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IMÓVEL COMERCIAL SITUADO NA RUA DO RANGEL, Nº 69, BAIRRO DE SÃO JOSÉ, RECIFE - PE
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PARECER TÉCNICO ESTRUTURAL DE UM IMÓVEL COMERCIAL SITUADO NA CIDADE DO RECIFE
Dados cadastrais
Contratante: Lócio Engenharia
Local: Rua do Rangel, Nº 69, Bairro de São José, Cidade do Recife – PE.
Descrição da estrutura
A estrutura em questão é a de um imóvel comercial de apenas pavimento térreo com
dimensões internas aproximadas de 4,20 m x 16,00 m.
A estrutura da coberta é uma laje unidirecional pré-moldada com as vigotas e bloco de
cimento com altura total de 10 cm, sendo 7 cm do bloco de concreto celular e 3 cm de
capa de concreto. As vigotas pré-moldadas vencem o vão de 4,20 m.
A laje unidirecional pré-moldada está apoiada nas alvenarias laterais da edificação.
Sobre a laje de coberta existe telhado com telhas de fibrocimento apoiadas em linhas de
madeira que se apoiam nas paredes laterais da edificação, desta forma a estrutura do
telhado não dá cargas na laje pré-moldada.
Sobre a laje pré-moldada existe revestimento de argamassa de espessura 1,5 cm e está
fixado à laje forro de gesso.
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Foto 01: Laje pré-moldada de 10 cm de altura com bloco de concreto celular vencendo
vão de 4,20 m. As vigotas estão espaçadas a cada 50 cm e apoiadas nas alvenarias
laterais da edificação.
Foto 02: Apoios das vigotas em alvenaria sem cinta de amarração em concreto armado.
As vigotas estão apoiadas na alvenaria que apresenta furos onde se apoiavam o
vigamento de madeira de forro de madeira original da edificação.
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Foto 03: Aproximação para visualizar os furos na alvenaria para apoio de vigas de
madeira do forro original da edificação. O forro de madeira foi retirado na reforma devido
à deterioração da madeira. Nas edificações antigas da cidade do Recife é comum os
forros de madeira apoiados nas alvenarias, no entanto, esses forros ao longo dos anos
foram substituídos por elementos mais resistentes à degradação, como pisos metálicos
e lajes de concreto armado.
Foto 04: Mesmas condições de apoio das vigotas na outra alvenaria lateral da edificação.
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Foto 05: Aproximação da foto anterior. Mesmas condições de apoio das vigotas na outra
alvenaria lateral da edificação.
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OBSERVAÇÕES:
a) Na verificação da estabilidade da laje foi utilizado um concreto de resistência de 20
MPa (200 Kgf/ cm2), no entanto, foi observado por encarregado da obra que houve mais
dificuldade em perfurar os blocos de concreto celular da laje do que a própria capa de
da laje com 3,0 cm de espessura. Este fato se deve a não utilização de agregado graúdo
na confecção da capa, visto que o agregado graúdo é o componente do concreto que
mais tem influência no valor do módulo de elasticidade do concreto e consequentemente
na resistência dele.
Desta forma, além da seção de aço das vigotas ser insuficiente para os esforços
atuantes, o material da capa da laje não tem resistência à esforços de compressão na
flexão atuantes na laje, por se tratar de uma argamassa (cimento + água + agregado
miúdo).
Foto 06: Material da capa da laje.com espessura de 3,0 cm apenas com agregados
miúdos. Observa-se a existência de pedra britada, mas com granulometria pequena não
podendo ser considerada como agregado graúdo, logo, não tem capacidade de
aumentar o módulo de elasticidade e consequentemente a resistência do material.
Observa-se também o material de regularização da capa com espessura de 1,5 cm.
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Figura 01: Amarração das vigotas de laje pré-moldada com cinta de concreto.
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Figura 02: Resultado da análise de grelha não-linear para verificação do estado limite de
serviço quanto a deformações (ELS-D).
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Durante a execução do reforço, a laje deve ser aliviada de todas as cargas possíveis,
ser retirada de serviço com uso de escoramento.
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VI. CONCLUSÃO
Do exposto neste parecer técnico, a laje pré-moldada em questão não atende ao
Estado Limite Último (ELU) da NBR 6118 – Projetos de Estruturas de Concreto -
Procedimentos. Este estado limite corresponde a segurança estrutural da
edificação. Desta forma, para garantir a segurança do usuário e a funcionalidade
da edificação, DEVE-SE executar reforço estrutural da laje pré-moldada
adicionando mais apoios para ela como descrito no Item V deste parecer técnico.
Até que tal reforço estrutural seja executado, a edificação DEVE ficar interditada
para qualquer uso.
Por último, tal reforço estrutural DEVE ser executado conforme Projeto de Reforço
Estrutural, que irá apresentar as dimensões dos perfis metálicos e detalhes de
execução, devendo ainda acompanhar ART (Anotação de Responsabilidade
Técnica) registrada no CREA.
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