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CONCRETO ARMADO

 AÇÕES E SEGURANÇA
É preciso definir a Vida útil de projeto para definirmos a
Segurança
Período de tempo durante o qual se mantém as características da estrutura de
CA, desde que atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo
projetista e pelo construtor, bem como executados os reparos necessários
decorrentes de danos acidentais (NBR 6118:2003 – 6.2).

Convencionalmente, admite-se vida útil de 50 anos para obras particulares.

É necessário garantir segurança estrutural para todas ações aplicadas.

É necessário verificar em projeto o desempenho da estrutura ao longo do


tempo.
SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS
 SEGURANÇA: DIFÍCIL QUANTIFICAÇÃO

⇒ Motivo: Muitos fatores influenciam a segurança

• Variabilidade das ações e das resistências


• Importância da estrutura – Custo dos danos
• Imprecisões geométricas
• Imprecisões / Incertezas dos métodos de cálculo

INTRODUÇÃO DA SEGURANÇA :
⇒ Métodos Clássicos (Tensões Admissíveis)
⇒ Método dos Estados Limites
Método das Tensões Admissíveis

Nessa filosofia todas as cargas são consideradas


com a mesma variabilidade.
Método dos Estados Limites
• Idéia básica em relação aos conceitos antigos: Nenhuma estrutura possui segurança
absoluta.

• Por maiores que sejam os cuidados tomados, sempre haverá uma probabilidade de
ruína.

• Cabe ao projetista estrutural minimizar o risco de ruptura, à luz de critérios e métodos


racionais.

• Crítica aos métodos anteriores: ações atuantes são de grandezas aleatórias.

• Pela natureza aleatória de todos os parâmetros envolvidos na análise estrutural e por


não se dispor de dados estatísticos a respeito do comportamento das ações,
solicitações, geometria, aliados ao não perfeito conhecimento do comportamento
real de estruuras de maior complexidade, permite-se usar um método semi-
probabilístico.
Método dos Estados Limites
É um método empírico-estatístico (híbrido), correspondente a um meio termo: continuam-
se parcialmente com valores empíricos, baseados na tradição, como nos métodos
antigos, contudo, introduzem-se dados estatísticos e conceitos probabilísticos na
medida do possível, a saber:

 Majoram-se as ações e os esforços solicitantes, de modo que a probabilidade


destes valores serem ultrapassados seja pequena. Os esforços solicitantes majorados
(ou ações) são chamados de esforços solicitantes de cálculo;

 Minoram-se as resistências dos materiais, de modo que seja pequena a


probabilidade dos valores reais descerem até esse ponto. As resistências reduzidas
são ditas de resistências de cálculo;

 Equaciona-se a situação de ruína, supondo que os esforços solicitantes de


cálculo (ou ações) alcancem as resistências de cálculo
Estados Limites Últimos ou de ruína (ELU)
• São estados que pela sua simples ocorrência determinam a paralisação, no
todo ou em parte, do uso da construção.
• Estão relacionados ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural,
que determine a paralisação do uso da estrutura.

 Pode ocorrer por:


 Ruptura de seções
 Colapso da estrutura
 Perda de estabilidade
 Deterioração por fadiga
A combinação normal de ações no ELU é uma situação
hipotética de projeto que visa garantir uma margem de
segurança em relação à ruína real da estrutura.
1. Ponte Seongsu (Corea do Sul)
Comprimento 1.160 metros (21 de outubro de 1994) 32 mortes.
2. Ponte da I-40 – (Oklahoma Estados Unidos)
14 mortes - 26 de maio de 2002
Estados Limites de Serviço (ELS)
• São estados que pela sua ocorrência, repetição ou duração causam efeitos
estruturais que não respeitam as condições especificadas para o uso
normal da construção, ou que são indícios de comprometimento da
durabilidade da estrutura.
• Estão relacionados à durabilidade e aparência das estruturas, ao conforto do
usuário e à boa utilização funcional das mesmas.

 Pode ocorrer por:


 Deformações e deslocamentos excessivos no uso normal
• Fissuração excessiva

• Vibrações excessivas
Verificação de Projeto
Combinação de ações
Classificação das ações
As ações são classificadas em função da variabilidade no tempo

 Ações permanentes

Ações com variações pequenas ou desprezíveis, e que ocorrem durante toda a vida útil
da construção.

 Ações permanentes diretas: são constituídas pelo peso próprio da estrutura, dos
elementos construtivos fixos, das instalações e outras como equipamentos e
empuxos.

 Ações permanentes indiretas: são constituídas por deformações impostas por


retração do concreto, fluência, recalques de apoios, imperfeições geométricas e
protensão, protensão, etc
Classificação das ações

 Ações variáveis
Ações com variações significativas e que ocorrem durante toda a vida útil
da construção.

Ações variáveis diretas  cargas acidentais de utilização: ação de pessoas,


equipamento móvel, veículos, ação do vento, etc

Ações variáveis indiretas  outros efeitos comuns sobre edificação:


variação de temperatura, vibração e choque (carro - pilares de garagem)
Classificação das ações
 Ações excepcionais
Têm baixa probabilidade de ocorrência e curta duração.
Ex:
• Explosões
• Choques de veículos ou embarcações
• Enchentes
• Incêndios
Ciclovia no Rio de Janeiro
Valores Característicos

As ações são quantificadas por seus valores característicos (Fk), que


são definidos em função de suas variabilidades.

Esses valores estão definidos na NBR-6118/2014 ou em normas


específicas, tais como:

• NBR-6120 : Ações em edificações;


• NBR- 7188 : Ações em pontes;
• NBR-6123 : Ação de vento;
• NBR-8681 : Ações e segurança nas estruturas.
TIPOS DE CARREGAMENTO
• Carregamento é especificado por um conjunto de ações que têm a
probabilidade de atuarem simultaneamente, durante um período de
tempo estabelecido
Carregamento
TIPOS DE CARREGAMENTO
TIPOS DE CARREGAMENTO
Situações de projeto a serem consideradas

Situações duradouras: devem ser consideradas em todos os projetos


• ELU: consideram-se as combinações normais de carregamento
• ELS: verificar as combinações de longa duração (combinação quase
permanente) ou de média duração (combinação frequente)

Situações transitórias: quando a duração for muito menor que o período de vida
da construção
• Na maioria dos casos, verifica-se apenas o ELU
• Se for necessário verificar o ELS, usar combinações de média ou curta duração

Situações excepcionais: situações com duração extremamente curta


• Verifica-se apenas o ELU
COMBINAÇÕES DE AÇÕES

“Combinação (soma) de ações que têm


probabilidade não desprezível de atuarem
simultaneamente na estrutura, num
período pré-estabelecido”

 efeitos mais desfavoráveis

COMBINAÇÕES ÚLTIMAS

COMBINAÇÕES DE SERVIÇO
Combinações de ações- ELU
Combinações de ações- ELS
Combinações de ações- ELS
 QUASE-PERMANENTES
Podem atuar durante grande parte da vida útil da estrutura

ELS de deformações excessivas

 FREQUENTES
Repetem-se muitas vezes durante a vida útil da estrutura

ELS de abertura de fissuras


ELS de vibrações excessivas
ELS de deformações excessivas decorrentes de vento
Tabela 13.2 da NBR 6118:
Limites para deslocamentos
Porque as aberturas de fissuras devem ser
limitadas nas estruturas de concreto armado?
Tabela 13.3 da NBR 6118
Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção das
armaduras em função da classe da agressividade ambiental
Porque as aberturas de fissuras devem ser
limitadas nas estruturas de concreto armado?
Conseqüências de fissuras muito “abertas”

 Favorecem atuação de agentes agressivos


Carbonatação, ataques de cloretos, sulfatos, entre outros

Deterioração da armadura (corrosão)


Metodologia de Cálculo
EXEMPLO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto
de estruturas de concreto. Rio de Janeiro, 2014.

- VASCONCELOS, A.C. (org.) – Prática recomendada IBRACON

para estruturas de edifícios de nível 1 – Estruturas de pequeno porte. São

Paulo, IBRACON, 2002.

BRANDÃO, A.M.S. e PINHEIRO, L.M. – Estados limites de utilização. EESC-

USP, São Carlos, 1999.

FUSCO, P.B. – Estruturas de concreto. Fundamentos do projeto

estrutural. São Paulo, McGraw-Hill, 1976.

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