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Método da analogia de grelha para análise de lajes nervuradas de um

prédio público
Grid analogy method for analysis of ribbed slabs of a public building

Gabriel Assis de C. Santos (1); Wisner C. de Paula (2); Ruan Ângelo F. Resende (1) Vitor Maciel
de S. Ribeiro (1); Igor José M. Lemes (2); Joelma Rezende Durão Pereira (2).

(1) Estudante de Engenharia Civil, Universidade Federal de Lavras, UFLA.


(2) Professor Doutor, Departamento de Engenharia, Universidade Federal de Lavras, UFLA.
gabrielacsantos@estudante.ufla.br; wisner.depaula@ufla.br; ruan.resende@estudante.ufla.br;
vitor.ribeiro1@estudante.ufla.br; igor.lemes@ufla.br; joelma.durão@ufla.br

Resumo
O avanço tecnológico impulsionou o estudo de dados em todos os setores, inclusive na construção civil, por
meio da criação de sistemas operacionais que tornaram possível a análise global da estrutura, contribuindo
para uma maior eficiência no desenvolvimento de edificações. A proposta deste artigo tem como finalidade
analisar o projeto de uma laje nervurada executada na Universidade Federal de Lavras, utilizando o
software Ansys® para a criação de um modelo que represente a estrutura real, com a aplicação do método
de analogia de grelha. Este método consiste em subdividir a estrutura em barras perpendiculares entre si,
formando um sistema reticulado que favorece a distribuição dos carregamentos, esforços e reações de
apoio. Com base no sistema de lajes nervuradas em questão, foi feito um estudo da influência dos
momentos fletores na estrutura, utilizando diferentes valores para a rigidez da torção e posteriormente os
comparando com a Tabela de Bares.

Palavras-chave: Ansys, Momentos fletores, Método dos elementos finitos, Modelagem computacional,
Rigidez à torção.

Abstract

Technological advancement has boosted the study of data in all sectors, including construction, through the
creation of operating systems that have made possible the global analysis of the structure, contributing to
greater efficiency in the development of buildings. The purpose of this article is to analyze the design of a
ribbed slab executed at the Federal University of Lavras, using the Ansys® software to create a model that
represents the real structure, with the application of the grid analogy method. This method consists of
subdividing the structure into perpendicular bars, forming a lattice system that favors the distribution of loads,
efforts and support reactions. Based on the ribbed slab system in question, a study of the influence of
bending moments on the structure was made, using different values for torsion stiffness and later comparing
them with the Bars Table.

Keywords: Ansys, Bending moment, Finite element method, Computational modeling, Torsional rigidity.

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ANAIS DO 64º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2023 – 64CBC2023
1 Introdução

Os sistemas estruturais desempenham um papel fundamental ao garantir a estabilidade,


resistência e segurança das edificações. Nesse contexto, é responsabilidade do
engenheiro assegurar o cumprimento das normas técnicas vigentes e implementar
métodos construtivos que permitam o desenvolvimento de um empreendimento
economicamente viável e sustentável.
Durante a elaboração de um projeto, são levados em consideração fatores como os
custos associados, com o objetivo de proporcionar um custo-benefício atrativo aos
clientes. Nesse sentido, as lajes nervuradas surgem como uma solução eficiente às
limitações que o projeto impõe ao engenheiro, sendo elas: vencer grandes vãos, reduzir o
peso próprio da estrutura e trabalhar de forma favorável com a redução de custos. Isso
ocorre porque esse sistema otimiza o consumo de materiais e racionaliza a mão de obra
envolvida em sua execução. Além disso, é fundamental conhecer os valores dos
momentos e das deformações que o carregamento pode causar na edificação. Para isso,
é possível implementar o método de analogia de grelha, buscando estudar a laje
nervurada e a laje maciça de espessura equivalente.
Deste modo, este artigo tem como objetivo analisar a laje nervurada, por meio da
aplicação do método de analogia de grelha via software Ansys®, com a utilização do
elemento finito BEAM4. Tais resultados foram comparados com os valores de momentos
fletores nas lajes obtidos via Tabela de Bares, considerando diferentes valores de rigidez
à torção da seção transversal.

2 Técnicas e métodos empregados

2.1 Modelo estrutural investigado

A proposta deste artigo é analisar momentos fletores solicitantes em um sistema estrutural


situado no Bloco 2 do Departamento de Química da Universidade Federal de Lavras,
constituído por lajes nervuradas, pilares, vigas e laje maciça em balanço, todas em
concreto armado.
As lajes nervuradas são elementos planos formados por nervuras, que possuem vigas
secundárias e uma capa de revestimento em concreto. Essas nervuras são dispostas
regularmente em uma malha, proporcionando rigidez e resistência à laje, permitindo
vencer vãos maiores e com menor espessura em comparação com as lajes maciças
convencionais. Além disso, as nervuras melhoram o desempenho estrutural, distribuindo
as cargas de forma eficiente e reduzindo as deformações.

Figura 1- Representação de laje nervurada e molde de polipropileno (ATEX (2017))


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A planta de forma, bem como as dimensões da estrutura em análise está detalhada na
Figura 2:

Figura 2 - Planta de forma - Bloco 2 do Departamento de Química (Autores (2023))

2.2 Método de Analogia de Grelha

O método de analogia de grelha consiste em discretizar um elemento estrutural em vigas


que formam um sistema reticulado semelhante a uma malha. Essa metodologia permite
aplicar diversos tipos de carregamento, considerar diferentes condições de apoio e
representar as propriedades físicas e geométricas do material, sendo importante para o
dimensionamento de componentes estruturais e o estudo do comportamento da estrutura.

A discretização da estrutura analisada em barras está representada na Figura 3:

3
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Figura 3 - Modelo da grelha utilizado no Ansys - Bloco 2 do Departamento de Química (Autores (2023))

As vigas foram denominadas da seguinte forma:

● 1 - Vigas de bordo: vigas de seção 25 x 50cm que contornam as lajes da


estrutura.
● 2 - Vigas de extremidade: vigas que conectam a grelha da laje nervurada com a
viga de bordo, com seções variando de 18,75 cm até 78,75 cm de largura por 25
cm de altura, a depender da laje.
● 3 - Vigas auxiliares: vigas que representam só metade da mesa da seção da viga
nervurada para auxiliar a conexão entre os elementos da grelha, com uma seção
transversal de 33,75 cm x 5 cm.
● 4 - Vigas da laje nervurada: vigas de seção T que compõem a laje nervurada,
com dimensões especificadas na Figura 4.

A representação das seções transversais dessas vigas estão representadas na Figura 4:

Figura 4 - Modelo de vigas adotado para aplicação no software Ansys® (Autores (2023))
4
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2.3 Software Ansys®

O Ansys® é um software de simulação estrutural que através da aplicação de elementos


finitos possibilita o estudo global de uma estrutura, oferecendo recursos abrangentes para
análise, modelagem e visualização de problemas complexos. A pesquisa utilizou o
elemento BEAM4 para a geração das vigas que compõem o sistema de grelha, por ser
um elemento uniaxial que possui seis graus de liberdade (translações nas direções nodais
x, y, z, e rotações sobre os eixos nodais x, y, z), sendo vastamente empregado na
representação de vigas.
O BEAM4 possui recursos que viabilizam a análise da tensão, compressão, torção e
flexão, fornecidas a partir da execução de um APDL (ANSYS Parametric Design
Language), código de entrada criado em documento de texto (.txt) que descreve as
propriedades do sistema, coordenadas dos pontos de encontro das vigas (nodes), valores
de carregamento, condições de apoio e outros parâmetros relevantes. Como resultado,
são obtidas as deformações resultantes, os momentos fletores, momentos torçores e
esforços cortantes.

Figura 5 - Propriedades geométricas do elemento BEAM4 (ANSYS (2009))

5
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2.4 Determinação das Propriedades Geométricas

As propriedades geométricas têm papel crucial na análise estrutural, exercendo influência


direta nos resultados, já que alterações na seção transversal podem afetar a distribuição
das tensões, deformações e a resistência da estrutura. Ao considerar esses atributos
durante o projeto e análise estrutural, torna-se possível aprimorar o desempenho, reduzir
os esforços e garantir a segurança da edificação.
Além disso, as propriedades geométricas influenciam na rigidez estrutural e na
capacidade de suportar cargas. Uma seção transversal com maiores dimensões terá
maior momento de inércia, proporcionando maior resistência à flexão e à torção,
resultando em menores deformações e maior estabilidade. Por outro lado, uma seção
transversal menor reduz seu peso próprio, mas resulta em maiores tensões e
deformações. Portanto, compreender e otimizar as propriedades geométricas é essencial
para projetar elementos que atendam aos requisitos de resistência, segurança e
desempenho.
Uma laje nervurada é formada pela união da nervura com a mesa de compressão (Figura
8), resultando em uma seção T. Para se determinar o momento de inércia à flexão das
barras de seção transversal T, é necessário calcular o centróide da seção (Equação 1) e
dividir o perfil em diferentes partes, conforme detalhado na Figura 9.
𝑛
∑ 𝑦𝑖·𝐴𝑖
𝑦= 𝑖=1
𝑛 (Equação 1)
∑ 𝐴𝑖
𝑖=1

em que:
𝑦: é o centróide da seção transversal;
𝑦𝑖: é o centróide da porção i da seção transversal;
𝐴𝑖: é a área da porção i da seção transversal.

Figura 6 - Estrutura de uma laje nervurada (Autores (2023))

6
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Figura 7 - Separação do perfil de seção transversal T (Autores (2023))

O momento de inércia à flexão (Equação 2), propriedade fundamental que confere


resistência à flexão em uma viga, é determinado pela distribuição da área da seção
transversal em torno do eixo de rotação localizado no centróide do elemento. Para uma
viga de seção transversal T, é recomendável dividir a geometria em duas partes (Figura
7), determinando, assim, os valores de inércia para cada uma das seções e somá-los.

( )
𝑛 3
𝑏𝑖ℎ𝑖 2
𝐼 = ∑ 12
+ 𝐴𝑖𝑑𝑖 (Equação 2)
𝑖=1
em que:
𝑏𝑖 é a largura da porção i da seção transversal;
ℎ𝑖: é a altura da porção i da seção transversal;
𝐴𝑖: é a área da porção i da seção transversal;
𝑑𝑖: é a distância entre o centro de gravidade da porção i e o centro de gravidade da seção.

A rigidez à torção (GJ) das barras que constituem a grelha é determinada relacionando o
módulo de elasticidade transversal (G) e a inércia à torção (J), sendo fundamental para
garantir a distribuição dos esforços e, deste modo, reduzir a flecha e a quantidade de aço
necessária quando comparada com a modelagem simplificada.

𝐸
𝐺= 2(1+𝑣)
(Equação 3)

𝐺 = 0, 4 · 𝐸𝑐 (Equação 4)

em que:
𝑣: coeficiente de Poisson (0,2 para concreto armado);
𝐸𝑐: módulo de elasticidade longitudinal.

A inércia à torção (J) é determinada pelas equações (5) e (6) de GERE & WEAVER
(1981), considerando o seu valor integral para as vigas das nervuras que possuem seção
transversal T.

𝑛
3
𝐽 = ∑ β · 𝑏𝑖 · ℎ𝑖 (Equação 5)
𝑖=1

7
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) · (1 − )
4
β=
1
3 (
− 0. 21
𝑏

𝑏
12ℎ
4 (Equação 6)

em que:
𝑏𝑖: menor dimensão da seção transversal;
ℎ𝑖: maior dimensão da seção transversal.

A redução da inércia à torção do elemento na análise estrutural, significa que a região de


concreto efetivamente solicitada a esforços de torção foi diminuída. Para o presente
trabalho, foram feitas as seguintes considerações de rigidez à torção:

● 15%, valor indicado pela NBR 6118 (2014);


● 20%, valor sugerido por Süssekind (1987);
● 100%, valor integral obtido pela Equação 5.

Todos os valores obtidos a partir dessas considerações foram comparados com os valores
pela Tabela de Bares.

2.5 Determinação do Carregamento

O carregamento considerado no sistema é resultante da combinação de cargas


permanentes e variáveis que compõem a estrutura e sua aplicação no software Ansys®
pode ocorrer de duas maneiras, sendo elas: aplicação de carga concentrada nos nós das
barras da grelha ou carga uniformemente distribuída no segmento de viga que liga dois
nós adjacentes.

Figura 8 - Carregamento nodal e carregamento uniformemente distribuído (STRAMANDINOLI (2003))

Para determinação das cargas atuantes na estrutura, foram consideradas cargas


distribuídas uniformemente sobre cada viga (N/m), sendo que as ações atuantes foram:

● peso próprio de cada viga (g);


● peso da alvenaria (g): 4,6 N/m, atuando apenas nas vigas de bordo;
● sobrecarga de utilização (q): obtido pelo Método das Charneiras Plásticas de
acordo com a NBR 6118 (2014).

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As áreas das charneiras em cada viga estão representadas pela Figura 9.

Figura 9 - Área das Charneiras - Bloco 2 do Departamento de Química (Autores (2023))

2.6 Determinação das Propriedades Físicas

As propriedades físicas dos materiais se referem às características intrínsecas do


composto, fundamentais para garantir que uma estrutura suporte determinadas cargas,
resista às deformações e transmita os esforços aos elementos adjacentes. A análise
global da estrutura demanda aplicar estas propriedades para, então, conhecer o
comportamento real da edificação quando carregada pelas cargas permanentes e
variáveis.
O módulo de elasticidade inicial é obtido através do método de ensaio que rege a ABNT
NBR 8522-1 (2021), entretanto, buscando replicar as condições do projeto estrutural da
edificação avaliada (prédio da Universidade Federal de Lavras), adotou-se este referido
parâmetro com o valor estabelecido em projeto estrutural, sendo Ecs = 238000 kgf/cm².

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2.7 Tabela de Bares

Baseando-se na resolução das equações da teoria da elasticidade por séries


trigonométricas, Bares (1972) desenvolveu tabelas para o cálculo de momentos máximos
e mínimos em lajes. Para tal método, foram admitidas algumas condições de contorno
onde em todas as condições as vigas são consideradas indeformáveis.

Para o presente estudo, foram calculados os momentos fletores utilizando tal metodologia
e, posteriormente, comparados com os resultados obtidos via a aplicação da metodologia
de grelha no Ansys ®.

3 Análise e discussão dos resultados

3.1 Visualização do modelo no software Ansys®

Após a aplicação da metodologia, foi possível visualizar a volumetria do modelo 3D da


estrutura, bem como os momentos fletores, disponíveis nas Figuras 10 e 11.

Figura 10. Volumetria do sistema estrutural via software Ansys ®

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Figura 11. Momentos fletores solicitantes do conjunto de lajes analisados obtido via software Ansys®

3.2 Resultados pela Tabela de Bares

Para a presente análise, não foram comparados os valores dos momentos para a
condição de apoio entre as lajes 1 e 2, visto que as mesmas possuem engastamento em
duas bordas adjacentes, sendo as outras duas apoiada (no menor vão) e de borda livre
(maior vão), não sendo compatível com nenhuma condição de contorno do método de
Bares.

Tabela 1. Momentos fletores obtidos pelo método da Tabela de Bares

Maior Direção (Ly) Menor Direção (Lx)


LAJE
M+ (Nm/m) M- (Nm/m) M+ (Nm/m) M- (Nm/m)

01,02 - - - -

03,04 3000,4 14464,1 10122,6 21199,2

05,06 452,1 2897,7 2142,4 4279,8

07,08 8464,9 28122 15654,8 35170,2

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3.3 Resultados pelo software Ansys®

As figuras, 12, 13, 14 e 15 apresentam os momentos fletores (Nm/m) obtidos pelo método
de analogia de grelha utilizando diferentes valores para inércia à torção em comparação
com os resultados obtidos pela Tabela de Bares.

Figura 12 - Momentos fletores para as lajes 1 e 2 (Autores (2023))

Para as lajes em questão (Figura 12), não há comparação com a Tabela de Bares devido
à falta do modelo com as condições de apoio dessa laje na metodologia aplicada. A
análise demonstra uma diferença significativa no momento fletor negativo na menor
direção (lx) ao variar a inércia à torção para 15% e 20%, havendo um aumento dos
momentos fletores.

Figura 13 - Momento fletores para as lajes 3 e 4 (Autores (2023))


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Nas lajes 3 e 4, pôde-se perceber que o momento fletor positivo em ly sem redução da
rigidez apresentou um valor bem próximo ao encontrado pelo método de Bares,
entretanto, com a diminuição da rigidez à torção, esses valores aumentaram. Também
percebe-se que, nessas lajes, os outros momentos fletores apresentaram uma maior
discrepância de valores em comparação com bares, com um erro máximo de 23.1%.

Figura 14 - Momentos Fletores paras as Lajes 5 e 6 (Autores (2023))

A análise das lajes 5 e 6, demonstra uma pequena variação entre os valores de momento
fletor em relação à variação do valor de inércia à torção (J). Além disso, pode-se perceber
uma maior variação dos momentos fletores positivos em lx, quando comparados com a
Tabela de Bares.

Figura 15 - Momentos Fletores paras as Lajes 7 e 8 (Autores (2023))

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A análise das lajes 7 e 8 demonstra uma diferença significativa no momento fletor quando
ocorre redução do valor de inércia à torção (J), ao variar a inércia à torção para 15% e
20%, havendo um aumento dos momentos fletores.

Por fim, pode-se perceber que com a diminuição da rigidez à torção, há o aumento do
momentos fletor e, além disso, não há muita variação quando comparados os valores de
rigidez à torção de J=15% (NBR 6118) e J=20% (Süssekind).

4 Conclusões

Neste estudo, avaliou-se o comportamento estrutural do conjunto de lajes do Bloco 2 do


Departamento de Química da Universidade Federal de Lavras. Compararam-se os
momentos fletores obtidos pela metodologia da analogia de grelha no software Ansys®,
considerando diferentes variações da rigidez à torção da seção transversal, com os
resultados da Tabela de Bares.
Os resultados mostraram um aumento dos momentos fletores com a redução da rigidez à
torção, em concordância com COL DEBELLA (2015). O modelo de cálculo no software
apresentou resultados coerentes, com erros próximos a 1%, em alguns casos, em
comparação com a Tabela de Bares (sem a redução da rigidez à torção das barras da
grelha). Entretanto, para essas mesmas análises, com a consideração da menor rigidez à
torção, os valores de momentos fletores mostraram-se superiores à Tabela de Bares. Em
suma, pôde-se perceber que as Tabelas de Bares são úteis para análise preliminar ou
pré-dimensionamento dos momentos fletores. Porém, é importante buscar modelos de
cálculo que levem em consideração parâmetros como a rigidez à torção, a fim de se
evitarem distorções nos resultados.

5 Agradecimentos

Os autores deste artigo agradecem ao Departamento de Engenharia da Universidade


Federal de Lavras, DEG-UFLA, e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, CNPq, pelo apoio à pesquisa.

6 Referências

[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6118. Projeto de


Estruturas de Concreto: Procedimento. Rio de Janeiro. 2014.

[2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 8522-1. Concreto


endurecido - Determinação dos módulos de elasticidade e de deformação - Parte 1:
Módulos estáticos à compressão. Rio de Janeiro. 2021.

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[3] LOPES, E. et al. Influência da rigidez à torção das vigas de bordo em lajes nervuradas
de concreto armado do tipo Reduzcon, 49°Congresso Brasileiro do Concreto. Bento
Gonçalves, Rio Grande do Sul, 2007.

[4] STRAMANDINOLI, J. S. B.. Contribuições à Análise de Lajes Nervuradas por


Analogia de Grelha. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina,
SC, 2003.

[5] SÜSSEKIND, J. C., Curso de Análise Estrutural Volume III, Editora Globo, Rio de
Janeiro, 1987.

[6] GERE, J. M.; WEAVER JR., W.. Análise de estruturas reticuladas. Editora
Guanabara Dois S. A., Rio de Janeiro, RJ, 1981.

[7] BARBIRATO, C. B. C. Contribuições à análise de pavimento de edifícios em laje


nervurada. São Carlos. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo. 1997.

[8] BARES, R. Tablas para el cálculo de placas y vigas parede. Barcelona: Editora
Gustavo Gili S/A, 1972.

[9] COL DEBELLA, Leticia Barizon. Estudo da analogia de grelha no cálculo de lajes
maciças de concreto armado. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.

[10] ATEX, Fôrmas para laje nervurada. Disponível em: <


http://www.atex.com.br/pt/formas/laje-nervurada/>. Acesso em: 20 de Abr. 2023.

[11] ANSYS 12, Element Reference. 2009.

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