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COMPUTACIONAL DE UM SOBRADO
RESUMO
O cálculo estrutural de uma edificação pode ser desenvolvido por diversos tipos de software. Com
o intuito de compreender alguma dessas ferramentas, este trabalho apresenta uma análise
comparativa entre os resultados obtidos no cálculo do software TQS e Eberick, em relação ao
desenvolvimento manual de um projeto estrutural de um sobrado. O objetivo foi comparar resultados
como flechas, estados limites, consumo de aço, análise dos gráficos e diagramas e seu manuseio.
Com isso, notou-se um maior consumo de aço do Eberick, havendo uma grande variação das
flechas nas lajes entre os dois softwares, além de uma melhor aproximação do TQs em relação ao
cálculo manual esse software mostrou-se mais econômico, contudo, o Eberick mostrou-se de fácil
manuseio.
Introdução
1
Graduando do Curso de Bacharelado em Engenharia Civil da UniFacisa – Centro Universitário. E-mail:
mateus064137@gmail.com
2**
Professor Orientador. Docente do Curso de Bacharelado em Engenharia Civil da UniFacisa – Centro
Universitário. E-mail: cassia.anjos@maisunifacisa.com.br
Denomina-se como ações tudo que causa tensão e deformação na estrutura. Podem
ser classificadas como ações diretas as decorrentes do peso próprio da estrutura e dos
elementos fixos e indiretas as que se explicam pela deformação, retração e movimentação
da estrutura. Além disso, temos as variáveis ocorridas, devido a cargas de pessoas e
móveis, e as excepcionais, como vento, temperatura e fluência (cargas adicionais durante
vida útil da estrutura) (CARVALHO, 2014). Já o estado limite último (ELU) é o que define
se a estrutura atingiu a sua capacidade máxima de resistência, levando a um colapso
progressivo e o estado limite de serviço (ELS) relaciona-se à durabilidade da estrutura (vida
útil) (NBR 6118, 2014).
Em estruturas de concreto armado, geralmente, é necessária a execução de três
elementos estruturais, descritos a seguir, que são bastantes visíveis em obras de qualquer
porte: lajes, vigas e pilares. Todavia, para o seu dimensionamento, deve-se levar em
consideração os estados limites recomendados (BASTOS, 2006).
Material e Métodos
Por meio do Quadro 3, verificando o menor vão da maior laje da edificação, pode-se
obter a espessura da laje e seu peso próprio para, com isso, obter a área de aço necessária
para cada treliça, presente na laje do tipo treliçada (Quadro 4).
Quadro 3 – Altura mais cargas de lajes pré-moldadas em função cargas e vão livres máximos
∗
f0 = (01)
∗
(02)
αf – Flecha tempo
ε(t) – tempo quando se deseja a flecha deferida
ε(t0) – Tempo de aplicação do carregamento
t – Tempo em meses
Flecha total:
Ft = f0*(1+αf) (6)
∗ ∗
QL= (7)
∗ ∗
QL= ∗ 0,25 (8)
P – Carga de influência da laje
Após a definição das dimensões iniciais das vigas, deve-se verificar a área de aço
obtida através da equação 12.
As = ∗
(12)
- As -Área de aço
- Md -Momento de cálculo
- Fyd – Tensão solicitante de cálculo do aço
- Z- Braço de alavanca
Em sequência, após o cálculo da área de aço das vigas, deve-se verificar as flechas
deferidas em cada elemento, cujo procedimento de cálculo é semelhante aos das lajes.
Inicialmente, verifica-se a flecha imediata:
Já para os pilares, obtém-se a carga de influência, por meio das reações nas vigas
a ele ligadas. Deve-se verificar os tipos de pilares (canto, central), para identificar as
influências de momentos, visando a um melhor posicionamento. Todos os pilares estarão
sujeitos à flexão oblíqua. As reações do pilar foram obtidas através do Ftool, além de
diagramas de momentos como pode ser visto na Figura 2.
-Cálculo do carregamento:
∗ ∗
- Área de aço: As= (19)
Nd – Esforços normais no pilar
Ɣn – Coeficiente de majoração para pilares com dimensões <19cm
Ac= Área da seção do pilar = hx*hy
𝛿𝑐𝑑 – 0,8fcd
Resultados e Discussão
Na análise das vigas, consegue-se verificar, a partir da Figura 6, que todas as flechas
passaram nos estados limite. Além disso, as flechas do TQS apresentaram maiores valores,
comparadas as do Eberick em todos pavimentos.
Figura 6 – Comparativo Flechas vigas
Essa diferença pode ter acontecido, devido a algumas vigas do Eberick terem uma
área de aço mais elevada. Outro motivo é devido à consideração da rigidez ser maior no
Eberick, na união entre viga e pilares, diminuindo a deformação, pelo fato de a estrutura
estar mais rígida. No pavimento térreo, notou-se que, em algumas vigas, o método manual
forneceu valores muito altos, talvez porque os softwares consideram alguma influência, por
estarem apoiados no solo ou pela questão do aumento da rigidez – fatores que não são
considerados no cálculo manual.
Mesmo entendendo que, no cálculo manual, a estrutura foi calculada como pórticos
isolados, influenciando no comparativo com os softwares que calculam a estrutura como
um todo, ao se considerar as 3 dimensões, percebe-se que os valores foram semelhantes.
Apenas nas vigas v7 do térreo e v2, foram gerados valores bem diferentes
A Tabela 6 mostra o comparativo entre o consumo de aço, concreto e fôrma.
Observa-se que o Eberick apresentou um consumo de todos elementos maiores que o
TQS, o que era de se esperar, devido a apresentarem os esforços maiores. Foram geradas
diferenças de 235,4 kg de aço, 61,1 m² de fôrmas e 2,37m³ de concreto e de custo com
materiais de R$ 4.290.
Tabela 6 – Consumo de materiais estrutura
Conclusão
De acordo com o objetivo traçado para este estudo, evidenciou-se que, no passar dos
procedimentos, houve mais facilidade no procedimento de manuseio no Eberick. O TQS
mostrou-se vantajoso na etapa inicial da criação do edifício, pois o projetista já define alguns
complementos que se deve ter na edificação. O TQS se mostrou mais disponível no
aprendizado, devido sua versão estudantil poder salvar os projetos, diferente do Eberick,
no qual não é possível salvar o que foi elaborado.
Em relação aos resultados de cálculos, os dois softwares se mostraram eficientes,
porém alguns resultados, como flechas e consumo de aço, favoreceram o TQS, tornando-
o um software mais econômico. Foi visto, ainda, que os resultados do TQS se aproximaram
mais do método manual.
Por fim, percebeu-se que o maior motivo da diferença entre os softwares ocorreu
devido ao método de cálculo utilizado por cada um, mostrando-se mais preciso o método
do TQS. Todavia, os dois programas geraram resultados que garantem a segurança da
estrutura.
Referências:
ARAUJO, Jose Milton. Curso de Concreto Armado. (Vol. 3). 3. Ed. Rio Grande: Dunas,
2010.
BASTOS, Paulo Sergio dos Santos. Fundamentos do Concreto Armado. 2006. 98p.
Apostila (Fundamentos do concreto armado, Estruturas de concreto I) - Universidade
Estadual Paulista, UNESP- Campus de Bauru/SP, São Paulo, 2006. Disponível em:
https://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto1/Fundamentos%20CA.pdf. Acesso em 08
abril 2021.
TQS Informática Ltda. Sistema TQS Arquivos e Materiais Didáticos. 2020. Disponível
em: http://docs.tqs.com.br/Docs/Details?id=3838&language=pt-Br. Acesso em: 11 jun.
2021.