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Sistemas estruturais III

Capítulo 1 – Propriedades do concreto

Prof. Danielle Airão Barros


Contato: danielle.barros@ufes.br
DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO

6.3.4 Mecanismos de deterioração da estrutura propriamente dita


São todos aqueles relacionados às ações mecânicas, movimentações de origem térmica,
impactos, ações cíclicas, retração, fluência e relaxação, bem como as diversas ações que
atuam sobre a estrutura. Sua prevenção requer medidas específicas, que devem ser
observadas em projeto, de acordo com esta Norma ou Normas Brasileiras específicas.
Alguns exemplos de medidas preventivas são dados a seguir:

• Barreiras protetoras em pilares (de viadutos pontes e outros) sujeitos a choques


mecânicos;
• Período de cura após a concretagem;
• Juntas de dilatação em estruturas sujeitas a variações volumétricas;
• Isolamentos isotérmicos, em casos específicos, para prevenir patologias devidas a
variações térmicas.
DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO

6.4 Agressividade do ambiente


6.4.1 A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que
atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das
variações volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras previstas no
dimensionamento das estruturas.
DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO

7.4 Qualidade do concreto de cobrimento


7.4.1 A durabilidade das estruturas é altamente dependente das características do
concreto e da espessura e qualidade do concreto do cobrimento da armadura.
DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO
DIMENSIONAMENTO DAS ESTRUTURAS

Não se pode pretender que uma estrutura tenha segurança total contra todos os fatores
aleatórios que intervêm uma edificação no processo de concepção, execução e utilização;
isso é válido tanto para as ações como para a resistência dos distintos elementos da
construção.
→ Resistência dos materiais utilizados, influenciadas pelo tempo de duração da aplicação
das cargas, fadiga, fabricação, condições de execução da obra e pelos ensaios, que não
reproduzem fielmente as situações reais;
→ Características geométricas da estrutura (falta de precisão na localização, na seção
transversal dos elementos e na posição das armaduras);
→ Ações permanentes e variáveis;
→ Valores das solicitações calculados, que podem ser diferentes dos reais;

O cálculo (dimensionamento) de uma estrutura consiste em uma das seguintes operações:


• Comprovar que uma seção previamente conhecida (forma, dimensões e quantidade de
armadura) é capaz de resistir às solicitações mais desfavoráveis que poderão atuar;
• Dimensionar uma seção ainda não definida completamente a fim de ·que suporte as
solicitações máximas a que poderá estar sujeita.
ESTADOS LIMITES - ELU

10.3 Estados-limites últimos (ELU)


A SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS de concreto deve sempre ser verificada em relação aos
seguintes estados-limites últimos:
a) estado-limite último da perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido;
b) estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu
todo ou em parte, devido às solicitações normais e tangenciais,
c) estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu
todo ou em parte, considerando os efeitos de segunda ordem;
d) estado-limite último provocado por solicitações dinâmicas;
e) estado-limite último de colapso progressivo;
f) estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo
ou em parte, considerando exposição ao fogo, conforme a ABNT NBR 15200;
g) estado-limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura,
considerando ações sísmicas,
h) outros estados-limites últimos que eventualmente possam ocorrer em casos especiais.
ESTADOS LIMITES - ELS

10.4 Estados-limites de serviço (ELS)


Estados-limites de serviço são aqueles relacionados ao CONFORTO DO USUÁRIO E
DURABILIDADE, aparência e boa utilização das estruturas, seja em relação aos usuários,
seja em relação às máquinas e aos equipamentos suportados pelas estruturas.

* Estado Limite de Formação de Fissuras (ELS-F): Estado em que se inicia a formação de


fissuras. Admite-se que este estado-limite é atingido quando a tensão de tração máxima na
seção transversal for igual a fct,f;
* Estado Limite de Abertura das Fissuras (ELS-W): Estado em que as fissuras se
apresentam com aberturas iguais aos máximos especificados;
* Estado Limite de Deformações Excessivas (ELS-DEF): Estado em que as deformações
atingem os limites estabelecidos para a utilização normal;
* Estado Limite de Vibrações Excessivas (ELS-VE): Estado em que as vibrações atingem os
limites estabelecidos para a utilização normal da construção;
AÇÕES

Ações: Causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas. Do ponto de vista
prático, as forças e as deformações impostas pelas ações são consideradas como se
fossem as próprias ações. As deformações impostas são por vezes designadas por ações
indiretas e as forças, por ações diretas.

“Ação é qualquer influência ou conjunto de influência capaz de produzir estados de tensão


ou deformação ou movimento de corpo rígido em uma estrutura”.
AÇÕES

AÇÕES PERMANENTES (G): Ações que ocorrem com valores constantes ou de pequena
variação em torno de sua média, durante praticamente toda a vida da construção. Elas
podem ser DIRETAS ou INDIRETAS
AÇÕES VARIÁVEIS (Q): Ações que ocorrem com valores que apresentam variações
significativas em torno de sua média, durante a vida da construção.
AÇÕES EXCEPCIONAIS (E): Ações que têm duração extremamente curta e muito baixa
probabilidade de ocorrência durante a vida da construção.
AÇÕES – PERMANENTE DIRETA

→Peso dos elementos da estrutura;


→Pesos de todos os elementos da
construção permanentemente suportados
pela estrutura, tais como: pisos, paredes
fixas, coberturas, forros, escadas,
revestimentos e acabamentos;
→Pesos de instalações, acessórios e
equipamentos permanentes, tais como
tubulações de água, esgoto, aguas pluviais,
gás, dutos e cabos elétricos;
Para a determinação das cargas
permanentes de pesos próprio, devem →Empuxos devidos ao peso próprio de
ser utilizados os pesos específicos terras não removíveis. Em casos
aparentes dos materiais de construção, particulares, os empuxos hidrostáticos
previstos na ABNT NBR 6120:2019. também podem ser considerados como
permanentes.
AÇÕES – PERMANENTE INDIRETA

- Protensão, recalques de apoio e a retração dos materiais.


AÇÕES – VARIÁVEIS

Ocorrem com valores que apresentam variações significativas em


torno de sua média, durante a vida da construção.
→Ações acidentais (atuam nas construções em função de seu uso)
→Efeitos do vento
→Efeitos das variações de temperatura
→Pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas

→Em função de sua probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, as ações


variáveis são classificadas em normais ou especiais:
a) ações variáveis normais: ações variáveis com probabilidade de ocorrência
suficientemente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto das
estruturas;
b) ações variáveis especiais: nas estruturas em que devam ser consideradas certas ações
especiais, como ações sísmicas ou cargas acidentais de natureza ou de intensidade
especiais;
AÇÕES – EXCEPCIONAIS

Ações decorrentes de causas tais como:


→Explosões
→Choques de veículos
→Incêndios
→Enchentes ou sismos excepcionais
SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS

→Capacidade que a estrutura apresenta de suportar as diversas AÇÕES que vierem a


solicitá-la durante sua vida útil, preenchendo as condições funcionais para as quais a
edificação foi destinada.
→ASPECTO QUALITATIVO: Tem por objetivo definir se uma determinada estrutura possui
ou não segurança. Uma ESTRUTURA SEGURA é aquela capaz de suportar, todas as
ações que vierem a solicitá-la, desde a fase da construção até o final da sua “vida útil”,
sendo que esta varia com a finalidade da construção.

“Por vida útil de projeto, entende-se o período de tempo durante o qual se mantêm as características
das estruturas de concreto, sem intervenções significativas, desde que atendidos os requisitos de uso e
manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como de execução dos reparos
necessários decorrentes de danos acidentais.” (NBR 6118:2014)

→Durante este período, as estruturas não devem apresentar deformações ou


deslocamentos excessivos, trincas, perda de equilíbrio, colapso ou ruína. Em resumo,
não devem apresentar falhas que prejudiquem ou mesmo impeçam a utilização para a
qual foram concebidas.
SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS
SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS

→Introdução de coeficientes de segurança para


cada tipo de ação;
→Introdução de coeficiente de segurança para a
resistência do material.
3.1 estados limites de uma estrutura: Estados a
partir dos quais a estrutura apresenta
desempenho inadequado às finalidades da
construção.
3.2 estados limites últimos: Estados que, pela sua
simples ocorrência, determinam a paralisação, no
todo ou em parte, do uso da construção.
3.3 estados limites de serviço: Estados que, por sua
ocorrência, repetição ou duração, causam efeitos
estruturais que não respeitam as condições
especificadas para o uso normal da construção,
ou que são indícios de comprometimento da
durabilidade da estrutura.
SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS

Plastificação da estrutura
Esgotamento da capacidade Perda do equilíbrio, de parte
( Perda de equilíbrio)
portante ou todo da estrutura, por
equilíbrio de corpo rígido.

Perda da estabilidade por Deformações elásticas ou Ruptura de seções, por ter sido
deformação excessiva plásticas, deformação lenta e ultrapassada a resistência do
fissuração material, sua resistência à
flambagem, à fadiga, grandes
deformações;
SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS

→Colapso da estrutura ou parte dela;


→Deverá ter uma probabilidade
muito pequena de ocorrência, pois
terá como consequência a perda de
vidas humanas ou de propriedades.
Instabilidade dinâmica

→Um estado limite último também


ocorre devido à sensibilidade da
estrutura aos efeitos da repetição
das ações, do fogo, de uma
colapso progressivo ou falta de
explosão, etc. Essas causas devem
integridade estrutural ser consideradas na ocasião da
concepção da estrutura.
SEGURANÇA DAS ESTRUTURAS

Durabilidade das estruturas

Deslocamento excessivo, sem Vibração excessiva


Flecha Excessiva perda de equilíbrio

Os estados limites de serviço estão relacionados à interrupção do uso normal da estrutura,


aos danos e à deterioração. Para esses estados limites, maior probabilidade de ocorrência
poderá ser tolerada, pelo fato de não representarem situações tão perigosas quanto os
estados limites últimos.
DIMENSIONAMENTO

→ Identificação de todos os modos de colapso ou maneiras pelas quais a estrutura deixa


de preencher os requisitos para as quais foi projetada.
→ Determinação dos níveis aceitáveis de segurança contra a ocorrência de cada um dos
estados limites

• Valores de cálculo dos esforços atuantes 𝑺𝒅


• Resistência de cálculo correspondente (𝑹𝒅 )

Quando a segurança é verificada isoladamente em relação a cada um dos esforços


atuantes, a condição de segurança pode ser verificada de forma simplificada por 𝑅𝑑 ≥ 𝑆𝑑 .

A ideia básica é:
a) Majorar as ações e esforços solicitantes (valores
representativo das ações), resultando nas ações e
solicitações e cálculo, de forma que a probabilidade desses
valores serem ultrapassados é pequena.
b) Reduzir os valores característicos de resistência, resultando
nas resistências de cálculo, com pequena probabilidade dos
valores reais atingirem esse patamar.
DIMENSIONAMENTO - CARREGAMENTO

O carregamento normal decorre do uso previsto para construção. Admite-se que o


carregamento normal possa ter duração igual ao período de referência da estrutura, e
sempre deve ser considerado na verificação da segurança, tanto em relação a estados
limites últimos quanto em relação a estados limites de serviço.

Um carregamento especial decorre da atuação de ações variáveis de natureza ou


intensidade especiais, cujos efeitos superam em intensidade os efeitos produzidos pelas
ações consideradas no carregamento normal. Os carregamentos especiais são transitórios,
com duração muito pequena em relação ao período de referência da estrutura.
DIMENSIONAMENTO - CARREGAMENTO

Um carregamento excepcional decorre da atuação de ações


excepcionais que podem provocar efeitos catastróficos. Os
carregamentos excepcionais somente devem ser considerados no
projeto de estrutura de determinados tipos de construção, para os
quais a ocorrência de ações excepcionais não possa ser desprezada
e que, além disso, na concepção estrutural, não possam ser
tomadas medidas que anulem ou atenuem a gravidade das
consequências dos efeitos dessas ações. O carregamento
excepcional é transitório, com duração extremamente curta.

O carregamento de construção é considerado apenas nas estruturas em que haja risco de


ocorrência de estados limites, já durante a fase de construção. O carregamento de
construção é transitório e sua duração deve ser definida em cada caso particular.
DIMENSIONAMENTO – COMBINAÇÃO DE AÇÕES

→A verificação da segurança para cada tipo de carregamento deve considerar todas as


combinações de ações que possam acarretar os efeitos mais desfavoráveis na estrutura.
→Nestas verificações, as ações permanentes são consideradas em sua totalidade, as ações
variáveis são consideradas apenas as parcelas que produzam efeitos desfavoráveis e as
ações variáveis móveis devem ser consideradas em suas posições mais desfavoráveis.
→A aplicação de ações variáveis ao longo da estrutura pode ser feita de acordo com regras
simplificadas, estabelecidas em Normas que considerem determinados tipos
particulares de construção.
→As ações incluídas em cada uma destas combinações devem ser consideradas com seus
valores representativos, multiplicados pelos respectivos coeficientes de ponderação das
ações.
DIMENSIONAMENTO – COMBINAÇÃO DE AÇÕES
(NBR 8681)

4.3.3.2 Critérios para combinações últimas


a) ações permanentes: devem figurar em todas as combinações de ações;
b) ações variáveis nas combinações últimas normais: em cada combinação última, uma
das ações variáveis é considerada como a principal, admitindo-se que ela atue com seu
valor característico 𝐹𝑘 ; as demais ações variáveis são consideradas como secundárias,
admitindo-se que elas atuem com seus valores reduzidos de combinação 𝜓0 𝐹𝑘 ;
c) ações variáveis nas combinações últimas especiais: nas combinações últimas especiais,
quando existirem, a ação variável especial deve ser considerada com seu valor
representativo e as demais ações variáveis devem ser consideradas com valores
correspondentes a uma probabilidade não desprezível de atuação simultânea com a ação
variável especial;
d) ações variáveis nas combinações últimas excepcionais: nas combinações últimas
excepcionais, quando existirem, a ação excepcional deve ser considerada com seu valor
representativo e as demais ações variáveis devem ser consideradas com valores
correspondentes a uma grande probabilidade de atuação simultânea com a ação variável
excepcional.
CONDIÇÕES ANALÍTICAS DE SEGURANÇA

12.5.2 Condições analíticas de segurança


As condições analíticas de segurança estabelecem que as resistências não podem ser
menores que as solicitações e devem ser verificadas em relação a todos os estados-limites
e todos os carregamentos especificados para o tipo de construção considerado, ou seja,
em qualquer caso deve ser respeitada a condição:𝑅𝑑 ≤ 𝑆𝑑
Para a verificação do estado-limite último de perda de equilíbrio como corpo rígido, 𝑅𝑑 e
𝑆𝑑 devem assumir os valores de cálculo das ações estabilizantes e desestabilizantes
respectivamente.
12.5.3 Esforços resistentes de cálculo
Os valores de cálculo dos esforços resistentes são determinados a partir dos valores de
cálculo das resistências dos materiais adotados no projeto, ou das tensões resistentes de
cálculo.
12.5.4 Esforços solicitantes de cálculo
As solicitações de cálculo são calculadas, para a combinação de ações considerada, de
acordo com a análise estrutural.
CONDIÇÕES ANALÍTICAS DE SEGURANÇA

12.3.1 Resistência de cálculo


𝑓𝑘
A resistência de cálculo𝑓𝑑 é dada pela expressão: 𝑓𝑑 =
𝛾𝑚

12.3.3 Resistência de cálculo do concreto


No caso específico da resistência de cálculo do concreto (𝑓𝑐𝑑 ), quando a verificação se faz
𝑓
em data 𝑗 igual ou superior a 28 dias, adota-se a expressão: 𝑓𝑐𝑑 = 𝑐𝑘
𝛾𝑐

Nesse caso, o controle da resistência à compressão 𝑓𝑐𝑘 do concreto deve ser feito aos 28
dias, de forma a confirmar o valor de adotado no projeto;

12.4.2 Coeficientes de ponderação das resistências no estado-limite de serviço (ELS)


Os limites estabelecidos para os estados-limites de serviço não necessitam de minoração,
portanto, 𝛾𝑚 = 1,0.
CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

12.3.1 Resistência de cálculo


𝑓𝑘
A resistência de cálculo𝑓𝑑 é dada pela expressão: 𝑓𝑑 =
𝛾𝑚

12.3.3 Resistência de cálculo do concreto


No caso específico da resistência de cálculo do concreto (𝑓𝑐𝑑 ), quando a verificação se faz
𝑓
em data 𝑗 igual ou superior a 28 dias, adota-se a expressão: 𝑓𝑐𝑑 = 𝑐𝑘
𝛾𝑐

Nesse caso, o controle da resistência à compressão 𝑓𝑐𝑘 do concreto deve ser feito aos 28
dias, de forma a confirmar o valor de adotado no projeto;

12.4.2 Coeficientes de ponderação das resistências no estado-limite de serviço (ELS)


Os limites estabelecidos para os estados-limites de serviço não necessitam de minoração,
portanto, 𝛾𝑚 = 1,0.
CONDIÇÕES DE SEGURANÇA
CONDIÇÕES DE SEGURANÇA
CONDIÇÕES DE SEGURANÇA

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