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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

Faculdade de Engenharia: Curso de Engenharia Civil

Estruturas de Concreto II
Aula 5: Pré-dimensionamento

5.1. Lajes
5.2. Vigas
5.3. Pilares
5.4. Reações das lajes sobre vigas

Prof. Me. André Felipe Ap. de Mello


4 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

O pré-dimensionamento dos elementos estruturais é necessário para que se


possa calcular o peso próprio da estrutura, que é a primeira parcela
considerada no cálculo das ações.

O conhecimento das dimensões permite determinar os vãos equivalentes e


as rigidezes, necessários no cálculo das ligações entre os elementos.

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5.1 LAJES

A espessura das lajes pode ser obtida com a expressão:

𝜙
ℎ =𝑑+ +𝑐
2

d: altura útil da laje;

𝜙: diâmetro das barras (estimado inicialmente entre 5 e 8 mm);

c: cobrimento nominal da armadura (conforme Tabela 7.2 da NBR 6118:2014).

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5.1 LAJES

Para lajes com bordas apoiadas ou engastadas, a altura útil pode ser
estimada por meio da seguinte expressão:

𝑑𝑒𝑠𝑡 = 2,5 − 0,1 𝑛 𝑙 ∗ Τ100

onde: d: altura útil da laje (cm);

n: número de bordas engastadas da laje (onde há continuidade);

𝑙 ∗ : dimensão da laje (cm) assumida da seguinte forma:

𝑙𝑥
𝑙∗ ≤ ቊ
0,7 𝑙𝑦

com 𝑙𝑥 ≤ 𝑙𝑦 .

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5.1 LAJES

Nesta etapa, toma-se os comprimentos 𝑙𝑥 e 𝑙𝑦 como as distâncias entre as


vigas de apoio, em cada direção.

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5.1 LAJES

Lembrando que a altura mínima da laje deve ser:

a) 7 cm para cobertura não em balanço;

b) 8 cm para lajes de piso não em balanço;

c) 10 cm para lajes em balanço;

d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30


kN;

e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;

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5.2 VIGAS

Uma estimativa grosseira para a altura das vigas é dada por:

𝑙0
1. tramos internos: ℎ𝑒𝑠𝑡 =
12

𝑙0
2. tramos externos ou vigas biapoiadas: ℎ𝑒𝑠𝑡 =
10

𝑙0
3. balanços: ℎ𝑒𝑠𝑡 =
5
2 1 3

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5.2 VIGAS

O comprimento 𝑙0 é tomado como a distância entre as faces dos pilares de


apoio.

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5.2 VIGAS

Num tabuleiro de edifício, não é recomendável utilizar muitos valores


diferentes para altura das vigas, de modo a facilitar e otimizar os trabalhos
de cimbramento. Usualmente, adotam-se, no máximo, duas alturas
diferentes. Tal procedimento pode, eventualmente, gerar a necessidade de
armadura dupla em alguns trechos das vigas.

Os tramos mais críticos, em termos de vãos excessivos ou de grandes


carregamentos, devem ter suas flechas verificadas posteriormente.

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5.2 VIGAS

Para armadura longitudinal em uma única camada, a relação entre a altura


total e a altura útil é dada pela expressão:

𝜙𝑙
ℎ = 𝑑 + 𝑐 + 𝜙𝑡 +
2

𝑐: cobrimento;

𝜙𝑡 : diâmetro do estribo (entre 5 e 8 mm);

𝜙𝑙 : diâmetro das barras longitudinais (entre


10 e 20 mm);

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5.3 PILARES

Um processo simples, que auxilia a fixação das dimensões do pilar, é a


estimativa da carga vertical no pilar pela sua área de influência, ou seja, a
carga que estiver na laje dentro da área de influência do pilar “caminhará”
até o pilar.

No entanto, é necessário ter um valor que represente a carga total por metro
quadrado de laje, levando-se em conta todos os carregamentos
permanentes e variáveis.

Para edifícios de pequena altura, com fins residenciais e de escritórios, pode-


se estimar a carga total de 10 kN/m2. Edifícios com outros fins de utilização
podem ter cargas superiores e edifícios onde a ação do vento é significativa,
a carga por metro quadrado deve ser majorada.

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5.3 PILARES

É importante salientar que a carga estimada serve apenas para o pré-


dimensionamento da seção transversal dos pilares. O dimensionamento final
deve ser obrigatoriamente feito com os esforços solicitantes reais, calculados
em função das cargas (reações) das vigas e lajes sobre o pilar, e com a
atuação das forças do vento e outras que existirem.

Os comprimentos de influência podem ser estimados como:

• 0,4 l: pilar de extremidade e de canto;

• 0,6 l: complementos dos vãos do caso anterior;

• 0,5 l: pilar interno.

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5.3 PILARES

Processo de áreas de influência

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5.3 PILARES

Para pilares de edificações de pequeno porte (baixa altura), e aço do tipo


CA-50, a área de concreto necessária é estimada como:

𝑁𝑑
1. Pilar interno: 𝐴𝑐 =
0,5 𝑓𝑐𝑘 + 0,4

1,5 𝑁𝑑
2. Pilares de extremidade e de canto: 𝐴𝑐 =
0,5 𝑓𝑐𝑘 + 0,4
onde: Ac: área da seção transversal do pilar (cm2);

Nd: força normal de cálculo (kN);

fck: resistência característica do concreto (kN/cm2).

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


Estruturas de Concreto: Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

BASTOS, P. S. S. Notas de aula da disciplina Estruturas de Concreto II.


Universidade Estadual Paulista, 2017.

CARVALHO, C. C.; FIGUEIREDO FILHO, J. R. Cálculo e detalhamento de


estruturas usuais de concreto armado segundo a NBR 6118:2014. 4 ed.
São Carlos: EdUFSCar, 2014.

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