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Conversão de

Energia
Roberlam Gonçalves de Mendonça
Magnetismo - Ímãs
• A origem exata do magnetismo ainda é um grande mistério. Uma
lenda diz que um pastor de ovelhas da Grécia Antiga, fez a
primeira observação das propriedades magnéticas de uma pedra,
chamada de magnetita, na Magnésia – Ásia Menor.

• Diz a lenda, que o pastor possuía um cajado com a ponta de ferro,


e cada vez em que era encostado na pedra, seu cajado ficava
preso por uma força inexplicável.
Um breve histórico - Antiguidade
• A Antiguidade pouco contribuiu para o estudo dos fenômenos
elétricos e magnéticos. A única contribuição científica que vale à
pena ser citada é a de TALES (640-550 a.C.) de Mileto, astrônomo e
pensador grego.

• Tales relatou as propriedades de atração e repulsão entre pedaços


de um óxido de ferro, chamado de magnetita (Fe3SO4).

• No século II, tivemos a invenção chinesa, a bússola.


Um breve histórico – Idade Média
Um breve histórico – Idade Moderna
• Em 1600, surge o trabalho de William GILBERT (1540-1603),
médico da rainha inglesa Elisabeth I, diferenciou os fenômenos
elétricos dos magnéticos, criando a expressão vis electrica (força
elétrica). Em magnetismo, traçou a forma das linhas de indução
magnética aproximando uma pequena agulha de bússola de bolas
de ferro magnetizadas, demonstrando a completa analogia da ação
da terra sobre a bússola. Além disso, mostrou a impossibilidade de
se obter um pólo magnético isolado partindo-se um imã em duas
partes.
Um breve histórico – Idade
Contemporânea

• Hans Christian OERSTED (1777-1851), observou a deflexão da agulha


de uma bússola por uma corrente elétrica. Descobriu a correspondente
força de um imã sobre um circuito elétrico.

• 1820, Jean Baptiste BIOT (1774-1862) e Félix SAVART (1791-


1841) formularam, a partir de observações experimentais, a lei que leva
seus nomes e que permite o cálculo de campos magnéticos produzidos por
correntes elétricas.
Um breve histórico – Idade
Contemporânea
• O primeiro eletroimã foi descoberto em 1822 por Dominique François Jean
ARAGO (1786-1853) e por Joseph Louis GAY-LUSSAC (1778-1850) quando
verificaram que uma barra de ferro fica magnetizada se enrolada por um fio
conduzindo uma corrente elétrica.

• Neste mesmo ano, André Marie Ampère (1775-1836), sabendo das descobertas
de Oersted, dedicou-se ao assunto e formulou a regra para indicar a direção do
campo magnético criado por um circuito elétrico. Além disso, descobriu que
circuitos paralelos com correntes na mesma direção se atraem, e se repelem
quando as correntes são contrárias, e que solenóides atuam com imãs em
barra.
Um breve histórico – Idade
Contemporânea

• Em 1831,Michael FARADAY (1791-1867), enrolou duas espiras de


fio em torno de um anel de ferro e observou que a corrente exercia
uma ação para trás que correspondia a sua ação magnética.
Descobriu a indução.

• Em 1833, Heinrich Friedrich Emil LENZ (1804-1865), esclareceu o


sentido das correntes induzidas, Lei de Lenz.
Um breve histórico – Idade
Contemporânea

• Em 1856, James Clerk MAXWELL (1831-1879) forneceu a base


matemática adequada para as linhas de força idealizadas por
Faraday.
ELETROMAGNETISMO

MATERIAIS MAGNÉTICOS

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Eletricidade e Magnetismo
Dipolos Magnéticos Dipolos Elétricos

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Eletricidade e Magnetismo

Linhas de Campo Elétrico


Linhas de Campo
Magnéticos

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Princípio do Imã

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Força de
Atração e
Repulsão

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Momento • As propriedades magnéticas dos
materiais têm sua origem na estrutura
Magnético eletrônica dos átomos;
• Do ponto de vista clássico, são de dois
tipos os movimentos, associados ao
elétron que podem explicar a origem dos
momentos magnéticos: o momento
angular orbital do elétron, e o momento
angular do “spin” do elétron;
• Lembrando: Momento é a medida de
quanto uma força que age em um objeto
faz com que ele gire.
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Domínios
Magnéticos
• A observação de um imã ao microscópio,
revelaria a composição por pequenas regiões,
na sua maioria com 1mm de largura ou
comprimento, que se comportam como um
pequeno ímã independente, com os seus dois
pólos.
• Em materiais desmagnetizado os domínios estão
desalinhados, ou seja, estão numa disposição
aleatória. Conversão de Energia - Prof.: Roberlam G de Mendonça
• Quando submetidos a campos
magnéticos externos estes
materiais têm a maioria de seus
domínios alinhados ao campo
externo.
• O material com os seus
domínios alinhados age como
um ímã

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Afastando a fonte magnética, podemos
ter basicamente dois fatos:

A maioria dos domínios A maioria dos domínios


magnéticos do metal magnéticos do metal
retorna ao estado de mantém o estado de
orientação desorganizado. orientação adquirido da
fonte magnética.
Material
Material
Magneticamente Mole Magneticamente Duro

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Materiais
Magneticamente Moles e
Duros
• A área compreendida pela CURVA DE
HISTERESE corresponde a uma perda
de energia por unidade de volume, por
ciclo de magnetização-desmagnetização,
liberada na forma de calor ⇒ perda por
histerese.

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Materiais Magneticamente Moles
• Os materiais magneticamente moles tem
Apresentam baixo Hc; ( força
sua principal aplicação em núcleos de coercitiva)
transformadores, nos meios de gravação Têm baixas perdas por histerese;
magnética, etc. Alta permeabilidade magnética;
• Não precisarem de um campo muito grande Curva de histerese estreita.
para se magnetizar, e de apenas um campo
pequeno para se desmagnetizar.
• São também de grande aplicação, como nos
cartões magnéticos, fitas magnéticas para
gravação de dados, etc.
Materiais Magneticamente Duros
• Os materiais magneticamente duros, são de
grande importância para a eletroeletrônica;
uma vez magnetizados mantém o seu nível
de magnetização.
• Imantação permanente.

Apresentam elevado Hc;


Apresentam elevado magnetismo remanente Br
Mais difíceis de magnetizar e desmagnetizar;
Utilizados na fabricação de ímãs permanentes.
Apresentam curva de histerese larga.
Perdas das
Propriedades
Magnéticas
• Por temperatura (aprox. 770ºC)
• Choque mecânico

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Saturação Magnética
• Dependendo da força da indução magnética que o imã promove sob
o metal, este pode ter os seus átomos orientados até um determinado
limite ;
• Esse limite é denominado de Saturação Magnética ;
• Mesmo aumentando a força de indução, não aumenta o número de
domínios orientados .

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Curva BxH
• Indução magnética (B) em
função do campo magnético
externo (H) para um
material ferromagnético
saturado ciclicamente em
um campo H positivo e
negativo (pontos S e S’).

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Curva de
Histerese
• O CICLO DE HISTERESE
é representado pela CURVA
DE HISTERESE (linha
sólida azul); a linha
vemelha tracejada indica a
curva de magnetização
inicial.
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• Se a partir da saturação inicial (ponto S) o campo H
passa a ser reduzido, a curva de magnetização não
retorna seguindo seu trajeto original. Produz-se um
efeito de HISTERESE, onde B se defasa em relação a H,
diminuindo a uma taxa mais baixa.
• O efeito de histerese é gerado pela resistência à
movimentação de paredes de domínio causada pela
presença de defeitos no material cristalino.
• A REMANÊNCIA (Br) corresponde à indução
magnética B residual na amostra após a retirada do
campo H (ou seja, quando H = 0).
• A COERCIVIDADE (Hc) corresponde ao campo
magnético H necessário para reduzir o campo B no
interior da amostra a zero.

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Materiais
Paramagnéticos,
Diamagnéticos e
Ferromagnéticos

• Com base no comportamento de


alguns materiais diante de um
campo magnético externo, é
possível classificá-los em
paramagnéticos, diamagnéticos
ou ferromagnéticos.

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As substâncias ferromagnéticas são
fortemente atraídas pelos ímãs.
Já as substâncias paramagnéticas e
diamagnéticas são, na maioria das vezes,
denominadas de substâncias não
magnéticas, pois seus efeitos são muito
pequenos quando sobre a influência de
um campo magnético.

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• Ferromagnéticas:
• Ferro, aços especiais, cobalto, níquel, e
algumas ligas alloys (Alnico,
Permalloy), etc;
Exemplo de • Paramagnéticas:

Substâncias
• Alumínio, sódio, manganês, estanho,
cromo, platina, paládio, oxigênio
líquido, etc;
• Diamagnéticas:
• Cobre, água, mercúrio, ouro, prata,
bismuto, antimônio, zinco, cloreto de
sódio, etc;

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O ferro apresenta uma permeabilidade magnética muito
maior do que a do vidro µ Fe >>>> µ Vidro Linhas de Fluxo

B H

m Fe
A capacidade que os materiais
possuem de perturbar a
Ferro
distribuição das linhas de força
é uma característica do
material e é denominada de
PERMEABILIDADE
MAGNÉTICA.
Vidro
m Vidro
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Essa perturbação na distribuição das linhas de campo é
utilizada para blindar instrumentos

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"O campo magnético é uma região do
espaço onde as cargas elétricas em
movimento são sujeitas à ação de uma
Campo força magnética, capaz de alterar as suas
trajetórias. O campo magnético é
Magnético resultado da movimentação de cargas
elétricas, como no caso de um fio que
conduz corrente elétrica ou até mesmo
na oscilação de partículas subatômicas,
como os elétrons."

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Linhas de Campo Magnético

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Experimento de Oersted

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A Lei de Ampère

A Lei de Ampère afirma que o sentido do


campo magnético é determinado pelo
sentido da corrente. Dessa forma, invertendo
o sentido da corrente, invertemos também o
sentido do campo.

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Linhas de Campo Magnético

Um Campo Magnético Ao Redor De Um Condutor,


Através Do Qual Passa Uma Corrente Elétrica.

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O sentido das linhas de campo magnético é
determinado pela regra da mão direita

Visto em perspectiva Visto de cima Visto de lado

Grandeza orientada do plano para o observador (saindo do plano)


Grandeza orientada do observador para o plano (entrando no plano)

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Campo Magnético em Um Condutor

Onde:
B: módulo do vetor campo magnético (T-
𝜇𝑜 ⋅ 𝑖 Tesla)

𝐵= i: corrente elétrica ( A)

2 ⋅ 𝜋. 𝑑 d: distância perpendicular entre o fio


condutor e o ponto P onde se encontra o
vetor campo magnético (m)
m0: permeabilidade magnética no vácuo =
4.10-7 T.m/A
No sistema SI, a unidade de B é o Tesla (T), enquanto no
sistema CGS, sua unidade é o Gauss (G), onde 1 T =
104 G = 1 Weber/m2.
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Campo Magnético em Uma Espira

• A intensidade do vetor B no centro O da espira vale:

mo  i
B =
2 R
i  corrente em ampère
R  raio da espira em metros
mo  permeabilidade magnética do vácuo.

mo = 4    10−7 T  m A

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Campo Magnético em Uma Bobina
• Uma bobina é constituída de várias espiras justapostas.

• A intensidade do vetor B
no centro da bobina vale:

mo  i
B =N 
2 R

N  Número de espiras
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Campo Magnético em Um Solenoide
• O campo magnético produzido no interior do solenoide ao ser
percorrido por uma corrente elétrica i , é praticamente uniforme.

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Campo Magnético em Um Solenoide
• A intensidade do campo magnético pode ser determinada pela Lei de
Ampére:
L

N .mo  i
Onde:

B=
B: módulo do vetor campo
magnético (T)
i: corrente elétrica ( A)
L N: nº de espiras
L: comprimento do solenóide
i i (m)
m0: permeabilidade magnética
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no vácuo = 4.10-7 T.m/A
Polos de Uma Espira
• Note que a espira tem dois polos. O lado onde B “entra” é o polo
sul; o outro, o norte.

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Comportamento Magnético em Uma
Bobina

•Aproximando-se um ímã de uma bobina, verifica-se que o polo


norte daquele atrai o sul da bobina, repelindo o norte da mesma.

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Referências Bibliográficas
• Básica:
• DEL TORO, Vicent. Fundamentos de Máquinas Elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
• BIM, Edson, Máquinas Elétricas e Acionamentos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
• 3. NASCIMENTO JÚNIOR, Geraldo Carvalho do: Máquinas elétricas: teoria e ensaios. 2. Ed. São Paulo: Érica,
2007.

• Complementar:
• KOSOW, Irving: Máquinas elétricas e transformadores. 15. Ed. São Paulo: Globo, 2005.
• FITZGERALD, A. E.; KINGSLEY JR., Charles; UMANS, Stephen. Máquinas elétricas: com introdução à eletrônica
de potência. 6. ed. São Paulo: Bookman, 2006.
• SIMONE, GilioAluisio. Máquinas de indução trifásicas: teoria e exercícios. 2. ed. São Paulo: Érica, 2010.
• OLIVEIRA, José Carlos; COGO, João Roberto; ABREU, José Policarpo G. de. Transformadores: teoria e ensaios. 8.
reimpr. São Paulo: Edgard Blucher, 2010.
• BOYLESTAD, Robert L. Introdução à análise de circuitos. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
• Notas de Aula
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