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Cargas horizontais
em edifícios
Prof. Roberto Lucas Junior
Descrição
Estudo das ações do vento e das cargas horizontais nas edificações, os conceitos de estabilidade global e os problemas de estabilidade em
edificações.
Propósito
O desenvolvimento humano, os avanços tecnológicos e a demanda da sociedade por maiores e melhores construções são questões irreversíveis
que devem ser previstas e atendidas pelo profissional do futuro.
Preparação
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, faça o download do Solucionário. Nele você encontrará o feedback das atividades. Além disso, tenha em
mãos uma calculadora científica ou use a calculadora de seu smartphone/computador.
Objetivos
Módulo 1
Ação do vento
Analisar as ações do vento.
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Módulo 2
Módulo 3
Módulo 4
meeting_room
Introdução
Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo e confira os principais pontos abordados neste conteúdo.
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1 - Ação do vento
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar as ações do vento.
Vamos começar!
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A influência da ação do vento no dimensionamento estrutural
Veja a seguir os principais pontos que serão abordados sobre o assunto.
Ações do vento
Nas construções antigas, o vento não era um problema, já que em sua maioria eram edifícios baixos e pesados, constituídos por paredes grossas e
maciças. Mas em edificações contemporâneas, devido à necessidade de se produzir construções mais leves, com paredes mais finas, vãos
elevados e com muitos andares, a ação do vento passa a ter grande importância na concepção estrutural.
Para tal, a NBR 6123/1988, “Forças devidas ao vento em edificações”, rege as normas técnicas e a metodologia de cálculo.
O hotel Burj Al Arab, localizado em Dubai, é uma dessas edificações modernas cuja complexidade de sua arquitetura exige uma maior atenção sobre
a ação do vento. Trata-se de um prédio com 321 metros de altura que até mesmo internamente possui grandes vãos, o que acaba aumentando suas
esbeltes.
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Grande parte dos acidentes ocasionados pelo vento em edificações ocorre em construções modernas como coberturas de estádios, hangares,
galpões industriais, edifícios com grandes vãos ou altura. Isso acontece pela falta da atenção do projetista nos aspectos que regem as forças
devidas ao vento, antes de concluir o dimensionamento.
O vento, por sua vez, é gerado por diferenças de temperatura de massas de ar contidas na atmosfera. Ao estudá-lo, dois aspectos devem ser
observados: o barlavento, que é a região de onde sopra o vento em relação à construção; e o sotavento, que é a região oposta, como visto na
imagem a seguir:
Barlavento e sotavento.
Alguns casos mais complexos não são contemplados pela NBR 6123/1988. Isso ocorre quando todas as características apontadas anteriormente,
como vãos, altura, espessura das paredes e dimensões são levadas ao extremo, o que interfere diretamente na estabilidade da estrutura. Sendo
assim, são adicionados aos cálculos os ensaios em túnel de vento, onde são simuladas as características do vento e sua ação sobre a edificação. A
imagem a seguir apresenta um teste em túnel de vento.
Nesse caso, com o auxílio dos testes, decidiu-se incluir pavimentos desocupados em determinados andares, o que permite que o vento passe sem
interferir negativamente na estrutura. Essa inventiva ação solucionou o problema. Mas o vento, mesmo após a conclusão da construção, ainda
interfere em instalações como elevadores, encanamento, vidros e revestimentos.
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Os pavimentos desocupados que auxiliam na passagem do vento podem ser vistos com detalhe na imagem a seguir:
Na NBR 6123/1988, os cálculos são determinados a partir de torres de medição de ventos, com 10 metros de altura, em locais planos sem
obstáculos naturais para os ventos. A partir de valores de velocidades máximas anuais retiradas de cidades brasileiras, observou-se,
estatisticamente, que a velocidade básica do vento é uma rajada com 3 segundos de duração, chamada V 0 , e que as velocidades inferiores a 30 m/s
poderiam ser desprezadas, com a atuação do vento em qualquer direção estando no sentido horizontal.
Vk = V0 ⋅ S1 ⋅ S2 ⋅ S3
Segundo a NBR 6123/1988, quando há dúvida ao selecionar a velocidade básica em obras de excepcional importância, recomenda-se um estudo
para determinar o V 0 , considerando direções preferenciais para o vento básico. Para tal, usa-se o mapa de isopletas de vento (V 0 ), em m/s,
conforme imagem a seguir:
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Isopletas da velocidade básica.
Os fatores topográficos (S 1 ) levam em consideração as variações do terreno, sendo determinado como apresentado a seguir, segundo a NBR
6123/1988:
b. Taludes e morros – Para taludes e morros alongados nos quais pode ser admitido um fluxo de ar bidimensional soprando no sentido indicado,
deve-se seguir determinados parâmetros:
Havendo a necessidade de um aprofundamento quanto à influência do relevo ou se a complexidade do relevo torna difícil a aplicação dos
parâmetros apresentados, recomenda-se que estudos em túnel de vento sejam realizados também nesses casos.
Segundo a NBR 6123/1988, quando há ventos fortes com estabilidade neutra, a velocidade do vento aumenta de
acordo com a altura acima do terreno. Esse aumento tem relação direta com a rugosidade do terreno e do intervalo
de tempo considerado na determinação da velocidade.
Esse intervalo de tempo tem relação direta com as dimensões da edificação, pois edificações pequenas são mais afetadas por rajadas de curta
duração do que grandes edificações. Para estas, é mais adequado calcular com o vento médio em um intervalo de tempo maior.
Sendo assim, para seus fatores de rugosidade (S 2 ), temos as categorias definidas a seguir:
Categoria I
Superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5 km de extensão, medidas na direção e no sentido do vento incidente. Nesta categoria estão
mar calmo, lagos e rios, e pântanos sem vegetação.
Categoria II
Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos obstáculos isolados, tais como árvores e edificações baixas. Nesta categoria
estão zonas costeiras planas, pântanos com vegetação rala, campos de aviação, pradarias e charnecas, fazendas sem sebes ou muros. Nesses
casos, a cota média do topo dos obstáculos é inferior ou igual a 1,0 m.
Categoria III
Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como sebes e muros, poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e esparsas. Nesta
categoria estão granjas e casas de campo, com exceção das partes com matos, fazendas com sebes e/ou muros, e subúrbios a considerável
distância do centro, com casas baixas e esparsas. Nesses casos, a cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 3,0 m.
Categoria IV
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Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizada. Nesta categoria estão zonas de
parques e bosques com muitas árvores, cidades pequenas e seus arredores, subúrbios densamente construídos de grandes cidades e áreas
industriais plenas ou parcialmente desenvolvidas. Nesses casos, a cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 10 m. Além disso, esta
categoria inclui zonas com obstáculos maiores que ainda não são consideradas pertencentes à categoria V.
Categoria V
Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco espaçados. Nesta categoria estão florestas com árvores altas, de copas
isoladas, centros de grandes cidades, complexos industriais bem-desenvolvidos. Nesses casos, a cota média do topo dos obstáculos é considerada
igual ou superior a 25 m.
Quanto às dimensões das edificações (S 2 ), segundo a NBR 6123/1988, a velocidade do vento possui variação contínua, cujo valor médio é
calculado sobre qualquer intervalo de tempo.
Verificou-se que o intervalo mais curto das medidas usuais de 3 segundos corresponde a rajadas cujas dimensões apresentem obstáculos de até 20
m na direção do vento médio.
Para definir as partes da edificação e determinar as ações do vento, é necessário considerar características construtivas ou estruturais que possam
originar pouca continuidade estrutural ou não apresentar tal continuidade ao longo da edificação, sendo:
edificações que apresentem juntas que separam a estrutura em duas ou mais partes estruturalmente independentes;
edificações que apresentem pouca rigidez na direção perpendicular à direção do vento e, por isso, possuem pouca capacidade de redistribuir as
cargas.
Classe A
Toda edificação cuja maior dimensão horizontal ou vertical não exceda 20 m.
Classe B
Toda edificação cuja maior dimensão horizontal ou vertical esteja entre 20 m e 50 m.
Classe C
Toda edificação cuja maior dimensão horizontal ou vertical exceda 50 m.
p
S 2 = b ⋅ Fr(z/10)
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Classes
Categoria Zg (m) Parâmetro
A B C
Segundo a NBR 6123/1988, os fatores estatísticos (S 3 ) são baseados em conceitos estatísticos, considerando o grau de segurança requerido e a
vida útil da edificação. Segundo a definição de que a velocidade básica do vento (V 0 ) possui um período de recorrência médio de cinquenta anos,
onde a probabilidade de que a velocidade V 0 seja igualada ou excedida nesse período é de 63%, são considerados os seguintes valores mínimos
apresentados a seguir:
Grupo Descrição S3
Edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou possibilidade de socorro a pessoas após uma
1 1,10
tempestade destrutiva (hospitais, quartéis de bombeiros e de forças de segurança, centrais de comunicação, etc.)
2 Edificações para hotéis e residências. Edificações para comércio e indústria com alto fator de ocupação 1,00
3 Edificações e instalações industriais com baixo fator de ocupação (depósitos, silos, construções rurais, etc.) 0,95
Esses fatores estão diretamente relacionados à força do vento sob a edificação. Sendo assim, torna-se fundamental calcular a pressão dinâmica ou
de obstrução do vento, obtida através de condições normais de pressão e temperatura, expressa por:
2 2
q = 0, 613V k (N /m )
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Mão na massa
Questão 1
O mesmo ginásio de basquetebol, construído na cidade de Salvador, no Nordeste do Brasil, também será construído, com as mesmas
características, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Nesse caso, qual será a velocidade básica do vento (V 0 ) sob a edificação?
A V0 = 30m/s
B V0 = 35m/s
C V0 = 40m/s
D V0 = 45m/s
E V0 = 50m/s
Questão 2
O ginásio de basquetebol será construído em um terreno semelhante às características apresentadas na imagem a seguir:
A 0,5
B 0,7
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0,8
C
D 0,9
E 1,0
Questão 3
Ainda observando a imagem da questão anterior, tratando-se de um terreno que hoje é uma fazenda com sebes, em qual categoria, quanto aos
fatores de rugosidade (S 2 ), ele se aplica?
A Categoria I
B Categoria II
C Categoria III
D Categoria IV
E Categoria V
Quanto aos fatores de rugosidade S , o terreno se aplica à categoria III, que consiste em: terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais
2
como sebes e muros, poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e esparsas. Nessa categoria estão granjas e casas de campo, com
exceção das partes com matos; fazendas com sebes e/ou muros; subúrbios a considerável distância do centro, com casas baixas e esparsas.
A cota média do topo dos obstáculos é considerada igual a 3,0m.
Questão 4
A imagem a seguir apresenta o ginásio de basquetebol que será construído, com sua largura (30,00m), seu comprimento (70,00m), sua altura
(7,00m) e sua inclinação de cobertura (10°):
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Utilizando a imagem como base, segundo a NBR 6123/1988, as dimensões das edificações (S 2 ) pertencem a que classe?
A Classe A
B Classe B
C Classe C
D Classes A e B
E Classes A e C
Quanto às dimensões das edificações (S ), a edificação pertence à classe C , onde toda edificação possui sua maior dimensão, seja ela
2
Questão 5
Ainda utilizando o ginásio de basquetebol da questão anterior, com as mesmas dimensões e características, calcule S 2 .
A 0,790
B 0,800
C 0,847
D 0,880
E 0,900
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Questão 6
Tendo como base o uso da edificação, sendo este um ginásio de basquetebol, segundo o fator estatístico, qual o valor de S 3 ?
A 1,10
B 1,00
C 0,95
D 0,88
E 0,83
Segundo a NBR 6123/1988, a edificação se enquadra como um edifício com alto fator de ocupação, ou seja, o resultado de S é 1,00 .
3
note_alt_black
Teoria na prática
É planejada a construção de um depósito com 50 metros de largura, 90 metros de comprimento, 9 metros de altura, 11,67 metros de altura total e
10° de inclinação do telhado de duas águas.
Esse depósito será construído na cidade de Joinville e estará instalado em uma antiga fazenda sem sebes, localizada em um vale profundo da
cidade.
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Questão 1
Sob condições normais de pressão e temperatura, calcule a pressão dinâmica ou de obstrução do vento sob o depósito com 50 metros de
largura, 90 metros de comprimento, 9 metros de altura, 11,67 metros de altura total e 10° de inclinação do telhado de duas águas. Esse depósito
será construído na cidade de Joinville e estará instalado em uma antiga fazenda sem sebes, localizada em um vale profundo da cidade.
A 800 N /m 2
B 813 N /m 2
C 843 N /m 2
D 943 N /m 2
E 954 N /m 2
Calculando, temos:
Vk = V0 S1 S2 S3
V k = 45 ⋅ 0, 9 ⋅ 0, 964.0, 95
V k = 37, 08m/s
2 2
q = 0, 613V (N /m )
k
2 2
q = 0, 613 ⋅ (37, 08) N /m
2
q = 843N /m
Questão 2
Sob condições normais de pressão e temperatura, calcule a pressão dinâmica ou de obstrução do vento sob o depósito da questão anterior, se
ele não fosse mais construído na cidade de Joinville, mas em Sobral, na região Nordeste do Brasil. O novo local escolhido respeita os fatores
topográficos, os fatores de rugosidade e dimensões da edificação e o fator estatístico da área anterior.
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Dados: depósito com 50 metros de largura, 90 metros de comprimento, 9 metros de altura, 11,67 metros de altura total e 10° de inclinação do
telhado de duas águas.
A 375 N /m 2
B 543 N /m 2
C 843 N /m 2
D 943 N /m 2
E 957 N /m 2
Com a alteração do local, haverá apenas mudança quanto à velocidade básica. Sendo assim, segundo a imagem isopletas da velocidade
básica, da NBR 6123/1988, é determinado que V 0 = 30m/s .
Temos:
Vk = V0 ⋅ S1 ⋅ S2 ⋅ S3
V k = 24, 72m/s
2 2
q = 0, 613V k (N /m )
2 2
q = 0, 613. (24, 72) N /m
2
q = 375N /m
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Vamos começar!
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As ações horizontais sob os pórticos e pilares
Veja a seguir os principais pontos que serão abordados sobre o assunto.
Efeitos de 2ª ordem
Como visto anteriormente, devem ser considerados os esforços provenientes do vento sobre a estrutura. Sobre as análises, acompanhe a
sequência:
Análise de 1ª ordem
Os esforços em uma estrutura são determinados através de seu equilíbrio. Nesta análise, é considerada a configuração inicial da estrutura,
onde ainda não apresenta deformação.
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Análise de 2ª ordem
Deve haver um estudo minucioso sobre a sua ação sobre a edificação, pois os deslocamentos horizontais resultantes desses esforços são os
Quando se submete a estrutura a ações horizontais, como o vento, são impostos deslocamentos horizontais na estrutura que geram mais efeitos,
sendo necessário analisar a estrutura quanto ela não está mais em um estado de equilíbrio, ou seja, há uma não linearidade, por conta de alterações
físicas e geométricas – são seus efeitos de 2ª ordem.
Segundo a NBR 6118/2014, a não linearidade presente nas estruturas de concreto armado deve ser obrigatoriamente considerada.
Resumindo
Os efeitos de 2ª ordem são os que se somam aos obtidos em uma análise de 1ª ordem, quando a estrutura passa a ser analisada a partir da sua
deformação. Isso ocorre principalmente quanto mais esbelta for a estrutura, sendo maior a relevância desse tipo de efeito, ou seja, a sua
consideração no dimensionamento estrutural e essencial.
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Atualmente, a dimensão em que as estruturas são construídas, a necessidade por grandes vãos, ambientes mais amplos e altos, este estudo se
torna ainda mais importante, como no prédio em construção na imagem a seguir:
Prédio em construção.
Através do desenvolvimento da construção civil, com muitas edificações altas e esbeltas e mesmo em construções com estruturas simples, porém
esbeltas, a verificação da estabilidade global de uma edificação obrigatoriamente tem que acontecer para que não haja dúvidas quanto a eficiência
estrutural.
Essa estabilidade global da edificação é diretamente influenciada por fatores já mencionados, como sua esbeltez e altura, mas também a rigidez
dos elementos estruturais, as ligações entre si, deslocamentos horizontais e, como já visto, a força do vento.
Um dos principais meios de enrijecimento da estrutura são os pórticos, elementos constituídos pela associação entre os
pilares e as vigas.
Essa associação entre as vigas e pilares em forma de pórticos dão maior resistência aos carregamentos e restringe os deslocamentos. A
estabilidade na estrutura é expressa pela rigidez da ligação entre esses elementos e na própria rigidez de vigas e pilares.
Ao longo da viga pode haver ligações com distintos pilares, em diferentes pontos, onde a rigidez da ligação entre esses elementos é alterada
quando também há alteração na excentricidade da viga em relação ao eixo do pilar.
Outro aspecto importante a se observar é a distância entre os pilares, pois quanto mais pilares e mais próximos estão ao longo das vigas, menores
são os vãos, aumentando a rigidez, como visto na imagem a seguir.
Vigas e pilares.
Segundo a NBR 6118/2014, quanto às ligações excêntricas entre as vigas e os pilares, deve-se considerar na estrutura trechos rígidos para que haja
condição de que a viga possa transmitir seus esforços para o eixo do pilar.
Nesta análise de estabilidade são usados, como representação, modelos simplificados da estrutura. As vigas e os pilares são representados por
barras no pórtico espacial da estrutura e as lajes por uma malha em grelha.
A imagem a seguir apresenta um esquema de um sistema estrutural clássico, com lajes, vigas e pilares. Nesse esquema, as cargas que atuam
sobre as lajes são transmitidas para as vigas, passam para os pilares e finalmente são depositadas nas fundações.
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Sistema estrutural clássico.
Observe que o esquema estrutural clássico possui a mesma configuração da estrutura de um prédio, sem os equipamentos, fechamentos e
acabamentos, como na imagem apresentada na sequência.
Estrutura em construção.
Na próxima imagem, o pórtico com vigas e pilares é finalmente apresentado. Com base no esquema estrutural básico, esse pórtico isométrico é
utilizado em estudos estruturais.
Pórtico isométrico.
Quando acrescidas as lajes, elas são representadas como grelhas. Temos na imagem a seguir um esquema de pórtico completo, com vigas, pilares
e lajes.
Pórtico completo.
Esses elementos representativos são essenciais no estudo para a estabilidade global das edificações, um tema comum entre calculistas estruturais.
Segundo a NBR 6118/2014, quando identificado nesses estudos o comportamento não linear dos materiais, sendo este o efeito de 2ª ordem, pode
ser desprezado sempre que não representar um acréscimo superior a 10% nas reações e nas solicitações sobre a estrutura.
Segundo a NBR 6118/2014, a estabilidade global é uma condição que deve ser atendida pelas estruturas. Quando a
estrutura atinge o seu estado-limite, significa que houve um acréscimo na intensidade do carregamento e,
consequentemente, nas deformações.
A análise estrutural dos efeitos de 2ª ordem busca garantir que a estrutura não entre em desequilíbrio. É mais comum ver, para esse tipo de análise,
um esquema de pórtico em duas dimensões, como visto a seguir.
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Pórtico em 2 dimensões.
No pórtico apresentado, as setas representam as forças verticais e horizontais, enquanto a linha tracejada o deslocamento da estrutura. A partir
disto podemos observar que, na imagem da esquerda, a estrutura está em um estado que ainda não apresenta deformação, sob efeitos de 1ª
ordem, enquanto a imagem da direita apresenta deformações físicas e geométricas, estando sob efeitos de 2ª ordem.
Segundo a NBR 6118/2014, os efeitos de 2ª ordem são classificados das formas descritas a seguir.
Global expand_more
São originados dos deslocamentos da estrutura que são causados pelas ações das cargas verticais e horizontais.
Local expand_more
Ocorrem sobre os pavimentos da estrutura, interferindo diretamente nos esforços solicitantes que incidem ao longo deles.
Localizados expand_more
Pilar equivalente
Com a ação de cargas verticais e horizontais, os nós da estrutura de uma edificação se deslocam lateralmente. Tais deslocamentos, quando
exagerados, causam importantes efeitos de 2ª ordem.
A intensidade do deslocamento acaba por classificar as estruturas quanto ao deslocamento lateral dos nós, avaliando a sua sensibilidade sob os
efeitos de 2ª ordem. Referindo-se a essa classificação, o deslocamento dos nós, no esquema estrutural é classificado como nós fixos e nós móveis.
As estruturas de nós fixos são as que apresentam os efeitos globais de 2ª ordem inferiores a 10% dos efeitos de 1ª
ordem. Quando isso não ocorre, ou seja, são maiores que 10%, são chamados de estruturas de nós móveis.
Segundo a NBR 6118/2014, uma estrutura reticulada e simétrica pode ser considerada de nós fixos apenas se o seu parâmetro α for menor que o
valor de α 1 , como apresentado a seguir:
(a)
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Nk
α = H tot √
E cs I c
α 1 = 0, 2 + 0, 1 n , se α ≤ 3 (b);
α 1 = 0, 6 , se α ≥ 4 (c).
Onde:
Nk : Somatório de todas as cargas verticais atuantes no edifício, de acordo com o nível considerado para o cálculo de H tot ;
E cs I c : Representação do módulo de rigidez da estrutura do edifício equivalente a um pilar de seção constante, estando ele engastado na base e
livre no topo.
A expressão possui o único objetivo de fornecer ao calculista responsável pelo projeto uma avaliação de quão sensível é a estrutura aos efeitos de
2ª ordem. Caso seja avaliada, após a análise, a necessidade de se considerar mais esforços a ser adicionados, devido a possíveis deslocamentos
da estrutura, o calculista deverá utilizar um índice de majoração ou acréscimos estimados para quantificar o acréscimo desses esforços de 2ª
ordem.
Exemplo
Vamos exemplificar para compreender melhor. Considere que uma estrutura tem altura total de 45m e 9 pavimentos acima da fundação. Essa
estrutura tem o somatório das cargas verticais igual a 800 × 10 3 N e que o módulo de rigidez da estrutura do edifício equivalente a um pilar é de
60GN. Sendo assim, vamos determinar, primeiramente, o α, utilizando a expressão (a):
Nk
α = H tot √
E cs I c
3
800 × 10 N
α = 45m√ = 0, 0006m
9
60 × 10 N
α 1 = 0, 2 + 0, 1 ⋅ 9 = 1, 1
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Rigidez equivalente
Para determinar o módulo de rigidez equivalente deve-se contar com o conjunto de pórticos e pilares-parede que, por possuírem grande rigidez, têm
a capacidade de absorver a maior parte das ações horizontais. Para se chegar ao valor representativo do módulo de rigidez equivalente, deve-se
verificar o deslocamento do topo da edificação quando este é submetido a um carregamento lateral uniformemente distribuído, apresentado em um
modelo gráfico.
O modelo gráfico representa um pilar de seção constante engastado na base e livre no topo, possuindo a altura igual à da edificação que, sujeito à
mesma ação, apresenta um deslocamento idêntico. Determina-se assim a linha elástica de pilar, apresentada na imagem a seguir:
Desse modo, a seguinte equação da linha elástica apresenta o valor do módulo de rigidez do pilar:
4
qH
EI =
8a
Associação de pórticos
O módulo de rigidez equivalente também pode ser estimado considerando um modelo bidimensional, levando em conta critérios definidos para uma
melhor análise dos resultados.
Esse método consiste na associação, utilizando o mesmo procedimento, para a determinação dos esforços
solicitantes na edificação quando submetido a ações horizontais.
Os pórticos e pilares-parede que atuam no contraventamento na direção analisada são posicionados em um plano, sendo interligados em cada
pavimento por barras rotuladas posicionadas em suas extremidades que simulam a presença das lajes.
Para que não haja deformação axial, as lajes, como também todas as vigas, devem ser consideradas nesse esquema com uma elevada área em sua
seção transversal, para não ocorrer deformações axiais.
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Associação de pórticos.
Fica evidente, baseando-se nesse modelo, o quão importante é a consideração de projetos com associação de pórticos, pois conferem maior rigidez
à estrutura da edificação.
São definidos limites diferentes para α, de acordo com o tipo de contraventamento da estrutura do edifício, já que é o responsável pela forma
resultante da linha elástica da estrutura. Essa deformação da estrutura está diretamente relacionada com o parâmetro de forma Ψ, apresentado a
seguir:
δ1
Ψ = √
α
δ1 : Deslocamento horizontal de 1 a ordem localizado no ponto de aplicação da resultante das cargas verticais.
2
α = √
11Ψ
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Estruturas contraventadas por associações de pórticos.
library_add_check
Mão na massa
Questão 1
A Estruturas esbeltas
C Estruturas maciças
D Estruturas baixas
E Estruturas compridas
Maior é a relevância dos efeitos de 2ª ordem quando a estrutura é esbelta, essencial no projeto para o dimensionamento estrutural. Assista ao
vídeo para conferir a resolução da questão.
Questão 2
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A imagem a seguir apresenta um esquema de pórtico em duas dimensões. Esse esquema representa a estrutura em qual estado?
A Com deslocamento
D Sem deformação
No esquema de pórtico em duas dimensões apresentado, as setas representam as forças verticais e horizontais, onde a estrutura está em um
estado que ainda não apresenta deformação.
Questão 3
Nk
α = H tot √
E CS I C
Sendo:
α 1 = 0, 2 + 0, 1 se α ≤ 3
α 1 = 0, 6 se α ≥ 4
Uma estrutura reticulada e simétrica pode ser considerada com pouca incidência de efeitos de 2ª ordem quando:
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Estruturas de nós fixos apresentam os efeitos globais de 2 ordem com pouca incidência, pois apresentam resultados inferiores a 10% dos
a
efeitos de 1 ordem. Sendo assim, segundo a NBR 6118/2014, uma estrutura reticulada e simétrica pode ser considerada como de nós fixos, ou
a
seja, com pouca incidência dos efeitos de 2 ordem apenas se o seu parâmetro α for menor que o valor de α . Valores de n que são o número
a
1
de pavimentos acima da fundação e H tot , que é a altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação, apenas intensificam os efeitos
de 2 ordem, pois tornam a edificação esbelta.
a
Questão 4
4
qH
EI =
8a
A H
B a
C EI
D q
E qH
4
Questão 5
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2
α = √
11Ψ
A α ≤ 0, 4
B α ≤ 0, 5
C α ≤ 0, 6
D α ≤ 0, 7
E α > 0, 4
Questão 6
2
α = √
11Ψ
A Pórticos
B Associação de pórticos
C Pilares-parede
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D Vigas
E Pilares esbeltos
2
α = √
11Ψ
Segundo a NBR 6118/2014, os valores de α são referentes a diversos tipos de contraventamento da estrutura - quando α for ≤ 0, 7 , trata-se de
estruturas contraventadas por pilares-parede.
note_alt_black
Teoria na prática
Observe o seguinte esquema gráfico estrutural:
Quanto à rigidez das estruturas, a imagem anterior representa qual tipo de contraventamento?
Questão 1
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A α ≤ 0, 5
B α ≤ 0, 6
C α ≤ 0, 7
D α ≥ 0, 5
E α ≥ 0, 6
Tratando-se de um esquema em duas dimensões representativo de estruturas contraventadas por associações de pórticos, o α deve ser ≤ 0, 6 .
Questão 2
Caso o esquema da questão anterior fosse simplificado, a ponto de ser representado pela imagem a seguir, qual o valor de α ?
A α ≤ 0, 5
B α ≤ 0, 8
C α ≤ 0, 7
D α ≥ 0, 5
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E α ≥ 0, 8
Vamos começar!
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Relação entre a estabilidade global e o dimensionamento estrutural
Veja a seguir os principais pontos que serão abordados sobre o assunto.
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Estabilidade de edifícios
A estabilidade dos edifícios deve ser garantida a partir de avaliações criteriosas na estabilidade global das estruturas de uma construção. Essa
avaliação possui a função de garantir a segurança dos usuários e gerar dados que possibilitem o aumento da eficiência da edificação em seu
aspecto estrutural.
Curiosidade
Devido aos estudos científicos e cálculos estruturais impulsionados pela busca de novas tecnologias estruturais, é possível avaliar com mais
exatidão os deslocamentos gerados através de ações horizontais e verticais que influenciam na estabilidade da edificação.
Na construção civil, o estudo da estabilidade global ganha destaque com a frequente busca em garantir toda a segurança estrutural, ao mesmo
tempo que as edificações alcançam dimensões antes pensadas como inatingíveis, cada vez maiores. Com as atuais necessidades ambientais, são
desenvolvidas por equipes multidisciplinares que agregam a otimização de recursos como um ponto importante da construção, mas sem
abandonar a qualidade estrutural.
Mesmo com todos esses desafios, nada justifica o colapso de estruturas, que, sempre que ocorre, é divulgado amplamente, aumentando entre o
público em geral o interesse quanto à estabilidade de edificações.
Como já visto anteriormente, a NBR 6118/2014 rege o estudo da estabilidade global das estruturas, apontando-a
como uma das ações iniciais de maior importância para evitar colapsos estruturais em edificações.
Com o auxílio da norma, muitas patologias são identificadas já na fase inicial do projeto. Assim, é possível reverter os problemas futuros, além do
subdimensionamento estrutural, prática que poder ser evitada também com o acompanhamento de outras normas técnicas.
Quanto ao primeiro problema, sobrecargas geradas pelo vento, um fato curioso é o surgimento de vibrações e movimentações em apartamentos
altos localizados na cidade de Balneário Camboriú, no estado de Santa Catarina.
Esse movimento da estrutura causado pelo vento é potencializado visualmente com o movimento da água nas piscinas dos pavimentos superiores.
Mesmo não havendo um problema estrutural, já que a estrutura não se aproximou de seu estado-limite, a força do vento é muito elevada, podendo
chegar a 90 km/h na região, o que faz com que a água extravase a borda das piscinas, por exemplo.
Piscinas localizadas em pavimentos altos, como a apresentada na imagem a seguir, são um problema quanto às sobrecargas de vento. Devido ao
excessivo deslocamento nos pavimentos superiores, a água se movimenta e se torna ela própria um elemento que gera força horizontal.
Balneário Camboriú é conhecida pelo seu litoral e pelos prédios residências mais altos do Brasil. São edifícios que podem chegar a 177 metros e
mais de 40 pavimentos, mas com uma base pequena, o que lhes imprime características esbeltas.
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Isso ocorre porque o formato das edificações favorece as forças horizontais (o vento), produzindo deslocamentos laterais nos edifícios. Além disso,
por se tratar de edificações modernas, possuem grandes vãos internos e equipamentos como piscinas internas cuja água ajuda nos deslocamentos.
Os materiais estruturais têm a flexibilidade necessária para sustentar a carga e “trabalhar” com os esforços. Juntamente com a grande incidência
do vento, toda a edificação apresenta vibrações mais perceptíveis nos andares mais altos.
Observe, na imagem esquemática apresentada anteriormente, que, com o incremento das forças horizontais, o edifício apresenta um deslocamento
mais acentuado no seu topo sem restrições, aumentando gradativamente de acordo com a altura.
Contudo, em sua base, com restrição da fundação, o deslocamento e, consequentemente, as vibrações são quase imperceptíveis.
Caso a estabilidade global dessas edificações estivesse comprometida, devido às sobrecargas geradas pelo vento – não havendo, portanto,
respeitos ao estabelecido na norma técnica –, durante a construção já seriam identificadas patologias por conta de movimentações laterais, como
fissuras nas paredes.
Quanto ao segundo problema, deslocamentos e deformações excessivas, têm sido muito divulgados a partir de
desabamentos de edifícios irregulares construídos dentro de comunidades na cidade do Rio de Janeiro.
Infelizmente se tornaram corriqueiros, o que mostra o quanto é importante o respeito às normas técnicas e à boa
formação profissional.
Um dos acontecimentos mais divulgados foi o desabamento de dois prédios com cinco pavimentos, em 2019, na comunidade da Muzema, na Zona
Oeste do Rio de Janeiro, infelizmente deixando feridos e mortos. Segundo a prefeitura, as duas edificações foram construídas irregularmente, sem
as devidas aprovações e o acompanhamento de responsáveis técnicos, e já haviam sido interditadas duas vezes em meses anteriores.
O primeiro problema que levou ao desabamento foi a falta de qualificação técnica dos construtores. Construções desse tipo são realizadas, sem as
devidas aprovações dos órgãos fiscalizadores, por profissionais que, em sua maioria, não possuem registro profissional, apenas uma experiência
básica junto a construções de pequeno porte. Mesmo assim, erguem construções cada vez maiores sem seguir as normas técnicas.
Comentário
Esses construtores, por não possuírem a devida qualificação, procuram se guiar em sua experiência com construções básicas, supondo que
aumentar as fundações e os pilares é o suficiente para suportar forças verticais. Contudo, não observam os efeitos das forças horizontais, por não
acharem relevantes – desconhecem que, quanto mais esbelta é a estrutura, maior é a incidência dos efeitos de 2ª ordem.
Outro problema é o avanço sobre áreas protegidas, não apenas pela questão ambiental, mas também pela construção sobre solos pouco
preparados e sem qualquer estudo técnico. As duas imagens a seguir mostram como estava a região do desabamento em 2008 e posteriormente
em 2018.
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Observa-se que em dez anos houve um adensamento desordenado, com edificações coladas e construídas em um solo onde antes havia encosta
e/ou mato. Essas edificações estão tão coladas umas com as outras que, após o desabamento, outras edificações vizinhas tiveram de ser
demolidas, devido aos deslocamentos gerados pelos desmoronamentos anteriores.
A grande dimensão das edificações, incompatíveis com a qualificação dos construtores, e o local em que foram empreendidas favorecem um
dimensionamento errôneo, cujos materiais empregados e o dimensionamento estrutural não favorecem a segurança do usuário. A imagem a seguir
apresenta uma imagem interna da Muzema, com uma de suas edificações em destaque.
Muzema.
Todos os problemas apresentados aqui justificam o surgimento de patologias causadas pelas forças horizontais, comprometendo a estabilidade da
estrutura. Além disso, as fortes chuvas nos dias anteriores à queda, como noticiado na época, também potencializaram as ações que levaram à
ruptura da estrutura.
Observa-se que apenas com o devido cumprimento das determinações das normas e o trabalho qualificado no projeto e na sua execução são
capazes de evitar a perda da estabilidade da estrutura.
Essa avaliação estrutural tem a função de determinar o comportamento da edificação quando submetida a ações
externas, ou seja, obter as informações quanto às tensões, deformações e aos deslocamentos. A cada etapa da
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avaliação, é estudado o comportamento da estrutura de forma a se verificar, com a maior eficiência possível, se os
limites quanto à segurança da estrutura estão sendo observados.
Grande parte das construções apresenta um comportamento linear elástico sob o efeito de carregamentos. As edificações com muitos pavimentos
são exceções, pois apresentam um comportamento não linear, e antes de alcançar o seu estado-limite apresentam uma resposta não linear
significante.
Devido à complexidade da estrutura e aos esforços solicitantes ocasionados pela sua configuração complexa, essas estruturas apresentam um
comportamento não linear na relação entre a tensão e a deformação. Esta última não é constantemente proporcional à tensão aplicada, por isso é
essencial considerar essa não linearidade no cálculo estrutural, como realizado na edificação apresentada a seguir.
Estrutura complexa.
Realizar essa analise não linear torna a construção, quanto aos seus aspectos estruturais, mais eficiente e próxima das intenções de projeto. Ou
seja, a avaliação da estabilidade global das estruturas, que estuda o comportamento estrutural total, perante o limite último de instabilidade,
considera a não linearidade física e geométrica do material da estrutura, pois a perda de estabilidade está diretamente ligada às deformações
sofridas. Conheça, a seguir, conceitos dessa análise:
Ocorre quando o comportamento do material não é elástico linear. Ela pode ocorrer também nas relações momento-rotação de conexões
semirrígidas ou flexíveis, ou também através de flambagem, plastificação ou fissuração na estrutura.
Ocorre quando há valores altos de deslocamentos, que podem trazer como consequência o surgimento de efeitos de 2ª ordem, devido à presença
do esforço normal.
Coeficiente Y Z
Um dos métodos mais utilizados para análises de estabilidade é o coeficiente Y z , pois, além de realizar a classificação da estrutura quanto à
necessidade ou não de se considerar os efeitos de 2 a ordem, também estima esses esforços.
O coeficiente Y z é determinado por uma análise linear de 1 a ordem, para cada um dos carregamentos. A não linearidade física é considerada de
forma aproximada, e são adotados valores de rigidez dos elementos classificados pela NBR 6118/2014. É utilizado majorando os esforços globais e
realiza a verificação com uma análise de 2 a ordem criteriosa. Por isso, tal método é utilizado com eficiência em projetos de estruturas de
edificações de alto gabarito.
Após realizar a análise de 1 a ordem, levando-se em consideração as cargas verticais e horizontais, é promovida, na análise, uma redução na rigidez
da estrutura com a intenção de estimar a não linearidade física. Após essa etapa, é calculado o acréscimo de momentos:
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ΔM d = R d ⋅ e d
ΔM d : Acréscimo de momentos;
1
Yz =
ΔM d
1 −
M 1d
Se o valor do coeficiente Y z for menor ou igual a 1,1, não há a necessidade de uma análise de 2 a ordem. Se estiver acima desse limite, uma análise
de 2 a ordem é necessária, considerando a não linearidade na análise.
Caso chegue até 1,3, o valor do coeficiente Y z pode ser utilizado como fator amplificador, oferecendo resultados satisfatórios, o que dispensa uma
análise de 2 a ordem mais rigorosa. O coeficiente Y z possui como limitação o fato de poder ser utilizado apenas em estruturas com mais de quatro
pavimentos.
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Questão 1
C Igual a 1,1
Sendo o coeficiente Y menor ou igual a 1,1, não há a necessidade de uma análise de 2 ordem. Para valores acima desse limite, uma análise
Z
a
Questão 2
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C Igual a 1,1
Caso o valor do coeficiente Y chegue até 1,3, ele pode ser utilizado como fator amplificador, o que dispensa uma análise de 2 ordem mais
Z
a
rigorosa.
Vamos começar!
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Apresentação de um estudo de caso
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Carga de vento
Nesta etapa, começaremos o projeto de uma edificação de baixa complexidade, utilizando os elementos apresentados nos módulos anteriores. Para
tal, neste estudo de caso, a edificação será elaborada gradativamente, justificando-se cada escolha de projeto baseado nas cargas horizontais de
edifícios, pois até a concepção arquitetônica possui papel fundamental na mitigação dos efeitos de 2 a ordem.
O primeiro ponto a ser observado é a dimensão da edificação. Trata-se, como dito anteriormente, de uma edificação de baixa complexidade, ou seja,
não há a necessidade da utilização de túneis de vento. Como vimos, em edificações complexas, onde os seus aspectos estruturais não são
contemplados na NBR 6123/1988, são adicionados aos cálculos os ensaios em túnel de vento, onde são simuladas as características do vento e
sua ação sobre a edificação.
Sendo assim, a sua utilização é realizada quando vãos, altura, espessura das paredes e dimensões são levadas ao extremo, o que interfere
diretamente na estabilidade da estrutura – o que não é o caso da edificação que se pretende projetar.
Resumindo
Pretende-se, para este estudo de caso, projetar uma edificação com cinco pavimentos, com quatro apartamentos de dois quartos por andar. Outro
aspecto importante é a localização da edificação, pois o local onde será instalada irá influenciar diretamente as suas características. Quanto mais
aberto for o local, sem barreiras para o vento, maior será a sua incidência sobre a edificação. Por isso, sempre é aconselhável projetar edificações
com menos barreiras físicas, para que seja possível adaptar melhor as condições locais.
O local escolhido para a construção da edificação é a cidade de Fortaleza, no Ceará. Tratando-se de uma edificação construída nessa localidade,
deve-se analisar a imagem isopletas da velocidade básica, da NBR 6123/1988, e encontrar a cidade dentro do mapa. Observe que, segundo a NBR
6123/1988, V 0 = 30m/s .
Na cidade, uma antiga granja, com o terreno plano, dará lugar à construção. Desse modo, quanto aos fatores topográficos (S 1 ), que levam em
consideração as variações do terreno, para terreno plano ou fracamente acidentado, S 1 = 1, 0 . A imagem a seguir apresenta o terreno, já preparado
para receber a construção.
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Terreno preparado para a construção.
Sobre o terreno selecionado, quanto aos fatores de rugosidade (S 2 ), ele se aplica à categoria III. Nesses casos, a cota média do topo dos
obstáculos é considerada igual a 3,0m.
Após o preparo do terreno, a edificação deve ser construída seguindo todas as normas técnicas pertinentes. Neste estudo de caso, daremos ênfase
à NBR 6123/1988 e à NBR 6118/2014. Sendo assim, tratando-se de um terreno plano e sem barreiras naturais para o vento, é decidido no projeto, a
partir da configuração inicial já planejada, reduzir as áreas impermeáveis de fachada, permitindo uma passagem mais fluida do vento entre as
construções. Desse modo, uma implantação é projetada com os quatro apartamentos separados por uma circulação vertical interna, sem paredes.
A imagem a seguir apresenta o terreno com um apartamento.
A área central, entre os dois blocos de apartamento, serve como uma área de acesso horizontal e vertical, sem paredes, o que ajuda a passagem do
vento.
Fica evidente, com o prédio completo, com os seus cinco pavimentos, que a escolha do projeto em separar os blocos acaba por criar dois prédios
diferentes, ligados por um acesso central, como visto na imagem a seguir.
Prédio completo.
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Com essa configuração arquitetônica, a edificação passa a ser composta por dois blocos com 5,91 metros de lado, não apenas um bloco com 14,82
metros de lado em suas fachadas leste e oeste. No entanto, suas fachadas norte e sul possuem 21,00 metros de lado e altura total de 15 metros.
Essa configuração pode ser vista na imagem a seguir.
Planta baixa.
As varandas externas não entram no cálculo da largura lateral por serem elementos esbeltos e abertos. A justificativa principal quanto a essa
separação, tendo como objetivo resistir às ações do vento, é que os blocos podem ser calculados individualmente. Como há apenas uma passarela
que liga os blocos, sem paredes ou barreiras, ocorre uma redução na incidência do vento sobre a estrutura e, como já visto, uma separação entre a
estrutura dos dois blocos. A imagem a seguir apresenta um corte isométrico na edificação que apresenta a separação dos dois blocos a partir da
circulação horizontal e vertical.
Corte isométrico.
A imagem a seguir apresenta com detalhe a separação entre os blocos através da circulação horizontal e vertical. Observe que se trata de um
ambiente sem paredes, com uma escada helicoidal e guarda-corpos de grade, que permite ao vento um corredor sem resistência.
As justificativas arquitetônicas apontadas anteriormente mostram que o projeto arquitetônico também possui uma função importante na mitigação
das ações do vento. Simplesmente construir um corredor entre os dois blocos, conectando as estruturas e fechando qualquer abertura que
possibilitasse a passagem do vendo, interferiria diretamente no projeto estrutural.
Devido à separação dos blocos, há a possibilidade de calcular a velocidade característica do vento para cada bloco, separadamente, pois, com a
atual configuração, formam dois prismas distintos. Assim, a dimensão de um dos prismas é de 21,00 metros nas suas fachadas norte e sul e de
5,91 metros nas suas fachadas leste e oeste.
Vimos que as edificações, quanto às dimensões das edificações (S 2 ), são classificadas dentro das classes A, B e C.
Portanto, quanto às dimensões das edificações (S 2 ), a edificação pertence à classe B, que contempla toda edificação cuja maior dimensão
horizontal ou vertical esteja entre 20,00 m e 50,00 m.
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p
S 2 = b ⋅ Fr(z/10)
Vimos que, segundo a NBR 6123/1988, os fatores estatísticos (S 3 ) são baseados em conceitos estatísticos. Sendo assim, quanto ao fator
estatístico S 3 , segundo a NBR 6123/1988, a edificação se enquadra como um edifício com alto fator de ocupação, ou seja, o resultado de S 3 é 1,00.
Após a definição de todos os dados, deve ser realizado o cálculo da velocidade característica do vento, chamada de V k , acompanhe:
arâmetros meteorológicos
Classes
Categoria Zg (m) Parâmetro
A B C
b 0 74 0 73 0 71
Grupo Descrição S3
Edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou possibilidade de socorro a pessoas após uma tempestade destrutiva
1 1,10
(hospitais, quartéis de bombeiros e de forças de segurança, centrais de comunicação, etc.)
2 Edificações para hotéis e residências. Edificações para comércio e indústria com alto fator de ocupação 1,00
3 Edificações e instalações industriais com baixo fator de ocupação (depósitos, silos, construções rurais, etc.) 0,95
Vk = V0 ⋅ S1 ⋅ S2 ⋅ S3
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Velocidade básica (V 0 )
Segundo a NBR 6123/1988, V 0 = 30m/s .
Fatores topográficos (S 1 )
Segundo a NBR 6123/1988, terreno plano ou fracamente acidentado: S 1 = 1, 0 .
Quanto às dimensões da edificação, por ser uma edificação com 21,00 metros de comprimento, ou seja, sua maior dimensão horizontal ou vertical
possui entre 20,00 m e 50,00 m, ele se enquadra na classe B. Além disso, deve ser destacado que a altura total da edificação é de 15 metros.
p
S 2 = b ⋅ Fr(z/10)
0,105
S 2 = 0, 94.0, 98(15/10)
S 2 = 0, 961
Fator estatístico (S 3 )
Segundo a NBR 6123/1988, a edificação se enquadra como um edifício com alto fator de ocupação, ou seja, o resultado de S 3 é 1,00.
Temos:
Vk = V0 ⋅ S1 ⋅ S2 ⋅ S3
V k = 28, 83m/s
2 2
q = 0, 613V (N /m )
k
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Vk = V0 ⋅ S1 ⋅ S2 ⋅ S3
V k = 28, 83m/s
2 2
q = 0, 613V (N /m )
k
2 2
q = 0, 613. (28, 83) N /m
2
q = 510N /m
Enrijecimento da estrutura
Vamos avançar um pouco mais na análise do nosso estudo de caso. Após definir a velocidade característica do vento (V k = 28, 83m/s) ea
pressão dinâmica ou de obstrução do vento (q = 510N /m )
2
, deve ser realizada a análise da estrutura para avaliar a incidência de efeitos de 2 a
ordem.
Relembrando
O objetivo é alcançar a estabilidade global da edificação, diretamente influenciada por fatores já analisados na edificação deste estudo de caso,
como sua esbeltez e altura, mas também devem ser analisados a rigidez dos elementos estruturais, as ligações entre si e os deslocamentos
horizontais.
Sabemos que um dos principais meios de enrijecimento da estrutura são os pórticos. A imagem a seguir apresenta os elementos estruturais da
edificação.
Observe que a imagem com os elementos estruturais da edificação é semelhante ao esquema de um sistema estrutural clássico que vimos em
nosso estudo, com lajes, vigas e pilares. Nesse esquema, a carga atuante sobre as lajes é transmitida para as vigas, que passa para os pilares e
finalmente se deposita nas fundações. A imagem a seguir apresenta a mesma estrutura, mas apenas com os pilares e as vigas.
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Aqui a edificação possui baixa complexidade, ou seja, não possui dimensões elevadas, apenas uma separação entre blocos que ajuda na mitigação
dos efeitos do vento. Possui somente cinco pavimentos, ou seja, trata-se de uma edificação com pouca interferência dos efeitos de 2 a ordem.
Segundo a NBR 6118/2014, quanto às ligações excêntricas entre as vigas e os pilares, devemos considerar trechos rígidos na estrutura, para haver
condição de que a viga possa transmitir seus esforços para o eixo do pilar. Quando cortamos a edificação, observamos a seguinte configuração dos
pilares e vigas (representados na cor cinza) na imagem a seguir:
Corte da edificação.
Observa-se que o esquema estrutural da edificação possui características de estruturas de nós fixos, que são as estruturas que apresentam os
efeitos globais de 2 a ordem com pouca incidência, pois apresentam resultados inferiores a 10% dos efeitos de 1 a ordem.
Comentário
Segundo a NBR 6118:2014, uma estrutura reticulada e simétrica, como a edificação utilizada neste estudo de caso, pode ser considerada de nós
fixos, com pouca incidência dos efeitos de 2 a ordem.
Além disso, no projeto, há uma proximidade entre os pilares, configurando inúmeros pórticos em sequência para o aumento da rigidez, e são
utilizados pilares-parede, como visto na imagem a seguir:
Esse conjunto de pórticos e pilares-parede conta com a capacidade de absorver a maior parte das ações horizontais e atua no contraventamento
através da associação de pórticos por causa de sua grande rigidez. A imagem a seguir apresenta um corte na edificação, onde as linhas mais
grossas representam os pilares e as vigas em corte.
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Todas as etapas desenvolvidas em nosso estudo de caso buscam mitigar problemas futuros antes da construção da edificação. Com o auxílio da
NBR 6118/2014, muitas patologias são identificadas já na fase inicial do projeto.
Além do subdimensionamento estrutural, prática que é evitada também com o acompanhamento de outras normas técnicas voltadas para o
dimensionamento das lajes, vigas e pilares, buscou-se nesse projeto mitigar as sobrecargas geradas pelo vento e os deslocamentos e as
deformações excessivas.
Caso houvesse forças horizontais excessivas, o edifício apresentaria um deslocamento mais acentuado no seu topo sem restrições, aumentando
gradativamente de acordo com a altura. Se a estabilidade global dessa edificação usada no estudo de caso estivesse comprometida, devido às
sobrecargas geradas pelo vento, não havendo, portanto, respeito ao estabelecido na norma técnica, já na construção seriam identificadas patologias
devidas às movimentações laterais, como fissuras nas paredes.
Os passos seguidos e a incorporação dos elementos estruturais neste estudo de caso buscaram projetar essa edificação com um comportamento
estrutural parecido com a maioria das construções – linear elástico sob o efeito de carregamentos. As edificações com muitos pavimentos e que
não respeitam as indicações da norma são exceções, pois apresentam um comportamento não linear. Antes de alcançar o seu estado-limite, há
uma resposta não linear significante.
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Mão na massa
Questão 1
Sob condições normais de pressão e temperatura, calcule a pressão dinâmica ou de obstrução do vento sob a edificação construída em
Curitiba, caso a velocidade característica do vento seja 35,89m/s.
A 790 N /m 2
B 823 N /m 2
C 870 N /m 2
D 990 N /m 2
E 1387 N /m 2
Questão 2
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Sob condições normais de pressão e temperatura, calcule a pressão dinâmica ou de obstrução do vento sob a edificação construída em
Curitiba, caso a velocidade característica do vento seja 41,08m/s, devido à alteração no fator estatístico.
A 810 N /m 2
B 823 N /m 2
C 870 N /m 2
D 990 N /m 2
E 1035 N /m 2
Questão 3
Considerando ainda o enunciado da questão anterior, além de se separar em dois blocos de apartamentos, qual outra opção de projeto poderia
ser utilizada para reduzir ainda mais a resistência do vento sobre a edificação?
A Reforçar as lajes.
B Aumentar os pavimentos.
Dividir em quatro blocos, pois aumentará a área permeável onde passará o vento e reduzirá a área da fachada que receberá a carga de vento,
reduzindo os valores de cálculo.
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Questão 4
Digamos que a edificação usada no estudo de caso passasse a possuir apenas um apartamento por andar, eliminando os outros apartamentos
e conservando a dimensão do apartamento e o número de pavimentos atuais. Quanto a deslocamentos e deformações excessivas, qual novo
aspecto estrutural da edificação pode intensificar os efeitos de 2 a ordem?
A Fundação profunda
B Estrutura baixa
C Estrutura esbelta
D Estrutura comprida
E Estrutura maciça
Quanto mais esbelta fica a estrutura, maior é o risco de incidência dos efeitos de 2 ordem.
a
Questão 5
Caso houvesse uma alteração no local de construção da edificação, ainda na cidade de Fortaleza, mas agora em um vale profundo, qual seria o
novo valor de S 1 ?
A 0,5
B 0,7
C 0,8
D 0,9
E
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1,0
Questão 6
Digamos que haja a mudança de uso da edificação – a prefeitura vai transformá-la em um hospital. Qual seria o valor de S 3 ?
A 1,10
B 1,00
C 0,95
D 0,88
E 0,83
Segundo a NBR 6123/1988, a edificação se enquadra como edificações cuja ruína total ou parcial pode alterar a segurança ou possibilidade de
socorro a pessoas após uma tempestade destrutiva, ou seja, o resultado de S é 1,10.
3
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Teoria na prática
Considere a alteração do local de construção da edificação da cidade de Fortaleza, para a cidade de Curitiba e defina a velocidade característica do
vento V k , considerando que, neste caso, houve apenas alteração na velocidade básica do vento.
Questão 1
Sob condições normais de pressão e temperatura, calcule a pressão dinâmica ou de obstrução do vento sob a edificação, com a sua
construção na cidade de Curitiba.
A 843 N /m 2
B 943 N /m 2
C 954 N /m 2
D 1097 N /m 2
E 1147 N /m 2
Questão 2
Sob condições normais de pressão e temperatura, calcule a pressão dinâmica ou de obstrução do vento sob a edificação, com a sua
construção na cidade de Curitiba e com a conversão da edificação em um hospital municipal.
A 954 N /m 2
B 1095 N /m 2
C 1145 N /m 2
D 1387 N /m 2
E 1487 N /m 2
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Considerações finais
Estudamos as ações dos ventos e soluções para atenuar essas ações. Vimos que essa ação influencia no dimensionamento estrutural.
Apresentamos as ações horizontais sob pórticos e pilares, a associação de pórticos e pilares equivalentes e o conceito de estabilidade global.
Tratamos da estabilidade de edifícios e a avaliação da estabilidade global.
Analisamos um estudo de caso em uma edificação de baixa complexidade que reuniu os assuntos abordados em nosso conteúdo.
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Podcast
Para encerrar, ouça um resumo dos conceitos básicos abordados neste estudo.
Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123. Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1988.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118. Projeto de estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT,
2014.
RIO DE JANEIRO (Estado). Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Inquérito civil nº MA 8675. Parcelamento ilegal do solo. Construções
irregulares. Supressão de vegetação nativa de Mata Atlântica. Responsabilidade civil objetiva, solidária e de natureza propter rem decorrente de
dano ambiental. Rio de Janeiro: MPERJ, 2019.
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27/05/2023, 17:39 Cargas horizontais em edifícios
Estude mais sobre a consequência das cargas horizontais em edifícios, lendo o artigo Estabilidade global de sistemas estruturais de edifícios
considerando a ligação viga-pilar parede.
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