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Análise Estrutural para cargas

horizontais
1) Generalidades
- As cargas horizontais atuam sobre as paredes externas,
ocasionando nestes painéis esforços de flexão. O pavimento
(laje), considerado como diafragma rígido, transmite por
cisalhamento tais ações horizontais para as demais paredes
internas dispostas na direção das cargas. Em outras palavras, a
laje transmite as paredes a ela conectadas a mesma deformação.
Os esforços em cada parede vão, então, ser proporcionais às
rigidezes das mesmas. Tal conjunto de paredes corresponde ao
sistema de contraventamento da edificação na direção
investigada.

Fonte: Roman
- É importante assegurar ligação entre cada painel de laje, por
exemplo, adicionar armação nas capas de concreto de lajes pré-
moldadas. As armaduras são dispostas sobre as paredes de apoio
do painel de laje.

- A análise da estrutura é realizada para duas direções ortogonais.


Assim, em cada direção, é preciso definir o sistema de
contraventamento, composto por paredes estruturais dispostas
2)naquela
Determinação
direção.das cargas
Fonte: NBR 15812-1
2.1) Cargas devido a desaprumo

- É previsto por Norma que seja


considerado um desaprumo
global das paredes, definido a
partir de um ângulo θa (rad):
Obs: θa ≤ (1/(40 H)) (NBR 16868)
- A partir do ângulo θa pode-se determinar uma força horizontal Fd
atuante em cada pavimento:

M = Δ P . dhp = Δ P . θa . hp = Fd . hp

onde: hp – altura do pavimento em relação à base


Fd – força horizontal equivalente ao desaprumo, aplicada
em cada pavimento
Δ P – carga vertical atuante devido a dado pavimento
dhp – deslocamento horizontal do pavimento em relação à
base
M – momento fletor na base devido ao desaprumo de cada
pavimento

Fonte: Ramalho
2.2) Cargas devido à ação do vento
Aplica-se a NBR 6123. O ponto de partida é a velocidade básica do
vento V0 , obtida a partir de coleta de dados de rajadas de vento a
10 m acima do terreno, em campo aberto e plano. A velocidade
básica V0 é aquela que tem 63% de chances de ser excedida em
média uma vez a cada 50 anos. Na NBR 6123, a velocidade V 0 é
apresentada em um gráfico (valores em m/s), em função das
regiões do país.

Fonte: NBR 6123


A partir de V0, determina-se a velocidade característica Vk para a
estrutura em análise:

Vk = V0 . S1 . S2 . S3 Fonte: NBR 6123

S1 – fator topográfico:
- em terreno pouco acidentado S1 = 1,0
- em vales profundos protegidos de vento S1 = 0,9
- em taludes e morros:
Obs: o valor S1(z) é calculado
para o ponto B

Obs: interpolar linearmente para


3o <ϴ< 6o e 17o <ϴ< 45o
Fonte: Parsekian
Obs: z – altura medida a partir
da superfície do terreno, no
ponto considerado

Obs: entre os pontos A e B, e


entre B e C o fator S1 é obtido
por interpolação linear
S3 – fator estatístico: considera o grau de segurança requerido e a
vida útil da edificação. Fonte: NBR 6123

S2 – fator “combinado”: leva em conta de forma integrada a rugosidade do


terreno, dimensões da edificação e altura sobre o terreno. Em outras
palavras, os obstáculos entre o vento e a edificação em análise e a altura
do ponto de aplicação da carga de vento.
- A dimensão da edificação influencia no tempo que o vento leva para se
distribuir ao longo da área lateral. Com menores dimensões, o vento
espalha-se mais rápido.
Classe A Edificação com maior dimensão vertical ou horizontal < 20 m
Classe B Maior dimensão entre 20 e 50 m
Classe C Maior dimensão entre 50 e 80 m

Uma maior dimensão requer uma rajada de vento mais longa de modo a
ocorrer a completa distribuição do vento na área lateral. Notar que é mais
fácil ocorrer rajadas curtas com maior intensidade do que rajadas longas.
Assim, a classe A deve ter velocidade característica maior que a classe B e
esta maior que a Classe C.
- O outro fator é a rugosidade do terreno. Quanto mais obstáculos, menor a
velocidade do vento que atinge a edificação.
Categoria I Superfícies lisas extensas (mar calmo, lagos)
Categoria II Terrenos abertos em nível com poucos obstáculos (zonas costeiras, campos)
Categoria III Terrenos planos ou ondulados com obstáculos < 3 m (subúrbios com casas)
Categoria IV Zona urbanizada com obstáculos de altura média 10 m (parques, cidades)
Categoria V Obstáculos numerosos, altos e pouco espaçados (centro de cidades)
- A partir destes parâmetros, tem-se a seguinte expressão para o fator S 2:

S2 = b . Fr . (z/10)p

b , p – parâmetros
Fr – fator de rajada, usando sempre o definido para a Categoria II
z – altura do ponto onde se quer calcular a velocidade do vento, em m (na
Tabela, zg representa a máxima altura aplicável em cada Categoria).

Fonte: NBR 6123


- Pode-se agrupar os valores de S2 em faixas de altura: Fonte: NBR 6123

Obs: notar que a velocidade básica V0 foi registrada para 10 m de altura, com rajada
de 3 s (Classe A) e em campo aberto (Categoria II), correspondendo na Tabela ao
valor S2 = 1,0
- Após o cálculo da velocidade característica do vento, em prédios de plantas
razoavelmente retangulares, determina-se a força de arrasto, com direção
perpendicular à fachada. Este cálculo é feito para cada direção, sendo a força
calculada em cada pavimento, ao nível de cada laje.
- Inicialmente, determina-se a pressão de vento q, para cada altura z em cada
pavimento:
q = 0,613 (Vk)2
onde q é obtido em N/m2 para Vk fornecido em m/s.
- A partir da pressão q, obtem-se a força de arrasto Fa:
Fa = Ca q A
Onde A é a área da projeção ortogonal da fachada onde incide o vento
(usualmente altura x largura do pavimento), e Ca é o coeficiente de arrasto.
- O coeficiente de arrasto Ca é usualmente obtido para vento
considerado de baixa turbulência, que possui direção bem
definida, com poucos vórtices e valor do coeficiente Ca
maior que o produzido por vento de alta turbulência.

Fonte: NBR 6123

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