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CONCRETO ARMADO
ANÁLISE MANUAL DE ESTRUTURAS
TRIDIMENSIONAIS
Prof.: Wanderlei Malaquias Pereira Junior
CONCRETO;
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1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A ESTRUTURA EM 3D
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1.1 - ELEMENTOS ESTRUTURAIS
Normalmente as estruturas de concreto armado são formadas de elementos
prismáticos, ou seja, elementos com uma dimensão bem maior que as outras
duas, e seção transversal constante. Um arranjo interessante para absover as
ações de ventos são os pórticos constituídos por pilares e vigas, como
mostrado na Figura 1.1.
Figura 1.1 – Edifício em concreto armado com a nomeação dos elementos
Essa técnica pode ser aplicada em situações mais simples que permitam
detalhar todos os pórticos existentes em uma estrutura de 3D dimensões. Assim
de detalhar essa escolha dos pórticos é apresentado o exemplo de Araújo
(2010). Esse pórtico irá servir como ferramenta para cálculo dos esforços em
todas as peças, sendo elas vigas, pilares e elementos de fundação.
Essa associação deverá ser feita em função da direção que está em análise e
também seguirá critérios específicos para que a transmissão de esforços não
aconteça de forma equivocada de um conjunto para o outro. Portanto são
colocados de um pórtico para outro elementos de ligação que não permitem
a passagem de momentos e sim somente dos esforços horizontais que
normalmente é o vento da direção.
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2 – DETERMINAÇÃO DO EFEITO DE VENTO NA ESTRUTURA DE
CONCRETO
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2.1 - CONCEITOS BÁSICOS
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), há a necessidade de considerar o vento
em todas as estruturas. O vento de forma simplificada é o deslocamento de
massas de ar decorrente das diferenças de pressão na atmosfera. Esse
deslocamento é considerado como força atuante na estrutura.
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2.1 - CONCEITOS BÁSICOS
Mendis et al. (2007) apud Rios (2015) afirmam que estruturas sensíveis ao vento
devem ser analisadas de três formas:
MENDIS, P.; et al. Wind loading on tall building. Eletronic Journal of Structural Engineering (EJSE), 2007. Special Issue:
Loading on Structures. Disponível em: http://www.ejse.org/. Acesso em 20 jan. 2015
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2.1 - CONCEITOS BÁSICOS
A determinação da carga devida ao vento em uma estrutura é importante
para validar os cálculos prévios realizados pelo engenheiro estrutural. Em
estruturas muito complexas costuma-se adotar coeficientes de segurança
maiores nos cálculos, o que ocasiona em uso elevado de concreto, estruturas
metálicas etc., que podem ser interpretados como desperdício de material e
energia na sua construção. Dessa forma, os ensaios em túnel de vento podem
mostrar quando uma estrutura está superdimensionada, indicando que é
possível economizar em alguns elementos. Por outro lado, também mostram
quando elementos da construção estão aquém dos níveis de segurança pré-
estabelecidos (IPT, 20--).
Figura 2.1 – Exemplos de estruturas testadas em um túnel de vento
(a) Oscar Niemeyer (b) Estádio Cícero Pompeu de Toledo (c) Arena Pantanal
– Torre da TV digital (Morumbi) – Arena MT
de Brasília
FONTE: http://www.ipt.br/solucoes/369-acao_do_vento_nas_edificacoes.htm 14
2.1 - CONCEITOS BÁSICOS
A velocidade do vento varia conforme a altura, em função da rugosidade do
terreno. Essa variação pode ser associada a um efeito de uma superfície no
escoamento de um fluido, em que a viscosidade do fluido provoca uma força
cortante atuando no sentido contrário ao movimento (força de atrito),
quando este entra em contato com a superfície rugosa. Portanto, a
velocidade do vento próxima à superfície é quase zero, e aumenta
gradativamente. Assim como nos demais fluidos, a partir de certa altura ela se
torna praticamente constante (RIOS, 2015).
Define-se o termo barlavento com sendo a região de onde sopra o vento (em
relação a edificação), e sotavento a região oposta àquela de onde sopra o
vento). Quando o vento sopra sobre uma superfície existe uma sobrepressão
(sinal positivo), porém em alguns casos pode acontecer o contrário, ou seja
existir sucção (sinal negativo) sobre a superfície. O vento sempre atua
perpendicularmente a superfície que obstrui sua passagem.
FONTE: http://www.ebanataw.com.br/roberto/vento/index.php 17
2.1 - CONCEITOS BÁSICOS
Figura 2.4 – Ventos densos na costa da Florida, permitindo a visualização de sua trajetória em torno dos
edifícios.
Prevendo então essa análise a NBR 6123 (ABNT, 2013) propõem a análise
estática do vento de acordo com a equação característica do vento, dada
logo a seguir: 19
2.2 - CÁLCULO DA VELOCIDADE ESTÁTICA DO VENTO
Vk = V0 ⋅ S1 ⋅ S2 ⋅ S3
Onde:
V0 - velocidade básica (contido no mapa das isopletas – Figura 2.4);
S1 - fator topográfico;
S2 - fator de rugosidade do terreno (dimensões e altura da edificação);
S3 - fator estatístico;
A seguir serão mostrados cada um dos fatores e como proceder referente ao
seu cálculo.
A velocidade básica V0 é dada pela visualização do mapa da isopletas. Essas
velocidades segundo Alva (2014) são medidas da seguinte forma:
a) Equipamentos e procedimentos normalizados;
b) Anemômetros em terrenos planos sem obstrução posicionados a 10 m de
altura;
c) Informações de várias estações meteorológicas (a maioria em aeroportos).
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2.2 - CÁLCULO DA VELOCIDADE ESTÁTICA DO VENTO
Figura 2.4 – Mapa das isopletas para o Brasil
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2.2 - CÁLCULO DA VELOCIDADE ESTÁTICA DO VENTO
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2.2 - CÁLCULO DA VELOCIDADE ESTÁTICA DO VENTO
O fator de rugosidade S2 ele é definido pelo item 5.2 da NBR 6123 (ABNT, 2013)
e é dado como a combinação de 3 situações:
a) Rugosidade do terreno;
b) Variação da velocidade de acordo com a altura da edificação;
c) Dimensões da edificação.
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2.2 - CÁLCULO DA VELOCIDADE ESTÁTICA DO VENTO
Categoria I:
Superfícies lisas de grandes dimensões com mais de 5
km de extensão, medida na direção e sentido do vento incidente.
Exemplos: mar calmo, lagos e rios, pântanos sem vegetação.
Categoria II:
Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em
nível, com poucos obstáculos isolados, tais como árvores e edificações baixas.
Exemplos: zonas costeiras planas, pântanos com vegetação rala, campos de
aviação, pradarias e charnecas, fazendas sem sebes ou muros.
A cota média do topo dos obstáculos é considerada inferior ou igual a 1,0 m.
Categoria III:
Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como sebes e muros,
poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e esparsas.
Exemplos: granjas e casas de campo (com exceção das partes com matos),
fazendas com sebes e/ou muros, subúrbios a considerável distância do
centro, com casas baixas e esparsas.
A cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 3,0 m.
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2.2 - CÁLCULO DA VELOCIDADE ESTÁTICA DO VENTO
Categoria IV:
Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona
florestal, industrial ou urbanizada.
Exemplos: zonas de parques e bosques com muitas 15 Introdução à
Engenharia de Estruturas árvores, cidades pequenas e seus arredores,
subúrbios densamente construídos de grandes cidades, áreas industriais plena
ou parcialmente desenvolvidas.
A cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 10 m;
Categoria V:
Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco
espaçados.
Exemplos: florestas com árvores altas, de copas isoladas, centros de grandes
cidades, complexos industriais bem desenvolvidos.
A cota média do topo dos obstáculos é considerada igual ou superior a 25 m.
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2.3 - PRESSÃO DINÂMICA E FORÇA DE ARRASTO
Efetuado o cálculo dos fatores deve-se fazer o cálculo da pressão dinâmica
de vento, dado por:
Sendo
Ca-Coeficiente de arrasto;
q-Pressão dinâmica do vento;
Ae-Área frontal eletiva.
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2.3 - PRESSÃO DINÂMICA E FORÇA DE ARRASTO
Figura 2.6 – Coeficiente de arrasto Ca, para edificações paralelepipédicas em vento de baixa
turbulência
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2.3 - PRESSÃO DINÂMICA E FORÇA DE ARRASTO
Portanto logo a seguir é apresentado um exemplo de um edifício com os
carregamentos de vento por pavimento. Logo esse modelo pode ser
aplicado junto ao de pórticos associados e então os esforços são encontrados
para cargas verticais e horizontais.
Figura 2.8 – Exemplo da força de vento por pavimento em duas fachadas prediais
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3.1 - CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURAS QUANTO A
DESLOCABILIDADE
Os edifícios devem ser projetados de modo a apresentarem a necessária
estabilidade às ações verticais e horizontais, ou seja, devem apresentar a
chamada “estabilidade global”. Os pilares são os elementos destinados à
estabilidade vertical, porém, é necessário projetar outros elementos mais
rígidos que, além de também transmitirem as ações verticais, deverão garantir
a estabilidade horizontal do edifício à ação do vento e de sismos (quando
existirem). Ao mesmo tempo, são esses elementos mais rígidos que garantirão
a indeslocabilidade dos nós dos pilares menos rígidos (BASTOS, 2015).
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3.1 - CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURAS QUANTO A
DESLOCABILIDADE
Figura 3.1 – Esquema do diagrama de tensões versus deformações
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3.1 - CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURAS QUANTO A
DESLOCABILIDADE
Uma estrutura pode ser analisada do ponto de vista das suas deslocabilidade,
verificando assim essa influência dos esforços. Do ponto de vista dessas
deslocabilidade Pires Filho (2011) define as seguintes situações:
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3.1 - CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURAS QUANTO A
DESLOCABILIDADE
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4 – ANÁLISE NÃO LINEAR E DE ESTABILIDADE DO PÓRTICO
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4.1 - CONCEITO DE NÃO LINEARIDADE
Segundo Seixas Leal (2016) nos problemas da engenharia estrutural é possível
dividir a não linearidade do concreto armado em três tipos distintos:
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4.1 - CONCEITO DE NÃO LINEARIDADE
Figura 4.1 – Esquema do diagrama de tensões versus deformações
No item 15.7.3 a NBR 6118 (ABNT, 2014) faz as considerações para cálculo
aproximado da NLF do material. Logo para a análise dos esforços globais de
2ª ordem, em estruturas reticuladas com no mínimo quatro andares, pode ser
considerada a não linearidade física de maneira aproximada, tomando-se
como rigidez dos elementos estruturais os valores seguintes.
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4.1 - CONCEITO DE NÃO LINEARIDADE
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4.1 - CONCEITO DE NÃO LINEARIDADE
Figura 4.2 – Efeito de1º e 2º em um pilar isolado
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4.2 - CONCEITOS INICIAIS DE ESTABILIDADE
Do conceito de energia potencial pode-se extrair 3 tipos de equilíbrio para um
sistema de partículas, são eles:
a)Equilíbrio instável;
b)Equilíbrio estável;
c)Equilíbrio neutro.
Lima (2001) fala que a estabilidade de uma estrutura pode ser entendida
como a sua capacidade de manter o equilíbrio sob a incidência de ações.
Segundo Wordell (2003) a análise da instabilidade global das estruturas é
fundamental para as edificações (ANDRADE NETO, 2013).
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4.3 - PARÂMETROS PARA VERIFICAÇÃO DE ESTABILIDADE
A NBR 6118 (ABNT, 2014) baseia-se em dois critérios para verificação da
estabilidade de uma estrutura.
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4.4 - PARÂMETRO DE INSTABILIDADE 𝜶𝒇
A NBR 6118 (ABNT, 2014) apresenta esse procedimento no item 15.5.2 e afirma
que uma estrutura reticulada simétrica pode ser considerada como sendo de
nós fixos se seu parâmetro de instabilidade α for menor que o valor α1,
conforme a expressão:
Onde:
n - é o número de níveis de barras horizontais (andares) acima da fundação
ou de um nível pouco deslocável do subsolo;
Htot - é a altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou
de um nível pouco deslocável do subsolo;
Nk - é o somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir
do nível considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico;
Ecs.Ic - representa o somatório dos valores de rigidez de todos os pilares na
direção considerada. No caso de estruturas de pórticos, de treliças ou mistas,
ou com pilares de rigidez variável ao longo da altura, pode ser considerado o
valor da expressão Ecs.Ic de um pilar equivalente de seção constante.
A NBR 6118 (ABNT, 2014) ainda cita que essa análise de esforços é válida para
estruturas de no mínimo quatro andares. E valendo essa análise o coeficiente
pode ser determinado pela formulação abaixo:
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4.5 - PARÂMETRO DE INSTABILIDADE 𝜸𝒛
Onde:
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