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Flávio Roberto Xavier de Oliveira (1); Fábio Giovanni Xavier de Oliveira (2);
(3) Geraldo Neves de Oliveira Neto
Resumo
Com a disseminação de novas tecnologias aliada a uma grande diversidade e aprimoramento dos métodos
construtivos, a protensão vem ganhando espaço em lugares que antes não era utilizada. Em certas
localidades a protensão era vista não como um benefício, mas como uma necessidade para atender
premissas do projeto arquitetônico. No entanto, sua utilização não é simplesmente a inserção de cabos nas
lajes ou vigas da estrutura do prédio, deve vir acompanhada dos benefícios, tanto para a própria estrutura,
como para a integração com os demais subsistemas que compõe a edificação, tornando o sistema de lajes
lisas protendidas uma solução bastante atraente. Com a redução da quantidade de pilares e a utilização de
peças delgadas, às estruturas tornaram-se mais suceptível a vibrações. O principal aspecto desse trabalho
foi a verificação do comportamento oscilatório tanto da estrutura como do pavimento, e os critérios de
aceitação do conforto humano de um edifício para uso residencial em concreto com laje lisa protendida.
Abstract
The spread of new technologies coupled with a great diversity and constructive methods improvement, the
prestressed concrete has growing its use. In some localities the prestressed concrete was not seen as good
thing, but its use is a need way to achieve groundwork architectural design. However, its use is not simply
the insertion of tendons into slabs or beams, must be accompanied by the benefits, both to concrete frame
itself and to compose the other subsystems' building. Flat slabs run to be a very attractive solution. Minimize
the cornerstones numbers and the use of thin frame parts, turns structure frame more susceptible to
vibrations. The aim of this work was to check oscillatory behavior of both the whole structure frame and the
floor, and the acceptance criteria to the human comfort of a residential building with prestressed concrete
slab.
Keywords: Vibration, Oscillation, human comfort, prestressed, structures, Integrated Reinforced & Post-Tensioned
Concrete Building Design
Portanto, para que todos esses benefícios sejam utilizados com segurança, os aspectos
dinâmicos devem ser considerados e analisados, já que, com diminuição da massa e
rigidez, a estrutura torna-se bastante susceptível à vibrações, que em excesso, podem
causar danos à edificação e ao conforto humano.
O modelo estrutural que foi utilizado para esta análise (vide Fig. 2), realizada no sistema
CAD/TQS V20, trata-se de uma edificação para uso residencial, conforme planta de
arquitetura da Figura 1, em concreto com laje lisa protendida (vide Fig. 3). O sistema do
protensão utilizado, como pode ser visto nas Figuras 5 e 6, foi o de cordoalha engraxada
não-aderente.
Foram utilizados neste trabalho as prescrições das normas NBR 6118:2014, NBR
8681:2003, NBR 6120:1980 e NBR 6123:1988.
3.1 Concreto
3.4 Cobrimentos
Fundações: 4cm
Pilares externos e internos, vigas externas e interna: 3cm;
Lajes: 3cm.
4. Análise estrutural
A estrutura do edifício foi idealizada por um modelo de pórtico espacial, composto por
elementos que simulam as vigas, pilares e lajes da estrutura (vide Fig. 8). Os efeitos
gerados pela aplicação das ações verticais e horizontais foram calculados com esse
modelo, dessa forma, além das vigas e pilares, as lajes resistiram à parte dos esforços
gerados pelo vento.
Para realizar uma análise mais adequada do edifício, aprimorou-se o modelo adotando-se
coeficientes de mola correspondentes às rigidezes dos blocos sobre estacas como apoios
elásticos (vide Tab. 3). A consideração desses coeficientes nas restrições dos apoios do
modelo reproduz com mais realismo a rigidez das fundações, que é bem menor do que o
engastamento perfeito normalmente adotado em projetos. Foram realizados os
processamentos e passou-se a conferir as reações de apoio que a estrutura transmitiu à
infraestrutura. Em todos os pilares, obtiveram-se reações verticais de apoio nas
fundações muito próximas às que foram apresentadas no projeto sem as molas. Este fato
indica que as cargas verticais do modelo com as molas são compatíveis.
Tabela 3 - Coeficientes de mola (tf,m) adotados nos blocos de coroamento
Coeficientes de mola Bloco de 2 estacas Bloco de 3 estacas Bloco de 4 estacas Bloco de 5 estacas
Rotação X 1230 12120 30680 117255
Rotação Y 7670 12120 30680 38960
Rotação Z 7850 17670 31415 49090
Translação X 7850 17670 31415 49090
Translação Y 7850 17670 31415 49090
Translação Z 19635 44180 78540 122720
Como a estrutura apresentou a primeira frequência natural menor que 1Hz realizou-se a
análise Time-history.
4.2.1 Amortecimento
Para a aceleração calculada para cada sentido de vento aplicado no edifício, foi realizada
uma classificação referente a níveis de percepção humana: imperceptível, 0,5%g,
perceptível, 1,5%g, incômoda, 5%g, muito incômoda, 15%g, e intolerável acima de 15%
de g, onde “g” é a aceleração da gravidade apresentada no diagrama de percepção
humana e vibrações originadas pelo vento encontrado em BACHMANN et al. (1995).
A NBR 6118:2014 recomenda no seu item 23.3, que: “Para se assegurar comportamento
satisfatório das estruturas sujeitas a vibrações, deve-se afastar o máximo possível a
frequência própria (natural) da estrutura (f) da frequência crítica (fcrit), que depende da
destinação da respectiva edificação”. Para tal, a norma prescreve que f >1,2fcrit, onde o
valor de fcrit adotado foi o de 4Hz, para o caso de escritório. Utilizou-se o caso de
escritório, por se assemelhar ao uso residencial, Tabela 23.1 da NBR 6118:2014.
Portanto, a frequência natural do pavimento tipo da estrutura deve ser maior que 4,8Hz.
Os resultados obtidos pela análise modal do pavimento podem ser vistos na Tabela a
seguir:
Os quatro primeiros modos de vibração do pavimento tipo estão mostrados na Figura 12.
Através de várias verificações, escolheu-se o nó 7550 da grelha, Figura 13, sendo este o
mais desfavorável em função da aceleração do pavimento (vide Fig. 14).
Como a NBR 6118:2014 não prescreve valores de frequências naturais para pavimentos
de uso residencial, tomou-se como referência, o gráfico da Figura 15, baseado no Steel
Design Guides Series nº 11 (1997). Portanto, de acordo com a Figura 14, os valores de
aceleração do pavimento tipo estão dentro dos limites aceitáveis para uso residencial.
Figura 15 – Picos de aceleração para o conforto ambiental devido a vibrações relativas a atividades
humanas. ASCI – Steel Design Guides Series nº 11 (1997)
Como a NBR 6118:2014 não trata dos valores de frequências naturais do pavimento de
estruturas para edificações de utilização residencial, foi realizado uma análise no domínio
do tempo onde foi encontrado o valor da aceleração de 2,49%g para o nó mais
desfavorável da grelha da estrutura, estando esse valor, em níveis aceitáveis de acordo
com Steel Design Guides Series nº 11 (1997).
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