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INTRODUÇÃO
[2][3]
O projeto estrutural de edifícios de concreto armado compõe-se das seguintes etapas :
• CONCEPÇÃO
• ANÁLISE
• SÍNTESE
• OTIMIZAÇÃO
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
•eAs vigas e os pilares devem ser embutidos nas alvenarias, conforme condi-
ções estéticas e funcionais impostas pelo projeto arquitetônico.
•eNBR-6118 (1978) Projeto e execução de obras de concreto armado que prescreve as diretrizes
[1]
gerais a serem obedecidas no projeto, na execução e no controle de obras de concreto armado .
O projeto de revisão da norma, a ser aprovado pela ABNT em 2002 (ainda em discussão no meio
técnico), incorpora também a NBR-7197/89 (concreto protendido) e apresenta novos tópicos, como:
durabilidade, garantia da qualidade, análises estruturais lineares e não-lineares (elementos finitos),
detalhamento de regiões de descontinuidade e de elementos especiais.
•eNBR-6120 (1978) Cargas para o cálculo de estruturas de edificações que fixa os valores das
cargas que devem ser consideradas no projeto estrutural;
•eNBR-6122 (1996) Projeto e execução de fundações que controla as diretrizes gerais de um projeto
de fundações;
•eNBR-6123 (1987) Forças devidas ao vento em edificações que estabelece considerações para a
avaliação das forças estáticas devidas à ação do vento;
•eNBR-7191 Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado que padroniza a
elaboração de desenhos para a apresentação de elementos estruturais (planta de fôrmas) e
disposição de armaduras.
•eNBR-7480 (1996) Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado que
especifica as dimensões nominais a serem atendidas pelos fabricantes.
•eNBR-8681 (1984) Ações e segurança nas estruturas que controla o procedimento de combinações
de ações de forma probabilística.
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13.1.4 Lajes
13.1.4.1 Lajes maciças
Nas lajes maciças devem ser respeitados os seguintes limites mínimos
para a espessura:
a) 5 cm para lajes de cobertura não em balanço;
b) 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço;
c) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor 30 kN;
d) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior 30 kN;
e) 15 cm para lajes com protensão.
As lajes não podem ser lisas ou cogumelo, devem ser armadas em duas
direções e verificadas, simultaneamente, as seguintes condições:
a) as dimensões da abertura têm como máximo 1/10 do vão menor;
b) distância entre a face de uma abertura e uma borda livre da
laje de no mínimo 1/4 do vão, na direção considerada;
c) distância entre faces de aberturas adjacentes maior que a
metade do vão.
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(*)Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de
contrapiso, com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa
de revestimento e acabamento tais como pisos de elevado desempenho, pisos
cerâmicos, pisos asfálticos, e outros tantos, as exigências desta tabela podem ser
substituídas pelo item 10.4.6, respeitando um cobrimento nominal ≥ 15.mm.
desenhos de projeto.
cnom ≥ φ barra
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d h
d'
cnom
superfície da armadura
mais externa
Definindo-se a altura útil d como sendo a distância da fibra mais comprimida até o centro de
gravidade da armadura tracionada, conforme indicado na Figura B.2, e se considerando a
possibilidade de redução do cobrimento nominal das armaduras, visto no item 10.4.6, para o caso de
lajes de pavimentos de edifícios residenciais e comerciais cuja classificação da agressividade é fraca
– produzindo um risco de deterioração da estrutura insignificante – e se considerando qua a máxima
bitola correspondente à armadura de flexão seja igual a 20mm, leva a
h’=’ d + 3,0 cm .
A altura útil de uma laje retangular pode ser estimada, para fins de pré-dimensionamento, a partir do
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critério prático dado por :
h = 2,5% !
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Determinar, segundo o critério apresentado anteriormente, a espessura h das lajes de piso L1 e L2,
indicadas na figura abaixo.
!= 4.m L1 L=3.m L2
!= 2.m
L=6.m
h L1 = 2,5% 400 cm ≥ 7 cm ⇒
.
h L1 = 10,0 cm.
e
h L2 = 2,5% 200 cm ≥ 7 cm ⇒
.
h L2 = 7,0 cm.
h = 10% !
onde !"corresponde ao vão teórico da viga. Neste curso adota-se, simplificadamente, que o vão
teórico da viga seja dado pela distância intereixos dos apoios (pilares ou vigas).
h = 35 cm.
___________________________________________________________________________________________________
335
PAREDE A
15
100x90
180
195 15
Por questões práticas, adota-se geralmente a mesma altura para todas as vigas do andar-tipo,
variando-se apenas sua largura, de modo que se acomode nas dimensões das respectivas paredes.
Assim, a altura das vigas será ditada pela viga de vão mais desfavorável. Em geral, nos projetos de
estruturas de concreto armado não devem ser utilizados vãos superiores a 6 metros, pois diante dos
valores usuais dos pés-direitos, que variam em torno de 2,80 metros (Figura B.6), permite-se a
execução de vigas de 60 cm de altura de modo que não interfira no projeto arquitetônico.
ALTURA DISPONÍVEL
PARA A VIGA PISO 2
2,80
2,10
PISO 1
Os pilares são, normalmente, de seção transversal retangular posicionados nos cruzamentos das
vigas. Recomenda-se, de maneira geral, que a distância entre pilares não exceda 6 metros, de modo
que não leve a vigas com alturas maiores do que 60.cm. Para efeito de pré-dimensionamento, a área
da seção transversal do pilar depende da área de influência do pilar e do número de pavimentos.
Estima-se, para fins de pré-dimensionamento, que as dimensões dos pilares sejam suficientes para
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que a tensão ideal de compressão no concreto fique em torno de 10 MPa .
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vento
vento
Assim, a orientação criteriosa das seções transversais dos pilares deve ser verificada num estudo
sobre o comportamento global da estrutura. As caixas de escada e de elevadores são também
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utilizadas como elementos de contraventamento dos pórticos planos. . Um estudo mais detalhado
sobre a estabilidade global do edifício foge ao escopo deste curso, devendo ser considerado no
projeto de pilares. Preliminarmente, as dimensões e orientações dos pilares devem arbitradas de
modo a embutir os pilares nas alvenarias.
A seguir, são apresentadas duas plantas de arquitetura: a primeira apresenta geometria ortogonal e a
segunda, irregular. A partir destas plantas são concebidas as respectivas plantas de fôrmas. Seja a
planta de arquitetura de um pavimento, cujas paredes são ortogonais entre si, conforme indica a
Figura B.8. O lançamento das vigas do pavimento é feito a partir das direções das paredes,
desprezando-se, evidentemente, todas as aberturas existentes (portas e janelas).
A Solução A, inicialmente obtida e indicada na Figura B.9, apesar de ser esteticamente correta não
deve ser adotada, pois leva a criação de lajes de forma composta (Laje 5). Devido a dificuldade de
obtenção dos esforços de flexão e deslocamentos de lajes com formato genérico, utilizando-se
tabelas de cálculo, o presente estudo será limitado a concepção de lajes de forma retangular.
A Solução B, apresentada na Figura B.10, foi obtida a partir da decomposição da laje irregular em
duas lajes retangulares. Caso a Solução B fosse adotada, ela consistiria numa solução anti-
econômica, devido a existência de lajes muito recortadas, ou seja, um grande número de vigas. De
modo a encontrar uma solução viável, sob o ponto de vista econômico, as Lajes 1, 4 e 5 da Figura
B.10 serão aglutinadas numa única laje.
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150x110
150x110
80x60
150
100
100
330 120 200
250
100
300
CORREDOR
365
255
COZINHA
470
100x90
180
150x110
100
195 120
SALA DE
270
ESTAR
150x110 SALA DE
100 JANTAR
330 335
L1 L2 L3 L1 L2 L3
L6
L4 L5 L4 L5
L7 L8
L6 L7
L1 L1
L4 L4
L3 L3
Figura B.11 Solução Estrutural C Figura B.12 Locação preliminar dos pilares
20 330 15 335 20
P1 P2 P3
(20/60) V1 (20/60) (20/20) (60/20)
20
L2 20
365
h=10
565
L1
h=10
V2 (15/60)
15
V5 (20/60)
V6 (15/60)
P5 P6
(45/15) (20/20)
V3 (15/60)
15
V7 (20/60)
P4 L4
470
(20/20) h=10
L3
270
h=10
V4 (20/60)
20
20
P7 P8 P9
(60/20) (20/20) (20/60)
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A locação dos pilares é feita no encontro das vigas ortogonais. A Figura B.12 indica todos os
encontros de vigas onde, provavelmente, serão alocados os pilares. Optou-se pela dispensa de um
pilar intermediário devido a formação de vãos de dimensões não comparáveis entre si. Finalmente,
após o refinamento da solução estrutural, pode-se obter a planta de fôrmas, indicada na Figura B.13.
Os elementos estruturais que devem ser indicados, com suas respectivas dimensões, são: lajes
(L1,L2...), vigas (V1,V2...) e pilares (P1,P2...). As espessuras das lajes foram obtidas por meio do
critério simplificado apresentado anteriormente. As espessuras das lajes foram uniformizadas a partir
do maior dos menores vãos (mais desfavorável). Considerando-se que o vão teórico da laje
corresponde à distância intereixos das vigas, o maior dos menores vãos corresponde ao valor
Por motivos práticos e devido à existência de alvenarias sobre as lajes L1 e L2, adotou-se a
espessura das lajes iguais à 10 cm.
150x110
100x90
80x60
80x60
180
150
150
100
180 300
430
250
250
135
0
CORREDOR
380 HALL
180x60
150
400
SALA DE
355x200
150x110
ESTAR 100
395
105
TERRAÇO 335
150x110
100
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que a partir deste valor pode-se obter, aproximadamente, a altura das vigas dada por
As dimensões em planta dos pilares e suas respectivas orientações não serão determinadas nesta
fase do projeto. A única restrição que deve ser imposta no pré-dimensionamento dos pilares é que
fiquem embutidos na alvenaria. As informações imprescindíveis que devem constar na planta de
fôrmas são: numeração das lajes, vigas e pilares, posição relativa das vigas e lajes (vigas invertidas),
continuidade entre as lajes (nivelamento das lajes), alvenarias apoiadas sobre lajes (linhas duplas
intermitentes), dimensões entre faces de vigas e notas gerais (fck, relação a/c, etc...).
A planta de arquitetura do apartamento cujas paredes não são ortogonais entre si, indicado a Figura
B.14, segue o mesmo procedimento apresentado anteriormente. O lançamento das vigas do
pavimento é feito a partir das direções das paredes, desprezando-se, evidentemente, todas as
aberturas existentes (portas e janelas). Deve-se notar a existência de uma sala rebaixada, que leva a
definição de uma viga ao longo da linha de desnivelamento.
A Solução A, indicada na Figura B.15, não deve ser adotada porque consiste numa solução anti-
estética devido a viga aparente criada na entrada principal. A Solução B, apresentada na Figura B.16,
foi obtida a partir da reunião da lajes de dimensões reduzidas e da eliminação de vigas aparentes,
situadas na entrada principal. Observa-se que as Lajes L6, L7 e L8 (Figura B.16) são de forma
irregular. Para efeito de cálculo, estas lajes serão regularizadas ou processadas num programa de
análise estrutural por elementos finitos.
L3
L1 L2 L5 L6
L4
L8 L9 L10
L7 L11
L13
L12
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L5
L6
L4
L8
L7
L1 L2 L3
L5
L6
L4
L8
L7
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20
V14 (15/60)
V11 (15/60)
L1 L2 L3
250
250
h=10 h=10 h=10
P6 P7
V2 (15/60) (15/30) (30/15)
15
15
P5 P8
(15/60)
(20/20) (20/20)
L5
V12
165
L6
V3 (20/60) h=10 h=10
V4
15
V9 (20/60)
P9 P10 P12
(20/20) (20/20) (20/60) V5 (20/20)
L4
470
(15/60)
V10 (20/60)
h=10 P11
V15 (20/60)
(20/20)
400
V13 (20/60)
L8
h=10
V6 (20/60)
20
P13 P14
(60/20) L7 (60/20)
105
h=10
20
15
P15 P16
V8 (15/40) (20/20) V7 (20/60) (20/20)
20 20 15 20 20
395 380 155 335
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[3].FUSCO, P. B. Estruturas de Concreto. Fundamentos do Projeto Estrutural. Vol.1 São Paulo, Ed.
McGraw-Hill do Brasil, 1976.
[4] FUSCO, P. B.; MARTINS, A. R.; ISHITANI, H. Curso de Concreto Armado. Notas de Aula. São
Paulo, Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações – Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, 1990.
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