainha metálica, tem
como função proporcionar a aderência entre a armadura de protensão e o
concreto da peça, na pós-tração, e proteger a armadura contra a corrosão.

A nata de injeção deve ser homogênea, com consistência de tinta espessa.


Em geral, obtém-se uma nata adequada misturando-se cimento e água, na
proporção de 1:0,4 em peso, acrescentando-se um aditivo plastificante e
expansor.

A norma NBR 7681 (“Calda de cimento para injeção”) fixa as condições


exigidas para as caldas.
ANCORAGENS
As ancoragens são dispositivos capazes de manter o cabo em estado de
tensão, transmitindo a força de protensão ao concreto ou ao elemento
estrutural.

A forma mais simples e econômica de fixação dos fios e cordoalhas é por


meio de cunhas e porta-cunhas. As cunhas podem ser bi ou tripartidas, e
ficam alojadas em cavidades de blocos ou placas de aço (porta-cunha).

Figura 27 – Cunhas embutidas em portas-cunha para fixação de fios de protensão.


ANCORAGENS
No caso de armaduras pós-tracionadas, existem conjuntos de elementos,
que constituem os chamados “sistemas de protensão”, como Freyssinet,
Dywidag, VSL, BBRV, Rudloff, Tensacciai, etc.

Figura 28 – Dispositivo de ancoragem.


ANCORAGENS

Figura 28 – Dispositivos para ancoragem de cordoalha engraxada.


ANCORAGENS
As ancoragens que permitem o esticamento dos cabos denominam-se
ancoragens ativas.

Quando os cabos são protendidos nas duas extremidades, utiliza-se em


ambas ancoragens ativas.

Muitas vezes a protensão é efetuada apenas em uma extremidade do


cabo, o que permite o emprego de apenas um macaco. As ancoragens dos
lados não protendidos denomina-se ancoragens passivas, que podem ser
constituídas por ancoragens ativas com cunhas pré-cravadas, por laços ou
alças nas cordoalhas, ou por aderência e atrito entre as cordoalhas e o
concreto.
ANCORAGENS

Figura 28 – Dispositivo para ancoragem ativa (Catálogo Rudloff).


ANCORAGENS

Figura 28 – Dispositivo para ancoragem passiva (Catálogo Rudloff).


PERDA DE PROTENSÃO
Perdas de protensão são todas as perdas verificadas nos esforços
aplicados aos cabos de protensão, podendo ser classificadas em dois
grupos:

• Perdas imediatas que se verificam durante a operação de esticamento


e ancoragem dos cabos;

• Perdas retardadas, que se processam ao longo de vários anos.


PERDA DE PROTENSÃO
As perdas de protensão imediatas se dão devido:

- por atrito, produzidas por atrito do cabo com peças adjacentes,


durante a protensão;

- nas ancoragens, provocadas por movimentos nas cunhas de


ancoragem, quando o esforço é transferido de macaco para a placa de
apoio;

- por encurtamento elástico de concreto;


PERDA DE PROTENSÃO
As perdas de protensão retardadas se dão devido:

- retração e fluência do concreto, produzidas por encurtamento


retardado do concreto, decorrentes do comportamento viscoso deste
complexo material;

- relaxação do aço, produzidas por queda de tensão nos aços de alta


resistência, quando ancorados na extremidade, sob tensão elevada.

Você também pode gostar