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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE CIÊNCIA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA

CURSO DE FÍSICA

DISCIPLINA: ÓPTICA E ONDAS

Aula Prática 8 : Difração por uma fenda

DISCENTE:

Maculuve, Gervásio Guedes de Castro.

DOCENTE:

Prof. Dr. Carlos Abilio Alejandro Alfonso

Maputo, Maio de 2020

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Gervásio Guedes Maculuve
OBJECTIVOS

 Conhecer o fenômeno físico de difração de ondas;


 Analisar os fenômenos de difração da luz e determinar máximos e mínimos de
interferência, bem como a distância entre as telas de difração e a de observação.

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1. INTRODUÇÃO TEÓRICA
1.1 DIFRACÇÃO DA LUZ POR UMA FENDA.

1.1.1 RELAÇÃO ENTRE DIFRAÇÃO E INTERFERÊNCIA

O fenômeno da difração está relacionado com as propriedades de ondas ao


transportarem energia de um ponto ao outro do espaço. E é intimamente relacionado ao
fenômeno da interferência. (YOUNG & FREEDMAN, 1995)

Como as ondas são caracterizadas por uma variação periódica de uma qualquer
propriedade, podem interagir entre si quando duas ou mais ondas atravessam a mesma
região do espaço. Pode acontecer também que uma onda tenha a sua velocidade e/ou
direção mudadas, ao interagir com um objeto ou meio material interposto em seu caminho.

A difração, como dito acima, está relacionada com a interação de uma onda com um
obstáculo, ou então quando encontra um orifício através do qual possa atravessar um
obstáculo.

A onda então, ao contornar ou atravessar um obstáculo, toma diferentes caminhos


(diferentes trajetórias), cujos comprimentos totais podem variar. Da variação dos
comprimentos totais atravessados, diversas ondas oriundas da original (segundo o
princípio de Huygens, que diz que cada frente de onda se comporta como uma nova fonte
pontual) acabam por se recombinar ao passar por um dado ponto do espaço. Ao passarem
por esse ponto do espaço. (Freedman, 2016, p. 96)

Difração é o nome genérico dado aos fenômenos associados a desvios da propagação


da luz em relação ao previsto pela óptica geométrica. Isso surge pela natureza ondulatória
da luz.

Interferencia A interferência é o fenômeno proveniente da superposição de ondas


eletromagnéticas numa mesma região do espaço. A luz dado ao caráter ondulatório é
susceptível superposição desses campos de forma que o efeito final obtido é observado
por variações espaciais na intensidade da luz resultante. Estas variações de intensidade
são chamadas de franjas de interferência.

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1.2 Difração em fenda simples.

Quando um feixe de luz atravessa uma fenda de dimensões comparáveis ao seu


comprimento de onda, os raios de luz proveniente de regiões diferentes da fenda, devido
à diferença de percurso, podem atingir um ponto do anteparo com fases distintas, causando
interferência construtiva ou destrutiva neste ponto. As regiões da figura gerada no
anteparo onde ocorre interferência construtiva total são chamadas de máximos de difração,
enquanto que as regiões nas quais ocorre interferência destrutiva total são chamadas de
mínimos de difração (regiões escuras). (Resnick, 2012, p. 120)

Fig. 1. Difração da luz por uma fenda de largura b vista em um anteparo a uma
distância z. A largura do máximo central é Δy.

Na fig.1, um feixe de luz monocromática de comprimento de onda λ passa por uma


fenda de largura b e atinge um anteparo a uma distância z. O feixe incidente tem frentes
de onda planos, paralelos à fenda, e a distância z é suficientemente grande como para
considerar planos também os frentkes de onda no anteparo (condição de difração de
Fraunhofer). As ondas originárias em cada ponto da abertura interferem entre si e
produzem o padrão de difração ilustrado nesta figura. Observamos um máximo central
com intensidade I0 e pontos onde a intensidade luminosa se nula. A intensidade de luz em
uma posição y = r sin θ sob o anteparo é dada por

sin 𝛽 2
𝐼 = 𝐼𝑜 × ( )
𝛽

Onde

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𝛽 = 2 × 𝑘 × 𝑏 × sin 𝜃

2𝜋
𝑘= 𝑒 𝑟 = √𝑦 2 + 𝑧 2
ƛ

 Se 𝑧 ≫ 𝑦 podemos usar as aproximações sin 𝜃 ≈ 𝜃 ≈ 𝑦⁄𝑧 Podemos escrever.

𝜋×𝑏×𝑦
𝛽=
𝑧×ƛ

Em y = 0 (correspondendo a θ = 0 e, portanto, β = 0) observamos um máximo central


de intensidade 𝐼0. Já nos pontos onde β = nπ (n = ±1, ±2, ±3…) a intensidade luminosa é
nula. Estes pontos de mínimos correspondem a valores de 𝑦𝑛 tais que:

𝑛×ƛ×𝑧
𝑦𝑛 = , (mínimos de difração)
𝑏

A largura do máximo central,∆𝑦 = 𝑦1 − 𝑦−1 , é então


∆y =
𝑏

Esta relação nos permite determinar b se λ é conhecido (e vice-versa). (Freedman,


2016, pp. 98-104)

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2. Resoluções dos Exercícios.

2. Conhecendo que a intensidade luminosa do máximo central é 𝐼𝑜 , determine a


intensidade dos máximos laterais.
𝑆𝑖𝑛2 ∝
Da equação 𝐼 = 𝐼𝑜 × , Podemos determiner as intensidades 𝐼1 , 𝐼2 𝑒 𝐼3 .
∝2

∝1 = 1,43π

𝑆𝑖𝑛2 ∝1 𝑆𝑖𝑛2 (1,43 × 180)


𝐼1 = 𝐼𝑜 × = 𝐼𝑜 × = 0,0472𝐼𝑜
∝1 2 (1,43 × 3,14)2
∝2 = 2,46𝜋
𝑆𝑖𝑛2 ∝2 𝑆𝑖𝑛2 (2,46 × 180)
𝐼2 = 𝐼𝑜 × = 𝐼𝑜 × = 0,0165𝐼𝑜
∝2 2 (2,46 × 3,14)2
∝3 = 3,47𝜋
𝑆𝑖𝑛2 ∝3 𝑆𝑖𝑛2 (3,47 × 180)
𝐼3 = 𝐼𝑜 × = 𝐼𝑜 × = 0,0083𝐼𝑜
∝3 2 (3,47 × 3,14)2

6. Ilumina-se una fenda de 0,24 mm de espessura com raios luminosos paralelos, cujo
comprimento de onda é de 540 nm. Observa-se o padrão de interferência em uma tela
situada a 3 m da fenda. A intensidade no centro do máximo central é de 6. 10-6 W/m2.

Dados

𝑏 = 0,24 × 10−3 m

𝑤
𝐼0 = 6 × 10−6 𝑚2 .

ƛ = 540 × 10−9 m

𝑧=3m

a) Na tela, qual é a distancia do máximo central ao primeiro mínimo?

𝑛×ƛ×𝑧
𝑦𝑛 =
𝑏

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1 × 540. 10−9 × 3 1620. 10−9
𝑦1 = = = 6,8. 10−3
0,24 × 10−3 0,24 × 10−3

𝑦 = 0 (𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑙)

b) Qual a intensidade luminosa em um ponto da tela, intermédio entre o centro do máximo


central e o primeiro mínimo?

𝜋×𝑏×𝑦
𝛽=
𝑧×ƛ

𝜋 × 0,24 × 10−3 × 6,8. 10−3 1632. 10−9


𝛽= = = 1,007
3 × 540 × 10−9 1620. 10−9

sin 𝛽 2
𝐼 = 𝐼𝑜 × ( )
𝛽

−6
sin 1,007 2 𝑤
𝐼 = 6. 10 ×( ) = 1,82. 10−9 2
1,007 𝑚

7. Qual é a distância entre o primeiro e o quarto mínimo, produzido por a interferência das
ondas luminosas de 550 nm que logo de ser difractadas em uma fenda de 0,35 mm,
sobrepõem-se em uma tela colocada a 40 cm.

Dados

1×5,5×10−7
𝑦𝑚𝑖𝑛41 = ? 𝑦𝑚𝑖𝑛41 = 𝑦𝑚𝑖𝑛4 − 𝑦𝑚𝑖𝑛1 sin 𝜃𝑚𝑖𝑛1 = 3,5×10−4

ƛ = 550 nm 𝑦𝑚𝑖𝑛4 = 𝐷 × tan 𝜃𝑚𝑖𝑛4 𝜃𝑚𝑖𝑛1 = arcsin(1,57 × 10−3 ) = 0,090

b = 0,35 nm 𝑦𝑚𝑖𝑛1 = 𝐷 × tan 𝜃𝑚𝑖𝑛1 𝑦𝑚𝑖𝑛1 = 0,4 × tan 0,090


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D = 40cm 𝑏 × sin 𝜃 = 𝑀 × ƛ 𝑦𝑚𝑖𝑛1 = 6,28 × 10−4 𝑚

𝑀×ƛ
sin 𝜃 = 𝑏

4 × 5,5 × 10−7
sin 𝜃𝑚𝑖𝑛4 =
3,5 × 10−4

𝜃𝑚𝑖𝑛4 = arcsin(6,29 × 10−3 ) = 0,360

𝑦𝑚𝑖𝑛4 = 0,4 × tan 0,360

𝑦𝑚𝑖𝑛4 = 7,92 𝑚

𝑦𝑚𝑖𝑛41 = 𝑦𝑚𝑖𝑛4 − 𝑦𝑚𝑖𝑛1 = 7,92 − 6,28 × 10−4 = 7,92 𝑚

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3. Conclusão

Com este conhecimento, o estudante que o absorve está capacitado para interagir com
fenómenos de difração de ondas, podendo assim ele manipular elas ao seu favor e melhor
entender a natureza e os vários acontecimentos ligados à difração para os variados fins.

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4. Referências Bibliograficas

Freedman, H. D. (2016). FÍSICA IV, ÓTICA E FÍSICA MODERNA, 14e. São Paulo:
Pearson Education do Brasil Ltda.

Resnick, H. e. (2012). Fundamentos de Fisica, Optica e Fisica Moderna, 9e. São Paulo:
Jearl Walker, Genio LTC.

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