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LEVANTAMENTO DAS AÇÕES

ATUANTES NA TESOURA
AÇÕES VARIÁVEIS
AÇÕES VARIÁVEIS
• CARGA VARIÁVEL VERTICAL

• SOBRECARGA DE MANTUTENÇÃO E CONSTRUÇÃO (qm):


• Carga concentrada na posição mais desfavorável para a estrutura.
• Nas tesouras admite-se ser no nó da cumeeira.
• Considerada igual à 1 kN de acordo com a NBR 6120:2019 (I 6.4) e NBR 7190-1/2022 (I 10.2.1)
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• É produzido por diferenças de temperatura de massas de ar na atmosfera, por
exemplo, antes do início de uma chuva, quando uma frente fria chega na área e
choca-se com o ar quente produzindo vento.

• As regiões de uma edificação, em relação de onde sopra o vento podem ser:

• BARLAVENTO: Região de onde sopra o vento.

• SOTAVENTO: Região oposta àquela de onde sopra o vento.

Fonte: Chamberlain, s. I.
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• A atuação do vento nas edificações pode ser como:
• VENTO DE SUCÇÃO: de baixo para cima. Sendo que o máximo de sucção média aparece em
coberturas com inclinação entre 8° e 12°.
• VENTO DE SOBREPRESSÃO: de cima para baixo. Ocorre com mais frequência em coberturas
com mais de 45° graus de inclinação.
• O vento sempre atua perpendicularmente à superfície que obstrui sua passagem.

Fonte: Chamberlain, s. I.
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• As principais causas dos acidentes devidos ao vento são:
• falta de ancoragem de terças;
• contraventamento insuficiente de estruturas de cobertura;
• fundações inadequadas;
• paredes inadequadas;
• deformação excessiva da edificação.

• As condições para consideração da ação do vento nas edificações estão


estabelecidas na NBR 6123/1988 - Forças devidas ao vento em edificações, com
errata publicada em 2013, substituindo a Tabela 4.
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• Para fins de cálculos:
• As ações dos ventos são classificadas como carregamento de duração instantânea e são
divididas em:

• CARREGAMENTO NORMAL: ações decorrentes do uso previsto para a construção.

• CARREGAMENTO EXCEPCIONAL: ações com efeitos catastróficos. Corresponde à classe de


carregamento de duração instantânea. Ex.: furacões.

• Devem ser considerados os seguintes pontos:


• pressão dinâmica (q);
• velocidade característica do vento (Vk);
• combinação de cargas;
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• PRESSÃO DINÂMICA OU DE OBSTRUÇÃO (q) (I4.2 – c, NBR 6123/1988):

q: pressão dinâmica 𝟐 Vk : Velocidade característica


[N/m²] 𝒌 [m/s]

• Vk - VELOCIDADE CARACTERÍSTICA DO VENTO (I4.2 – b, NBR 6123/1988):


V0 : Velocidade básica [m/s]:
adequada ao local onde a
estrutura será construída S3 : Fator estatístico, considera o
grau de segurança requerido e a
Vk : Velocidade característica vida útil da edificação.
[m/s] 𝒌 𝟎 𝟏 𝟐 𝟑

S1 : Fator topográfico, leva em S2 : Fator de rugosidade do


consideração as variações do terreno, dimensões da edificação e
relevo. altura sobre o terreno
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• VELOCIDADE BÁSICA DO VENTO (V0) (I5.1,
NBR 6123/1988)

• Determinada experimentalmente em torres


de medição de ventos, a 10 m de altura,
em campo aberto e plano.

• Corresponde a uma rajada de 3 s de


duração, que ultrapassa em média esse
valor uma vez em 50 anos.

• Essas velocidades foram processadas


estatisticamente, com base nos valores de
velocidades máximas anuais medidas em
cerca de 49 cidades brasileiras.

• A ABNT NBR 6123/1988 desprezou


velocidades Inferiores a 30 m/s.
Fonte: ABNT NBR 6123, 1998
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• VELOCIDA
DE BÁSICA
DO VENTO
(V0)

Fonte: https://www.reikiamerica.com.br/blog/Dicas-Reiki/tres-curiosidades-sobre-sistema-de-envidracamento
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• S1 - Fator topográfico (I5.2, NBR 6123/1988)

• Terreno plano ou fracamente acidentado:


S1=1,0

• Taludes e morros alongados nos quais pode ser


admitido um fluxo de ar bidimensional soprando
no sentido indicado na Figura
- ponto A (morros) e pontos A e C (taludes):
S1 = 1,0;
- ponto B:
S1 = S1(z).

• Vales profundos, protegidos de ventos de


qualquer direção:
𝑆1=0,9.
Fonte: ABNT NBR 6123, 1998
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• S2 - Fator que considera o efeito
combinado da (I5.3, NBR 6123/1988):
• rugosidade do terreno (categorias);
• dimensões da edificação ou parte da
mesma em consideração (classes).
• variação da velocidade do vento com a
altura acima do terreno

Calculado, para cada classe, por:


𝒑
𝑺𝟐 = 𝒃 × 𝑭𝒓 × 𝒛⁄𝟏𝟎

com os parâmetros retirados da Tabela 1:


• 𝑏 𝑒 𝑝, dependentes da Categoria;
• 𝐹 = fator de rajada, Categoria II;
• 𝑧 = altura medida a partir da superfície
do terreno no ponto considerado.

Fonte: ABNT NBR 6123, 1998


AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• S2 (I5.3, NBR 6123/1988):

Ou, caso não seja calculado,


utilizar diretamente os valores
de S2 da Tabela 2 (I5.3.3, NBR
6123/1988), de acordo com a
Categoria e Classe, em que:

• 𝑧 = altura medida a partir


da superfície do terreno
no ponto considerado.

Fonte: ABNT NBR 6123, 1998


AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• Rugosidade do terreno (I5.3.1, NBR 6123/1988): definição das categorias de superfícies (continua).
Categoria Superfícies Exemplos
- Lisas de grandes dimensões. - Mar calmo.
I - Com mais de 5 km de extensão, medida na direção do - Lagos e rios.
vento incidente. - Pântanos sem vegetação.
- Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em - Zonas costeiras planas.
nível. - Pântanos com vegetação rala.
II - Com poucos obstáculos isolados, como árvores e - Campos de aviação.
edificações baixas. - Pradarias e charnecas.
- Cota média do topo dos obstáculos 1,0 m. - Fazendas sem sebes ou muros.
- Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, como - Granjas e casas de campo, com exceção das
sebes e muros. partes com matos.
III - Poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e - Fazendas com sebes e/ou muros.
esparsas. - Subúrbios a considerável distância do centro,
- Cota média do topo dos obstáculos 3,0 m. com casas baixas e esparsas.
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• Rugosidade do terreno (I5.3.1, NBR 6123/1988): definição das categorias de superfícies
(continuação).

Categoria Superfícies Exemplos


- Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e - Zonas de parques e bosques com muitas árvores.
pouco espaçados, em zona florestal, industrial - Cidades pequenas e seus arredores.
IV ou urbanizada. - Subúrbios densamente construídos de grandes cidades.
- Cota média do topo dos obstáculos 10,0 m. - Áreas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas.

- Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, - Florestas com árvores altas, de copas isoladas.
V grandes, altos e pouco espaçados. - Centros de grandes cidades.
- Cota média do topo dos obstáculos 25,0 m. - Complexos industriais bem desenvolvidos.
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• Dimensões da edificação (I5.3.2, NBR 6123/1988): definição das classes em função da dimensão das
edificações.

Classe Edificação
A Todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e peças individuais de estruturas sem
vedação.
Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical não exceda 20 m.
B Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície
frontal esteja entre 20 m e 50 m.
C Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície
frontal exceda 50 m.
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• S3 - Fator estatístico (I5.4, NBR 6123/1988): valores mínimos, Tabela 3.

Grupo Descrição S3
1 Edificação cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou possiblidade de socorro a 1,10
pessoas após uma tempestade destrutiva.
2 Edificações para hotéis e residências. 1,00
Edificações para comércio e indústria com alto fator de ocupação.
3 Edificações e instalações industriais com baixo fator de ocupação. 0,95
4 Vedações. 0,88
5 Edificações temporárias. Estruturas dos grupos 1 a 3 durante a construção. 0,83
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• FORÇAS ESTÁTICAS DEVIDAS AO VENTO (I4.2, NBR 6123/1988)
• Dependem da diferença de pressão nas faces opostas da parte da edificação em estudo
(coeficientes aerodinâmicos).
• Podem ser calculadas a partir de coeficientes de pressão ou de força.
Ce e Ci : coeficientes de pressão ou de força externa
e interna, respectivamente, de acordo com as
dimensões geométricas da edificação.

F: Força devida ao vento


[N] 𝒆 𝒊 (I4.2.2, NBR 6123/1988)

q: pressão dinâmica A : área frontal ou perpendicular


[N/m²] a atuação do vento [m²]
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• COEFICIENTES DE PRESSÃO E FORMA
• COEFICIENTES DE PRESSÃO: referem-se ao cálculo de pressões sobre superfícies quaisquer.
• COEFICIENTES DE FORMA: permitem a determinação da força do vento em um elemento plano
de edificação de área A atuando perpendicularmente à ela.
• Os coeficientes sempre apresentam um sinal para caracterizar o sentido da ação.
• Este sinal é convencionado como positivo se “empurrando” o elemento de vedação e negativo
em caso contrário.
sucção

sobrepressão

sucção

sobrepressão
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• COEFICIENTES DE PRESSÃO E FORMA
• COEFICIENTES EXTERNOS (I6.1, NBR 6123/1988)
• Em particular para projetos de coberturas usuais de edifícios são úteis as Tabelas 4, 5 , 6, 7,
8, 17 e 18.
• COEFICIENTES INTERNOS (I6.2, NBR 6123/1988)
• Dependem da permeabilidade ao ar da edificação.
• Se a edificação for totalmente impermeável ao ar, a pressão no seu interior será invariável
no tempo e independente da velocidade da corrente de ar externa.
• São considerados impermeáveis: lajes e cortinas de concreto armado ou protendido;
paredes de alvenaria, de pedra, de tijolos, de blocos de concreto e afins, sem portas,
janelas ou quaisquer outras aberturas.
• A permeabilidade deve-se à presença de aberturas, tais como juntas entre painéis de
vedação e entre telhas, frestas em portas e janelas, ventilações em telhas e telhados, vãos
abertos de portas e janelas, chaminés, lanternins, etc.
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• COEFICIENTES DE PRESSÃO E FORMA
• COEFICIENTES INTERNOS (I6.2, NBR 6123/1988)
• Condição indicada no I6.2.5 a) (NBR 6123/1988) é a mais utilizada em casos gerais.
• Considerados atuando uniformemente sobre a superfície.

• No cálculo da pressão efetiva poderão ser combinados:


• coeficientes de forma externos
• coeficientes de pressão internos.
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• DETERMINAÇÃO DA AÇÃO DO VENTO NOS NÓS DA TESOURA
Carga concentrada nos nós da tesoura, atuando perpendicularmente ao telhado, com valor igual ao
da força estática devido ao vento considerado na área de influência do nó.
• Encontram-se os coeficientes externos para as paredes (considerados no beiral) e para o telhado
para as situações de ventos a 0° e a 90°.
• Encontram-se os coeficientes internos.
• Faz-se a combinação entre as pressões externas e internas para as situações mais críticas (Ce – Ci):
• Vento a 0° maior sucção: maior Ce (0°) (-) ou menor Ce (0°) (+) + Cpi (+)
• Vento a 90° maior sucção: maior Ce (90°) (-) ou menor Ce (90°) (+) + Cpi (+)
• Vento a 0° maior sobrepressão: menor Ce (0°) (-) ou maior Ce (0°) (+) + Cpi (-)
• Vento a 90° maior sobrepressão: menor Ce (90°) (-) ou maior Ce (90°) (+) + Cpi (-)
• Obs.: para COBERTURA SEM FORRO as sobrepressão e sucção internas atuam diretamente nas
telhas, logo o VENTO DE SUCÇÃO NÃO É TRANSMITIDO À ESTRUTURA, pois as telhas cerâmicas
não são firmemente fixadas às ripas, podendo ocorrer o levantamento momentâneo de telhas
alterando a distribuição de pressões, sendo assim, CONSIDERA-SE APENAS O VENTO DE
SOBREPRESSÃO.
AÇÕES VARIÁVEIS
• VENTO
• DETERMINAÇÃO DA AÇÃO DO VENTO NOS NÓS DA TESOURA
• Calcula-se a pressão dinâmica (q), para tal definem-se:
• V0 – Velocidade básica do vento do local onde a estrutura será construída.
• S1 - Fator topográfico.
• S2 – Fator de rugosidade do terreno, dimensões da edificação e altura sobre o terreno.
• S3 - Fator estatístico.
• Calcula-se a força no nó, levando-se em conta a área de atuação do vento em cada nó:
• Nos nós intermediários é o produto da distância entre tesouras pela distância entre terças.
• Nos nós de apoio a largura de influência deve considerar a metade da distância entre tesouras e a
distância do beiral.
• No nó da cumeeira, como tem uma força atuando em cada água, a largura de influência para cada
forças é a metade da distância entre terças.
• Caso o modelo estrutural considere somente atuação de forças verticais e horizontais, a força
estática do vento em cada nó deve ser decomposta em suas componentes cartesianas,
considerando a inclinação do telhado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6120:2019 – Cargas para o cálculo
de estruturas de edificações. 2ª ed, corrigida. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
• ___ NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro: ABNT,
1988.
• ___NBR 7190-1:2022 - Projeto de Estruturas de Madeira Parte 1 – Critérios de
Dimensionamento. Rio de Janeiro: ABNT, 2022.
• ___ NBR 7190-3:2022 - Projeto de Estruturas de Madeira Parte 3 - Métodos de ensaio
para corpos de prova isentos de defeitos para madeiras de florestas nativas. 1ª ed. Rio de
Janeiro: ABNT, 2022.
• CHAMBERLAIN, Z. 3 - ações do vento em edificações. [s. I.]. Disponível em :
http://usuarios.upf.br/~zacarias/acoes_vento.pdf . Acesso em: 11/07/2021.
• MOLITERNO, A. Caderno de projetos de telhados em estruturas de madeira. 4. ed. [s.
l.]: Blucher, 2010
• PFEIL, W; Estruturas de madeira: dimensionamento segundo a norma brasileira NBR
7190/97 e critérios das normas norte-americana NDS e europeia EUROCODE 5 / Walter
Pfeil, Michèle Pfeil. - 6.ed., rev. e ampl. - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro : LTC, 2021.

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