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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO / CAMPUS – BALSAS.

BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA.


DISCIPLINA: FÍSICA EXPERIMENTAL II

RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL II


INTERFERÊNCIA DA LUZ

Balsas, MA

2021

1
Thiago de Sousa Batista.

Romulo da Silva Gomes.

RELATÓRIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL II


INTERFERÊNCIA DA LUZ

Relatório submetido a disciplina de física


experimental II, como título de obtenção da nota do
experimento realizado do devido título citado no
escopo do trabalho.

Orientador: Alyson Bruno Fonseca.

Balsas, MA

2021

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SUMÁRIO

1. introducão. ............................................................................................................ 4

2. objetivo. .............................................................................................................. 11

3. Parte experimental. ............................................................................................. 11

3.1. equipamentos. ................................................................................................ 11

3.2. procedimentos experimentais. ........................................................................ 11

3.3. análise de dados e questões .......................................................................... 15

4. conclusão............................................................................................................ 15

5. referências bibliográficas. ................................................................................... 16

3
1. INTRODUCÃO.

De acordo com a ótica geométrica, quando um objeto opaco é colocado entre


uma fonte luminosa puntiforme e uma tela, como na Figura 1, a sombra formada pelo
objeto forma um nítido contorno retilíneo. Nenhuma luz atinge a região da sombra, e
a área fora dela é iluminada continuamente. No entanto, a natureza ondulatória da luz
produz efeitos que não podem ser entendidos com o modelo simples da ótica
geométrica. Uma classe importante desses efeitos ocorre quando a luz atinge um
obstáculo que apresenta uma abertura ou uma extremidade. As figuras de
interferência que se formam em decorrência desses efeitos são estudadas com a
designação geral de difração (YOUNG & FREEDMAN, 2016, p. 123).
Figura 1. Uma fonte de luz puntiforme ilumina uma aresta retilínea.

Fonte: Modificação de Sear & Zemansky (2016, p. 123).

Um exemplo de difração é mostrado na Figura 2. A fotografia na Figura 2a foi


feita colocando-se uma lâmina de barbear na metade da distância entre um filme
fotográfico e um furo de alfinete no centro de um anteparo, iluminado por luz
monocromática. O filme registrou a sombra projetada pela lâmina de barbear. A Figura
2b é uma ampliação da sombra da aresta retilínea na extremidade esquerda da

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lâmina. As setas indicam a posição da sombra geométrica dessa aresta. Na região
próxima a essa aresta, a área do lado esquerdo apresenta uma sucessão de franjas
brilhantes e escuras. Embora não apareça com nitidez na fotografia, também existe
um pouco de luz na região da sombra. Na Figura 2b, a primeira franja brilhante que
surge logo do lado esquerdo do limite da sombra apresenta um brilho maior que o da
extremidade esquerda da área iluminada. Essa experiência simples fornece uma ideia
da riqueza e da complexidade da difração.
Figura 2. Um exemplo de difração.

Fonte: Modificação de Sear & Zemansky (2016, p. 123).

As figuras de difração podem ser analisadas aplicando-se o princípio de


Huygens. Esse princípio afirma que podemos considerar cada ponto de uma frente de
onda como fonte de uma onda secundária que se espalha em todas as direções com
velocidade igual à velocidade de propagação da onda nesse meio. A posição da frente
de onda em cada instante posterior é dada pelo envoltório das frentes de onda no
instante considerado. Para determinar o deslocamento em um dado ponto, usamos o
princípio da superposição para combinar todos os deslocamentos individuais
produzidos por essas ondas secundárias. Na Figura 1, tanto a fonte quanto a tela
estão relativamente próximas do obstáculo que produz a figura de difração. Essa
situação é conhecida como difração de campo próximo ou difração de Fresnel, em
homenagem ao cientista francês Augustin Jean Fresnel (1788-1827). Ao contrário,
usamos o termo difração de Fraunhofer, em homenagem ao cientista alemão Joseph
von Fraunhofer (1787- 1826), quando as distâncias entre a fonte, o obstáculo e a tela

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são suficientemente grandes para que todas as retas que ligam a fonte com o
obstáculo possam ser consideradas paralelas e para que todas as retas que ligam
pontos do obstáculo com pontos da tela possam ser consideradas paralelas. As
discussões que serão feitas a seguir ficarão restritas ao caso da difração de
Fraunhofer, em geral mais fácil de analisar detalhadamente que a difração de Fresnel.
Finalmente, enfatizamos que não existe nenhuma diferença fundamental entre os
fenômenos que ocorrem na interferência e na difração. Entretanto, usamos o termo
interferência para designar efeitos de superposição envolvendo um número pequeno
de fontes, geralmente duas. Na difração, consideramos uma distribuição contínua de
ondas secundárias de Huygens através da área de uma abertura ou um número muito
grande de fontes e de aberturas. Porém, tanto a interferência quanto a difração são
consequências da superposição de ondas e do princípio de Huygens (YOUNG &
FREEDMAN, 2016, p. 124).
Figura 3. (a) Previsão incorreta da “sombra” de uma fenda horizontal segundo a ótica geométrica. (b)
Uma fenda horizontal produz, na verdade, uma figura de difração. A largura da fenda foi exagerada.

Fonte: Modificação de Sear & Zemansky (2016, p. 124).

A Figura 4 mostra uma seção reta do mesmo dispositivo experimental; o lado


comprido da fenda é perpendicular ao plano da figura, e as ondas planas incidem
sobre a fenda da esquerda para a direita. De acordo com o princípio de Huygens, cada
elemento de área da abertura da fenda pode ser considerado uma fonte de ondas

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secundárias. Em particular, suponha que a fenda seja dividida em diversas faixas
estreitas de mesma largura, paralelas ao comprimento da fenda e perpendiculares ao
plano da página. Na Figura 4a mostramos apenas duas dessas faixas. Frentes de
ondas secundárias cilíndricas, mostradas na figura em seção reta, se espalham a
partir de cada faixa. Na Figura 4b, uma tela é colocada do lado direito da fenda.
Podemos calcular a intensidade resultante em um ponto P sobre a tela somando as
contribuições das ondas secundárias individuais, levando em consideração suas
diversas fases e amplitudes. É mais fácil fazer esse cálculo quando supomos que a
distância entre a tela e a fenda é suficientemente grande, de modo que os raios
provenientes da fenda e que atingem o ponto P possam ser considerados paralelos,
como se pode ver na Figura 4c. Uma situação equivalente pode ser observada na
Figura 4d, na qual os raios que incidem sobre a lente são paralelos e a lente forma
sobre a tela uma imagem reduzida da figura de difração que se formaria sobre uma
tela a uma distância infinita da fenda na ausência da lente. Você poderia pensar que
os diversos caminhos da luz através da lente introduziriam diferenças de fase
adicionais, mas, na realidade, podemos demonstrar que todos esses caminhos
produzem deslocamentos de fase iguais, então isso não representa nenhum
problema.
Figura 4. Difração produzida por uma fenda única retangular. O lado comprido da
fenda é perpendicular ao plano da figura.

Fonte: Modificação de Sear & Zemansky (2016, p. 124).

A difração de Fresnel é ilustrada na Figura 4b; as situações exibidas nas figuras


4c e 4d, nas quais os raios emergentes são considerados paralelos, são chamadas

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de difração de Fraunhofer. Podemos deduzir de modo bastante simples as
características da difração de Fraunhofer para o caso da fenda simples. Inicialmente
consideramos duas pequenas faixas, uma limitada por um raio logo abaixo da
extremidade superior da fenda e outra começando em seu centro, como mostrado na
Figura 5. A diferença entre os dois caminhos dos raios indicados até o ponto P é igual
a (a/2) sen (u), onde a é a largura da fenda e u é o ângulo entre a perpendicular ao
plano da tela e a reta que liga o centro da fenda com o ponto P. Suponha que essa
diferença seja igual a l/2; nesse caso, as ondas provenientes das duas faixas atingem
o ponto P, com uma defasagem de meio ciclo, e ocorre cancelamento das ondas
Huygens (YOUNG & FREEDMAN, 2016, p. 125).

(1)
O sinal mais ou menos (+ -) da Equação 1 afirma que existem franjas escuras
simétricas acima e abaixo do ponto O na Figura 5a. A franja superior ( θ > 0) aparece
em um ponto P atingido por uma onda proveniente da metade inferior e que vai até
uma distância além de P que é l/2 maior que a distância percorrida pela luz da metade
superior; a franja inferior (θ < 0) aparece em um ponto em que a luz proveniente da
metade superior se desloca l/2 além da distância percorrida pela luz da metade
inferior.
Figura 5. Seção reta de uma fenda horizontal. Quando a distância x até a tela é muito
maior que a largura a da fenda, os raios provenientes de pontos situados a uma distância a/2 podem
ser considerados paralelos.

8
Fonte: Modificação de Sear & Zemansky (2016, p. 126).

(2)
Se a largura da fenda for igual a dez comprimento de onda ( a = 10λ), as franjas
+ 1 + 2 + 3
escuras aparecem quando 𝑠𝑒𝑛𝜃 = , , …. Entre duas franjas escuras
_ 10 _ 10 _ 10

consecutivas existe sempre uma franja brilhante. No entanto, também que 𝑠𝑒𝑛𝜃 = 0
corresponde a uma franja brilhante, nesse caso, a luz proveniente da fenda inteira
chega em fase ao ponto p. Portanto, seria errado fazer m=0 na equação 2.
Para a luz, o comprimento de onda l é da ordem de 500 nm = 5 x10- 7 m.
Geralmente isso é muito menor que a largura a da fenda; a largura típica de uma fenda
é 10-2 cm = 10 -4m. Portanto, os valores de u na Equação 2 costumam ser tão pequenos
que a aproximação senθ ≈ θ (onde θ é dado em radianos) é muito boa. Nesse caso, a
referida equação pode ser escrita na forma

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Além disso, se a distância entre a fenda e a tela for x, como na Figura 5a, designando
por ym a distância vertical entre a franja escura de ordem m e o centro da figura, então
tan θ = ym/x. Se o ângulo é pequeno, também podemos aproximar tan θ por θ (em
radianos), de modo que obtemos

(3)

Figura 6. Fotografia da figura de difração de Fraunhofer de uma fenda


horizontal simples

Fonte: Modificação de Sear & Zemansky (2016, p. 127).

A Figura 6 é a fotografia de uma figura de difração produzida em uma fenda simples


+ + +
com os mínimos 𝑚 = 1, − 2 𝑒 3 indicados. A franja brilhante central é mais larga
− −

que as outras franjas brilhantes; na aproximação de ângulo pequeno usada na


Equação 3, ela tem exatamente o dobro da largura (YOUNG & FREEDMAN, 2016, p.
127).

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2. OBJETIVO.
A finalidade desta experiência é estudar os fenômenos da interferência de luz por
fendas duplas e conceituar interferências construtivas e destrutivas.

3. PARTE EXPERIMENTAL.
3.1. EQUIPAMENTOS.
• simulador PHET Interactive Simulations: Interferência de Onda.

3.2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS.

Abriu-se o simulador onde temos 4 opções, como ondas, interferências, fendas e


difração, escolheu-se a opção fendas. Na tela inicial deparou-se com diversas
configurações, onde estão apresentadas na figura 7 logo abaixo.
Figura 7. Tela inicial do simulador.

Ilustrado por: Batista & Gomes.

No menu superior a direita, definiu-se a opção laser e marcou-se as opções gráficos,


tela e intensidade. Colocou-se duas fendas na área de visualização, onde definiu-se
a largura da fenda igual a 200nm e a fenda de separação igual a 1550 nm. Com isso,

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escolheu-se o feixe de luz como vermelho e ajustou-se a posição da fenda de acordo
com a preferência dos ilustradores.
Figura 8. Configuração do simulador.

Ilustrado por: Batista & Gomes.

Logo pausou-se o simulador, onde mediu-se com a régua os percursos de r1, r 2, d,


R e o comprimento de ondas através do gráfico. Portanto, anotou-se os dados na
tabela 1.
Tabela 1. Dados obtidos através do comprimento de onda.
cor r1 r2 d R λ ym f
Feixe 3414,8 2959,6 1578,9 3992,5 725,6 1360,115 4,134x10^14
vermelho nm nm nm nm nm nm Hz

𝑐 3𝑥108
𝐶 = 𝜆𝑓 → 𝑓 = = → 𝑓 = 4,134𝑥1014 𝐻𝑧
𝜆 725,6𝑥10−9
𝑅 · 𝑚𝜆 725,6
𝑦𝑚1 = → 𝑦1 = 3414,8 · → 𝑦 = 1569,397𝑛𝑚
𝑑 1578,9
𝑅 · 𝑚𝜆 725,6
𝑦𝑚2 = → 𝑦2 = 2959,6 · → 𝑦 = 1360,115 𝑛𝑚
𝑑 1578,9

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Para o procedimento 2, reiniciou-se o simulador, onde definiu-se a largura da fenda
igual a 200 nm e a fenda de separação igual a 2450 nm. Com isso, escolheu-se o
feixe azul, onde ajustou-se a fenda de acordo com a preferência dos ilustradores.
Figura 9. Configuração para o procedimento 2.

Ilustrado por: Batista & Gomes.

Logo pausou-se o simulador, onde mediu-se com a régua os percursos de r1, r 2, d,


R e o comprimento de ondas através do gráfico. Portanto, anotou-se os dados na
tabela 2.
Tabela 1. Dados obtidos através do comprimento de onda.
cor r1 r2 d R λ ym f
Feixe 3485,3 2712,5 2448,8 2744,8 478, 6 530.138 6,268x10^14
azul nm nm nm nm nm nm Hz

𝑐 3𝑥108
𝐶 = 𝜆𝑓 → 𝑓 = = → 𝑓 = 6,2681014 𝐻𝑧
𝜆 478,6𝑥10−9

𝑅 · 𝑚𝜆 478,6
𝑦𝑚1 = → 𝑦1 = 3485,3 · → 𝑦 = 681,176𝑛𝑚
𝑑 2448,8

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𝑅 · 𝑚𝜆 478,6
𝑦𝑚2 = → 𝑦2 = 2712,5 · → 𝑦 = 530,138 𝑛𝑚
𝑑 2448,8

Encontrou-se as posições das três primeiras franjas de máximos e mínimos. Portanto,


anotou-se os resultados na tabela 3.
Tabela 3. Máximos e mínimos.
Franjas Máximos Mínimos
m=1 340,588 𝑛𝑚 265,069 𝑛𝑚
M=2 1004,174 𝑛𝑚 795,207 𝑛𝑚
M=3 1702,940𝑛𝑚 1325,345𝑛𝑚

Máximo:
1
𝑅 · (𝑚 + 2) 𝜆
𝑦𝑚1 =
𝑑
3485,3 · 0,5 · 478,6
𝑚=1 → 𝑦𝑚1 = 340,588 𝑛𝑚
2448,8
3
𝑅 · (𝑚 + 2) 𝜆
𝑦𝑚2 =
𝑑
3485,3 · 1,5 · 478,6
𝑚=2 → 𝑦𝑚2 = 1004,174 𝑛𝑚
2448,8
5
𝑅 · (𝑚 + 2) 𝜆
𝑦𝑚3 =
𝑑
3485,3 · 2,5 · 478,6
𝑚=3 → 𝑦𝑚2 = 1702,940𝑛𝑚
2448,8
1
𝑅 · (𝑚 + 2) 𝜆
𝑦𝑚1 =
𝑑

Mínimo:
2712,5 · 0,5 · 478,6
𝑚=1 → 𝑦𝑚1 = 265,069 𝑛𝑚
2448,8

14
3
𝑅 · (𝑚 + 2) 𝜆
𝑦𝑚2 =
𝑑
2712,5 · 1,5 · 478,6
𝑚=2 → 𝑦𝑚2 = 795,207 𝑛𝑚
2448,8
5
𝑅 · (𝑚 + 2) 𝜆
𝑦𝑚3 =
𝑑
2712,5 · 2,5 · 478,6
𝑚=3 → 𝑦𝑚2 = 1325,345𝑛𝑚
2448,8

3.3. ANÁLISE DE DADOS E QUESTÕES

1) Um feixe coerente de luz de comprimento de onda 𝜆 incide sobre duas fendas


estreitas separadas por uma distância d. Quando d é menor que um certo valor
mínimo, não se forma nenhuma franja escura. Explique. Com base em 𝜆, qual deve
ser esse valor mínimo de d?
Solução: As franjas escuras se formam nos pontos em que I = 0. Esses pontos
ocorrem quando B é múltiplo de 2π. Quando B = 0 não fornece um mínimo, com isso,
B = 0, obtemos I = I0.

2) Uma luz coerente com comprimento de onda de 450nm incide sobre uma fenda
dupla. Em um anteparo a 1,80m de distância, a distância entre as franjas escuras
é 3,90mm. Qual é o espaçamento entre as fendas?
Solução:
𝑅 · 𝑚𝜆
𝑦𝑚 =
𝑑
450𝑥10−9
𝑦𝑚 = 1,80 ∗ 1 ∗ → 𝑦𝑚 = 207,692 𝑚
3,90𝑥10−9

4. CONCLUSÃO.

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A finalidade desta experiência é estudar os fenômenos da interferência de luz por
fendas duplas e conceituar interferências construtivas e destrutivas. Com isso, foi
possível realizar completamente o experimento a partir do simulador phet. Portanto,
com a conclusão do experimento foi possível esclarecer sobre franjas brilhantes,
franjas escuras, máximo, mínimo e comprimento de onda.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
https://phet.colorado.edu/sims/html/wave-interference/latest/wave-interference_pt_BR.html.
SEARS & ZEMANSKY; YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física IV: ótica e física moderna. São
Paulo: Pearson, 2016.

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