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ROTEIRO DE

APRENDIZADO ATIVO
ESTRUTURAS DE AÇO E MADEIRA

Semana 04
Curso: Engenharia Civil DEA: PEÇAS COMPRIMIDAS
23/05 – 27/05/2022

VÍDEO-POCKET LEARNING

Olá, aluno (a),

Nessa semana você estudou o dimensionamento das peças metálicas comprimidas.


Devido a sua grande esbeltez, os perfis metálicos quando comprimidos podem sofrer
flambagem global, grande deslocamento lateral da peça como um todo; ou flambagem
local, deslocamentos excessivos na aba ou alma do perfil.

Dessa forma, é necessário que se avalie essas flambagens durante o dimensionamento


da peça a compressão. Algo também muito importante é conhecer as vinculações da
peça e sua distância, nas duas direções da flambagem.

Na atividade dessa semana você deverá dimensionar um perfil metálico submetido um


esforço de compressão. Assista ao pocket learnning e saiba mais da atividade.

https://youtu.be/NxSzXqtpbn0
MÃO NA MASSA

Preparado para começar? Então vamos lá!

Você está desenvolvendo o projeto de uma cobertura metálica. Após os passos iniciais
do projeto: determinação do layout da cobertura, levantamento das ações atuantes e a
análise estrutural, você obteve a barra do banzo superior B4 possui um esforço normal
máximo de -105 kN (compressão).

Sabendo que as barras da treliça de cobertura serão de seção múltipla como mostra a
figura 1. Verifique se o perfil L 3” x 9,1 kg/m atende as condições de segurança do
banzo.

Figura 1: Seção transversal do banzo

Figura 2: Esquema da cobertura – unidades em mm


RESOLUÇÃO PASSO-A-PASSO E
GABARITO

Para avaliar a possibilidade do uso do perfil L 3”x9,1 kg/m na treliça apresentada


precisaremos passar por três passos básicos:

1° determinação da solicitação de cálculo

2° determinação da resistência de cálculo

3° verificação da segurança

Para a treliça de cobertura já nos foi informado a força máxima de solicitação de cálculo
para a barra B4, sendo igual a -105 kN.

Dessa forma devemos passar para a determinação da força resistente para a barra B4
executada conforme Figura 1 com dois perfis cantoneira L de 3”x9,1 kg/m. A
determinação da força resistente para uma peça submetida a compressão pode ser
dividida em 4 passos distintos:

a) Determinação do índice de esbeltez da peça


b) Determinação do parâmetro 𝜒
c) Determinação do parâmetro 𝒬
d) Determinação da força resistente

Comecemos a executar cada um desses passos:

a) Determinação do índice de esbeltez da peça

Uma vez que a barra B4 pode sofrer flambagem ao redor de ambos os eixos da seção
transversal (x e y) precisamos determinar o índice de esbeltez em volta de cada um dos
eixos.

• Índice de esbeltes x:
Se tratando de uma barra de treliça (nós rotulados) temos que ela é bi apoiada e,
portanto, possui coeficiente K=1,0.
O comprimento de flambagem ao redor do eixo x é dado pelo próprio comprimento
da barra B4 apresentado na treliça. Logo:

𝐿𝑥 = √2002 + 12,52 = 200,39 𝑐𝑚


O raio de giração depende do momento de inércia e a área da seção múltipla. O
momento de inércia pode ser obtido utilizando o teorema dos eixos paralelos, visto
em resistência dos materiais.
𝐼𝑥 = 𝐼𝑥′ + 𝐴1 . 𝑑12 + 𝐼𝑥′′ + 𝐴2 . 𝑑22
𝐼𝑥 = 2. 𝐼𝑥′ = 2.62 = 124 𝑐𝑚4

𝐴 = 𝐴1 + 𝐴2 = 2.11,48 = 22,96 𝑐𝑚²

𝐼𝑥 124
𝑖=√ =√ = 2,32 𝑐𝑚
𝐴 22,96

Observação: os valores de momento de inércia (62 cm4) e área (11,48 cm²) para
um único perfil L são obtidos na tabela apresentada em anexo.

O índice de esbeltez em x é
𝐾. 𝐿𝑥 1,0.200,39
𝜆𝑥 = = = 86,38
𝑖 2,32

• Índice de esbeltes y:
Se tratando de uma barra de treliça (nós rotulados) temos que ela é bi apoiada e,
portanto, possui coeficiente K=1,0.
A flambagem ao redor do eixo y é impedida pelo sistema de contraventamento do
telhado, logo o comprimento da barra será igual a distância entre dois travamentos
do contraventamento consecutivos.

𝐿𝑦 = √4002 + 252 = 400,78 𝑐𝑚


O raio de giração depende do momento de inércia e a área da seção múltipla. O
momento de inércia pode ser obtido utilizando o teorema dos eixos paralelos, visto
em resistência dos materiais.
𝐼𝑦 = 𝐼𝑦′ + 𝐴1 . 𝑑12 + 𝐼𝑦′′ + 𝐴2 . 𝑑22
0,5
𝐼𝑥 = 2. [𝐼𝑥 ′ + 𝐴1 . 𝑑12 ] = 2. [62 + 11,48. (2,21 + )] = 262,94 𝑐𝑚4
2

𝐴 = 𝐴1 + 𝐴2 = 2.11,48 = 22,96 𝑐𝑚²

𝐼𝑦 262,94
𝑖𝑦 = √ =√ = 3,38 𝑐𝑚
𝐴 22,96

Observação: os valores de momento de inércia (62 cm4), área (11,48 cm²) e x


(2,21 cm) para um único perfil L são obtidos na tabela apresentada em anexo.

O índice de esbeltez em y é
𝐾. 𝐿𝑦 1,0.400,78
𝜆𝑦 = = = 118,57
𝑖𝑦 3,38

Após a determinação da esbeltez ao redor dos dois eixos, adotamos como o


índice de esbeltez da seção o maior valor entre os dois.
𝜆 = 𝜆𝑦 = 118,57

b) Determinação do parâmetro 𝜒
Para a determinação do parâmetro de flambagem global, precisamos determinar
o índice de esbeltez limite dado por:

𝑓𝑦
𝜆0 = 𝜆 √
𝜋2𝐸

Para o aço MR250, essa fórmula pode ser reescrita como:


𝜆0 = 0,0113. 𝜆
Para a nossa seção temos que a esbeltez limite é igual a:
𝜆0 = 0,0113.118,57 = 1,34

Sendo 1,34 < 1,5 o parâmetro de flambagem global é dado por:


0,658𝜆0 → 𝑠𝑒 𝜆0 ≤ 1,5
𝝌= 0,877
→ 𝑠𝑒 𝜆0 > 1,5
{ 𝜆20
𝝌 = 0,658𝜆0 = 0,6581,34 = 0,57
c) Determinação do parâmetro 𝒬

Para a determinação do parâmetro da flambagem local, precisamos primeiro avaliar


𝑏
se haverá flambagem local no perfil. Para isso utilizamos a relação ( 𝑡 ) dada pela
𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒

tabela da NBR 8800, no anexo F.

Para o caso do perfil L, precisamos avaliar apenas a aba da cantoneira, a qual se


enquadra no grupo 3 da tabela. Sendo assim:
𝑏 𝐸 200 000
( ) = 0,45√ = 0,45√ = 12,73
𝑡 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑓𝑦 250

Para o nosso perfil temos que b = 76,2 cm e t = 7,94 cm (valores tirados da tabela
em anexo). Nesse caso a relação b/t é igual a:

𝑏 76,2 𝑏
= = 9,6 < ( )
𝑡 7,94 𝑡 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒

Logo, não haverá flambagem local. Portanto, 𝒬 = 1,0

d) Determinação da força resistente

A força resistente de uma peça de aço comprimida é dada por:


𝜒. 𝒬. 𝐴𝑔 . 𝑓𝑦
𝑅𝑑 =
𝛾𝑎1
Dessa forma, para o perfil utilizado temos
0,57.1,0.22,96.25
𝑅𝑑 = = 297,44 𝑘𝑁
1,1

Após a determinação da resistência da barra, devemos avaliar a sua segurança:

𝑆𝑑 ≤ 𝑅𝑑

105,00 ≤ 297,44

Logo, não haverá falha do banzo superior caso seja utilizado o perfil L 3” X9,1 kg/m.

REFERÊNCIAS

PFEIL, Walter e PFEIL, Michele. Estruturas de aço – Dimensionamento prático.


8°edição. Editora Afiliada. Rio de Janeiro. 2009.

MATERIAIS EQUIPE PEDAGÓGICA


LIVRO DIDÁTICO HÍBRIDOS ENGENHARIAS
ANEXO

PERFIL L GERDAU

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