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ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Isake Adel Vieira Kuchta de Almeida - 9838498


Renan Eduardo Machado Vieira - 9838571

Trabalho 3 – Análise limite de um pórtico plano

PEF3401 - Mecânica das Estruturas II


Professor Guilherme Rosa Franzini
Grupo 02

São Paulo
2018
Sumário
1. Introdução .............................................................................................................................. 3
2. Item 1 ..................................................................................................................................... 4
2.1. Cálculo do Momento de Plasticidade ............................................................................... 4
2.2. Método passo a passo..................................................................................................... 8
2.2.1. Passo 1 ..................................................................................................................... 9
2.2.2. Passo 2 ....................................................................................................................11
2.2.3. Passo 3 ....................................................................................................................13
2.2.4. Passo 4 ....................................................................................................................15
2.2.5. Passo 5 ....................................................................................................................17
2.3. Carga de Colapso 𝐹𝐼𝐼 .....................................................................................................18
2.4. Mecanismo de Colapso ..................................................................................................18
2.5. Diagrama de momentos fletores na iminência do colapso ..............................................18
2.6. Gráficos F x U1 e F x U2 ..................................................................................................19
3. Item 2 ....................................................................................................................................21
4. Item 3 - Descarga da estrutura ..............................................................................................22
5. Item 4 ....................................................................................................................................26
5.1. Carga de serviço ............................................................................................................26
5.2. Coeficiente de segurança externo ..................................................................................28
5.3. Analise Crítica ................................................................................................................28
Bibliografia ................................................................................................................................28

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1. Introdução
Considere-se o pórtico da figura 1 formado por barras prismáticas e solicitadas no plano
de maior inércia. As barras são de aço com módulo de elasticidade 𝐸 = 210 𝐺𝑃𝑎 e tensão de
escoamento 𝜎𝑒 = 𝑓𝑦 = 25 𝑘𝑁/𝑐𝑚² e com as seguintes características geométricas:

Barra AB – perfil CVS 300x85*

Demais barras – perfil CVS 300x95

Sabe-se que as barras são contidas lateralmente de modo a não ocorrer flambagem
lateral.

Figura 1: Pórtico Plano

*Grupo 02.

Alfa = 0,8
Beta = 2,0

3
2. Item 1

2.1. Cálculo do Momento de Plasticidade


Na primeira tentativa do cálculo do momento de plasticidade, o grupo optou por seguir o
exposto na apostila sobre Teoria da Plasticidade disponibilizada no site da disciplina:

“Do acima exposto pode-se concluir que, na situação de plastificação total da seção
transversal, a linha que delimita as regiões plastificadas por compressão e tração, sempre irá
dividir a seção em duas áreas iguais para garantir a equação de equilíbrio de força Ft = Fc. Desta
forma, se a seção transversal não tiver duplo eixo de simetria, então o eixo central de inércia y
em torno do qual se realiza a flexão não irá coincidir com a linha que divide as regiões
plastificadas.

Assim, qualquer que seja a seção, o seu momento de plastificação MII será sempre dado
pela expressão (4.25). Desta forma para determinação de MII dever-se-á definir uma linha,
paralela ao eixo central de inércia, que divida a seção transversal em duas áreas iguais e calcular
a distância z entre os centros de gravidade das áreas A1 e A2 (Figura 4.46).”

Tendo obtido os valores de 𝑀𝑃_𝐴𝐵 = 321,55 𝑘𝑁 ∗ 𝑚 e 𝑀𝑃_𝐵𝐸 = 362,95 𝑘𝑁 ∗ 𝑚, porém


após discussões em sala, o grupo tomou notícia que o momento de plasticidade também poderia
ser obtido através do Módulo de resistência plástico (Z) dado na tabela dos perfis, e utilizando
um dado tabelado, este método estaria menos suscetível a erros, de modo que os valores obtidos
foram utilizados durante todo este trabalho. Porém, dado o pequeno erro obtido pelo grupo entre
os dois métodos (menor que 1%!), o grupo considerou valido demonstrar os cálculos:

4
Figura 2

5
Figura 3

6
Conforme dito anteriormente, o valor do momento de plasticidade será obtido pela
equação 1.1 (se diferenciando dos valores obtidos anteriormente pelo valor do módulo de
resistência, dado tabelado do enunciado). Porém, como a estrutura é formada por dois perfis
diferentes, há um momento de plasticidade para cada perfil utilizado.

𝑀𝑃 = 𝜎𝐸 ∗ 𝑍 (1.1)

A barra AB é composta pelo perfil 300x85 e o restante das barras são compostas por
perfis 300x95.

Dados:
𝑍300𝑋85 = 1.282 𝑐𝑚³
𝑍300𝑋95 = 1.447 𝑐𝑚³

Portanto:
𝑀𝑃_𝐴𝐵 = 𝜎𝐸 ∗ 𝑍300𝑥85 = 25 ∗ 1.282
∴ 𝑴𝑷_𝑨𝑩 = 𝟑𝟐. 𝟎𝟓𝟎 𝒌𝑵 ∗ 𝒄𝒎
𝑴𝑷_𝑨𝑩 = 𝟑𝟐𝟎, 𝟓 𝒌𝑵 ∗ 𝒎

𝑀𝑃_𝐵𝐸 = 𝜎𝐸 ∗ 𝑍300𝑥95 = 25 ∗ 1.447


∴ 𝑴𝑷_𝑩𝑬 = 𝟑𝟔. 𝟏𝟕𝟓 𝒌𝑵 ∗ 𝒄𝒎
𝑴𝑷_𝑩𝑬 = 𝟑𝟔𝟏, 𝟕𝟓 𝒌𝑵 ∗ 𝒎

*É importante destacar que para as seções C, D e E será utilizado o 𝑀𝑃 do perfil CVS 300x95 e em A e B
o 𝑀𝑃 do perfil CVS 300x85. Esta escolha se justifica na seção B pois devido a continuidade, a seção possui
os mesmos valores de momento a direita e a esquerda, de modo que quando um dos 𝑀𝑃 for atingido,
ocorrerá um evento de plastificação, como o 𝑀𝑃 do perfil CVS 300x85 é menor, ele será atingido primeiro,
portanto, levará ao evento de plastificação.

Tabela 1 – Perfis CVS

7
2.2. Método passo a passo
A análise da estrutura será feita através do Método Passo a Passo. Assumindo:

1. Comportamento elástico-plástico ideal;


2. Desprezando os efeitos da força normal na ocorrência de eventos de plastificação na
estrutura.*

*Na apostila disponibilizada no Moodle da disciplina, há a prova de que para seções retangulares, os
efeitos da força normal em eventos de plastificação são pequenos e, portanto, podem ser desprezados.
Não ficou claro para o grupo se esta proposição vale para qualquer seção plana, porém para a resolução
do exercício, ela foi adotada como verdadeira para a seção dos perfis utilizados.

A estrutura foi replicada no software Ftool e foi obtida sua solução elástica para 𝐹1 = 1 𝑘𝑁 ∗
𝑚:

Figura 4: Gráfico tensão x deformação para regime elástico-plástico ideal

Figura 5: Pórtico com grau de hiperestaticidade três

8
Figura 6: Diagrama de momentos fletores para 𝐹1 = 1 𝑘𝑁 ∗ 𝑚:

2.2.1. Passo 1

O primeiro evento de plastificação ocorrerá na seção que possui maior momento fletor,
como o maior momento ocorre na seção A da estrutura, será utilizado o valor 𝑀𝑃 da barra AB.

O valor de 𝐹1 é obtido dividindo o momento de plastificação pelo valor do momento fletor


na seção A obtido para 𝐹1 = 1.

2,773829 ∗ 𝐹1 = 𝑀𝑃 = 320,5 𝑘𝑁 ∗ 𝑚
∴ 𝑭𝟏 = 𝟏𝟏𝟓, 𝟓𝟒

9
Diagrama de momentos fletores para 𝐹1 = 115,54:

Figura 7

Na seção A da estrutura, o valor do momento fletor é igual à 320,5 kN*m, portanto igual
ao momento fletor de plastificação para a barra AB (CVS 300x85). Com isto, esta seção não
surporta acréscimo de momento fletor, passando a atuar como se houvesse uma articulação.

10
2.2.2. Passo 2

Devido ao evento de plastificação na seção A, após a aplicação de 𝐹1 , para acréscimos


de momento, a estrutura passa a atuar como se houvesse uma articulação em A, permitindo a
rotação da seção. A estrutura foi novamente replicada no Ftool nesta configuração e foi resolvida
com ∆𝐹1 = 1, de modo a buscar em qual seção ocorrerá a próxima rótula plastica e verificar se é
a estrutura de colapso.

Figura 8

Diagrama de momentos fletores para ∆𝐹1 = 1 𝑘𝑁 ∗ 𝑚:

Figura 9

11
Para obter a seção a qual ocorrerá a próxima rótula plástica, são somados os valores de
momento fletor das seções que possuem pico de momento com o valor do momento obtido para
∆𝐹1 = 1, multiplicado por ∆𝐹1 e igualado ao momento de plastificação. Dessa forma, é possível
obter o ∆𝐹1 necessário para a plastificação de cada seção, sendo o menor valor o primeiro a ser
atingido e, portanto, a seção em que ocorrerá a próxima rótula plástica.

 B: 145,1 + 2,215253 ∗ ∆𝐹1 = 320,5 | ∆𝐹1 = 79,18


 C: 86,5 + 0,438793 ∗ ∆𝐹1 = 361,75 | ∆𝐹1 = 627,3
 D: 186,5 + 2,830106 ∗ ∆𝐹1 = 361,75 | ∆𝐹1 = 61,92
 E: 192,9 + 3,477805 ∗ ∆𝐹1 = 361,75 | ∆𝐹1 = 48,55

Portanto, a próxima rótula plástica se formará na seção E.

Somando o valor de 𝐹1 ao de ∆𝐹1 obtemos o valor da carga 𝐹2 que leva ao surgimento de


duas rótulas plásticas:

𝐹2 = 𝐹1 + ∆𝐹1 = 115,54 + 48,55


𝐹2 = 164,09

E o diagrama de momentos fletores para a carga 𝐹2 é obtido somando os momentos do


diagrama da carga 𝐹1 com o diagrama de do ∆𝐹1 obtido:

Figura 10

12
2.2.3. Passo 3

Com os eventos de plastificação em A e E, para acréscimos de momento, a estrutura


passa a se comportar como se houvesse uma articulação em E também, permitindo a rotação
da seção. De modo que ela foi replicada no Ftool e aplicado o processo do Passo 2.

Figura 11

Diagrama de momentos fletores para ∆𝐹2 = 1:

Figura 12

13
Semelhante ao passo 2:

 B: 252,67 + 3,990498 ∗ ∆𝐹2 = 320,5 | ∆𝐹2 = 17


 C: 107,77 + 0,875692 ∗ ∆𝐹2 = 361,75 | ∆𝐹2 = 290
 D: 323,9 + 3,349169 ∗ ∆𝐹2 = 361,75 | ∆𝐹2 = 11,3

Portanto, ocorrerá o surgimento de rótula plástica na seção D.

Somando o valor de 𝐹2 ao de ∆𝐹2 obtemos o valor da carga 𝐹3 que leva ao surgimento de três
rótulas plásticas:

𝐹3 = 𝐹2 + ∆𝐹2 = 164,09 + 11,3


𝐹3 = 175,39

Diagrama de momentos fletores da carga 𝐹3 :

Figura 13

14
2.2.4. Passo 4

Com os eventos de plastificação em A, E e D, para acréscimos de momento, a estrutura


passa a se comportar como se houvesse uma articulação em D também, permitindo a rotação
da seção. De modo que ela foi replicada no Ftool e aplicado o processo do Passo 3.

Figura 14

Diagrama de momentos fletores para ∆𝐹3 = 1:

Figura 15

15
Semelhante aos passos 2 e 3:

 B: 297,76 + 6 ∗ ∆𝐹3 = 320,5 | ∆𝐹3 = 3,79


 D: 117,66 + 3,666667 ∗ ∆𝐹3 = 361,75 | ∆𝐹3 = 66,57

Portanto, ocorrerá o surgimento de rótula plástica na seção B.

Somando o valor de 𝐹3 ao de ∆𝐹3 obtemos o valor da carga 𝐹4 que leva ao surgimento de quatro
rótulas plásticas:

𝐹4 = 𝐹3 + ∆𝐹3 = 175,39 + 3,79


𝐹4 = 179,18

Diagrama de momentos fletores da carga 𝐹4 :

Figura 16

16
2.2.5. Passo 5
Com os eventos de plastificação em A, E, D e B, para acréscimos de momento, a estrutura
passa a se comportar como se houvesse uma articulação em B também, permitindo a rotação
da seção. A quarta rótula torna a estrutura hipoestática e, portanto, esta é sua configuração de
ruína:

Figura 17

Portanto, o valor da carga de colapso 𝐹𝐼𝐼 é igual a carga 𝐹4 .

𝐹𝐼𝐼 = 𝐹4
∴ 𝑭𝑰𝑰 = 𝟏𝟕𝟗, 𝟏𝟖 𝒌𝑵 ∗ 𝒎

17
2.3. Carga de Colapso 𝐹𝐼𝐼
𝑭𝑰𝑰 = 𝟏𝟕𝟗, 𝟏𝟖 𝒌𝑵 ∗ 𝒎

2.4. Mecanismo de Colapso

Figura 18 – Mecanismo de colapso

2.5. Diagrama de momentos fletores na iminência do colapso

Figura 19

18
2.6. Gráficos F x U1 e F x U2
Os valores dos deslocamentos U1 e U2 foram obtidos no software Ftool, sendo anotados
a cada passo realiado na resolução da estrutura. O deslocamento real da estrutura é composto
pela soma dos deslocamentos em cada passo, portanto os gráficos de força por deslocamento
foram montados com o valor da somatório de U a cada passo. Para U2 foram tomados os valores
em módulo de forma a obter uma melhor visualiação, já que o sinal negativo para os valores de
U2 é devido a orientação dos eixos escolhida pelo grupo.

F (kN*m) 2 * F (kN*m) 0,8 * F (kN*m) U1 (m) U2 (m) Σ U1 (m) Σ U2 (m) Σ |U2|(m)


F0 0 0 0 0 0 0 0 0
F1 115,54 231,08 92,432 0,021470 -0,006842 0,02147 -0,00684 0,006842
F2 164,09 328,18 131,272 0,072800 -0,006275 0,09427 -0,01312 0,013117
F3 175,39 350,78 140,312 0,145800 -0,017850 0,2186 -0,02413 0,024125
F4 179,18 358,36 143,344 0,281600 -0,072800 0,4274 -0,09065 0,09065
Tabela 2

F x Σ U1
200 0,427; 179,18
0,219; 175,39
180 0,094; 164,09
160
140
F (kN*m)

120
0,021; 115,54
100
80
60
40
20
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45
Σ U1 (m)

Gráfico 1

19
F x Σ |U2|
200 0,024; 175,39 0,091; 179,18
180 0,013; 164,09
160
F (kN*m) 140
120 0,007; 115,54
100
80
60
40
20
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
Σ |U2| (m)

Gráfico 2

20
3. Item 2
Analisando a estrutura abaixo pelo Teorema Cinemático, tem-se:

Figura 20

Figura 21

21
Assim, pelo Teorema Cinemático, 𝑭𝑰𝑰 = 𝟏𝟕𝟗, 𝟏𝟖 𝒌𝑵 ∗ 𝒎, correspondendo ao F mínimo.
Tal pode ser confirmado pela aplicação do Teorema Estático, que afirmaria F como valor máximo.
Olhando para o diagrama de momentos com a carga de colapso aplicada, tem-se:

Figura 22

Como nenhum dos momentos do diagrama excede Mp, confirma-se pela análise limite
que 𝑭𝑰𝑰 = 𝟏𝟕𝟗, 𝟏𝟖 𝒌𝑵 ∗ 𝒎.

4. Item 3 - Descarga da estrutura


Ao final do Passo 4, foi obtida a carga de colapso e a configuração de ruína da estrutura,
portanto, com aplicação da carga de colapso, a estrutura não suporta nenhum acréscimo de
momento fletor, porém isto vale apenas para o “sentido” da carga aplicado, caso seja aplicado
uma carga ∆𝐹 no sentido contrário da estrutura, ela reagirá de forma elástica. Portanto, para uma
descarga até 80% de 𝐹𝐼𝐼 temos que:

∆𝐹 = 0,2 ∗ 𝐹𝐼𝐼 = 0,2 ∗ 179,18


∴ ∆𝐹 = 35,836 𝑘𝑁

Para a descarga, ∆𝐹 será aplicado no sentido contrário ao mostrado no enunciado.


Portanto temos:

22
Figura 23

E seu diagrama de momentos fletores ∆𝐹 = 35,836:

Figura 24

23
De modo que o diagrama de momentos fletores após o fim da descarga é:

Figura 25

A seguir estão os gráficos de F x U1 e F x U2 após a descarga. Como a descarga solicitada


foi até o valor de 80% de FII, foi representado no gráfico o valor de FDescarga = 143,344 kN*m.

F (kN*m) 2 * F (kN*m) 0,8 * F (kN*m) U1 (m) U2 (m) Σ U1 (m) Σ U2 (m) Σ |U2|(m)


F0 0 0 0 0 0 0 0 0
F1 115,54 231,08 92,432 0,021470 -0,006842 0,02147 -0,00684 0,006842
F2 164,09 328,18 131,272 0,072800 -0,006275 0,09427 -0,01312 0,013117
F3 175,39 350,78 140,312 0,145800 -0,017850 0,2186 -0,02413 0,024125
F4 179,18 358,36 143,344 0,281600 -0,072800 0,4274 -0,09065 0,09065
FDescarga 143,344 -0,006659 0,002122 0,274941 -0,07068 0,070678
Tabela 3

24
F x Σ U1
200 0,427; 179,18
0,219; 175,39
180 0,094; 164,09
160 0,275
F (kN*m) 140
120
0,021; 115,54
100
80
60
40
20
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45
Σ U1 (m)

Gráfico 3

F x Σ |U2|
200 0,024; 175,39 0,091; 179,18
180 0,013; 164,09
160
140 0,071; 143,344
F (kN*m)

120 0,007; 115,54


100
80
60
40
20
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
Σ |U2| (m)

Gráfico 4

25
5. Item 4

5.1. Carga de serviço

Conforme trecho disponibilizado a seguir do material sobre plasticidade disponibilizado


no moodle. O coeficiente de segurança interno é utilizado no método das tensões admissíveis
relacionado a tensão de serviço com a tensão de escoamento da estrutura.

A forma clássica de avaliação da segurança das estruturas em relação à sua


capacidade resistente é feita pelo método das tensões admissíveis onde a medida da segurança
é obtida através do coeficiente de segurança interno 𝛾𝑖 e adotando-se, em geral, como critério
de resistência para as estruturas reticuladas, o Critério da Máxima Tensão Normal.
Desta forma, a medida da segurança, tendo em conta o Método das Tensões
Admissíveis e na hipótese de se considerar um material de comportamento elasto—plástico ideal
(Figura 4.4), pode ser expressa pela desigualdade
−𝜎̅ ≤ 𝜎 ≤ 𝜎̅
onde σ é a tensão normal em qualquer ponto da estrutura, devida ao carregamento externo, 𝜎̅ =
𝜎𝐸
é a tensão admissível, γi > 1 é o coeficiente de segurança interno e σe a tensão de
𝛾𝑖
escoamento na tração ou compressão.

Como foi dado 𝛾𝑖 = 2. Pela equação 5.1 é possível obter o valor da tensão de serviço
proposta pelo item 4 do trabalho:
𝜎𝐸 (5.1)
𝜎=
𝛾𝑖

𝜎𝐸 25 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝜎= ∴ 𝜎= ∴ 𝜎 = 12,5 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝛾𝑖 2

Após a obtenção da tensão de serviço de 𝜎 = 12,5 𝑘𝑁/𝑐𝑚² é necessário analisar qual


seção da estrutura escoará primeiro, para isto, é analisada a estrutura trabalhando em regime
elástico. Como o maior momento para o regime elástico é na seção B (Figura ) e somado ao fato
de o Módulo de resistência elástico (W) para a barra AB ser menor, ou seja, seu momento de
primeiro limite 𝑀𝐼 é menor, chega-se a conclusão que a seção B é a primeira a escoar.

26
Figura : Diagrama de momentos fletores para 𝐹 = 1

Dado 𝜎 = 12,5 𝑘𝑁/𝑐𝑚² e 𝑊𝐴𝐵 = 1127 𝑐𝑚³ (valor tabelado, perfil CVS 300x85), temos que
o momento fletor em B para a tensão de serviço (obtida graças a 𝛾𝑖 = 2) é:

𝑀 = 𝜎 ∗ 𝑊𝐴𝐵 = 12,5 ∗ 1127 = 14087,5 𝑘𝑁 ∗ 𝑐𝑚


∴ 𝑀 = 140,875 𝑘𝑁 ∗ 𝑚

Dado este valor de M e o diagrama de momentos fletores para a estrutura trabalhando


em regime elástico, é possível obter 𝐹𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 :

2,773829 ∗ 𝐹𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 = 140,875


∴ 𝑭𝒔𝒆𝒓𝒗𝒊ç𝒐 = 𝟓𝟎, 𝟕𝟗 𝒌𝑵 ∗ 𝒎

27
5.2. Coeficiente de segurança externo

Obtida a carga de serviço, é possível obter o valor do coeficiente de segurança externo


pela equação 5.2.

𝐹𝐼𝐼 (5.2)
𝛾𝑒 =
𝐹𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜

Este coeficiente dá a relação entre a carga de colapso e a carga de serviço da estrutura


e é um meio de tentar quantificar um fator de segurança para a concepção de estruturas.

Dado os valores de 𝐹𝐼𝐼 e 𝐹𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 obtidos anteriormente:

𝐹𝐼𝐼 179,18 𝑘𝑁 ∗ 𝑚
𝛾𝑒 = =
𝐹𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 50,79 𝑘𝑁 ∗ 𝑚
∴ 𝜸𝒆 = 𝟑, 𝟓𝟑

5.3. Analise Crítica

Os valores obtidos para 𝛾𝑒 e 𝛾𝑖 reforçam o estudado em sala de aula de que estruturas


com maior grau de hiperestaticidade possuem diferenças maiores nos valores dos dois
coeficientes de segurança. Dado o maior valor de 𝛾𝑒 , relacionado à ruina da estrutura e não
apenas ao escoamento da mesma (caso do 𝛾𝑖 ), 𝛾𝑒 é uma melhor alternativa para dimensionar
estruturas dado que ele proporciona um melhor aproveitamento da capacidade portante, além
de gerar ganhos financeiros, pois permite dimensionar uma estrutura mais econômica para uma
mesma solicitação.
Porém, para a determinação de 𝛾𝑒 é necessário obter o comportamento das estruturas
fora do regime elástico, o que demonstra a importância do estudo da teoria da plasticidade
aplicada às estruturas.

Bibliografia
Noções da Teoria da Plasticidade.*

*Não foi identificado os autores nem a qual livro pertence o capítulo sobre Plasticidade
disponibilizado no Moodle.

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