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ROTEIRO DE

APRENDIZADO ATIVO
ESTRUTURAS DE CONCRETO II

INTRODUÇÃO AOS
Semana 01
Curso: Engenharia Civil FUNDAMENTOS DE
08/05 – 12/05/2023
PROJETOS ESTRUTURAIS

VÍDEO-POCKET LEARNING

Olá, aluno (a),

Seja bem-vindo a mais um módulo do curso de engenharia civil! Neste módulo você irá
iniciar os estudos dos projetos de estruturas de concreto armado II, portanto, nesta
semana, você aprendeu os fundamentos das concepções estruturais e análise estrutural
preliminar.

A análise estrutural é a determinação dos efeitos de cargas sobre as estruturas e seus


componentes. A partir da análise estrutural é possível determinar se os elementos
constituintes da estrutura resistem ao carregamento solicitado.

Na atividade desta semana falaremos sobre as etapas iniciais de projeto, análise do


projeto arquitetônico e a concepção estrutural e uma breve análise a respeito do
comportamento da estrutura, para isso vamos utilizar o software Ftool. Para te auxiliar
no processo de desenvolvimento da nossa atividade, assista ao pocket learning:

https://youtu.be/9x_3ygifd_M
MÃO NA MASSA

ATIVIDADE 1
Uma viga em balanço é quando temos alguma extremidade de uma viga livre de apoio, como
nas sacadas de apartamentos. Podemos ter dois tipos principais de vigas em balanço,
engastada e apoiada. Vamos considerar uma sacada (Figura 1) com 2,20 m por 4,20 m
(vãos teóricos), com uma laje maciça:

Delimitações do nosso exemplo:


Peitoril:
1,10 m de altura;
Espessura de 11 cm para os tijolos;
Espessura de 1,5 cm de reboco para cada lado;

Laje:
10 cm de altura do concreto da laje;
1,5 cm de revestimento de gesso (em baixo da laje);
1,0 cm de contrapiso;
Piso cerâmico de 0,20 KN/m².

Vigas:
15 cm de largura;
40 cm de altura;

Pesos:
Os pesos a serem considerados para cálculo são delimitados pela NBR 6120:
Tijolos furados: 13 KN/m³;
Argamassa de cimento e areia: 21 KN/m³;
Concreto armado: 25 KN/m³;
Argamassa de gesso: 12,5 KN/m³;
Figura 1 Sacada em balanço

A partir dessas informações, represente o diagrama de corpo livre e através do software


Ftool encontre o diagrama de momento fletor. A respeito do seu conhecimento em análise
estrutural, qual a problemática que pode surgir nesta situação?
.

ATIVIDADE 2
Considere uma viga contínua, ou seja, uma viga com múltiplos apoios e um balanço, de
acordo com esquema representado nos esquemas abaixo, com distância entre os apoios e
o comprimento do balanço em destaque, juntamente com o carregamento de 15 kN/m²
aplicado em toda sua extensão.
a) De posse do conhecimento prévio a respeito dos fluxos dos carregamentos em uma
estrutura, é possível afirmar que a quantidade de pilares é um fator relevante quando
trabalhamos com estruturas em balanço? A segurança da estrutura está intimamente
mais respaldada de acordo com a quantidade de elementos estruturais?
b) Após a análise das duas situações, você como projetista resolve conversar com o
arquiteto para reduzir a quantidade de pilares e também a dimensão da estrutura em
balanço. Quais as distâncias você aconselharia? Baseado em quais esforços e
diagramas você toma essa decisão?

c) Além disso, os escoramentos (Figura 2), são um tipo de estrutura provisória que
sustentam as fôrmas que vão receber e dar forma ao concreto ainda sem resistência.
Qual a melhor maneira de retirada dessas escoras? Justifique sua resposta

Figura 2 Esquema da sustentação da estrutura em balanço


RESOLUÇÃO PASSO-A-PASSO E
GABARITO

ATIVIDADE 1

Peitoril:

Tijolos: 0,11m (espessura) * 1,10m (altura) *13,0KN/m³ = 1,573 KN/m;

Revestimento: (0,015m+0,015m) (espessura de cada lado da parede) * 1,10m (altura)


21KN/m³ = 0,693 KN/m;

Total: 1,573 + 0,693 = 2,266 KN/m.

Laje:

Concreto: 0,10m (altura da laje) * 25KN/m³ = 2,5 KN/m²;

Gesso: 0,015m (espessura) * 12,5KN/m³ = 0,1875 KN/m²;

Contrapiso: 0,01m (espessura) * 21KN/m³ = 0,21 KN/m²;

Piso: 0,20 KN/m²;

Carga acidental (dada na NBR 6120): 2,0 KN/m²;

Total: 2,5 + 0,1875 + 0,21 + 0,20 + 2,0 = 5,10 KN/m².

Peso próprio das vigas:

Concreto: 0,15m (largura) * 0,40m (altura) * 25KN/m³ = 1,5 KN/m.

Nossa laje terá um peso total de:

4,20 m * 2,20 m * 5,10 KN/m² = 47,124 KN.

Esse peso será distribuído entre as duas vigas, ou seja, metade do peso recairá sobre cada
viga (23,562 KN) e, como sabemos que esse peso será distribuído ao longo da viga, devemos
dividi-lo pela extensão da viga:
23,562 KN / 2,20 m = 10,71 KN/m.

O peitoril que percorre o trecho de 4,20 m recairá sobre as vigas como uma carga
concentrada, portanto, devemos calculá-lo:

4,20 m * 2,266 KN/m = 9,5172 KN.

Como esse peso será distribuído entre as duas vigas, devemos dividi-lo por dois também:

9,5172 KN / 2 = 4,7586 KN (em cada viga).

Total (para cada viga):

Carga Distribuída: 10,71 KN/m (laje) + 2,266 KN/m (peitoril) + 1,5 KN/m (peso próprio)
= 14,476 KN/m.

Carga concentrada (na ponta de cada viga): 4,7586 KN.

Agora podemos desenhar o Diagrama de Corpo Livre:


O caso mais comum de torção ocorre com lajes em balanço, engastadas em vigas de
apoio, como por exemplo lajes (marquises). O fato da laje em balanço não ter continuidade
com outras lajes internas à construção faz com que a laje deva estar obrigatoriamente
engastada na viga de apoio, de modo que a flexão na laje passa a ser torção na viga. A
torção na viga torna-se flexão no pilar, devendo ser considerada no seu dimensionamento.

ATIVIDADE 2
Nesta atividade pode-se discutir a importância da continuidade das vigas quando
comparada com a laje em balanço engastada.

a) A quantidade de pilares não é um fator relevante para a estabilidade estrutural, ou


seja, uma maior quantidade de elementos estruturais, além de encarecer a
edificação, não exercem sua plena funcionalidade. Ressalta-se ainda o fato da
estrutura com uma maior quantidade de apoios possuir um apoio tracionado, isto é,
quando falamos em carga axial negativa no pilar, significa que, de acordo com a
disposição da estrutura, em vez da compressão, o pilar está sendo tracionado. Logo,
devemos modificar a concepção estrutural para evitar essa situação.
b) Modificando os apoios de lugares e observando os diagramas de momento fletor
juntamente com os alunos, discuta uma posição que haja uma melhor redistribuição
dos esforços.
c) O procedimento de retirada do escoramento para lajes em balanço devem ser de
fora para dentro. Isso significa que as escoras mais próximas ao balanço devem ser
retiradas antes até as escoras próximas ao apoio.
Mas por que isso deve ser feito? Como a estrutura está em balanço, a armadura
que absorve e resiste aos esforços é a armadura negativa da laje. Assim, retirando
o escoramento do balanço da parte de "fora" para "dentro", esse valor vai
aumentando gradativamente e é resistido pela armadura negativa, previamente
calculada para isso.
Entretanto, caso o procedimento fosse efetuado do meio para as pontas dos apoios,
teríamos uma situação perigosa. Pois como a armadura principal é a armadura
negativa, neste caso de retirada de escoramento, a armadura solicitada para resistir
aos esforços seria a armadura positiva (que provavelmente é uma armadura
mínima, devido aos baixos esforços). Assim, essa armadura seria altamente
solicitada e como não foi dimensionada para resistir a esses esforços, pode gerar o
colapso da estrutura.
REFERÊNCIAS

ABNT NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto armado e protendido. Rio de


Janeiro: ABNT, 2014

PINHEIRO, L.M. Fundamentos do Concreto e Projeto de Edifícios. Material didático.


Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de São Carlos. 2007.

MATERIAIS EQUIPE PEDAGÓGICA HÍBRIDOS


LIVRO DIDÁTICO ENGENHARIAS

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