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1.

Propriedades Geométricas
A geometria da treliça calculada é apresentada na Figura 1. É uma treliça triangular que vence
um vão de 12 metros e possui altura máxima de 1,8m na cumeeira.
Figura 1 – Esquema geométrico da Treliça

Os comprimentos dos elementos são apresentados na Tabela 1.


Tabela 1 – Descrição das Barras
Barra Comprimento (m) Local
1 3,13
2 3,13
Banzo Superior
3 3,13
4 3,13
5 6,00
Banzo Inferior
6 6,00
7 3,13
8 1,80 Diagonais e Montantes
9 3,13

2. Carregamentos
Permanentes (g):

• Peso Próprio Estimado: 72 N/m²


• Peso da telha cerâmica: 45 N/m²
• Peso das Terças: 35 N/m²
Variáveis (q):

• Sobrecarga: 250 N/m²


• Vento: 200 N/m²
Espaçamento entre as tesouras: 1,50 m
3. Combinação de Ações
Combinação Última Normal:

• VP – Sobrecarga
𝐹𝑑,1 = 1,25 ∗ (72 + 45 + 35) + 1,5 ∗ 250 + 1,4 ∗ 0,6 ∗ 200 = 733 𝑁/𝑚²

• VP – Vento
𝐹𝑑,2 = 1,25 ∗ (72 + 45 + 35) + 1,4 ∗ 200 + 1,5 ∗ 0,8 ∗ 250 = 770 𝑁/𝑚²

• Utilizada:

𝐹𝑑 = 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟(𝐹𝑑,1 , 𝐹𝑑,2 ) = 770 𝑁/𝑚²

Multiplicando pelo espaçamento entre as tesouras:

𝐹𝑑 = 770 ∗ 1,5 = 1155 𝑁/𝑚² = 1,16 𝑘𝑁/𝑚

4. Cálculo dos Esforços


Para o cálculo dos esforços admite-se que o carregamento é aplicado em cada nó, como
apresentado na Figura 2, e que a carga é proporcional à sua área de influência.
Figura 2 – Esquema dos carregamentos por nó

Por simetria sabe-se que:


𝐹1 = 𝐹5 𝐹2 = 𝐹3 = 𝐹4
Sabendo que a área de influência dos nós 1 e 5 compreende a metade do comprimento da
barra 1 (ou 4) e que a área de influência dos nós 2,3 e 4 compreende o comprimento total da barra
citada, tem-se que:
3,13
𝐿𝑖𝑛𝑓,1,5 = = 1,57 𝑚
2
𝐿𝑖𝑛𝑓,2,3,4 = 3,13 𝑚

Sendo assim, a carga aplicada aos nós será de:


𝐹1 = 𝐹2 = 1155 ∗ 1,57 = 1813,35 𝑁 = 1,81 𝑘𝑁
𝐹3 = 𝐹4 = 𝐹5 = 1155 ∗ 3,13 = 3615,15 𝑁 = 3,62 kN
Utilizando o software Frame Design, da empresa LetsConstruct ©, foram obtidos os esforços
nas barras. Um esquema geral dos carregamentos é apresentado na Figura 3, enquanto que os
esforços obtidos no programa são apresentados na Figura 4.

Figura 3 - Esquema Geral dos Esforços na Tesoura

Figura 4 - Esforços nas barras

A síntese dos esforços por barra é apresentada na Tabela 2


Tabela 2 – Síntese dos Esforços
Barra Comprimento (m) Local Esforço (kN) Tipo
1 3,13 18,4 Compressão
2 3,13 12,6 Compressão
Banzo Superior
3 3,13 12,6 Compressão
4 3,13 18,4 Compressão
5 6,00 17,6 Tração
Banzo Inferior
6 6,00 17,6 Tração
7 3,13 5,8 Compressão
8 1,80 Diagonais e Montantes 3,4 Tração
9 3,13 5,8 Compressão
5. Definições para Dimensionamento
Serão admitidas ligações das peças em chapa metálica já dimensionada, com apenas um
alinhamento de parafusos, como apresentado no exemplo da Figura 5.
Figura 5 – Exemplo de parafusos alinhados para o banzo superior

O parafuso utilizado terá diâmetro de 12,5mm em aço A36 (MR250)


A madeira utilizada será uma Maçaranduba (Dicotiledônea) de 1ª Categoria, com classe de
umidade 4. Serão considerados ainda carregamentos permanentes.
A classe de umidade das madeiras pode ser determinada a partir da umidade relativa do ar
média no local de implantação da estrutura conforme a tabela 7 da NBR 7190 (ABNT, 1997),
apresentada na Figura 6.
Figura 6 - Tabela das classes de umidade

6. Banzo Superior: Dimensionamento


As peças do banzo superior estão todas submetidas à compressão, sendo assim temos que
a verificação da resistência de cálculo se dá pela formula:
𝑓𝑤𝑘
𝑓𝑤𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 ∗
𝛾𝑤
Onde 𝑓𝑤𝑘 é o valor característico da resistência; 𝑘𝑚𝑜𝑑 é o coeficiente de modificação e
𝛾𝑤 é o coeficiente de ponderação de segurança do material.
O coeficiente de modificação é formado por:
𝑘𝑚𝑜𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑1 ∗ 𝑘𝑚𝑜𝑑2 ∗ 𝑘𝑚𝑜𝑑3
Os termos são dados por: 𝑘𝑚𝑜𝑑1 leva em conta a classe de carregamento e o tipo de
material empregado, obtidos na tabela 10 da NBR 7190 (ABNT, 1997), reproduzida na Figura 7.
Figura 7 – Valores de k,mod1

Fonte: (ABNT, 1997)


𝑘𝑚𝑜𝑑2 leva em conta a classe de umidade e o tipo de material empregado, obtido na tabela
11 da NBR 7190 (ABNT, 1997), reproduzida na Figura 8.
Figura 8 - Valores de k,mod2

𝑘𝑚𝑜𝑑3 leva em conta a presença de defeitos na madeira, cujo texto da norma informa que:
O coeficiente parcial de modificação kmod,3 leva em conta se a
madeira é de primeira ou segunda categoria. No caso de madeira de
segunda categoria, admite-se kmod,3 = 0,8, e no caso de primeira
categoria, kmod,3 = 1,0.
(ABNT, 1997, p. 17)
Sendo assim, temos:
𝑘𝑚𝑜𝑑 = 0,6 ∗ 0,8 ∗ 1,0 = 0,48
Calculando a resistência de cálculo à compressão, temos que:
𝑓𝑐0,𝑑 82,9
𝑓𝑐0,𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 ∗ = 0,48 ∗ = 28,42 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑤 1,4
As barras do banzo superior estão todas comprimidas e o esforço máximo encontrado é de
18,4 kN. A forma de cálculo varia conforme a esbeltez da peça, que precisa ser calculada
inicialmente e é dada por:
𝐿0
𝜆=
𝑟𝑚𝑖𝑛
A esbeltez máxima prevista pela norma é de 140.
Onde 𝐿0 é o comprimento de flambagem da peça, que no caso de peças sem extremidades
livres é igual ao comprimento efetivo da barra, e 𝑟𝑚𝑖𝑛 é o raio de giração mínimo da seção. Para
o cálculo do raio de giração mínimo faz-se necessário identificar quais as dimensões da peça, para
tanto é preciso escolher uma seção e verificar se ela passa ou não no dimensionamento. As
dimensões mais comuns de peças encontradas no mercado podem ser vistas no Anexo A, retirado
de Pfeil e Pfeil (2003).
Para peças curtas (𝜆 ≤ 40) o rompimento se dá por esmagamento, sendo a forma de cálculo
mais simples. Faz-se necessário apenas verificar a resistência à compressão na direção das fibras
pela equação seguinte:
𝑁𝑑
𝜎𝑐0,𝑑 = ≤ 𝑓𝑐0,𝑑
𝐴𝑤
Onde 𝜎𝑐0,𝑑 é a tensão de cálculo devido ao esforço, 𝑁𝑑 é o esforço solicitante de cálculo e 𝐴𝑤
a área da seção.
Para peças semi-esbeltas (40 < 𝜆 ≤ 80) a verificação é um pouco mais complexa, pois o
processo de ruptura envolve por esmagamento ou por flexão devido a perda da estabilidade. A
condição para estabilidade no estado limite último deve atender a seguinte equação:
𝜎𝑁𝑑 𝜎𝑀𝑑
+ ≤1
𝑓𝑐0,𝑑 𝑓𝑐0,𝑑

Onde 𝜎𝑁𝑑 é a tensão de compressão devido à força normal de compressão e 𝜎𝑀𝑑 o valor de
cálculo da tensão devido ao momento fletor na peça. Cada termo da equação deve ser calculado
isoladamente para verificação da estabilidade. A tensão de compressão é dada por:
𝑁𝑑
𝜎𝑁𝑑 =
𝐴𝑤
Já a tensão devido ao momento fletor é dada por:
𝑀𝑑 𝐼𝑚𝑖𝑛
𝜎𝑀𝑑 = 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑊=
𝑊 𝑑𝑚𝑖𝑛
Sendo 𝐼𝑚𝑖𝑛 o momento de inércia mínimo da seção e 𝑑𝑚𝑖𝑛 a excentricidade máxima possível
de se alcançar para o momento de inércia mínimo. O momento 𝑀𝑑 é calculado a partir a
excentricidade acidental ocasionada pela flexão e é dado pela formula:
𝑁𝑐𝑟
𝑀𝑑 = 𝑁𝑑 ∗ 𝑒𝑑 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑒𝑑 = 𝑒𝑎 ( )
𝑁𝑐𝑟 − 𝑁𝑑
Os termos apresentados na formula da excentricidade são calculados por:
𝐿0 ℎ
𝑒𝑎 = ≥
300 30
Onde 𝐿0 é o comprimento de flambagem da peça, e

𝜋 2 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 𝐼
𝑁𝑐𝑟 =
𝐿20

Em que I é o momento de inércia no plano de flambagem e 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 é dado por

𝐸𝑐0,𝑒𝑓 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 ∗ 𝐸𝑐
Onde 𝐸𝑐 é o módulo de elasticidade da madeira na compressão.
Para peças esbeltas ( 𝜆 > 80) a verificação é semelhante à anterior, entretanto faz-se
necessário acrescentar uma excentricidade acidental devido à fluência da madeira. A verificação
da estabilidade é a mesma da peça semi-esbelta, entretanto, o cálculo do momento 𝑀𝑑 é feito com
a seguinte equação:
𝑁𝑐𝑟
𝑀𝑑 = 𝑁𝑑 ∗ 𝑒1,𝑒𝑓 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑒1,𝑒𝑓 = (𝑒𝑎 + 𝑒𝑐 ) ( )
𝑁𝑐𝑟 − 𝑁𝑑
Em que 𝑒𝑐 é a excentricidade complementar calculada por:
𝜙𝑁𝑔∗
𝑁𝑐𝑟 −𝑁𝑔∗
𝑒𝑐 = 𝑒𝑎 (𝑒 − 1) 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑁𝑔∗ = 𝑁𝑔 + (𝜓1 + 𝜓2 )𝑁𝑞

Em que 𝜙 é o coeficiente de fluência dado pela tabela da Figura 9, 𝑁𝑔 e 𝑁𝑞 os valores dos


esforços normais oriundos da carga permanente (g) e variável (q) e cujos coeficientes que os
multiplicam são dados na tabela da Figura 10, em que sua soma não deve ultrapassar um.
Figura 9 - Coeficientes de Fluência

Figura 10 - Fatores de Combinação

Um exemplo de dimensionamento para cada uma das três situações de esbeltez é apresentado
no apêndice A.
Para a situação da treliça estudada, temos a verificação da seguinte forma:
Até agora não foi definida nenhuma seção para as peças, portanto será verificada uma peça
com seção 10 cm x 20 cm (Serrando a peça de 20x20 cm ao meio). Sendo assim, temos:

Área: 𝐴 = 10 ∗ 20 = 200 𝑐𝑚²


20∗103
Momento de inércia mínimo: 𝐼𝑚𝑖𝑛 = 12
= 1666,67 𝑐𝑚4

𝐼 1666,67
Raio de giração mínimo: 𝑖𝑚𝑖𝑛 = √ = √ = 2,89𝑐𝑚
𝐴 200

𝐿 313
Esbeltez: 𝜆 = 𝑖 0 = 2,89 = 108,30 (𝑝𝑒ç𝑎 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑎)
m

Logo, a verificação se faz como segue abaixo:


𝑁𝑑 18,4
𝜎𝑁𝑑 = = = 0,092 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴𝑤 200
𝑀𝑑 𝐼𝑚𝑖𝑛 1666,67
𝜎𝑀𝑑 = 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑊= = = 333,33 𝑐𝑚³
𝑊 𝑑𝑚𝑖𝑛 5
𝐿0 ℎ 313 10
𝑒𝑎 = ≥ 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑒𝑎 = ≥ = 1,04 ≥ 0,3 𝑐𝑚
300 30 300 30
𝐸𝑐0,𝑒𝑓 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 ∗ 𝐸𝑐 = 0,48 ∗ 22733 = 10911,84 𝑀𝑃𝑎 = 1091,18 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

𝜋 2 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 𝐼 𝜋 2 ∗ 1091,18 ∗ 1666,67


𝑁𝑐𝑟 = = = 183,20 𝑘𝑁
𝐿20 3132

Nessa etapa é necessário definir a parcela de esforço decorrente da carga permanente e da


carga variável de forma separada. O esforço de 18,4 kN corresponde à toda a combinação de
ações, sendo assim é preciso desmembrá-lo. Sabe-se que a combinação utilizada nos cálculos foi
da forma:
𝐹𝑑,2 = 1,25 ∗ (72 + 45 + 35) + 1,4 ∗ 200 + 1,5 ∗ 0,8 ∗ 250 = 770 𝑁/𝑚²

𝐹𝑑,2,g = 1,25 ∗ (72 + 45 + 35) = 190 𝑁/𝑚²

𝐹𝑑,2,q = 1,4 ∗ 200 + 1,5 ∗ 0,8 ∗ 250 = 580 𝑁/𝑚²

Sabe-se a proporção de cada tipo de carga no esforço total, sendo assim é possível
desmembrar o esforço na barra utilizando regra de três.
190
𝑁𝑔 = ∗ 18,4 = 4.54 𝑘𝑁
770
580
𝑁𝑞 = ∗ 18,4 = 13.85 𝑘𝑁
770
Com isso, temos que:
𝑁𝑔∗ = 𝑁𝑔 + (𝜓1 + 𝜓2 )𝑁𝑞 = 4,54 + (0,2 + 0,0) ∗ 13,85 = 7,31 𝑘𝑁
𝜙𝑁𝑔∗ 2,0∗7,31
𝑁𝑐𝑟 −𝑁𝑔∗
𝑒𝑐 = 𝑒𝑎 (𝑒 − 1) = 1,04 (𝑒 183,20−7,31 − 1) = 0,09

𝑁𝑐𝑟 183,20
𝑒1,𝑒𝑓 = (𝑒𝑎 + 𝑒𝑐 ) ( ) = (1,04 + 0,09) ( ) = 1,26 𝑐𝑚
𝑁𝑐𝑟 − 𝑁𝑑 183,20 − 18,4
𝑀𝑑 = 𝑁𝑑 ∗ 𝑒1,𝑒𝑓 = 18,4 ∗ 1,26 = 23,11 𝑘𝑁 ∗ 𝑐𝑚
𝑀𝑑 23,11
𝜎𝑀𝑑 = = = 0,069 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝑊 333,33
Logo:
𝜎𝑁𝑑 𝜎𝑀𝑑 0,092 0,069
+ ≤1 + = 0,057 < 1 (𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒 𝑎𝑜 𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜)
𝑓𝑐0,𝑑 𝑓𝑐0,𝑑 2,84 2,84

7. Banzo Inferior: Dimensionamento


As peças do banzo inferior estão todas tracionadas, sendo necessário calcular a resistência
à tração da madeira escolhida:
𝑓𝑡0,𝑑 138,5
𝑓𝑡0,𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 ∗ = 0,48 ∗ = 47,48 𝑀𝑃𝑎
𝛾𝑤 1,4
O critério para verificação das peças é semelhante ao utilizado no esforço de compressão,
devendo atender à seguinte relação:
𝑁𝑑
𝜎𝑡0,𝑑 = ≤ 𝑓𝑡0,𝑑
𝐴𝑤
Na condição de tração admitem-se peças com esbeltez de até 170. A verificação da
resistência se dá pelo cálculo da tensão resistente na área líquida da seção da peça. Á área
liquida e calculada descontando-se a área do furo do parafuso na seção, como mostrado na
Figura 11.
Figura 11 – Área liquida da seção tracionada

Inicialmente é necessário definir a seção a ser testada. O esforço de tração máximo no banzo
inferior é de 17,6 kN. Para acompanhar uma das dimensões do elemento do banzo inferior e
facilitar a ligação será escolhida uma peça de 10 cm x 10 cm, que terá as seguintes características
geométricas:
Área: 𝐴 = 10 ∗ 10 = 100 𝑐𝑚²
10∗103
Momento de inércia mínimo: 𝐼𝑚𝑖𝑛 = 12
= 833,33 𝑐𝑚4

𝐼 833,33
Raio de giração mínimo: 𝑖𝑚𝑖𝑛 = √𝐴 = √ 100
= 2,89𝑐𝑚
𝐿 600
Esbeltez: 𝜆 = 𝑖 0 = 2,89 = 207,6 (𝑒𝑥𝑐𝑒𝑑𝑒 𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑒𝑧)
m

O vão é muito grande, e faz com que as peças sejam muito longas muito esbeltas. A solução
aqui será aumentar a seção até que a esbeltez seja atendida. Vale destacar que as peças do banzo
inferior estão sujeitas à flexão, mas que tal esforço não será tratado no dimensionamento.
Adotando seção de 15 cm x 15 cm temos:
Área: 𝐴 = 15 ∗ 15 = 225 𝑐𝑚²
15∗153
Momento de inércia mínimo: 𝐼𝑚𝑖𝑛 = 12
= 4218,75 𝑐𝑚4

𝐼 4218,75
Raio de giração mínimo: 𝑖𝑚𝑖𝑛 = √𝐴 = √ 225
= 4,33 𝑐𝑚

𝐿 600
Esbeltez: 𝜆 = 𝑖 0 = 4,33 = 138,57 (𝑜𝑘!)
m

Verificando a resistência à compressão, temos:


𝑁𝑑 17,6 𝑘𝑁
𝜎𝑡0,𝑑 = = = 0,08 < 4,75𝑘𝑁/𝑐𝑚2 (𝑂𝐾)
𝐴𝑤 (225 − 15 ∗ 1,25) 𝑐𝑚2

8. Diagonais e Montantes
O cálculo das diagonais e montantes segue a mesma formulação apresentada até então para
verificação de peças tracionadas e comprimidas.
Apêndice A – Exemplo de dimensionamento
Verificar se a barra do banzo da treliça abaixo, construída em local de classe de umidade 3,
com comprimento de flambagem de 59 cm, seção transversal de 6 cm x 16 cm é suficiente para
resistir a um carregamento com os seguintes esforços:
Carga permanente: 16,5 kN
Carga Variável (Vento): 12,1 kN
Considerar madeira dicotiledônea ipê

Propriedades Geométricas da seção:


Área: 𝐴 = 6 ∗ 16 = 96 𝑐𝑚²
16∗63
Momento de inércia mínimo: 𝐼𝑚𝑖𝑛 = 12
= 288 𝑐𝑚4

𝐼 288
Raio de giração mínimo: 𝑖𝑚𝑖𝑛 = √𝐴 = √ 96 = 1,73 𝑐𝑚

𝐿 59
Esbeltez: 𝜆 = 𝑖 0 = 1,73 = 34,1 (𝑝𝑒ç𝑎 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑎)
m

A verificação faz-se da seguinte forma:


𝑁𝑑
𝜎𝑐0,𝑑 = ≤ 𝑓𝑐0,𝑑
𝐴𝑤
Onde:
𝑁𝑑 (16,5 + 12,1)
𝜎𝑐0,𝑑 = = = 0,3 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴𝑤 96
𝑓𝑐0,𝑑 76
𝑓𝑐0,𝑑 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 ∗ = 0,48 = 26,06 𝑀𝑃𝑎 = 2,606𝑘𝑁/𝑐𝑚² > 0,3 (𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒 𝑎𝑜 𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜!)
𝛾𝑤 1,4
Se o comprimento da peça fosse alterado para 120cm, ficaríamos com:
𝐿 120
Esbeltez: 𝜆 = 𝑖 0 = 1,73 = 69,36 (𝑝𝑒ç𝑎 𝑠𝑒𝑚𝑖 − 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑎)
m

A verificação faz-se da seguinte forma:


𝜎𝑁𝑑 𝜎𝑀𝑑
+ ≤1
𝑓𝑐0,𝑑 𝑓𝑐0,𝑑

Inicialmente deve-se calcular cada termo separadamente


𝑁𝑑 (16,5 + 12,1)
𝜎𝑁𝑑 = = = 0,3 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴𝑤 96
𝑀𝑑 𝐼𝑚𝑖𝑛 288
𝜎𝑀𝑑 = 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑊= = = 96 𝑐𝑚³
𝑊 𝑑𝑚𝑖𝑛 3
𝐿0 ℎ 120 6
𝑒𝑎 = ≥ 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑒𝑎 = ≥ = 0,4 ≥ 0,2 𝑐𝑚
300 30 300 30
𝐸𝑐0,𝑒𝑓 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 ∗ 𝐸𝑐 = 0,48 ∗ 18011 = 8645,28 𝑀𝑃𝑎 = 864,53 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

𝜋 2 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 𝐼 𝜋 2 ∗ 846,53 ∗ 288


𝑁𝑐𝑟 = = = 167,09 𝑘𝑁
𝐿20 1202
𝑁𝑐𝑟 167,09
𝑒𝑑 = 𝑒𝑎 ( ) = 0,4 ∗ ( ) = 0,48 cm
𝑁𝑐𝑟 − 𝑁𝑑 167,09 − (16,5 + 12,1)
𝑀𝑑 = 𝑁𝑑 ∗ 𝑒𝑑 = (16,5 + 12,1) ∗ 0,48 = 13,73 𝑘𝑁 ∗ 𝑐𝑚
𝑀𝑑 13,73
𝜎𝑀𝑑 = = = 0,14 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝑊 96
Logo:
𝜎𝑁𝑑 𝜎𝑀𝑑 0,3 0,14
+ ≤1 + = 0,17 < 1 (𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒 𝑎𝑜 𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜)
𝑓𝑐0,𝑑 𝑓𝑐0,𝑑 2,61 2,61

Se o comprimento da peça fosse alterado para 400cm, ficaríamos com:


𝐿 400
Esbeltez: 𝜆 = 𝑖 0 = 1,73 = 231,21 (𝑎𝑙é𝑚 𝑑𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑒𝑧 )
m

Alterando a peça para uma de maior seção, com 10 cm x 20 cm (Serrando a peça de 20x20
cm ao meio), temos as seguintes propriedades geométricas:
Área: 𝐴 = 10 ∗ 20 = 200 𝑐𝑚²
20∗103
Momento de inércia mínimo: 𝐼𝑚𝑖𝑛 = 12
= 1666,67 𝑐𝑚4

𝐼 1666,67
Raio de giração mínimo: 𝑖𝑚𝑖𝑛 = √𝐴 = √ 200
= 2,87𝑐𝑚

𝐿 400
Esbeltez: 𝜆 = 𝑖 0 = 2,87 = 139,4 (𝑝𝑒ç𝑎 𝑒𝑠𝑏𝑒𝑙𝑡𝑎)
m

Logo, a verificação se faz como segue abaixo:


𝑁𝑑 (16,5 + 12,1)
𝜎𝑁𝑑 = = = 0,143 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝐴𝑤 200
𝑀𝑑 𝐼𝑚𝑖𝑛 1666,67
𝜎𝑀𝑑 = 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑊= = = 333,33 𝑐𝑚³
𝑊 𝑑𝑚𝑖𝑛 5
𝐿0 ℎ 400 10
𝑒𝑎 = ≥ 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑒𝑎 = ≥ = 1,33 ≥ 0,3 𝑐𝑚
300 30 300 30
𝐸𝑐0,𝑒𝑓 = 𝑘𝑚𝑜𝑑 ∗ 𝐸𝑐 = 0,48 ∗ 18011 = 8645,28 𝑀𝑃𝑎 = 864,53 𝑘𝑁/𝑐𝑚²

𝜋 2 𝐸𝑐0,𝑒𝑓 𝐼 𝜋 2 ∗ 846,53 ∗ 1666,67


𝑁𝑐𝑟 = = = 87,03 𝑘𝑁
𝐿20 4002

𝑁𝑔∗ = 𝑁𝑔 + (𝜓1 + 𝜓2 )𝑁𝑞 = 16,5 + (0,2 + 0,0) ∗ 12,1 = 18,92 𝑘𝑁


𝜙𝑁𝑔∗ 2,0∗18,92
𝑁𝑐𝑟 −𝑁𝑔∗
𝑒𝑐 = 𝑒𝑎 (𝑒 − 1) = 1,33 (𝑒 87,03−18,92 − 1) = 0,99

𝑁𝑐𝑟 87,03
𝑒1,𝑒𝑓 = (𝑒𝑎 + 𝑒𝑐 ) ( ) = (1,33 + 0,99) ( ) = 3,46 𝑐𝑚
𝑁𝑐𝑟 − 𝑁𝑑 87,03 − (16,5 + 12,1)
𝑀𝑑 = 𝑁𝑑 ∗ 𝑒1,𝑒𝑓 = (16,5 + 12,1) ∗ 3,46 = 98,96 𝑘𝑁 ∗ 𝑐𝑚
𝑀𝑑 98,96
𝜎𝑀𝑑 = = = 0,297 𝑘𝑁/𝑐𝑚²
𝑊 333,33
Logo:
𝜎𝑁𝑑 𝜎𝑀𝑑 0,143 0,297
+ ≤1 + = 0,169 < 1 (𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒 𝑎𝑜 𝑒𝑠𝑓𝑜𝑟ç𝑜)
𝑓𝑐0,𝑑 𝑓𝑐0,𝑑 2,61 2,61
Referências
PFEIL, W; PFEIL, M. Estruturas de Madeira, 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190: Projeto de
Estruturas de Madeira. Rio de Janeiro. 1997. Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Anexo A – Dimensões de Peças de madeira serrada (PFEIL; PFEIL, 2003)
Anexo B – Propriedades das madeiras dicotiledôneas (PFEIL; PFEIL, 2003)

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