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PILARES

(compressão e flexocompressão)
Instituto Federal da Sergipe de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe
Coordenadoria de Engenharia Civil – Campus Aracaju
Disciplina Estruturas de Madeira
Prof. Marcílio Fabiano Goivinho da Silva
1) VERIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE ESBELTEZ:
𝑳𝟎
λ= ≤ 𝟏𝟒𝟎
𝒓

𝑳𝟎 = 𝑲𝑬 ∙ 𝑳 𝑳 é o comprimento efetivo do elemento

para seções
𝐼 retangulares ℎ 𝑳𝟎 𝟏𝟐
𝑟= 𝑟= ∴ 𝝀= 𝑳𝟎 ≤ 𝟒𝟎𝒉
𝐴 12 𝒉

para seções
𝐼 circulares 𝑑 𝟒𝑳𝟎
𝑟= 𝑟= ∴ 𝝀= 𝑳𝟎 ≤ 𝟑𝟓𝒅
𝐴 4 𝒅
Comprimento de flambagem
Condição de alinhamento

Para peças que compõem pórticos, treliças, pilares ou vigas em que a


instabilidade lateral pode ocorrer, o desvio no alinhamento axial da
peça, medido na metade da distância entre os apoios, deve ser limitado
em:

a) L/300 para peças de madeira serrada ou roliça;

b) L/500 para peças de madeira laminada colada.


2) VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA:
Compressão:
𝑵𝒄,𝒅
𝝈𝑵𝒄,𝒅 = ≤ 𝒇𝒄𝟎,𝒅
𝑨
Flexocompressão:
𝟐
𝝈𝑵𝒄,𝒅 𝝈𝑴𝒙,𝒅 𝝈𝑴𝒚,𝒅
+ + 𝒌𝑴 ≤𝟏
𝒇𝒄𝟎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅 Utilizar a mais
desfavorável
𝟐
𝝈𝑵𝒄,𝒅 𝝈𝑴𝒙,𝒅 𝝈𝑴𝒚,𝒅
+ 𝒌𝑴 + ≤𝟏
𝒇𝒄𝟎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅

0,7 → seções retangulares


𝑘𝑀 = ቊ
1,0 → demais seções
3) VERIFICAÇÃO DA ESTABILIDADE:

𝝈𝑵𝒄,𝒅 𝝈𝑴𝒙,𝒅 𝝈𝑴𝒚,𝒅


+ + 𝒌𝑴 ≤𝟏
𝒌𝒄𝒙 ∙ 𝒇𝒄𝟎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅
Utilizar a mais
desfavorável
𝝈𝑵𝒄,𝒅 𝝈𝑴𝒙,𝒅 𝝈𝑴𝒚,𝒅
+ 𝒌𝑴 + ≤𝟏
𝒌𝒄𝒚 ∙ 𝒇𝒄𝟎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅

Fazer essa verificação quando λrel,x ≥ 0,3 ou λrel,y ≥ 0,3.

0,7 → seções retangulares


𝑘𝑀 = ቊ
1,0 → demais seções
Esbeltez relativa

λ𝒙 𝒇𝒄𝟎,𝒌 λ𝒚 𝒇𝒄𝟎,𝒌
λ𝒓𝒆𝒍,𝒙 = λ𝒓𝒆𝒍,𝒚 =
𝝅 𝑬𝟎,𝟎𝟓 𝝅 𝑬𝟎,𝟎𝟓

𝑬𝟎,𝟎𝟓 = 𝟎, 𝟕 ∙ 𝑬𝒄𝟎,𝒎𝒆𝒅 (se E0,05 não for conhecido)

𝑬𝟎,𝟎𝟓 → valor característico do módulo de elasticidade da madeira paralelo às fibras obtido em ensaio de flexão
Coeficientes kcx e kcy

1 1
𝑘𝑐𝑥 = e 𝑘𝑐𝑦 =
2 2 2 2
𝑘𝑥 + 𝑘𝑥 − 𝜆𝑟𝑒𝑙,𝑥 𝑘𝑦 + 𝑘𝑦 − 𝜆𝑟𝑒𝑙,𝑦

𝑘𝑥 = 0,5 1 + 𝛽𝑐 𝜆𝑟𝑒𝑙,𝑥 − 0,3 + 𝜆𝑟𝑒𝑙,𝑥 2

𝑘𝑦 = 0,5 1 + 𝛽𝑐 𝜆𝑟𝑒𝑙,𝑦 − 0,3 + 𝜆𝑟𝑒𝑙,𝑦 2

0,2 → madeira maciça serrada e peças roliças:


𝛽𝑐 = ቊ
0,1 → madeira lamelada (MLC e MLCC) e madeira laminada (LVL):

βc é o fator para peças estruturais que atendam aos limites de divergência de alinhamento
EXERCÍCIO 01
Calcular o valor máximo de cálculo da força de compressão aplicada centrada em um pilar
biarticulado nos dois planos de flambagem, com comprimento igual a 3,5 m. Admita madeira da
classe D30, seção transversal retangular 10 x 20 cm2, classe de carregamento de longa duração e
classe de umidade 1.

Pd,MÁX = ?
y

h = 20 cm
x

b = 10 cm
EXERCÍCIO 01 (Solução)
1) Verificação do limite de esbeltez:
350

350

350
x y

20

10

L0,x 12 350 12 L0,y 12 350 12


λx = = = 60,62 λy = = = 𝟏𝟐𝟏, 𝟐𝟒
hx 20 hy 10

𝛌 = 𝟏𝟐𝟏, 𝟐𝟒 < 140 → 𝐀𝐭𝐞𝐧𝐝𝐞!


EXERCÍCIO 01 (Solução)
2) Verificação da resistência:

k mod = k mod,1 ∙ k mod,2 = 0,7 ∙ 1,0 = 0,70

k mod ∙ fc0,k 0,70 ∙ 3


fc0,d = fb,d = = = 1,50 kN/cm2
1,4 1,4

Pd = ?

A = hx ∙ hy = 10 ∙ 20 = 200 cm2

Pd
σNc,d = ≤ fc0,d ⟹ Pd ≤ 1,50 ∙ 200
A

𝐏𝐝 ≤ 𝟑𝟎𝟎 𝐤𝐍
EXERCÍCIO 01 (Solução)
3) Verificação da estabilidade:

E0,05 = 0,7 ∙ Ec0,med = 0,7 ∙ 1450 = 1015 kN/cm2

λy fc0,k 121,24 3
λrel,y = = = 2,10 > 0,3 → Verificar estabilidade!
π E0,05 π 1015

k y = 0,5 1 + βc λrel,y − 0,3 + λrel,y 2 = 0,5 1 + 0,2 2,10 − 0,3 + 2,102 = 2,89

1 1
k cy = = = 0,205
2
k y + k y − λrel,y 2 2,89 + 2,892 − 2,102

σNc,d σMx,d σMy,d Pd Τ200 0 0


+ kM + = + 0,7 ∙ + ≤ 1 → 𝐏𝐝 ≤ 𝟔𝟏, 𝟓𝟎 𝐤𝐍
k cy ∙ fc0,d fm,d fm,d 0,205 ∙ 1,5 1,5 1,5
EXERCÍCIO 01 (Solução)

• Critério da resistência: 𝐏𝐝 ≤ 𝟑𝟎𝟎 𝐤𝐍

• Critério da estabilidade: 𝐏𝐝 ≤ 𝟔𝟏, 𝟓𝟎 𝐤𝐍

∴ 𝐏𝐝,𝐌Á𝐗 = 𝟔𝟏, 𝟓 𝐤𝐍
EXERCÍCIO 02
Avalie a segurança da peça de Itaúba (classe D60) ilustrada a seguir. Trata-se de um pilar com ligações
rotuladas. Considere uma classe de carregamento de longa duração e uma classe de umidade 2. Essa
peça é solicitada pelas carga centradas Ng (permanente) e Nq (sobrecarga de utilização).

DADOS:
fc0,k (MPa) 60
Ec0,med (MPa) 19500
Ng (kN) 5
Nq (kN) 15

Medidas em centímetros
EXERCÍCIO 02 (Solução)
1) Verificação do limite de esbeltez:

120
280

160
x y

10

L0,x 12 280 12 L0,y 12 160 12


λx = = = 97,00 λy = = = 𝟏𝟏𝟎, 𝟖𝟓
hx 10 hy 5

𝛌 = 𝟏𝟏𝟎, 𝟗 < 140 → 𝐀𝐭𝐞𝐧𝐝𝐞!


EXERCÍCIO 02 (Solução)
2) Verificação da resistência:

k mod = k mod,1 ∙ k mod,2 = 0,7 ∙ 0,9 = 0,63

k mod ∙ fc0,k 0,63 ∙ 6


fc0,d = fb,d = = = 𝟐, 𝟕𝟎 𝐤𝐍/𝐜𝐦𝟐
1,4 1,4

Nd = 1,4 ∙ Ng + 1,4 ∙ Nq = 1,4 5 + 15 = 28 kN

A = hx ∙ hy = 5 ∙ 10 = 50 cm2

Nc,d 28
σNc,d = = = 𝟎, 𝟓𝟔 𝐤𝐍/𝐜𝐦𝟐
A 50

𝐟𝐜𝟎,𝐝 > 𝛔𝐍𝐜,𝐝 → 𝐀𝐭𝐞𝐧𝐝𝐞!


EXERCÍCIO 02 (Solução)
3) Verificação da estabilidade:

E0,05 = 0,7 ∙ Ec0,med = 0,7 ∙ 1950 = 1365 kN/cm2

λy fc0,k 110,85 6
λrel,y = = = 2,339 > 0,3 → Verificar estabilidade!
π E0,05 π 1365

k y = 0,5 1 + βc λrel,y − 0,3 + λrel,y 2 = 0,5 1 + 0,2 2,339 − 0,3 + 2,3392 = 3,439

1 1
k cy = = = 0,168
2
k y + k y − λrel,y 2 3,439 + 3,4392 − 2,3392

σNc,d σMx,d σMy,d 0,56


+ kM + = = 𝟏, 𝟐𝟑 > 𝟏 → 𝐍ã𝐨 𝐚𝐭𝐞𝐧𝐝𝐞!
k cy ∙ fc0,d fm,d fm,d 0,168 ∙ 2,7
EXERCÍCIO 03
Calcular o valor máximo de cálculo da força de compressão aplicada excentricamente em um pilar
biarticulado nos dois planos de flambagem, com comprimento igual a 3,5 m. Admita madeira da
classe D30, seção transversal retangular 10 x 20 cm2, classe de carregamento de longa duração e
classe de umidade 1.

Pd,MÁX = ?
y

ey

h = 20 cm
ex = 2,5 cm
ex ey = 5,0 cm
x

b = 10 cm
EXERCÍCIO 03 (Solução)
1) Verificação do limite de esbeltez:

λx = 60,62

λy = 121,24 Calculados no EXERCÍCIO 01

𝛌 = 𝟏𝟐𝟏, 𝟐𝟒 < 140 → 𝐀𝐭𝐞𝐧𝐝𝐞!


EXERCÍCIO 03 (Solução)
2) Verificação da resistência:

Mx,d = Pd ∙ ey = 5,0 ∙ Pd

Calculados no EXERCÍCIO 01
k mod = 0,70
My,d = Pd ∙ ex = 2,5 ∙ Pd
fc0,d = fb,d = 1,50 kN/cm2
Ix hy ∙ h2x 10 ∙ 202
A = 200 cm2 Wx = = =
yc 6 6
Pd
σNc,d = = 5 ∙ 10−3 ∙ Pd Iy hx ∙ h2y 20 ∙ 102
200 Wy = = =
xc 6 6

Mx,d 6 ∙ 5 ∙ Pd −3 ∙ P
σMx,d = = = 7,5 ∙ 10 d
Wx 10 ∙ 202

My,d 6 ∙ 2,5 ∙ Pd
σMy,d = = 2
= 7,5 ∙ 10−3 ∙ Pd
Wy 20 ∙ 10
EXERCÍCIO 03 (Solução)
2) Verificação da resistência:

2 2
σNc,d σMx,d σMy,d 5 ∙ 10−3 ∙ Pd 7,5 ∙ 10−3 ∙ Pd 7,5 ∙ 10−3 ∙ Pd
+ + kM = + + 0,7 ≤ 1 ⟹ Pd ≤ 103,6 kN
fc0,d fm,d fm,d 1,50 1,50 1,50

2 2
σNc,d σMx,d σMy,d 5 ∙ 10−3 ∙ Pd 7,5 ∙ 10−3 ∙ Pd 7,5 ∙ 10−3 ∙ Pd
+ kM + = + 0,7 + ≤ 1 ⟹ Pd ≤ 103,6 kN
fc0,d fm,d fm,d 1,50 1,50 1,50

∴ 𝐏𝐝 ≤ 𝟏𝟎𝟑, 𝟔 𝐤𝐍
(pelo critério da resistência!)
EXERCÍCIO 03 (Solução)
3) Verificação da estabilidade:

E0,05 = 1015 kN/cm2 ← Calculado no EXERCÍCIO 01

λx fc0,k 60,62 3 Verificar estabilidade mesmo assim, pois


λrel,x = = = 1,05 < 0,3 sabe−se que λrel,y > 0,3 (EXERCÍCIO 01)
π E0,05 π 1015

k x = 0,5 1 + βc λrel,x − 0,3 + λrel,x 2 = 0,5 1 + 0,2 1,05 − 0,3 + 1,052 = 1,126

1 1
k cx = = = 0,652
2
k x + k x − λrel,x 2 1,13 + 1,132 − 1,052
EXERCÍCIO 03 (Solução)
3) Verificação da estabilidade:

λrel,y = 2,10 > 0,3 → Verificar estabilidade!

k y = 2,89 Calculados no EXERCÍCIO 01

k cy = 0,205
EXERCÍCIO 03 (Solução)
3) Verificação da estabilidade:

σNc,d σMx,d σMy,d 5 ∙ 10−3 ∙ Pd 7,5 ∙ 10−3 ∙ Pd 7,5 ∙ 10−3 ∙ Pd


+ + kM = + + 0,7 ∙ ≤ 1 → 𝐏𝐝 ≤ 𝟕𝟑, 𝟒𝟔 𝐤𝐍
k c𝑥 ∙ fc0,d fm,d fm,d 0,652 ∙ 1,5 1,5 1,5

σNc,d σMx,d σMy,d 5 ∙ 10−3 ∙ Pd 7,5 ∙ 10−3 ∙ Pd 7,5 ∙ 10−3 ∙ Pd


+ kM + = + 0,7 ∙ + ≤ 1 → 𝐏𝐝 ≤ 𝟒𝟎, 𝟑𝟗 𝐤𝐍
k cy ∙ fc0,d fm,d fm,d 0,205 ∙ 1,5 1,5 1,5

∴ 𝐏𝐝 ≤ 𝟒𝟎, 𝟑𝟗 𝐤𝐍
(pelo critério da estabilidade!)
EXERCÍCIO 03 (Solução)

• Critério da resistência: 𝐏𝐝 ≤ 𝟏𝟎𝟑, 𝟔 𝐤𝐍

• Critério da estabilidade: 𝐏𝐝 ≤ 𝟒𝟎, 𝟒 𝐤𝐍

∴ 𝐏𝐝,𝐌Á𝐗 = 𝟒𝟎, 𝟒 𝐤𝐍
PEÇAS DE TRELIÇAS SOB TRAÇÃO EXCÊNTRICA
(flexotração)

Instituto Federal da Sergipe de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe


Coordenadoria de Engenharia Civil – Campus Aracaju
Disciplina Estruturas de Madeira
Prof. Marcílio Fabiano Goivinho da Silva
1) VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA:

Flexotração:
𝝈𝑵𝒕,𝒅 𝝈𝑴𝒙,𝒅 𝝈𝑴𝒚,𝒅
+ + 𝒌𝑴 ≤𝟏
𝒇𝒕𝟎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅
Utilizar a mais
desfavorável
𝝈𝑵𝒕,𝒅 𝝈𝑴𝒙,𝒅 𝝈𝑴𝒚,𝒅
+ 𝒌𝑴 + ≤𝟏
𝒇𝒕𝟎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅 𝒇𝒎,𝒅

0,7 → seções retangulares


𝑘𝑀 = ቊ
1,0 → demais seções
RESUMO: Verificação da Resistência Verificação da Estabilidade
Nt,d
Tração σNt d
,
=
An
≤ ft0,d
σNc,d σMx,d σMy,d
+ + kM ≤1
k cx ∙ fc0,d fm,d fm,d
Nc,d
Compressão σNc,d = ≤ fc0,d
A σNc,d σMx,d σMy,d
+ kM + ≤1
k cy ∙ fc0,d fm,d fm,d
σNt,d σMx,d σMy,d
+ + kM ≤1
ft0,d fm,d fm,d
Flexotração
σNt,d σMx,d σMy,d
+ kM + ≤1
ft0,d fm,d fm,d
2
σNc,d σMx,d σMy,d σNc,d σMx,d σMy,d
+ + kM ≤1 + + kM ≤1
fc0,d fm,d fm,d k cx ∙ fc0,d fm,d fm,d
Flexocompressão
2 σNc,d σMx,d σMy,d
σNc,d σMx,d σMy,d + kM + ≤1
+ kM + ≤1 k cy ∙ fc0,d fm,d fm,d
fc0,d fm,d fm,d

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