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Concepção, Normalização, Modelagem e

Análise Estrutural de Estruturas Especiais


de Concreto Armado
Especialização em Engenharia de Estruturas
Eng. Ricardo Veiga, Esp.
ricardoveiga@erreve.eng.br

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APRESENTAÇÃO
Professor Ricardo Veiga
Engenheiro Civil pela UFG
Especialização em Docência Universitária pela PUC Goiás
 Professor do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade
Católica de Goiás (1983-2010)
 Sócio e Diretor Técnico da Errevê Engenharia Ltda
 Ex-Coordenador do Curso de Engenharia Civil do Departamento
de Engenharia da PUC-GO
 Ex-Conselheiro do CREA-GO
 Professor de Especialização em diversas instituições
 Autor de centenas de projetos de estruturas e de recuperação e
reforço de obras de edificações, obras de arte, obras de
saneamento, obras comerciais e industriais e monumentos

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Concepção, Normalização, Modelagem e Análise Estrutural de
Estruturas Especiais de Concreto Armado
1. Objetivo
Abordar de forma sistêmica e integrada os diferentes tipos de elementos estruturais e seus comportamentos; analisar as ações
e a interação dos componentes do conjunto estrutural em concreto armado; discutir os estados limites aplicáveis às estruturas
de concreto armado; desenvolver a concepção, a modelagem, o dimensionamento, a verificação e o detalhamento de peças
das estruturas de concreto armado.

2. Programação:
novembro/2023 – dias 24 a 26
sexta-feira: das 18h às 22h
sábado: das 8h às 18h
domingo: das 8h às 12h

3. Como fazer?
- apresentação dos temas para discussão
- realização de exercícios/ atividades em grupos
- fundamentação em normas técnicas, princípios para elaboração de projetos, processos executivos
- realização de avaliação permanente
- cultura de estruturas de concreto armado em edificações

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Sumário: Concepção, Normalização, Modelagem e Análise
Estrutural de Estruturas Especiais de Concreto Armado
1. Introdução
2. Ação de vento
3. Análise estrutural – instabilidade global
4. Detalhamento de peças da estrutura
4.1. escadas
4.2. pilares-parede
4.3. vigas-parede
5. Exercícios
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1. Introdução

- Premissas para as estruturas


1. Estabilidade - Segurança:
segurança para o usuário e para a vizinhança
Estado Limite Último (ELU)
Estado Limite de Serviço (ELS)
2. Economia
construir o máximo com o mínimo de materiais e mão-de-obra
3. Racionalidade
simplificação no processo construtivo
4. Durabilidade
para edificações vida útil ≥ 50 anos – localização/ agressividade ambiental
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O edifício RESERVATÓRIO

Sistema
Estrutural

vigas
Pilares

lajes

arrimo
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Estudos das cargas gravitacionais
- ações permanentes: ações que ocorrem com valores
constantes ou de pequena variação em torno de sua
média, durante praticamente toda a vida da construção
- ações variáveis: ações que ocorrem com valores que
apresentam variações significativas em torno de sua
média, durante a vida da construção
- cargas acidentais: são as ações variáveis que atuam nas
construções em função de seu uso (pessoas, mobiliário,
veículos, materiais diversos, etc.)

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2. Ação do vento – NBR6123

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NBR 6118:2023 - item 11.4.1.2
Os esforços solicitantes relativos à ação do vento devem ser considerados e
recomenda-se que sejam determinados de acordo com o prescrito pela
ABNT NBR6123, permitindo-se o emprego de regras simplificadas previstas
em Normas Brasileiras específicas.

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ABNT NBR6123:1988

Esta Norma fixa as condições exigíveis na consideração


das forças devidas à ação estática e dinâmica do vento,
para efeitos de cálculo de edificações.
Esta norma não se aplica a edificações de forma, dimensões ou localização
fora do comum, casos estes em que estudos especiais devem ser feitos
para determinar as forças atuantes do vento e seus efeitos. Resultados
experimentais obtidos em túnel de vento, com simulações das principais
características do vento natural, podem ser usados em substituição do
recurso aos coeficientes constantes nesta norma.

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Ação do vento

V0 – velocidade básica do vento, em m/s

Vk – velocidade característica do vento, em m/s


Vk = V0 . S1 . S2 . S3

Pressão dinâmica do vento


Q = 0,613. Vk2 (N/m2)

CARGA FINAL DO VENTO


Fv = Ca . q . Ae
Ca – coeficiente de arrasto
Ae – área de influência correspondente à coordenada i.

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V0 – velocidade
básica do vento,
em m/s

Figura 1 - Isopletas da velocidade básica Vo (m/s)

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Fator topográfico S1
leva em consideração as variações do relevo do terreno e é determinado do seguinte
modo:
a) terreno plano ou fracamente acidentado: S1 = 1,0
b) taludes e morros:
- no ponto A (morros) e nos pontos A e C (taludes) -
S1 = 1,0
- no ponto B - S1 = f(z)
- se ɵ ≤ 3º - Sfz = 1,0
- se 6º ≤ ɵ ≤ 17º - Sfz = 1,0 + (2,5 – z/d) *
tg(ɵ - 3º) ≥ 1,0
- se ɵ ≥ 45º - Sfz = 1,0 + (2,5 – z/d) * 0,31) ≥ 1,0
interpolar linearmente para outros ângulos

c) vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direção - S1 = 0,9


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Fator S2
- considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variação da
velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da edificação
ou parte da edificação em consideração

a rugosidade do terreno é classificada em cinco categorias

Dimensões da edificação
Classe A : Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical não
exceda 20m;
 Classe B: Toda edificação para qual a maior dimensão horizontal ou vertical da
superfície frontal esteja entre 20m e 50m;
 Classe C: Toda edificação para qual a maior dimensão horizontal ou vertical da
superfície frontal exceda 50m.
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Categoria I: superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5 km de
extensão, medida na direção e sentido do vento incidente. Ex.: mar calmo,
lagos e rios, pântanos sem vegetação.

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Categoria II: terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos
obstáculos isolados, tais como árvores e edificações baixas. Ex.: zonas costeiras
planas, campos de aviação, pradarias e charnecas, fazendas sem sebes ou muros,
etc.

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Categoria III: terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como sebes e
muros, poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e esparsas. Ex.: granjas
e casa de campos, fazendas, subúrbios distantes com casas baixas, etc.

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Categoria IV: terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em
zona florestal, industrial ou urbanizada. Ex.: parques e bosques com muitas árvores,
cidades pequenas, áreas industriais, etc.

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Categoria V: terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco
espaçados. Ex.: florestas com árvores altas, centro de grandes cidades, etc.

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O fator estatístico S3, é baseado em conceitos estatísticos, e considera o grau de
segurança requerido e a vida útil da edificação.

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Localização da edificação
Uma edificação pode ser considerada em vento de alta
turbulência quando sua altura não excede o dobro da
altura média das edificações vizinhas, ou seja, se altura
da edificação for maior que o dobro da altura média das
edificações vizinhas será vento de baixa turbulência

distâncias a considerar:
500m para H até 40m
1.000m para H até 55m
2.000m para H até 70m
3.000m para H até 80m

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Exercício:

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Análise estrutural - Instabilidade global das estruturas
Análise linear X análise não linear

ações sobre as
estruturas geram
deformações e
solicitações
diretamente
proporcionais ao
valor aplicado
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Análise linear temos a deformação igual a 2.d → Carga = 2.P
Análise não linear → deformação = ?

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Análise linear X
análise não linear
O concreto
armado tem
comportamento
intrinsecamente
não linear

NÃO LINEARIDADE
FÍSICA - NLF

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Consideração aproximada da não-linearidade física –NLF

Para a análise dos esforços globais de 2a ordem, em estruturas reticuladas,


com no mínimo quatro andares, pode ser considerada a não-linearidade
física de maneira aproximada, tomando-se como rigidez dos elementos
estruturais os valores seguintes:

- lajes: (EI)sec= 0,3EciIc


- vigas: (EI)sec= 0,4EciIc → para As’ ≠As e
(EI)sec = 0,5 EciIc → para As’ = As
- pilares: (EI)sec=0,8EciIc ,

onde:
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto, incluindo, quando for o caso, as mesas
colaborantes
Para estruturas só de vigas e pilares: (EI)sec=0,8EciIc

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Não linearidade geométrica – NLG
A não-linearidade geométrica é analisada de forma aproximada pelo
coeficiente γz
A partir da variação da forma da estrutura à medida que as cargas são
aplicadas à mesma – Processo aproximado.
O processo mais refinado de análise da não-linearidade geométrica se dá
por meio da utilização de cálculo iterativo por exemplo:
processo P-delta
Devem ser definidos os parâmetros para a convergência do processo de
análise

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Histórico da instabilidade global de
edifícios

Índice de esbeltes (Ie): é a razão entre a altura total


da torre e a menor dimensão do retângulo que
circunscreve o pavimento, excetuando-se os
trechos em balanço
Ie ≤ 4 → ÓTIMO
4 < Ie ≤ 6 → BOM
Ie ≥ 6 → DESACONSELHÁVEL

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Histórico da instabilidade global de edifícios
Parâmetros de avaliação: efeitos de 2ª ordem
1. Parâmetro α – pequenas estruturas

Sendo:
Htot = altura total da estrutura
Nk = soma das forças verticais totais
Ecs.Ic = parâmetro de rigidez equivalente da estrutura

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Histórico da instabilidade global de edifícios
1. Parâmetro α – pequenas estruturas
limites: α ≤ α1
α1 = 0,2 + 0,1.n - se n ≤ 3 (n = número de andares acima da fundação)
α1 = 0,6 - se n ≥ 4
- se somente pilares-parede → α1 = 0,7
- se somente houver pórticos → α1 = 0,5

Se α ≥ 1,25
RUÍNA

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Histórico da instabilidade global de edifícios
Coeficiente γz – majoração de esforços na estrutura

, onde:
M1,tot,d - é o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas
as forças horizontais da combinação considerada, com seus valores de cálculo,
em relação à base da estrutura;
ΔMtot,d - é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na
estrutura, na combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos
deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da
análise de 1ª ordem

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Histórico da instabilidade global de edifícios
Coeficiente γz

Considera-se que a estrutura é de nós fixos se for obedecida a condição:


γz ≤1,1.

Para estrutura com 1,1> γz ≤1,3 - será considerada de nós móveis.


A correção dos esforços de 1ª ordem será de 0,95.γz.

Para γz >1,3 considera-se a estrutura instável


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Histórico da instabilidade global de edifícios
Coeficiente γz

Limitações para sua utilização:

- estruturas simétricas e cargas centradas


- mudanças bruscas de inércias entre pavimentos (redução de pilares)
- casos de pés-direitos muito diferentes entre pavimentos
- casos de transição de pilares em vigas
- casos transição com rotação de pilares
- utilizar a inércia das peças (vigas e pilares) no estádio I
- deslocabilidade para cargas verticais
- caso de torção no pórtico espacial
- recalques diferenciais na fundação

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Histórico da instabilidade global de edifícios
Coeficiente FAVt
Esse coeficiente é similar ao γz
É exclusivo do Sistema TQS

ΔMtot,d → leva em conta as deformações devidas às cargas verticais →


estruturas assimétricas
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Histórico da instabilidade global de edifícios
Coeficiente FAVt
Estruturas assimétricas

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Histórico da instabilidade global
de edifícios
Processo P – Delta (P- Δ)
-É um processo iterativo de
análise não-linear geométrica

- É um processo que relaciona


a carga axial (P) com os
deslocamentos (Δ)

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● Análise da instabilidade global

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Não linearidade geométrica – NLG
A não-linearidade geométrica é analisada de forma aproximada pelo
coeficiente γz .
A partir da variação da forma da estrutura à medida que as cargas são
aplicadas à mesma – Processo aproximado
O processo mais refinado de análise da não-linearidade geométrica se dá por
meio da utilização de cálculo iterativo, por exemplo:
processo P-delta.
Devem ser definidos os parâmetros para a convergência do processo de
análise

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Conformidade da estrutura – NBR6118...

43
4. Detalhamento de peças da estrutura

44
4. Detalhamento de peças da estrutura

45
4. Detalhamento de peças da estrutura Escada é uma construção formada por uma série de
degraus, destinada a ligar locais com diferenças de nível

Estruturalmente as escada, quase sempre, são casos especiais de lajes


- armadas longitudinalmente
- armadas transversalmente
- armadas em duas direções
- armadas em degraus isolados
- escadas plissadas ...

46
Identifique o conceito estrutural das escadas

patamar espelho (e)

piso (p)
63cm ≤ 2*e + p ≤ 65cm - Blondel
47
Identifique o conceito estrutural das escadas

48
Vila Redenção
Hospital São Salvador

Apostila – Escadas
Melges, J. L. P., Pinheiro, L. M., Giongo, J. S. – USP São Carlos

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Cargas permanentes para escadas – NBR6120 (g)

Peso próprio
- patamar: ppp = h * 2,5kN/m3
- lance: ppl = hm * 2,5kN/m3 → hm = h1 + e/2, com h1 = h/cosα e tgα = e/p

estimativa de espessura da laje → h ±= l/30 (l = vão teórico)

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Cargas variáveis para escadas (q) – NBR6120 – tabela 10
Residenciais, hotéis (dentro da unidades autônomas), sem acesso público .................... 2,5kN/m2
Residenciais, hotéis (uso comum), edifícios comerciais, clubes, escritórios, bibliotecas . 3,0kN/m2
Hospitais, escolas , com acesso público ............................................................................ 3,0kN/m2
Cinemas. Centros comerciais, shopping centers ............................................................... 4,0kN/m2
Centro de exposição, centros de convenções e reunião de pessoas, teatros, igrejas ...... 5,0kN/m2
Servindo de arquibancadas ............................................................................................... 5,0kN/m2

Cargas variáveis especiais


t – nas escadas com trechos em balanço, devem ser verificados os efeitos da alternância das
cargas; para degraus isolados em balanço ou biapoiados, calcular o degrau com carga
concentrada de 2,5kN/m2 aplicada na posição mais desfavorável. A verificação com carga
concentrada deve ser feita separadamente, sem consideração simultânea da carga variável
uniformemente distribuída

51
4.1. Detalhamento de escadas
Dimensões mínimas para lajes - NBR6118:2023
No dimensionamento das lajes em balanço, devem ser multiplicadas
as ações a serem consideradas por um coeficiente adicional γn, de
acordo com o indicado na tabela 13.2.
Tabela 13.2 – Valores do coeficiente adicional γn em lajes em
balanço

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4.1. Detalhamento de escadas
As armaduras devem ser detalhadas no projeto de forma que durante a execução
seja garantido o seu posicionamento durante a concretagem
Qualquer barra da armadura de flexão deve ter diâmetro no máximo igual a h/8
As barras da armadura principal de flexão devem apresentar espaçamento no
máximo igual a 2h ou 20cm, prevalecendo o menor desses dois valores na região
dos maiores momentos fletores
Nas lajes maciças armadas em uma ou em duas direções, em que seja
dispensada armadura transversal, toda a armadura positiva deve ser levada até os
apoios, não se permitindo escalonamento desta armadura. A armadura deve ser
prolongada no mínimo 4,0cm além do eixo teórico do apoio
A armadura secundária de flexão deve ser igual ou superior a 20% da armadura
principal, mantendo-se, ainda, um espaçamento entre barras de, no máximo,
33,0cm (três barras por metro). A emenda dessas barras deve respeitar os
mesmos critérios de emenda das barras da armadura principal
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4.1. Detalhamento de escadas
Cargas para o cálculo de edificações – ABNT NBR6120:2019
Tabela 2 – Alvenarias
ALVENARIA ESTRUTURAL
ALVENARIA DE VEDAÇÃO
- indicação de espessura nominal
- peso de revestimento por face
Exemplo: alvenaria de vedação em bloco cerâmico vazado
- Espessura = 9cm → sem revestimento → 0,7kN/m2
com 1cm de revestimento em cada face → 1,1 kN/m2
com 2cm de revestimento em cada face → 1,6 kN/m2
- Espessura = 19cm → sem revestimento → 1,4kN/m2
com 1cm de revestimento em cada face → 1,8 kN/m2
com 2cm de revestimento em cada face → 2,3 kN/m2
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4.2. Detalhamento de escadas

Exercício
55
4.2. Detalhamento de escadas

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4.2. Detalhamento de pilares
Pilares
Elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na
vertical, em que as forças normais de compressão são
preponderantes.

Pilares-parede
No caso de pilares cuja maior dimensão da seção transversal
excede em cinco vezes a menor dimensão.

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4.2. Detalhamento de pilares
Carregamento dos pilares:
- peso próprio = bw.h.H.γconc + reação de vigas
+ cargas dos pavimentos superiores
+ ações devidas ao vento, empuxos, desaprumos …
Efeitos de 1a ordem

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4.2. Detalhamento de pilares
Carregamento dos pilares:

- Efeitos de 2a ordem global

- Parâmetro de instabilidade global α – pequenas estruturas

- Coeficiente gama-z = γz (1 ≤ γz ≤ 1,3) → multiplicador 0,95. γz

- Processo P-delta = P∆ → processo interativo

- Parâmetro FAVt (modelo TQS) → processo interativo

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Carregamento dos pilares:
Efeitos de 2a ordem local e localizado

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4.2. Detalhamento de pilares
4.2. Detalhamento de pilares
Efeitos de 2a ordem local

índice de esbeltez → λ1 = le/ i


Le - comprimento equivalente
i - raio de giração da seção
- seção retangular → λ1 = 3,46. le/bw
- seção circular → λ1 = 4. le/D

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4.2. Detalhamento de pilares
Distribuição transversal
As armaduras longitudinais devem ser dispostas na seção transversal de forma
a garantir a adequada resistência do elemento estrutural.
Em seções poligonais, deve existir pelo menos uma barra em cada vértice.
Em seções circulares, no mínimo seis barras distribuídas ao longo do
perímetro.

O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no


plano da seção transversal, fora da região de emendas, deve ser igual ou
superior ao maior dos seguintes valores:
- 20 mm;
- diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
. -1,2 vezes a dimensão máxima característica do agregado graúdo.

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4.2. Detalhamento de pilares
Armadura transversal para pilares-parede
No caso de pilares cuja maior dimensão da seção transversal excede em cinco vezes a
menor dimensão, além das exigências constantes aqui e às referentes à armadura
longitudinal, deve também ser atendido o que estabelece o detalhamento de armadura
relativamente a esforços solicitantes na direção transversal decorrentes de efeitos de 1ª e
2ª ordens, em especial dos efeitos de 2ª ordem localizados.

A armadura transversal de pilares-parede deve respeitar a armadura mínima de flexão de


placas, se essa flexão e a armadura correspondente forem calculadas. Em caso contrário,
a armadura transversal por metro de face deve respeitar o mínimo de 25% da armadura
longitudinal por metro da maior face da lâmina considerada.

A armadura longitudinal é distribuída ao longo da seção transversal – emendas serão de


acordo com a ancoragem.

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4.2. Detalhamento de pilares

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4.3. Detalhamento de vigas–parede
Conceituação
São consideradas vigas-parede as vigas altas em que a relação entre o vão e a
altura l/h é inferior a 2 em vigas bi-apoiadas e inferior a 3 em vigas contínuas.
Elas podem receber carregamentos na parte superior ou na parte inferior ou em
ambas.

Comportamento estrutural
O comportamento estrutural das vigas-parede possui características
específicas, destacando-se entre elas ineficiências, seja à flexão, seja ao
cisalhamento, quando comparadas com as vigas usuais.
As vigas-parede, por serem altas, apresentam problemas de estabilidade como
corpo rígido e às vezes, de estabilidade elástica.

Enrijecedores de apoio ou travamentos são muitas vezes necessários.


65
4.3. Detalhamento de vigas–parede
Dimensões mínimas
A seção transversal das vigas não deve apresentar largura menor que 12
cm e das vigas-parede, menor que 15 cm.

Estes limites podem ser reduzidos, respeitando-se um mínimo absoluto de


10 cm em casos excepcionais, sendo obrigatoriamente respeitadas as
seguintes condições:
a) alojamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de
outros elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e
cobrimentos estabelecidos na ABNT NBR6118;
b) lançamento e vibração do concreto de acordo com a ABNT NBR 14931.

66
reservatório

arrimo

67
4.3. Detalhamento de vigas–parede
Cargas aplicadas nos arrimos:
- cargas gravitacionais: peso próprio + reação de laje sobre a viga

- cargas horizontais: empuxo do solo

Cargas aplicadas em reservatórios:


- cargas gravitacionais: peso próprio + reação de laje sobre a viga +
reação da laje de fundo sobre a viga

- cargas horizontais: empuxo da água


empuxo do solo

68
4.3. Detalhamento de vigas–parede

69
empuxo de solo:
Moliterno, A. – Caderno de muros de arrimo. S. Paulo,
Edgard Bluchen, 1980

70
empuxo de solo:
Moliterno, A. – Caderno de muros de arrimo. S. Paulo,
Edgard Bluchen, 1980

71
empuxo de solo:

72
4.3. Detalhamento de vigas–parede
Modelos de cálculo:
São permitidos modelos planos elásticos lineares e não-lineares, baseados em
métodos numéricos adequados como o Método dos Elementos Finitos (MEF).

Admite-se também para o dimensionamento das vigas-paredes no Estado Limite


Último, modelos concebidos a partir do Método das Bielas e Tirantes.
Na definição destes modelos, de forma a assegurar um comportamento adequado
em serviço, a geometria das treliças deve ser tal que os valores das forças nos
tirantes resultem o mais próximo dos obtidos em um modelo plano elástico linear.

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4.3. Detalhamento de vigas –parede
Armadura de flexão
Nas vigas-parede os tirantes de tração não devem ser concentrados em uma ou
poucas camadas de armadura, mas cobrir toda a zona efetivamente tracionada,
conforme o modelo de cálculo adotado.
Nas vigas bi-apoiadas (figura a seguir) essa armadura deve ser distribuída em
altura da ordem de 0,15 h.

Armadura
esquemática

74
4.3. Detalhamento de vigas –parede
Nas vigas-parede contínuas a altura de distribuição da armadura negativa AS deve ser feita
considerando três faixas na altura h, não se considerando para h valores superiores ao vão
teórico l (3 ≥ l /h ≥ 1):
- 20% superiores de h: AS1 = ( l /2h - 0,50) . AS
- 60% centrais de h: AS2 = (1,50 - l /2h) . AS
- 20% inferiores de h: AS3 = 0
A armadura horizontal (pele) mínima é de 0,075% bw por face, por metro. Se houver
esforços transversais (empuxos) verificar o maior valor
Armadura vertical (estribos)
A armadura vertical deve ser calculada considerando as recomendações de ancoragem nos
apoios e respeitando um valor mínimo de 0,075% bw por face, por metro.
Deve ser verificada a armadura para eventuais empuxos.
No caso de carregamento pela parte inferior da viga, essa armadura deve ser capaz de
suspender a totalidade da carga aplicada.
Essas armaduras devem envolver as armaduras horizontais, principais ou secundárias.
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Bibliografia
Normas Técnicas
- ABNT NBR6118:2023 – Projetos de estruturas de concreto armado - Procedimento
- ABNT NBR6120:2019 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações – Procedimento
- ABNT NBR6123:1988 – Forças devidas ao vento em edificações – Procedimento
- ABNT NBR7191:1982 – Execução de desenhos para obras de concreto simples armado - Procedimento
- ABNT NBR7480:1996 – Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado – Especificações
- ABNT NBR7481:1990 – Tela de aço soldada – Armadura para concreto – Especificações
- ABNT NBR8681:2003 – Ações e segurança nas estruturas – Procedimento
- ABNT NBR8953:2015 – Concreto para fins estruturais – Classificação por grupos de resistência – Classificação
- ABNT NBR9062:2006 – Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado
- ABNT NBR12655:2022 – Concreto – Preparo, controle e recebimento – Procedimento
- ABNT NBR14859-1 :2016 - Lajes pré-fabricadas de concreto – Parte 1: Vigotas, minipainéis e painéis – Requisitos
- ABNT NBR14859-2 :2016 - Lajes pré-fabricadas de concreto – Parte 2: Elementos inertes para enchimento e forma –
Requisitos

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Bibliografia
Normas Técnicas...
- ABNT NBR14859-3:2016 - Lajes pré-fabricadas de concreto – Parte 3: Armadura treliçadas eletrossoldadas para
lajes pré-fabricadas – Requisitos
- ABNT NBR14931:2004 – Execução de estruturas de concreto – Procedimento
- ABNT NBR15200:2004 – Projeto de estrutura de concreto em situação de incêndio – Procedimento
- ABNT NBR15575-1:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 1 – Requisitos gerais
-ABNT NBR15575-2:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 2 – Requisitos para os sistemas
estruturais
Bibliografia complementar
- Kimura, Alio E. – Cálculo de pilares de concreto armado – ABECE, SP, 2006
- Cunha Jr., B. F. R. – Contribuição ao estudo dos efeitos de vento em edifícios altos: estudo de caso na
cidade de Goiânia – Dissertação de mestrado – EEC da UFG, 2012
- Blesmann, J. – Introdução ao estudo das ações dinâmicas do vento. P. Alegre, ed. UFRS, 2005

77
Bibliografia
Bibliografia complementar...
- Leonhardt, F. – Construções de concreto. Vol. 1, 2, 3 e 4, R. Janeiro, Interciência, 1981
- Fusco, P. B. – Técnicas de armar as estruturas de concreto, S. Paulo, Pini, 1997
Pinheiro, L. M. – Fundamentos do concreto e projeto de edifícios. S. Carlos – SP, 2007
- Carvalho, R. C., Libâneo, L.M. – Cálculo e detalhamento de estruturas de concreto armado – vol 2. S.
Paulo. Pini, 2011
- Fusco, P. B. – Estruturas de concreto – Solicitações Normais – R. Janeiro. Guanabara Dois, 1981
- Fusco, P. B. – Estruturas de concreto – Solicitações tangenciais – S. Paulo – Pini, 2008
- IBRACON – ABNT NBR6118:2014 – Comentários e exemplos de aplicação

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Muito obrigado!

Eng. Ricardo Veiga


Rua T-48 nº 28, sala 201, Setor Oeste, Goiânia-GO
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para pensar!

Master em Engenharia de Estruturas

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