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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UNESP - Campus de Bauru/SP


Departamento de Engenharia Civil e Ambiental

2117 - ESTRUTURAS DE CONCRETO I

FUNDAMENTOS DO
CONCRETO ARMADO

Prof. Dr. PAULO SÉRGIO BASTOS


(wwwp.feb.unesp.br/pbastos)
1
INTRODUÇÃO

Principal norma brasileira para projeto de


estruturas de Concreto Armado e Concreto
Protendido:
NBR 6118/2014 “Projeto de Estruturas de
Concreto – Procedimento”.
Aplica-se a estruturas com concretos normais, com
massa específica seca maior que 2.000 kg/m3, não
excedendo 2.800 kg/m3, do Grupo I de resistência (C20
a C50), e do Grupo II de resistência (C55 a C90),
conforme a NBR 8953.
2
Outras normas importantes:
- MC-90 - COMITÉ EURO-INTERNATIONAL DU
BÉTON (CEB)

- Eurocode 2/2005 - EUROPEAN COMMITTEE


STANDARDIZATION

- ACI 318/19 - AMERICAN CONCRETE INSTITUTE

3
COMPOSIÇÃO DO CONCRETO
ARMADO

cimento, água, agregados miúdo e graúdo,


aditivos e adições.

Pasta = cimento + água


4
Argamassa = pasta + agregado miúdo

Concreto simples = argamassa + agreg. graúdo


5
“Elementos de concreto
simples estrutural”
“elementos estruturais elaborados com
concreto que não possui qualquer tipo de
armadura ou que a possui em quantidade
inferior ao mínimo exigido para o
concreto armado.”

6
Primeiros materiais empregados nas construções:
pedra natural, madeira e ferro (surgiu por volta de 3.200
a.C.)

Pedra  resistência à compressão e durabilidade muito


elevadas.

Madeira  razoável resistência, mas durabilidade limitada.

Ferro  resistências elevadas, mas requer produtos protetores


para apresentar durabi-lidade.

7
Concreto Armado
Alia as qualidades da pedra (resistência à
compressão e durabilidade) com as resistên-
cias do aço, com as vantagens de poder
assumir qualquer forma com rapidez e
facilidade e proporcionar a necessária
proteção do aço contra a corrosão.

8
Figura – Construção
antiga em rocha.

http://www.flickr.com/photos/luisbravo/2282791148/sizes/o/in/photostream/
9
Figura – Madeira em
construções antigas.
http://www.englishoakbuildings.com/
2012/01/30/medieval-harmondsworth-barn-
bought-by-english-heritage/ 10
http://www.castlewales.com/caerphil.html

Figura – Rocha, tijolo cerâmico


e metal em construções
antigas.
http://www.dreamstime.com/royalty-free-stock-images-
medieval-prison-image25605469
11
Arquiteto Oscar
Niemeyer

Concreto Armado = concreto simples + armadura


12
CONCRETO SIMPLES

 Alta resistência às tensões de compressão;


 Baixa resistência às tensões de tração (cerca de 10 %
da resistência à compressão);
 Obrigatório juntar uma armadura (aço) ao concreto.

CONCRETO ARMADO
o concreto absorve as tensões de compressão e as
barras de aço (armadura), convenientemente
dispostas, absorvem as tensões de tração.
13
Porém, é imprescindível a aderência entre
os dois materiais: real solidariedade entre
o concreto e o aço, para o trabalho
conjunto, tal que:

 s = c

14
Concreto Armado
=
concreto simples
+
armadura
+
aderência

15
“Elementos de Concreto Armado”
“aqueles cujo comportamento estrutural depende da
aderência entre concreto e armadura, e nos quais não
se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes
da materialização dessa aderência”.

“Armadura passiva”
“qualquer armadura que não seja usada para produzir
forças de protensão, isto é, que não seja previamente
alongada”.

16
Uma viga de concreto simples (sem armadura) rompe
bruscamente logo que aparece a primeira fissura, após
a tensão de tração atuante igualar a resistência do
concreto à tração na flexão. Entretanto, colocando-se
uma armadura convenientemente posicionada na
região das tensões de tração, eleva-se significativa-
mente a capacidade de carga da viga.

Figura 1 - Viga de Concreto Simples (a) e Armado (b).


17
CONCEITO DE CONCRETO
PROTENDIDO

Ideia básica
aplicar tensões prévias de compressão nas regiões da
peça que serão tracionadas pela ação do carregamento
externo aplicado.

Objetivo
diminuir ou anular as tensões de tração.
18
Ideia básica da
protensão

19
19
“Elementos de concreto protendido”
“aqueles nos quais parte das armaduras é previamente
alongada por equipamentos especiais de protensão, com a
finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar a
fissuração e os deslocamentos da estrutura, bem como
propiciar o melhor aproveitamento de aços de alta resistência
no estado-limite último (ELU).”

“Armadura ativa (de protensão)”


“armadura constituída por barras, fios isolados ou
cordoalhas, destinada à produção de forças de protensão, isto
é, na qual se aplica um pré-alongamento inicial.”
20
Sistema de pré-tensão
O aço de protensão é fixado em uma das
extremidades da pista de protensão, e na outra
extremidade um cilindro hidráulico estira
(traciona) o aço, nele aplicando tensão de
tração um pouco menor que a tensão
correspondente ao limite elástico. Em seguida,
o concreto é lançado na fôrma, envolve e adere
ao aço de protensão. Após o endurecimento e
decorrido o tempo necessário para o concreto

21
Sistema de pré-tensão
adquirir resistência, o aço de protensão é solto
(relaxado) das ancoragens e, como o aço tende
elasticamente a voltar à deformação inicial
(nula), ele aplica uma força (de protensão) que
comprime o concreto de parte ou de toda a
seção transversal da peça. Esse processo de
aplicação da protensão é geralmente utilizado
na produção intensiva de grandes quantidades
de peças, geralmente em pistas de protensão.

22
Sistema de pré-tensão

Figura – Aplicação de protensão com pré-tensão.

23
23
Sistema de pré-tensão

(Fonte: SENDI Pré-moldados, fotografias do Autor)


24
Pré-tensão: pista de protensão para fabricação de
peças

(Fonte: Weiler-C.Holzberger Ind. Ltda,


http://wch.com.br)

(Fonte: MARKA Soluções Pré-fabricadas,


http://www.marka.ind.br)
25
Sistema de pós-tensão
Na pós-tensão primeiramente é fabricada a peça
de concreto, contendo dutos (bainhas) ao longo
do comprimento da peça, para serem
posteriormente preenchidos com o aço de
protensão, de uma extremidade a outra da peça.
Quando o concreto apresenta a resistência
suficiente, o aço de protensão, fixado em uma
das extremidades da peça, é estirado
(tracionado) pelo cilindro hidráulico na outra
extremidade,
26
Sistema de pós-tensão
com o cilindro apoiando-se na própria peça.
Terminada a operação de estiramento, a
armadura é fixada na ancoragem. Esta operação
provoca a aplicação de uma força que comprime
o concreto de parte ou de toda a seção
transversal. Posteriormente, a bainha pode ser
preenchida com calda de cimento, para criar
aderência entre o aço e o concreto da peça.

27
Sistema de pós-tensão

http://www.rudloff.com.br/downloads/catalogo_concreto_protendido_rev-06.pdf 28
Sistema de pós-tensão

http://www.rudloff.com.br/downloads/catalogo_concreto_protendido_rev-06.pdf 29
Sistema de pós-tensão

http://www.rudloff.com.br/downloads/catalogo_concreto_protendido_rev-06.pdf
30
Sistema de pós-tensão

http://www.algabrasil.com.br 31
Sistema de pós-tensão

32
FISSURAÇÃO NO CONCRETO ARMADO
- A armadura tracionada pode alongar-se até 10 ‰ (10 ‰
= 1 % = 10 mm/m). O concreto, aderente à armadura,
fissura sob tal alongamento.

33
- Eliminar completamente as fissuras seria
antieconômico, pois teria-se que aplicar tensões de
tração muito baixas na peça e na armadura. As
fissuras devem ser limitadas a aberturas aceitáveis
( 0,3 mm) em função do ambiente, e que não
prejudiquem a estética e a durabilidade.
- Dispor barras de diâmetros pequenos e
distribuídas (fissuras capilares que ocorrem não
levam ao perigo de corrosão no aço).
- Retração também origina fissuras. Fazer
cuidadosa cura nos primeiros dez dias de idade do
concreto e utilizar armadura suplementar (armadura
de pele) quando necessário.
34
Figura – Fissuras em uma viga após ensaio
experimental em laboratório.

35
BREVE HISTÓRICO DO CONCRETO ARMADO

- Cal hidráulica e cimento pozolânico (vulcânico) foram


aplicados como aglomerantes pelos romanos.
- Primeira associação de um metal à argamassa de pozolana na
época dos romanos.

Figura – Panteão romano.


36
Figura – Coliseu romano.

37
- Em Paris (1770), associou-se ferro com pedra para
formar vigas como as modernas, com barras
longitudinais na tração e barras transversais ao
cortante.
- O cimento Portland foi criado na Inglaterra em
1824.
- O cimento armado (argamassa armada) surgiu na
França (1849) - barco de Lambot. Construído com
telas de fios finos de ferro preenchidas com
argamassa (sem sucesso comercial).
- 1861, francês Mounier fabricou vasos de argamassa
de cimento com armadura de arame, reservatórios e
ponte (vão = 16,5 m). 38
Primeira ponte do mundo em Concreto Armado, de
Mounier, na França, construída por volta de 1873.
(WITTFOHT)

39
- 1850, americano Hyatt fez ensaios e vislumbrou a
verdadeira função da armadura no trabalho conjunto
com o concreto.

- Hennebique (França) foi o primeiro após Hyatt a


compreender a função das armaduras no concreto.
“Percebeu a necessidade de dispor outras armaduras
além da armadura reta de tração. Imaginou
armaduras dobradas, prolongadas em diagonal e
ancoradas na zona de compressão. Foi o primeiro a
colocar estribos com a finalidade de absorver
tensões oriundas da força cortante e o criador das
vigas T, levando em conta a colaboração da laje
como mesa de compressão”.
40
-Os alemães estabeleceram a teoria mais completa
do novo material, baseada em experiências e ensaios.
“O verdadeiro desenvolvimento do concreto armado
no mundo iniciou-se com Gustavo Adolpho Wayss”.

- A primeira teoria realista (consistente) sobre o


dimensionamento das peças de concreto armado
surgiu em 1902, por E. Mörsch, engenheiro alemão,
professor da Universidade de Stuttgart (Alemanha).
Suas teorias resultaram de ensaios experimentais,
dando origem às primeiras normas para o projeto de
estruturas em Concreto Armado.

41
NO BRASIL

Rio de Janeiro

- Construção de galerias de água em cimento armado -


47 m e 74 m de comprimento (1901). Construídas casas
e sobrados no (1904).

- Construída a ponte na Rua Senador Feijó, com vão de


5,4 m (1909). Construção de uma ponte com 9 m de
vão, com projeto e cálculo de François Hennebique
(1908).

42
São Paulo

- Construída em Socorro uma ponte de concreto


armado com 28 m de comprimento, na Av. Pereira
Rebouças sobre o Ribeirão dos Machados (1910 -
existe ainda hoje em ótimo estado de conservação).

http://martaiansen.blogspot.com.br/2010/04/primeira-ponte-de-concreto-
armado-no.html 43
São Paulo

- Primeiro edifício (1907/1908 - um dos mais antigos


do Brasil em “cimento armado”), com três
pavimentos;

- A partir de 1924 os cálculos estruturais passaram a


serem feitos no Brasil, com destaque para o
engenheiro Emílio Baumgart.

44
Recordes do Brasil no Século Passado

- Marquise do Jockey Clube do Rio de Janeiro, com


balanço de 22,4 m (recorde mundial em 1926);

Figura – Marquise do Jockey Club


do Rio de Janeiro.
45
- Ponte Presidente Feliciano Sodré em Cabo Frio, em
1926, com arco de 67 m de vão (recorde na América do
Sul);

Figura – Ponte em Cabo Frio.

46
- Edifício “A Noite” no Rio de Janeiro em 1928, com 22
pavimentos, o mais alto do mundo em concreto armado,
com 102,8 m de altura, projeto de Emílio Baumgart;

Figura – Edifício A Noite em construção e em uso. Projetado pelo


arquiteto francês Joseph Gire (Copacabana Palace).

47
Figura – Edifício A Noite. Hoje é sede do INPI.
48
Edifício Martinelli (São Paulo - 1925), com 106,5 m de
altura (30 pavimentos – recorde mundial);

Figura – Edifício Martinelli em S.Paulo.


49
- Ponte Emílio Baumgart – “dos Arcos” (Indaial/SC, 1926), com
175 m de comprimento e 6 m de largura.

Figura – Ponte Emílio Baumgart.


http://www.indaial.com.br/saudosa-indaial/2013/8/15/19251926-a-histria-da-ponte-emlio-
baumgart-dos-arcos

50
Figura – Ponte Emílio Baumgart
em teste de carga.

Figura – Inauguração da Ponte


Emílio Baumgart em 1926.

http://www.indaial.com.br/saudosa-indaial/2013/8/15/19251926-a-histria-da-ponte-emlio-baumgart-dos-arcos 51
- Elevador Lacerda (Salvador - 1930), com altura total de 73 m;

- Ponte do Herval, projetada por Emílio Baumgart, entre Herval


do Oeste e Joaçaba/SC, de 1930, com o maior vão do mundo
(68 m), onde foi utilizado pela primeira vez o processo de
balanços sucessivos;

Figura – Ponte do Herval (fotos de P. B. Fusco).

52
- Museu de Arte de São Paulo (1969), com laje de 30 x
70 m livres, recorde mundial de vão, com projeto
estrutural de Figueiredo Ferraz;

- Ponte da Amizade em Foz do Iguaçu em 1962, com o


maior arco de concreto armado do mundo, com 290 m
de vão;

Figura – Ponte da Amizade entre Brasil e Paraguai.


53
Figura – Ponte da Amizade entre Brasil e Paraguai.
54
- Edifício Itália (São Paulo - 1962), o mais alto edifício em
Concreto Armado do mundo durante alguns meses;

- Ponte Colombo Salles em Florianópolis em 1975, a maior


viga contínua protendida do mundo, com 1.227 m de
comprimento, projeto estrutural de Figueiredo Ferraz;

- Usina Hidroelétrica de Itaipu em 1982, a maior do mundo


com 190 m de altura, projetada e construída por brasileiros e
paraguaios, com coordenação americano-italiana;

- Em 1913, a “vinda da firma alemã Wayss & Freytag


constituiu o ponto mais importante para o desenvolvimento
do concreto armado no Brasil”. Importaram mestres de obras
da Alemanha, e a firma serviu de escola para a formação de
especialistas nacionais, evitando a importação de mais
estrangeiros.

55
ASPECTOS POSITIVOS DO
CONCRETO ARMADO
a) Custo: especialmente no Brasil, os seus componentes são
facilmente encontrados e relativamente a baixo custo;
b) Adaptabilidade: favorece à arquitetura pela sua fácil
modelagem;
c) Resistência ao fogo: As estruturas de concreto, sem proteção
externa, tem uma resistência natural de 1 a 3 horas.
d) Resistência a choques e vibrações: os problemas de fadiga
são menores;
e) Conservação: em geral, o concreto apresenta boa
durabilidade, desde que seja utilizado com a dosagem
correta. É muito importante a execução de cobrimentos
mínimos para as armaduras;
f) Impermeabilidade: desde que dosado e executado de forma
correta.
56
ASPECTOS NEGATIVOS DO
CONCRETO ARMADO
a) Baixa resistência à tração;
b) Fôrmas e escoramentos dispendiosos;
c) Baixa resistência por unidade de volume

Peso próprio elevado relativo à resistência:


conc = 25 kN/m3 = 2,5 tf/m3 = 2.500 kgf/m3

d) Alterações de volume com o tempo;


e) Reformas e adaptações são de difícil execução;
f) Transmite calor e som.
57
PRINCIPAIS NORMAS BRASILEIRAS PARA
CONCRETO ARMADO

NBR 6118/2014 - Projeto de estruturas de


concreto – Procedimento. 

NBR 6120/19 - Cargas para o cálculo de estruturas


de edificações - Procedimento;

NBR 7480/07 - Aço destinado a armaduras para


estruturas de concreto armado - Especificação;

NBR 8681/03 - Ações e segurança nas estruturas –


Procedimento;

58
PRINCIPAIS NORMAS BRASILEIRAS PARA
CONCRETO ARMADO

NBR 8953/15 - Concreto para fins estruturais -


Classificação pela massa específica, por
grupos de resistência e consistência;

NBR 9062/17 - Projeto e execução de


estruturas de concreto pré-moldado;

NBR 7187/03 - Projeto de pontes de Concreto


Armado e de Concreto Protendido –
Procedimento.

59
ELEMENTOS ESTRUTURAIS EM
CONCRETO ARMADO

CLASSIFICAÇÃO GEOMÉTRICA

Elementos lineares:
Aqueles que têm a espessura da mesma ordem de grandeza
da altura, mas ambas muito menores que o comprimento.
São as “barras” (vigas, pilares, etc.).

Elementos lineares de seção delgada:


Aqueles cuja espessura é muito menor que a altura.
Construídos em “Argamassa Armada” (elementos com
espessuras menores que 40 mm) e perfis de aço.

60
Figura 3 – Classificação geométrica dos elementos estruturais.
Elementos bidimensionais:
Aqueles onde duas dimensões, o comprimento e a largura,
são da mesma ordem de grandeza e muito maiores que a
terceira dimensão (espessura). São os elementos de
superfície (lajes, as paredes de reservatórios, etc.).
Cascas - quando a superfície é curva;
Placas ou chapas - quando a superfície é plana.
Placas - superfícies que recebem o carregamento
perpendicular ao seu plano (lajes).
Chapas - têm o carregamento contido neste plano (viga-
parede)
 
Elementos tridimensionais:
Aqueles onde as três dimensões têm a mesma ordem de
grandeza. São os elementos de volume (blocos e sapatas
de fundação, consolos, etc.).
62
a) placas b) chapas

Figura – Características dos carregamentos nas placas e nas chapas.

63
Figura – Exemplos de estrutura em
forma de casca.

64
PRINCIPAIS ELEMENTOS ESTRUTURAIS
DE CONCRETO ARMADO

a) Lajes

São elementos planos que recebem a maior parte das


ações (cargas) aplicadas em uma construção. As ações,
comumente perpendiculares ao plano da laje, podem ser:
distribuídas na área, distribuídas linearmente e forças
concentradas.
As ações são provenientes de pessoas, móveis, pisos,
paredes, etc.
As ações são transferidas para as vigas de apoio nas
bordas da laje.
65
Figura – Laje maciça.
66
Tipos lajes de concreto: maciça, nervurada,
lisa e cogumelo.

Lajes Maciças
As lajes maciças têm geralmente espessuras de
8 a 15 cm. São comuns em construções de
grande porte, como edifícios de múltiplos pavi-
mentos, escolas, indústrias, hospitais, pontes,
etc.). Não são geralmente aplicadas em constru-
ções de pequeno porte (casas, sobrados,
galpões, etc.). As lajes maciças são geralmente
apoiadas nas quatro bordas, mas podem
também ter bordas livres.
67
Lajes Maciças de Concreto

http://www.nativaguaratuba.com.br/Obra http://jasmimdosacores.blogspot.com.br/
%20Firenze%202008.html 2011/04/2-laje_01.html

68
Lajes Maciças de Concreto

http://residencialvivendasdoatlantico.blogspot.com.br/2012/07/segunda-laje-estava-tao-bonita-que-deu.html

69
Figura – Vista por baixo de
laje maciça de edifício.

Figura – Vibração do concreto de


laje maciça de edifício. 70
“Lajes cogumelos são lajes apoiadas diretamente em
pilares com capitéis, enquanto lajes lisas são as apoiadas
nos pilares, sem capitéis”. São também chamadas lajes
sem vigas.
Vantagens: custos menores e maior rapidez de construção.
No entanto, são suscetíveis a maiores deformações
(flechas).

Figura – Exemplos de lajes lisa e cogumelo. 71


Figura – Lajes lisa, convencional e nervurada. 72
Figura - Exemplo de laje lisa com capitel.
http://arci53.blogspot.com.br/2012/02/para-nao-interferir-em-patrimonio.html

73
Figura - Laje lisa com
capitel.
http://projest-engenharia.com/forum/
viewtopic.php?t=31
74
Lajes Nervuradas
“Lajes nervuradas são as lajes moldadas no local ou
com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para
momentos positivos está localizada nas nervuras entre
as quais pode ser colocado material inerte”

Figura – Exemplo de laje


nervurada moldada no local.
75
Figura – Laje nervurada com molde plástico.
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=756068&page=111

76
Figura – Dimensões de molde plástico.
http://www.atex.com.br/ 77
Figura – Laje nervurada.
http://www.flickr.com/photos/atex 78
Figura – Laje nervurada com enchimento em isopor.
http://residencialvivendasdoatlantico.blogspot.com.br/ 79
Figura – Laje nervurada.
http://www.flickr.com/photos/atex

80
Figura – Laje nervurada.
http://www.flickr.com/photos/atex 81
Figura – Laje nervurada.

http://www.flickr.com/photos/atex

82
Figura – Laje nervurada.

http://www.flickr.com/photos/atex

83
Figura – Planta de
fôrma do pavimento de
um edifício com laje
nervurada moldada com
fôrmas plásticas.

84
Figura – Exemplo de laje nervurada moldada no local, com
enchimento de bloco de concreto celular autoclavado. 85
Laje Nervurada Protendida

86
Lajes Pré-Fabricadas
Existem alguns tipos no mercado:

- nervurada treliçada;

- nervurada convencional;

- nervurada protendida;

- alveolar protendida;

- pré-laje;

- steel deck.

87
Laje Pré-Fabricada Treliçada
Lajes pré-fabricadas do tipo treliçada apresentam
bom custo e bom comportamento estrutural e
facilidade de execução. São comumente aplicadas
em construções residenciais de pequeno porte e
edifícios de baixa altura.

Figura – Armadura espacial da laje treliçada. 88


Figura – Nervuras
unidirecionais na
laje treliçada. 89
Laje Pré-Fabricada Treliçada

Figura – Aspecto das nervuras pré-fabricadas com


90
armadura em forma de treliça espacial.
Laje Pré-Fabricada Treliçada

Figura – Posicionamento das


nervuras pré-fabricadas de
laje treliçada.

Figura – Aspecto inferior de laje 91


treliçada com enchimento em isopor.
Laje Pré-Fabricada Treliçada

Figura – Laje treliçada pré-


fabricada com enchimento
cerâmico e isopor (EPS) para
melhor isolamento térmico.

92
Laje Pré-Fabricada Treliçada

Figura – Laje treliçada pré-


fabricada com enchimento
cerâmico e isopor (EPS) para
melhor isolamento térmico.
93
Laje Pré-Fabricada Protendida

Figura – Lajes pré-fabricadas


com nervuras protendidas e
enchimento com blocos
cerâmicos. http://
residencialvivendasdoatlantic 94
o.blogspot.com.br/
Laje Pré-Fabricada Protendida

Figura – Fabricação das nervuras protendidas


em pista de protensão. 95
Figura – Lajes pré-fabricadas.
http://tanaracastro.blogspot.com.br/

96
Laje Pré-Fabricada Protendida

97
Laje Pré-Fabricada Protendida

Figura – Escoramento de laje


pré-fabricada com pontaletes
de eucalipto.

Figura – Laje pré-fabricada


protendida com enchimento
de blocos cerâmicos.
98
Laje Pré-Fabricada Protendida

Figura – Laje pré-fabricada com


enchimento de bloco de concreto.

Figura – Escoramento de laje


pré-fabricada com pontaletes
metálicos.
99
Laje Pré-Fabricada Protendida

Figura – Laje pré-fabricada


apoiada em vigas metálicas.
100
Laje Pré-Fabricada Alveolar
Há longos anos existem também as lajes alveolares
protendidas, largamente utilizadas nas construções de
concreto pré-moldado.

Figura – Laje alveolar de concreto protendido.


(TATU PRÉ-MOLDADOS).

101
b) Viga
 

- “São elementos lineares em que a flexão é preponderante”.


- São elementos de barra, normalmente retas e horizontais.
Recebem ações (cargas) das lajes, de outras vigas, de paredes
de alvenaria, e eventualmente de pilares, etc.
- A função é basicamente vencer vãos e transmitir as ações
nelas atuantes para os apoios, geralmente os pilares.
- As ações (concentradas ou distribuídas) são geralmente
perpendicularmente ao eixo longitudinal. Mas podem receber
forças normais de compressão ou de tração, na direção do eixo
longitudinal.
- As vigas também fazem parte da estrutura de
contraventamento responsável por proporcionar a Estabilidade
Global dos edifícios às ações verticais e horizontais.
102
Figura – Viga reta de concreto.

103
Figura – Exemplo de armação de uma viga contínua.

104
Figura – Construção de pequeno porte
em execução mostrando vigas com
pequena altura, sem projeto.

105
Figura – Construção de pequeno
porte com estruturação em
concreto armado.

106
Figura – Escada de edifício
com lajes maciças apoiadas
em vigas.

107
Figura – Escada de edifício
com lajes maciças apoiadas
em vigas.

108
Figura – Vista de viga em fachada de sobrado e
109
viga em balanço para apoio de telhado.
Figura – Vistas de vigas internas
para apoio de lajes pré-fabricadas
e paredes do pavimento superior
de sobrado.
110
Figura – Vista de vigas internas do pavimento superior de sobrado.

111
Figura – Vistas sobrado em
construção.

112
Figura – Vistas de vigas
internas do pavimento
superior de sobrado.
113
Figura – Vista de piscina e
vigas internas do pavimento
superior de sobrado.

114
Figura – Trançado exagerado de vigas do
pavimento superior de sobrado.
115
Figura – Escada em balanço
com peças pré-fabricadas
de concreto.
116
Figura – Vigas baldrames de
residência com três fiadas de
tijolos revestidos com
argamassa impermeabilizante.
117
Figura – Produto aplicado nos
tijolos sobre as vigas
baldrames.
118
Figura – Detalhe dos tijolos
sobre as vigas baldrames.

119
Figura – Corte em viga para
passagem de tubulação.

120
Figura – Detalhe da escada e
vigas do pavimento superior.

121
Figura – Vigamento do pavimento superior do sobrado.

122
Figura – Vigas na fachada do
sobrado em construção.

123
Figura – Detalhe de vigas e
viga com mudança de direção.

124
Figura – Verga feita como viga
de concreto e viga invertida na
base da parede.
125
Figura – Viga com mudança
de direção e blocos com furos
na vertical sobre abertura.

126
Figura – Fachada de sobrado.
127
Figura – Viga com mudança
de direção e viga para apoio de
telhado.

128
Figura – Vigamento e detalhe
de escada.

129
Figura – Pequena laje em
balanço e pilar com seção
exagerada.

130
Figura – Vigamento do pav.
superior de sobrado.

131
Figura – Fachada de sobrado.
132
Figura – Detalhe dos degraus
da escada apoiados no
centro.

133
Figura – Detalhes da escada.

134
Figura – Vigamento da
varanda com pilares circulares
em concreto aparente.
135
Figura – Vigamento do
sobrado e tubulações de água
e esgoto.

136
Figura – Vigamento de pavimento de
edifício com lajes maciças (vigas
apoiadas sobre vigas).

137
Figura – Vigas em balanço do edifício com lajes maciças.

138
Figura – Exemplo de viga em concreto aparente. 139
c) Pilar
 
- “São elementos lineares de eixo reto, usualmente
dispostos na vertical, em que as forças normais de
compressão são preponderantes”.
- Transmitem as ações às fundações, mas podem
também transmitir para outros elementos de apoio.
- As ações são provenientes geralmente das vigas, bem
como de lajes também.
- São os elementos estruturais de maior importância nas
estruturas (capacidade resistente dos edifícios e
segurança).
- Comumente fazem parte do sistema de
contraventamento responsável por garantir a
Estabilidade Global dos edifícios às ações verticais e
horizontais.
140
Figura - Pilar.

141
Figura – Armadura de pilar.

142
Figura – Pilar de edifício.
http://www.ufrgs.br/eso/content/?m=201109
143
Figura – Pilar de edifício.
http://blog.construtoralaguna.com.br/soul-batel-soho/page/3/ 144
Figura – Pilares em
construção.
145
Figura – Pilares em construção.

146
Figura – Pilares em edifício.
http://www.ufrgs.br/eso/content/?m=201109
147
Figura – Armação junto ao pilar.

148
Figura – Primeiro lance de pilar
de edifício.

http://www.skyscrapercity.com/
showthread.php?t=756068&page=111

149
Figura – Primeiro lance de pilar
de edifício.

http://www.skyscrapercity.com/
showthread.php?
150
t=756068&page=111
Figura – Pilares em edifício.
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=756068&page=111 151
Figura – Pilares em
construção com fôrmas pré-
fabricadas e cura com sacos de
pano úmidos.
152
Figura – Concretagem de pilar com auxílio de
caminhão com guincho.
153
Figura – Detalhe de pilares em
edifícios.

154
Figura – Pilar moldado com fôrma de papelão
e pilar sob estrutura metálica.
155
Figura – Estrutura de concreto armado de edifício
de vários pavimentos. 156
Figura – Detalhe da estrutura do edifício.
157
Figura – Detalhe da tela para
ligação dos pilares com as
paredes de alvenaria.

158
Figura – Detalhes de utilização
de telas de aço para ligação
dos pilares com a alvenaria.

159
Figura – Detalhes de utilização
de telas de aço para ligação
dos pilares com a alvenaria.

160
Figura – Vinculação de vigas com pilar no
pavimento tipo de edifício.

161
Figura – Exemplos de pilares. 162
Figura – Exemplos de pilares.

163
Figura – Pilar de edifício de pavimentos.
164
d) Bloco de Fundação
 

- São utilizados para receber as ações dos pilares e


transmiti-las ao solo, diretamente ou através de estacas
ou tubulões.
- Estacas são elementos destinados a transmitir as
ações ao solo, por meio do atrito ao longo da superfície
de contato e pelo apoio da ponta inferior no solo. Há
uma infinidade de tipos diferentes de estacas, cada qual
com finalidades específicas.
- Tubulões são também elementos destinados a
transmitir as ações diretamente ao solo, por meio do
atrito do fuste com o solo e da superfície da base.
- Os blocos sobre tubulões podem ser suprimidos, com
um reforço de armadura na parte superior do fuste
(cabeça do tubulão). 165
a) b)
Figura 13 - Bloco sobre: a) estacas e b) tubulão.

166
Figura – Desenho de tubulão.
167
Figura – Visão de um tubulão já executado.

168
Figura – Armação de bloco de fundação.
http://osgavioescivil.blogspot.com.br/2012/05/armacao-das-estacas.html 169
Figura – Desenho de
blocos sobre três, quatro e
cinco estacas.
170
Figura – Bloco sobre uma estaca.
https://sites.google.com/site/obra20072/oitavavisita 171
Figura – Esquema dos blocos sobre estaca da edificação.
172
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=756068&page=111
Figura – Esquema dos blocos sobre estaca da edificação.
173
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=756068&page=111
Figura - Bloco com 44 m3 de concreto e 3820 kg de aço.
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=756068&page=111 174
Figura - Bloco com 60 m3 de concreto e 6360 kg de aço.
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=756068&page=111 175
Figura – Blocos de fundação e vigas de equilíbrio.
http://blog.construtoralaguna.com.br/soul-batel-soho/page/3/ 176
Figura – Armação de bloco sobre estaca.
http://jasmimdosacores.blogspot.com.br/2010/12/poco-do-elevadorservico-parachocho.html
177
Figura – Armação de bloco sobre estaca.
http://residencialvivendasdoatlantico.blogspot.com.br/
2012/02/bloco-de-fundacao-cuidados-importantes.html 178
Figura – Vista de blocos de fundação.
http://www.cimentoitambe.com.br/itambe-utiliza-formas-de-blocos-
de-concreto-na-fundacao-de-seu-novo-moinho/ 179
Figura – Armação de bloco sobre estaca.
http://juuuninho.blogspot.com.br/ 180
Figura - Ed. com 44 pav.
(Curitiba), bloco de
fundação com 3 m de
altura, 800 m3 de concreto
e 120 t de aço.

181
http://www.consultoriaeanalise.com/2012/10/concretagem-de-bloco-de-fundacao-com.html
Figura – Bloco sobre quatro
estacas.
182
Figura – Bloco sobre três estacas.

183
Figura – Bloco sobre uma
estaca.

184
Figura – Escavação manual da
base de tubulão de edifício.

185
Figura – Escavação
mecanizada de fuste de
tubulão.

186
Figura – Armadura do fuste
do tubulão e concretagedo
fuste com adição de
matacões de basalto no
concreto.

187
Figura – Vista geral e
concretagem do fuste do
tubulão.

188
Figura – Vibração do
concreto do fuste do
tubulão.

189
Figura – Posicionamento das barras de vinculação da
armadura do pilar com o topo do fuste
(chamada armadura de espera).

190
Figura – Bloco de fundação.

191
http://www.sepais.com.br/site/lerConteudo.php?id_noticia=507
e) Sapata

As sapatas recebem as ações dos pilares e as


transmitem diretamente ao solo.
Podem ser:

Isoladas (para apenas um pilar);

Associadas ou conjuntas (para a transmissão


simultânea do carregamento de dois ou mais pilares);

Corridas (quando dispostas ao longo de todo o compri-


mento do elemento que lhe aplica o carregamento,
geralmente paredes de alvenaria ou de concreto). São
comuns em construções de pequeno porte onde o solo
tem boa capacidade de suporte de carga a baixas
profundidades.
192
Figura 14 – Sapata isolada. Figura 15 – Sapata corrida.
Figura – Sapata corrida sob parede de alvenaria.

194
Figura – Sapatas isoladas.
195
Figura – Sapata isolada.
196
Figura – Sapata de fundação.
http://www.geodactha.com.br/obras/tiberio1.htm 197
Figura – Sapatas em
construção para edifício.

http://www.geodactha.com.br/obras/pse1.htm 198
Figura – Sapatas em
construção para edifício.

http://www.geodactha.com.br/obras/seisamester5.htm 199
MATERIAIS COMPONENTES DO
CONCRETO ARMADO

CONCRETO

A NBR 6118/14 aplica-se a estruturas com


concretos normais, com massa específica
seca maior que 2.000 kg/m3, não excedendo
2.800 kg/m3, do Grupo I de resistência (C20
a C50), e do Grupo II de resistência (C55 a
C90), conforme classificação da NBR 8953.

200
Massa Específica
Se a massa específica real do concreto
simples não for conhecida, pode-se adotar
2.400 kg/m3.

Para o Concreto Armado pode-se considerar


2.500 kg/m3 (2,5 t/m3 ).

201
Resistência à Compressão
Concretos com classes de resistência à
compressão dos Grupos I e II (NBR 8953):

Grupo I: C20, C25, C30, C35, C40, C45, C50;

Grupo II: C55, C60, C70, C80, C90, C100.

NBR 6118/14 (item 1.2) aplica-se a concretos


dos Grupos I e II (C20 ao C90). O concreto
C100 não é considerado pela norma.
Os concretos C10 e C15 não podem ter
função estrutural.
202
Figura – Corpos de prova
cilíndricos 15 x 30 cm e 10 x
20 cm para determinação
da resistência à compressão
de concretos (Foto de Obede Figura – Corpo de prova
B. Faria). cilíndrico em ensaio para
determinação da resistência à
compressão do concreto (Foto
de Obede B. Faria).
203
Resistência do Concreto à Tração
Resistência à tração indireta (fct,sp) – deter-
minada no ensaio de compressão
diametral.
F

2F
f ct ,sp 
dh
F

sp vem de “splitting” F

Figura – Resistência do concreto à l + _

tração indireta determinada por ensaio


ll

de compressão diametral. l ll
F
Resistência do Concreto à Tração

Figura – Base metálica para o


corpo de prova e ensaio de
compressão diametral.
A resistência à tração na flexão (fct,f) é
determinada em uma viga de concreto
simples em ensaio de flexão simples:

P
f ct ,f  2
bh
206
A resistência à tração máxima na flexão é
também chamada “módulo de ruptura”.

Figura – Ensaio de resistência de uma


viga à tração na flexão.
207
A NBR 6118 permite estimar a
resistência à tração direta como:

fct = 0,9 fct,sp fct = 0,7 fct,f

208
Na falta de valores para fct,sp e fct,f , a
resistência média à tração direta pode ser
avaliada por meio de expressões:

a) para concretos de classes até C50

f ct , m  0,3 3 f ck 2

com fck em MPa, e:

fctk,inf = 0,7 fct,m fctk,sup = 1,3 fct,m

209
b) para concretos de classes C55 até C90

fct,m = 2,12 ln (1 + 011fck)

com fct,m e fck em MPa

210
Módulo de Elasticidade
O módulo de elasticidade (ou módulo de
deformação longitudinal), é um parâmetro
relativo à deformabilidade do concreto sob
tensões de compressão.

Eci = tg ’

Ecs = tg ’’

Figura – Determinação do módulo de elasticidade 211


do concreto à compressão.
Módulo de Elasticidade

Figura – Ensaio com instrumentação para obtenção do


módulo de elasticidade do concreto.
Na falta de resultados de ensaios a NBR 6118
permite estimar os módulos:

a) para fck de 20 a 50 MPa

E ci   E 5600 f ck

E = 1,2 para basalto e diabásio;


E = 1,0 para granito e gnaisse;
E = 0,9 para calcário;
E = 0,7 para arenito.
com Eci e fck em MPa. 213
Módulo de Elasticidade

b) para fck de 55 a 90 MPa

1/ 3
3  f ck 
E ci  21,5 . 10  E   1,25 
 10 

com Eci e fck em MPa.

214
Módulo de Elasticidade
O módulo de elasticidade secante a ser
utilizado nas análises elásticas de projeto,
especialmente para determinação de
esforços solicitantes e verificação de
Estados-Limites de Serviço, pode ser obtido
por ensaio ou estimado pela expressão:

E cs  i E ci

f ck
 i  0,8  0,2  1,0
80 215
Diagrama Tensão-Deformação do
Concreto à Compressão
Para o dimensionamento de seções transver-
sais de peças de Concreto Armado no
Estado-Limite Último (ELU) deve ser utilizado
o diagrama tensão-deformação à compres-
são, composto por uma parábola do 2º grau e
de uma reta entre as deformações 2 ‰ e 3,5
‰ (ou cu), para os concretos do Grupo I.

216
a) para concretos de classes até C50
 c

f ck

0,85 fcd


c

2‰ 3,5 ‰

Figura – Diagrama tensão–deformação idealizado para o


concreto à compressão.

No trecho curvo (parábola):


  2
 
 c  0,85f cd 1  1  c  
  0,002   217
b) para concretos de classes C55 até C90

Figura – Diagrama tensão–deformação idealizado para o


concreto à compressão.

No trecho curvo (parábola):


n
  c  
c  0,85f cd 1  1   
  c 2   218
b) para concretos de classes C55 até C90

εc2 = 2,0 ‰ + 0,085 ‰ (fck – 50)0,53

 90  f ck 
4
 cu  2,6 ‰  35 ‰  
 100 

219
No caso de concretos de baixa e média resistência, a
resistência máxima é alcançada com deformações de
encurtamento que variam de 2 ‰ a 2,5 ‰ .
MPa MPa
c c
fc fc = 50
50 50

fc = 50
40 40
fc = 38
fc = 38
30 30
fc = 25
fc = 25
20 20
fc = 18

10 fc = 18 10

0 c 0 c
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3
( ‰) ( ‰)
a) b)
Figura – Diagramas  x  de concretos com diferentes
resistências: a) velocidade de deformação constante; b)
velocidade de carregamento constante. 220
A deformação máxima de 3,5 ‰ é convencional
e foi escolhida entre valores que podem variar
desde 2 ‰ para seção transversal com a linha
neutra (LN) fora da seção transversal, até 5 ‰
para seções triangulares.
A deformação última de 3,5 ‰ indica que nas
fibras mais comprimidas a máxima deformação
de encurtamento que o concreto pode ter é de
3,5 mm em cada metro de extensão da peça.
Convenciona-se que, ao atingir esta defor-
mação, o concreto estaria na iminência de
romper por esmagamento (ELU).
221
O fator 0,85 é devido ao efeito Rüsch:
“Quanto maior é o tempo de carregamento para
se alcançar a ruptura, menor é a resistência do
concreto”, ou “é a diminuição da resistência do
concreto com o aumento do tempo na aplicação da
carga”.
c
1,0
fc
t = duração do carregamento
0,8

0,6

0,4

0,2

0 1 2 3 4 5 6 7 8 c ( ‰)

Figura - Diagramas tensão-deformação do concreto com


222
variação no tempo de carregamento do corpo-de-prova.
Deformações do Concreto
O concreto, sob ação dos carregamentos e das
forças da natureza, apresenta deformações que
aumentam ou diminuem o seu volume, poden-
do dar origem a fissuras, que, dependendo da
abertura e do ambiente a que a peça está
exposta, podem ser prejudiciais para a estética
e para a durabilidade da estrutura.
As principais deformações que ocorrem no
concreto são as devidas à retração, à fluência e
à variação de temperatura.

223
Deformação por Variação de Temperatura

Coeficiente de dilatação térmica do concreto:


te = 10-5/ºC

Figura – Separação da estrutura por junta de dilatação.


224
Retração
É a diminuição de volume do concreto ao longo
do tempo (cs), provocada principalmente pela
evaporação da água (“retração hidráulica”)
não utilizada nas reações químicas de
hidratação do cimento.
A retração do concreto ocorre mesmo na
ausência de ações ou carregamentos
externos.
“Retração química” é a diminuição de volume
do concreto decorrente das reações de
hidratação do cimento.
225
“Retração por carbonatação”: os componentes
secundários do cimento, como o hidróxido de
cálcio, ao reagirem com o gás carbônico
presente na atmosfera, originam também uma
diminuição de volume do concreto.
Os fatores que mais influem na retração são:
a) Composição química do cimento: os
cimentos mais resistentes e os de
endurecimento mais rápido causam maior
retração;
b) Quantidade de cimento: quanto maior a
quantidade de cimento, maior a retração;
c) Água de amassamento: quanto maior a
relação água/cimento, maior a retração; 226
d) Umidade ambiente: o aumento da umidade
ambiente dificulta a evaporação, diminuindo a
retração;
e) Temperatura ambiente: o aumento da
temperatura, aumenta a retração;
f) Espessura dos elementos: a retração
aumenta com a diminuição da espessura do
elemento, por ser maior a superfície de contato
com o ambiente em relação ao volume da
peça, possibilitando maior evaporação.
Os efeitos da retração podem ser diminuídos
executando uma cuidadosa cura, durante pelo
menos os primeiros dez dias após a
concretagem, além da chamada "armadura de
pele“, colocada próxima às superfícies da peça
227
.
Fluência (Deformação Lenta)
Define-se fluência (cc) como o aumento da
deformação do concreto ao longo do
tempo, quando submetido à tensão de
compressão permanente e constante.
c
ci cc,
A

cc,

cc

ci

ci

t0 tempo
228
Figura – Fluência e deformação imediata.
Fluência (Deformação Lenta)
A deformação que antecede a deformação
por fluência é chamada “deformação
imediata” (ci), que é aquela que ocorre
imediatamente após a aplicação das primeiras
tensões de compressão no concreto, devida
basicamente à acomodação dos cristais que
constituem a parte sólida do concreto.

229
Os fatores que mais influem na fluência:

 a) Idade do concreto quando a carga começa a


agir;
b) Umidade do ar - a deformação é maior ao ar
seco;
c) Tensão que a produz - a fluência é
proporcional à tensão que a produz;
d) Dimensões da peça - a fluência é menor em
peças de grandes dimensões.

Da mesma forma que a retração, pode-se


reduzir a fluência utilizando armadura
complementar.
230
AÇOS PARA ARMADURA

Barras: são vergalhões (aços) de


diâmetro nominal 5 mm ou superior,
obtidos exclusivamente por laminação a
quente.

Fios: são os aços de diâmetro nominal


10 mm ou inferior, obtidos por trefilação
ou processo equivalente, como estira-
mento e laminação a frio.
231
Categorias:

Barras - CA-25 e CA-50;

Fios - CA-60.

CA: concreto armado;


Números: fyk (kgf/mm2 ou kN/cm2)

CA-25 e CA-50  laminação a quente;

CA-60  trefilação a frio.

232
Tipos de Superfície
Pode ser lisa (geralmente o CA-25),
nervurada (com nervuras ou mossas – CA-
50) ou entalhada (pode ser o CA-60), com a
rugosidade medida pelo coeficiente de
aderência (η1).

Figura – Superfície com saliências (mossas ou nervuras) em


vergalhões de aço para Concreto Armado.
Superfície lisa Superfície entalhada

Tabela 9 – Valor do coeficiente de aderência


(η1 ).

234
234
Figura – Nervuras na superfície das barras, com identificação do
fabricante e da categoria do aço. (Fotografia do Autor)

235
235
Figura – Barras longitudinais e estribos de viga.
(Fotografias do Autor) 236
236
Características Geométricas
Comprimento = barras de 12 m e outras
formas, como rolos.

Diâmetros (mm) da NBR 7480:

- Barras: 5, 6,3, 8, 10, 12,5, 16, 20, 22,


25, 32 e 40.

- Fios: 2,4, 3,4, 3,8, 4,2, 5, 5,5, 6, 6,4, 7,


8, 9,5 e 10.
237
Figura – Barras de armadura passiva em forma de segmentos retos
(vergalhões) e bobinas. (Fonte: Marka Soluções Pré-fabricadas,
Fotografias do Autor) 238
238
Figura 2.31 – Armazenamento de barras e fios na forma de rolos
(bobinas). (Fonte: Marka Soluções Pré-fabricadas, Fotografias do
Autor)

239
239
Diagrama Tensão-Deformação

s s

fy fy
0,7fy

y s 2‰ s

a) laminados a quente; b) trefilados a frio.


Figura – Diagrama real  x  dos aços.

240
Diagrama simplificado para cálculo nos
Estados-Limites Último e de Serviço:

Figura - Diagrama tensão-deformação para aços de


armaduras passivas com ou sem patamar de
escoamento. 241
Deformação de início de escoamento:

f yd
 yd 
Es

Es = tg  = 2.100.000 kgf/cm2 = 210.000 MPa

CA-25: yd = 1,04 ‰

CA-50: yd = 2,07 ‰

CA-60: yd = 2,48 ‰


242
Armaduras prontas (dobradas, montadas)

Figura – Armadura pronta para colunas (Catálogos Gerdau).

243
Tela soldada
Figura – Tela
soldada
(Catálogos
Arcelor Mittal).

244
Arame recozido

Figura – Arame
duplo recozido
(Catálogos Arcelor
Mittal).
245
Arame recozido

Figura – Arame duplo recozido.


(Marka Pré-Moldados – Fotos do Autor) 246
REQUISITOS DE QUALIDADE DA
ESTRUTURA E DO PROJETO

As estruturas de concreto devem


possuir os requisitos mínimos de
qualidade durante o período de
construção e durante a sua utili-
zação.

247
As estruturas de concreto, delineadas
pelo projeto estrutural, devem obrigato-
riamente apresentar:

a) Capacidade Resistente: “Consiste


basicamente na segurança à ruptura.”
Significa que a estrutura deve ter a
capacidade de suportar as ações
previstas de ocorrerem na edificação,
com conveniente margem de segurança
contra a ruína ou a ruptura.

248
b) Desempenho em Serviço: “Consiste
na capacidade da estrutura manter-se em
condições plenas de utilização durante sua
vida útil, não podendo apresentar danos
que comprometam em parte ou totalmente
o uso para o qual foi projetada.”
c) Durabilidade: “Consiste na capacidade
de a estrutura resistir às influências
ambientais previstas e definidas em
conjunto pelo autor do projeto estrutural e
pelo contratante, no início dos trabalhos de
elaboração do projeto.”
249
“Por vida útil de projeto, entende-se o
período de tempo durante o qual se
mantêm as características das estru-
turas de concreto, sem intervenções
significativas, desde que atendidos os
requisitos de uso e manutenção
prescritos pelo projetista e pelo
construtor, conforme 7.8 e 25.3, bem
como de execução dos reparos
necessários decorrentes de danos
acidentais.” (NBR 6118/14, item 6.2.1).

250
O projeto estrutural deve ser feito de
forma a atender aos três requisitos, bem
como considerar as condições arquite-
tônicas, funcionais, construtivas, de
integração com os demais projetos
(elétrico, hidráulico, ar-condicionado e
outros), e exigências particulares, como
resistência a explosões, ao impacto, aos
sismos, ou ainda relativas à estanquei-
dade e ao isolamento térmico ou
acústico.
251
O projeto estrutural pode ser conferido por
um profissional habilitado, de responsa-
bilidade do contratante. A conferência ou
avaliação da conformidade do projeto deve
ser realizada antes da fase de construção e,
de preferência, simultaneamente com o
projeto, como condição essencial para que
os resultados da conferência se tornem
efetivos e possam ser aproveitados. Na
seção 25 da NBR 6118 encontram-se os
critérios de aceitação do projeto, do
recebimento do concreto e do aço, entre
outros. 252
O projeto estrutural
deve proporcionar as
informações
necessárias para a
execução da
estrutura, sendo
constituído por
desenhos,
especificações e
critérios de projeto.

Figura – Exemplo de
armação de pilares.
253
Figura – Exemplo de planta de fôrma de projeto estrutural.
Figura – Exemplo de legenda e informações de projeto. 255
Figura 16 – Detalhe de parte da planta de fôrma do pavimento de um edifício.256
DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS
DE CONCRETO

“As estruturas de concreto devem ser


projetadas e construídas de modo que,
sob as condições ambientais previstas na
época do projeto e quando utilizadas
conforme preconizado em projeto,
conservem sua segurança, estabilidade e
aptidão em serviço durante o prazo
correspondente à sua vida útil.” (NBR
6118/14, item 6.1).
257
MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO
DO CONCRETO

a) lixiviação: “É o mecanismo responsável


por dissolver e carrear os compostos
hidratados da pasta de cimento por ação
de águas puras, carbônicas agressivas,
ácidas e outras. Para prevenir sua ocorrên-
cia, recomenda-se restringir a fissuração,
de forma a minimizar a infiltração de água,
e proteger as superfícies expostas com
produtos específicos, como os hidrófugos.”
258
MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO
DO CONCRETO

b) expansão por sulfato: “por ação de


águas ou solos que contenham ou estejam
contaminados com sulfatos, dando origem
a reações expansivas e deletérias com a
pasta de cimento hidratado. A prevenção
pode ser feita pelo uso de cimento
resistente a sulfatos, conforme a ABNT
NBR 5737.”

259
MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO
DO CONCRETO

c) reação álcali-agregado: “É a expansão


por ação das reações entre os álcalis do
concreto e agregados reativos. O projetista
deve identificar no projeto o tipo de
elemento estrutural e sua situação quanto
à presença de água, bem como deve
recomendar as medidas preventivas,
quando necessárias, de acordo com a
ABNT NBR 15577-1.”
260
MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO
DA ARMADURA
a) despassivação por carbonatação: “É
a despassivação por carbonatação, ou
seja, por ação do gás carbônico da
atmosfera sobre o aço da armadura. As
medidas preventivas consistem em
dificultar o ingresso dos agentes
agressivos ao interior do concreto. O
cobrimento das armaduras e o controle da
fissuração minimizam este efeito, sendo
recomendável um concreto de baixa
porosidade.” 261
A carbonatação é um fenômeno que
ocorre devido as reações químicas entre o
gás carbônico presente na atmosfera, que
penetra nos poros do concreto, e o
hidróxido de cálcio e outros constituintes
provenientes da hidratação do cimento.
A carbonatação inicia-se na superfície da
peça e avança progressivamente para o
interior do concreto, ocasionando a
diminuição da alta alcalinidade do
concreto, de pH próximo a 13, para
valores próximos a 8.
262
A alta alcalinidade do concreto origina a
formação de um filme passivante de
óxidos, resistente e aderente à
superfície das barras de armadura
existentes no interior das peças de
concreto, que protege a armadura contra
a corrosão.

263
A frente de carbonatação, ao atingir a
armadura, destrói o filme protetor,
possibilitando o início da corrosão da
armadura, que ocorre com expansão de
volume e leva ao surgimento de fissuras,
descolamento do concreto de cobrimento
aderente à armadura, e principalmente a
redução da área de armadura.
A corrosão obriga à necessidade de
reparos nas peças, com sérios prejuízos
estéticos e financeiros.
264
A espessura do cobrimento e a
qualidade do concreto são os
principais fatores para a proteção das
armaduras, ao se interpor entre o meio
corrosivo e agressivo e a armadura,
evitando que a frente de carbonatação
alcance as armaduras.

265
b) despassivação por ação de cloretos:
“Consiste na ruptura local da camada de
passivação, causada por elevado teor de íon-
cloro. As medidas preventivas consistem em
dificultar o ingresso dos agentes agressivos
ao interior do concreto. O cobrimento das
armaduras e o controle da fissuração
minimizam este efeito, sendo recomendável o
uso de um concreto de pequena porosidade.
O uso de cimento composto com adição de
escória ou material pozolânico é também
recomendável nestes casos.”
266
O cobrimento da armadura é uma ação
isolante, ou de barreira, sendo exercida pelo
concreto interpondo-se entre o meio corrosivo e
a armadura, principalmente em se tratando de
um concreto bem dosado, muito pouco
permeável, compacto e apresentando uma
espessura adequada de cobrimento.

Figura – Cobrimento da
armadura.
267
267
MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO
DA ESTRUTURA
“São todos aqueles relacionados às
ações mecânicas, movimentações de
origem térmica, impactos, ações cíclicas,
retração, fluência e relaxação, bem
como as diversas ações que atuam
sobre a estrutura.” (NBR 6118/14, item
6.3.4).

268
MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO
DA ESTRUTURA

As movimentações de origem térmica são


provocadas pelas variações naturais nas
temperaturas ambientes, que causam a
variação de volume das estruturas e fazem
surgir consequentemente esforços adicionais.
As variações de temperatura podem ser
também de origem não natural, como aquelas
que ocorrem em edificações para frigoríficos,
siderúrgicas, metalúrgicas, etc., como fornos
e chaminés.
269
MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO
DA ESTRUTURA

As ações cíclicas são aquelas repetitivas,


que causam fadiga nos materiais. Podem
ou não variar o sinal da tensão, de tração
para compressão ou vice-versa.
A retração e a fluência são deformações
que ocorrem no concreto e que levam a
diminuição de volume, o que pode induzir
esforços adicionais nos elementos e nas
estruturas.
270
MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO
DA ESTRUTURA
Alguns exemplos de medidas preventivas são
(NBR 6118/14, item 6.3.4):
- “barreiras protetoras em pilares (de viadutos,
pontes e outros) sujeitos a choques mecânicos;
- período de cura após a concretagem (para
estruturas correntes, ver ABNT NBR 14931);
- juntas de dilatação em estruturas sujeitas a
variações volumétricas;
- isolamentos isotérmicos, em casos específicos,
para prevenir patologias devidas a variações
térmicas.”
NBR 14931 - Execução de estruturas de concreto -
Procedimento, 2004, 53p.
271
AGRESSIVIDADE DO AMBIENTE

“A agressividade do meio ambiente está


relacionada às ações físicas e químicas
que atuam sobre as estruturas de
concreto, independentemente das ações
mecânicas, das variações volumétricas de
origem térmica, da retração hidráulica e
outras previstas no dimensionamento das
estruturas.” (NBR 6118/14, item 6.4.1).

272
AGRESSIVIDADE DO AMBIENTE

Nos projetos das estruturas correntes, a


agressividade ambiental deve ser
classificada de acordo com o apresentado
na Tabela 1 e pode ser avaliada,
simplificadamente, segundo as condições
de exposição da estrutura ou de suas
partes.

273
Tabela 3.1 - Classes de agressividade ambiental
(Tabela 6.1 da NBR 6118/14).
Classe de Classificação geral do
Risco de deterioração da
agressividade Agressividade tipo de ambiente
estrutura
Ambiental para efeito de Projeto
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana1, 2 Pequeno
Marinha1
III Forte Grande
Industrial1, 2
Industrial1, 3
IV Muito forte Elevado
Respingos de maré
NOTAS: 1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (uma classe
acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de
apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com
argamassa e pintura).
2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em obras em regiões
de clima seco, com umidade média relativa do ar menor ou igual a 65 %, partes da estrutura
protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos ou regiões onde raramente chove.
3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em
indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.

274
QUALIDADE DO CONCRETO
DE COBRIMENTO

“... a durabilidade das estruturas é


altamente dependente das características
do concreto e da espessura e qualidade
do concreto do cobrimento da armadura.”
(NBR 6118/14, item 7.4).

275
Tabela 3.2 - Correspondência entre classe de
agressividade e qualidade do concreto armado
(Tabela 7.1 da NBR 6118/14).
Classe de agressividade ambiental (CAA)
Concreto
I II III IV
Relação
água/cimento ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45
em massa
Classe de concreto
≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40
(NBR 8953)

276
ESPESSURA DO COBRIMENTO DA
ARMADURA
Cobrimento de armadura é a espessura da
camada de concreto responsável pela proteção
da armadura em um elemento. Essa camada
inicia-se a partir da face mais externa da barra
de aço e se estende até a superfície externa do
elemento em contato com o meio ambiente.

Figura – Cobrimento
da armadura. 277
Para garantir o cobrimento mínimo (cmín) o
projeto e a execução devem considerar o
cobrimento nominal (cnom):

c nom  c mín  c

Nas obras correntes c deve ser maior ou igual


a 10 mm, que pode ser reduzido para 5 mm
quando houver um adequado controle de
qualidade e rígidos limites de tolerância da
variabilidade das medidas durante a execução
das estruturas de concreto.
278
Em geral, o cobrimento nominal de uma
determinada barra deve ser:

c nom   barra
c nom   feixe   n   n

A dimensão máxima característica do


agregado graúdo (dmáx) utilizado no
concreto não pode superar em 20 % a
espessura nominal do cobrimento.
d máx  1,2 c nom
279
Tabela 3.3 - Correspondência entre classe de agres-
sividade ambiental e cobrimento nominal para
c = 10 mm (Tabela 7.2 da NBR 6118/14).
Classe de agressividade ambiental (CAA)
Tipo de Componente ou
estrutura elemento I II III IV2
Cobrimento nominal (mm)
Laje1 20 25 35 45
Viga/Pilar 25 30 40 50
Concreto
Armado4 Elementos estruturais
em contato com o 30 40 50
solo3
Notas: 1) “Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com
revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento, como
pisos de elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos e outros tantos, as exigências desta tabela
podem ser substituídas pelas de 7.4.7.5, respeitado um cobrimento nominal  15 mm.”
2) “Nas superfícies expostas a ambientes agressivos, como reservatórios, estações de tratamento de água e
esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente
agressivos, devem ser atendidos os cobrimentos da classe de agressividade IV.”
3) “No trecho dos pilares em contato com o solo junto aos elementos de fundação, a armadura deve ter
cobrimento nominal  45 mm.”
4) Para parâmetros relativos ao Concreto Protendido consultar a Tabela 7.2 da NBR 6118. “No caso de
elementos estruturais pré-fabricados, os valores relativos ao cobrimento das armaduras (Tabela 7.2)
devem seguir o disposto na ABNT NBR 9062.” (item 7.4.7.7).
280
SEGURANÇA E ESTADOS-LIMITES
Todos os tipos de estruturas devem
possuir uma margem de segurança contra o
colapso (ruína), sob o risco de perdas de vidas
humanas e danos materiais de grande valor,
bem como contra deformações, vibrações e
fissurações excessivas. Deverá existir, portanto,
uma “folga” de resistência da estrutura, isto é, a
ruína só pode vir a ocorrer sob carregamentos
muito superiores àqueles para os quais a
estrutura foi projetada. A “distância” entre os
esforços resistentes da estrutura e os esforços
solicitantes provenientes dos carregamentos de
serviço representa a margem de segurança da
281
estrutura.
 Em resumo: “Todo o conjunto da estrutura, bem
como as partes que a compõe,
  deve resistir às
solicitações externas na sua combinação mais
desfavorável, durante toda a vida útil, e com
uma conveniente margem de segurança”.
O dimensionamento da estrutura é feito no
Estado-Limite Último (ELU), isto é, na situação
de ruína. Entretanto, os coeficientes de
ponderação (de segurança) fazem com que, em
serviço, as estruturas trabalhem “longe” da
ruína.
Os coeficientes de ponderação majoram as
ações (ou os esforços solicitantes) e minoram a
282
resistência dos materiais.
ESTADO-LIMITE ÚLTIMO (ELU)

É o “estado-limite relacionado ao
colapso, ou a qualquer outra forma de
ruína estrutural, que determine a
paralisação do uso da estrutura.” (NBR
6118/14, 3.2.1).

Deduz-se, portanto, que, em serviço, a


estrutura não deve ou não pode alcançar
o Estado-Limite Último (ruína).

283
Estados-Limites Últimos que devem
verificados:

a) “da perda do equilíbrio da estrutura,


admitida como corpo rígido;

b) de esgotamento da capacidade resistente


da estrutura, no seu todo ou em parte;

c) de esgotamento da capacidade resistente


da estrutura, no seu todo ou em parte,
considerando os efeitos de segunda ordem;
284
d) provocado por solicitações dinâmicas;
e) de colapso progressivo;
f) de esgotamento da capacidade resistente
da estrutura, no seu todo ou em parte,
considerando exposição ao fogo, conforme
NBR 15200;
g) de esgotamento da capacidade resistente
da estrutura, considerando ações sísmicas,
de acordo com a NBR 15421;
g) outros estados-limites últimos que
eventualmente possam ocorrer em casos
especiais.”
285
“Em relação aos ELU, além de se
garantir a segurança adequada, isto é,
uma probabilidade suficientemente
pequena de ruína, é necessário garantir
uma boa ductilidade, de forma que
uma eventual ruína ocorra de forma
suficientemente avisada, alertando os
usuários.”

286
ESTADOS-LIMITES DE SERVIÇO (ELS)

“são aqueles relacionados ao conforto


do usuário e à durabilidade, aparência e
boa utilização das estruturas, seja em
relação aos usuários, seja em relação
às máquinas e aos equipamentos
suportados pelas estruturas.” (NBR
6118/14, item 10.4).

287
Os Estados-Limites de Serviço definidos
são:
a) Estado-limite de formação de
fissuras (ELS-F): Estado em que se
inicia a formação de fissuras. Admite-se
que este Estado-Limite é atingido
quando a tensão de tração máxima na
seção transversal for igual a resistência
do concreto à tração na flexão (fct,f);

288
b) Estado-limite de abertura das
fissuras (ELS-W): este Estado é
alcançado quando as fissuras têm
aberturas iguais aos valores máximos
especificados pela norma no item
13.4.2. As estruturas de Concreto
Armado trabalham fissuradas (uma
característica básica), porém, no projeto
estrutural as fissuras devem ser
controladas e ter aberturas pequenas,
não prejudiciais à estética e à dura-
bilidade;
289
c) Estado limite de deformações
excessivas (ELS-DEF): este Estado é
alcançado quando as deformações
(flechas por exemplo) atingem os limites
estabelecidos para a utilização normal,
dados em 13.3 da norma. Os elementos
fletidos, como vigas e lajes, apresentam
flechas em serviço. O cuidado que o
projetista estrutural deve ter é de limitar
as flechas a valores aceitáveis, que não
causem insegurança aos usuários nem
prejudiquem a estética;
290
d) Estado limite de vibrações exces-
sivas (ELS-VE): este Estado é alcançado
quando as vibrações atingem os limites
estabelecidos para a utilização normal da
construção. O projetista deverá limitar as
vibrações de tal modo que não
prejudiquem o conforto dos usuários na
utilização das estruturas.

291
e) Estado-Limite de Descompressão
(ELS-D)

f) Estado-Limite de Descompressão
Parcial (ELS-DP)

g) Estado-Limite de Compressão
Excessiva (ELS-CE)

292
A NBR 6118/14 estabelece que “as
resistências não podem ser menores que
as solicitações e devem ser verificadas em
relação a todos os Estados-Limites e todos
os carregamentos especificados para o tipo
de construção considerado, ou seja, em
qualquer caso deve ser respeitada a
condição:”

Rd ≥ Sd
Rd = resistência de cálculo;
Sd = solicitação de cálculo.
293
RESISTÊNCIAS CARACTERÍSTICAS E DE
CÁLCULO
CONCEITO DE VALOR CARACTERÍSTICO

Frequência
-
f = 415

s = 62 s = 62

30

20

10

0
430 f

470
270

310

350

390

510

550

590
Figura – Diagrama de frequências de um concreto
(RÜSCH, 1981). 294
f k  f m  1,65 s

Frequência 5%

fk fm Resistência ( f )

1,65 s

Figura – Curva de distribuição normal para definição


do valor característico da resistência do material.
295
1

Frequência

característico
2

Valor
f
- - R e sistê n c ia à co m p re s s ã o
f1 = f 2
Q u a n til d e 5 %

Figura – Curvas de dois concretos com


qualidades diferentes (RÜSCH, 1981).
296
Frequência
1

característico
2
Valor

f 5% - - R esistência à com pressão


f1 f2

Figura – Concretos com qualidades diferentes


mas mesma resistência característica.
297
RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO
CONCRETO E DO AÇO

fck = fcm – 1,65s

fyk = fym – 1,65s


Por exemplo, para um concreto ensaiado em
laboratório, a possibilidade de um corpo de
prova ter sua resistência inferior a fck é de 5 %;
ou pode-se dizer que, dos corpos de prova
ensaiados, 95 % terão sua resistência superior
ao valor fck, enquanto 5 % poderão ter valor
inferior. 298
RESISTÊNCIA DE CÁLCULO
DO CONCRETO

a) “quando a verificação se faz em data j


igual ou superior a 28 dias:”

f ck
f cd 
c

c = coeficiente de ponderação da resis-


tência do concreto.

299
RESISTÊNCIA DE CÁLCULO
DO CONCRETO

b) “quando a verificação se faz em data j


inferior a 28 dias:”
  1 
f ckj f ck    28  2  
f cd   1 1  exp s 1    
 
c c    t  
  

s = 0,38 para concreto de cimento CPIII e IV;


s = 0,25 para concreto de cimento CPI e II;
s = 0,20 para concreto de cimento CPV-ARI.
t = idade efetiva do concreto, em dias.

300
RESISTÊNCIA DE CÁLCULO
DO AÇO

f yk
f yd 
s

s = coeficiente de ponderação da resis-


tência do aço.

301
Coeficientes de Ponderação
das Resistências

As resistências devem ser minoradas por:

m = m1 . m2 . m3

m1 – considera a variabilidade da resistência


dos materiais envolvidos;
m2 – considera a diferença entre a resistência
do material no corpo de prova e na estrutura;
m3 – considera os desvios gerados na cons-
trução e as aproximações feitas em projeto do
ponto de vista das resistências. 302
Tabela 3.4 - Valores dos coeficientes de
ponderação c e s dos materiais no ELU
(Tabela 12.1 da NBR 6118/14).
Combinações Concreto (γc) Aço (γs)
Normais 1,4 1,15
Especiais ou de construção 1,2 1,15
Excepcionais 1,2 1,0

Na análise da estrutura em situação de serviço,


as resistências devem ser tomadas conforme
medidas em laboratório, de modo a refletir a
resistência real do material. Assim, os limites
estabelecidos para os Estados-Limites de
Serviço (ELS) não necessitam de minoração, e
m = 1,0. 303
Segundo a NBR 61183 (item 12.4.1): “Para a
execução de elementos estruturais nos quais estejam
previstas condições desfavoráveis (por exemplo, más
condições de transporte, ou adensamento manual, ou
concretagem deficiente por concentração de
armadura), o coeficiente c deve ser multiplicado por
1,1. Para elementos estruturais pré-moldados e pré-
fabricados, deve ser consultada a ABNT NBR 9062.
Admite-se, no caso de testemunhos extraídos da
estrutura, dividir o valor de c por 1,1. Admite-se, nas
obras de pequena importância, o emprego de aço
CA-25 sem a realização do controle de qualidade
estabelecido na ABNT NBR 7480, desde que o
coeficiente de ponderação para o aço seja
multiplicado por 1,1.” 304
VALORES DE CÁLCULO DAS AÇÕES

“Os valores de cálculo Fd das ações são


obtidos a partir dos valores represen-
tativos, multiplicando-os pelos respec-
tivos coeficientes de ponderação f .”

305
COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO
DAS AÇÕES

As ações devem ser majoradas pelo


coeficiente f :

f = f1 . f2 . f3

306
Tabela 3.5 - Coeficiente f = f1 . f3 no ELU
(Tabela 11.1 da NBR 6118).
Ações
Combinações de Permanentes Variáveis Protensão Recalques de
ações (g) (q) (p) apoio e retração
D F G T D F D F
1
Normais 1,4 1,0 1,4 1,2 1,2 0,9 1,2 0
Especiais ou de
1,3 1,0 1,2 1,0 1,2 0,9 1,2 0
construção
Excepcionais 1,2 1,0 1,0 0 1,2 0,9 0 0
onde: D é desfavorável, F é favorável, G representa as cargas variáveis em geral, T é temperatura.
1. “Para as cargas permanentes de pequena variabilidade, como o peso próprio das estruturas,
especialmente as pré-moldadas, esse coeficiente pode ser reduzido para 1,3.”

307
Tabela 3.6 - Valores do coeficiente f2 no ELU
(Tabela 11.2 da NBR 6118).
γf2
Ações
ψo ψ11 ψ2
Locais em que não há predominância de pesos de
equipamentos que permanecem fixos por longos
0,5 0,4 0,3
períodos de tempo, nem de elevadas concentrações
de pessoas2
Cargas acidentais
Locais em que há predominância de pesos de
de edifícios
equipamentos que permanecem fixos por longos
0,7 0,6 0,4
períodos de tempo, ou de elevada concentração de
pessoas3
Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6
Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0
Variações uniformes de temperatura em relação à
Temperatura 0,6 0,5 0,3
média anual local
1. “Para os valores de ψ1 relativos às pontes e principalmente para os problemas de fadiga, ver seção 23.
2. Edifícios residenciais.
3. Edifícios comerciais, de escritórios, estações e edifícios públicos.”

308
Estado-Limite de Serviço (ELS)

“Em geral, o coeficiente de ponderação


das ações para estados-limites de serviço
é dado pela expressão: f = f2 .”

a) f2 = 1 para combinações raras;

b) f2 = ψ1 para combinações frequentes;

c) f2 = ψ2 para combinações quase


permanentes.
309
ESTÁDIOS DE CÁLCULO

Os Estádios podem ser definidos como:

“estágios de tensão pelo qual um


elemento fletido passa, desde o
carregamento inicial até a ruptura”.

310
-EstádioIa – o concreto resiste à tração com
diagrama triangular;

-Estádio Ib – corresponde ao início da


fissuração do concreto tracionado;

-Estádio II – despreza-se a colaboração do


concreto à tração;

- Estádio III – corresponde ao início da


plastificação (esmagamento) do concreto à
compressão.

311
c c c c

Rcc
Rcc Rcc Rcc x
x
LN
d LN
h
As
Rct Rct
Rst Rst Rst Rst

bw t t t

Ia Ib II III

Figura – Diagramas de tensão indicativos dos


Estádios de cálculo.

312

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