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Diferenças entre o diodo comum e o diodo laser:
• Ganho óptico: em determinada condição de operação, a quantidade de luz gerada
no interior do dispositivo é suficiente para contrabalançar as perdas;
• Realimentação de luz: faces do dispositivo são “cortadas” (clivadas)
perpendicularmente à junção e polidas, de forma a refletir luz de volta a
cavidade;
• Materiais semicondutores com band-gap direto: GaAs, InAs, InP, GaAsP,
GaInAs, InPAs, InGaAsP → determinaram os diferentes comprimentos de onda
de operação dos lasers semicondutores (Fig. 1).
E = E 2 − E1 = hf (1)
2
Numa estrutura do tipo daquela do laser semicondutor, as transições de elétrons
excitados para níveis mais baixos podem gerar luz de duas maneiras: espontânea e
estimulada.
• Espontânea: fótons são gerados aleatoriamente;
• Estimulada: geração de fótons acontece segundo um princípio quântico → a
presença de um fóton próximo a um elétron excitado estimula este elétron a
decair para um nível de energia mais baixo, gerando um fóton de mesma
freqüência, fase e momento.
3
Quando isto acontece, um nível de equilíbrio é atingido, com os níveis quasi-Fermi se
alinhando, e uma barreira de potencial é estabelecida (Fig. 4a). Quando a junção é
polarizada diretamente, o campo elétrico é reduzido permitindo um novo fluxo de
portadores por difusão através da junção. Apesar da região de depleção se estreitar sob
estas condições, é possível de se dizer que, durante este processo de difusão, tanto lacunas
como elétrons estarão simultaneamente presentes nesta região, tornando a probabilidade de
recombinação radiativa maior. Contudo, existe também a probabilidade de que estes fótons
possam ser absorvidos novamente pelo material, pois, normalmente, a população de
elétrons na banda de valência é maior que àquela na banda de condução. É somente quando
a tensão aplicada aos terminais exceder um determinado valor (limiar ou threshold) que o
número de portadores livres na junção aumenta de tal maneira que o número de fótons
gerados é suficiente para contrabalançar as perdas → condição de inversão de população
(ou transparência) → população de elétrons na banda de valência fica ligeiramente menor
que àquela na banda de condução. A partir deste momento, a junção pn é capaz de
amplificar luz uma vez que a tensão aplicada seja maior que àquela de limiar, ou seja, o
dispositivo passa a apresentar ganho óptico. Na verdade, esta tensão aplicada gera uma
corrente elétrica nos terminais do dispositivo → normalmente, utiliza-se a corrente como
parâmetro de referência para o laser.
Fig. 3 – Band-gap direto e indireto. (a) Lacunas e elétrons possuem mesmo momento, o
que propicia recombinação direta. (b) A diferença no momento entre elétrons e lacunas
exige que o elétron perca parte do seu momento na forma de interações com a rede
cristalina do semicondutor.
4
Isto gerou intensas pesquisas na área de estruturas de lasers semicondutores →
heteroestruturas → podem fornecer tanto confinamento óptico quanto elétrico (Fig. 5) →
material da junção (p ou n) possui um band-gap menor que o material que vem logo a
seguir na estrutura → os elétrons e lacunas vêem um poço de potencial na região de junção
e ficam confinados → ao mesmo tempo, o índice de refração destes materiais é maior que o
índice de refração dos materiais que vem a seguir → lei de Fresnell e reflexão total →
confinamento óptico. Diferentes configurações estruturais de lasers foram desenvolvidas
para este fim (Fig. 6).
Fig. 4 – Diagrama das bandas de energia de uma junção pn. (a) após o contato e sem
polarização; (b) sob polarização; (c) condição de transparência.
Com isto, acima da condição de limiar → todo par elétron-lacuna injetado na região
de junção (através do aumento da corrente de injeção) praticamente se recombina através
de emissão estimulada → isto faz com que a relação entre a corrente injetada e a potência
óptica produzida seja quase linear.
5
Fig. 5 – Diagrama de banda de energia para lasers semicondutores com heterostrutura
dupla.
6
A partir deste ponto, passa-se a estudar as características ópticas do laser
semicondutor com relação à densidade de corrente injetada J. Devido às características
estruturais de confinamento, os lasers apenas suportam modos de propagação da luz
(distribuição espacial da luz em guias de onda) TE ou TM (menos comum – modo TE tem
limiar relativamente menor que os dos modos TM). Outra característica única dos lasers
semicondutores é a de que não é apenas o ganho óptico que varia com a corrente de injeção
→ o índice de refração também (discute-se a razão física disto mais tarde) → isto é
interessante, pois não só potência óptica varia com o aumento da corrente de injeção, mas
também a freqüência de operação.
∂B
∇× E = − (2)
∂t
∂D
∇× H = J + (3)
∂t
∇⋅E = ρ (4)
∇⋅B = 0 (5)
D = εoE + P (6)
B = µo H (7)
J = σE (8)
∂
∇ × ∇ × E = ∇(∇ ⋅ E ) − ∇ 2 E = − µ o (∇ × H ) (9)
∂t
7
onde se utilizou também a Eq. (7). Utilizando-se as Eq. (3), (6) e (8), a Eq. (9) pode ser re-
escrita como:
∂E ∂2E ∂2P
∇(∇ ⋅ E ) − ∇ 2 E = − µ oσ − µ oε o 2 − µ o 2 (10)
∂t ∂t ∂t
∇ ⋅ D = ε o∇ ⋅ E + ∇ ⋅ P = 0 (11)
σ ∂E 1 ∂2E 1 ∂2P
∇ E−
2
− = (12)
ε oc 2 ∂t c 2 ∂t 2 ε o c 2 ∂t 2
onde c2 = 1/µoεo é o quadrado da velocidade da luz no vácuo. Para resolver a Eq. (12),
assume-se que o campo óptico varia harmonicamente com o tempo (qualquer campo pode
ser decomposto em componentes senoidais de Fourier). Assim, os termos da equação são
dados por:
[ ]
E ( x, y, z,t ) = Re E( x, y, z )e -jωt
(13)
P (x, y, z,t ) = Re[P( x, y, z )e ] - j ωt
σ k o2
∇ E + k 1 + j
2 2
=− P (15)
εo
o
εo ω
8
onde ko = ω/c = 2π/λ é o número de onda no vácuo. Utilizando-se Eq. (14) na Eq. (15):
∇ 2 E + εk o2 E = 0 (16)
ε = ε ′ + jε ′′ (17)
onde:
β = k o ε = k o n~ (20)
α
n~ = n + j (21)
2k o
9
n = ε ′ = ε b + Re( χ p )
k o ε ′′ k o σ (22)
α= = Im(χ o + χ p ) +
n n ε oω
Re(χ p )
n = ε b + Re( χ p ) ≅ ε b 1 + = n b + ∆n p (23)
2ε b
onde:
nb = ε b
Re(χ p ) (24)
∆n p =
2 nb
onde ∆np define a porção do índice de refração que varia com a presença de portadores
injetados e nb é o índice de refração do meio sem injeção. Por exemplo, em lasers de gás,
∆np ≈ 0 → a existência deste comportamento é exclusiva de lasers semicondutores.
O coeficiente de absorção dado pela Eq. (22) é formado por um termo que leva em
conta a absorção intrínseca do material, Im(χo), e um outro que leva em conta a sua redução
da absorção devido a presença da injeção de portadores externa, Im(χp). Como a
contribuição destes dois componentes é inversa, o aumento da injeção de corrente pode
levar a diminuição da absorção e a eventual condição de transparência. Normalmente, o
efeito destes dois componentes é combinado, definindo-se o ganho líquido g como:
Im(χ o + χ p )
ko
g=− (25)
n
10
Fig. 7 – Ilustração esquemática de um laser semicondutor.
O último termo da Eq. (22) leva em consideração outros tipos de perdas que
ocorrem no semicondutor, tais como a recombinação não radiativa de pares elétron-lacuna
e o espalhamento de portadores nos limites da região ativa. Contudo, levar em conta cada
um dos efeitos individualmente é uma tarefa difícil, de forma que suas contribuições para a
absorção total são consideradas coletivamente (αint) através da seguinte definição:
k oσ
α int = (26)
nε oω
α = α int − Γg (27)
R1 R2 e jβ 2 L = 1 (28)
11
onde se assumiu a amplitude do campo elétrico como unitária, para haver limiar e que o
coeficiente de propagação é dado pela Eq. (20). Separando-se as partes real e imaginária da
Eq. (28), obtém-se:
R1 R2 e −αL = 1
(29)
sin (2nk o L ) = 0
A primeira equação determina o ganho de limiar. Utilizando-se a Eq. (27), ele pode
ser escrito como:
Γg = α m + α int (30)
onde:
1 1
αm = ln (31)
2 L R1 R2
c
f = fm = m (33)
2nL
12
Fig. 8 – Ilustração do espectro de ganho para um laser semicondutor do tipo FP.
No cálculo do espaçamento entre modos, pode-se utilizar a Eq. (33). Contudo, para
materiais semicondutores, que são dispersivos, o índice de refração varia com a freqüência
f. Se a seguinte relação for utilizada:
onde o delta denota pequenas variações, o espaçamento intermodal pode ser obtido da Eq.
(33) e dado por:
c c
∆(nf ) = n∆f + f∆n = (ni +1 f i +1 ) − (ni f i ) = [(i + 1) − i ] = (35)
2L 2L
c c c
∆f = ≅ = (36)
∆n ∂n 2n g L
2 L n + f 2 L n + f
∆f ∂f
g (η ) = a(η − η o ) (37)
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fenomenológica, observou-se também que o índice de refração possui uma dependência
linear com a densidade de portadores. Assim:
∆n p = bη (38)
onde b também é um valor empírico. Cabe-se ressaltar que a densidade de portadores varia
muito pouco acima do limiar → quase todos os portadores extras que são injetados quando
se aumenta a corrente de polarização são transformados em fótons → a aproximação linear
empírica fica mais aceitável.
Se as Eq. (37), (38), (23), (24) e (25) são comparadas, pode-se obter a variação de χp
com a densidade de portadores:
a
χ p = nb 2b − j η (39)
ko
Re( χ p ) 2k o b
α lin = =− (40)
Im(χ p ) a
∂η
∂t
(
= D ∇ 2η +
J
qd
)
− R(η ) (41)
14
J = qdR (η ) (42)
η
R(η ) = + Rstη ph (43)
τe
onde o primeiro tempo representa a taxa de portadores que são perdidas por recombinações
devido a interação dos portadores com a rede cristalina do semicondutor e por emissões
espontâneas que acontecem durante o tempo de vida médio dos portadores τe. O segundo
termo leva em consideração a recombinação estimulada, que acontece a uma taxa Rst =
(c/ng)g(η) e depende da densidade de fótons na cavidade ηph.
(α m + α int )
η th = η o + (44)
aΓ
onde, a densidade de corrente esta relacionada a (44) através da Eq. (42), onde, no limiar,
pode-se desprezar a contribuição das emissões estimuladas:
η th
J th = qd (45)
τe
τp
η ph = η i (J − J th ) (46)
qd
1
τp = (47)
v g (α m + α int )
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onde vg = c/ng é a velocidade de grupo. Para a determinação da relação entre a potência
óptica e a corrente de injeção acima do limiar, basta observar que a densidade de fótons é
diretamente proporcional a potência de saída do laser e que a corrente de injeção I se
relaciona da mesma maneira com J.
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2. Lasers Semicondutores – equações de taxa
O propósito desta seção é o de discutir as características estáticas, espectrais e
dinâmicas de lasers semicondutores e sua relação com os principais parâmetros de operação
do dispositivo, os quais variam de acordo com a estrutura do laser em questão.
Basicamente, a operação desejada para o laser semicondutor requer que ele possua baixa
corrente de limiar, largura espectral estreita e resposta rápida a variações de corrente.
Portanto, é necessário que ferramentas sejam desenvolvidas para permitir acesso a relações
entre parâmetros do dispositivo, de maneira que a resposta do laser seja aprimorada e/ou
maximizada com relação a estas características. As equações de taxa oferecem condições
para que esta análise seja desenvolvida, oferecendo resultados que apresentam boa
concordância com investigações experimentais.
Para a obtenção das equações de taxa, necessita-se retornar a Eq. (12). De maneira a
se obter uma expressão válida para o vetor polarização induzida P, as dinâmicas do
material semicondutor devem que ser consideradas. Isto é extremamente complicado, pois
todos os processos de decaimento intra e interbanda devem ser considerados. Contudo, as
características dos materiais utilizados na confecção de lasers permitem que algumas
simplificações na análise de P sejam feitas. No caso de alguns tipos de materiais (a
maioria), o processo de decaimento de elétrons de um estado de energia para outro numa
mesma banda (intrabanda), seja por espalhamento devido a interações do tipo elétron-
elétron ou elétron-fónon, são tão rápidos comparados com o tempo de vida dos portadores e
com o tempo de vida dos fótons, que a Eq. (14) pode ser válida até para campos variantes
no tempo. Em outras palavras, os efeitos que os espalhamentos intrabanda podem ocasionar
na determinação dos momentos de dipolo que levam a expressão de P ocorrem tão
rapidamente que se pode considerar a resposta do material como instantânea, mesmo com a
oscilação temporal do campo no interior do material. Assim, substituindo-se a Eq. (14) na
(12), a equação de onda fica:
1 ∂ 2 εE
∇ E− 2
2 a f
=0
c ∂t 2 (48)
a f
E x, y, z, t =
1
2
a f a f a f af
x$ ψ x φ y sin kz E t e − jωt + c. c.
(49)
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simplificações, substituindo-se a Eq. (49) na Eq. (48), assumindo-se que o campo elétrico
varia lentamente no interior do material (derivada segunda de E(t) = 0), multiplicando-se o
resultado por ψ(x) e φ(y) e integrando-o para todo x e y. O tratamento utilizado para a
obtenção da equação de taxa está fora do escopo desta análise, pois envolve um longo
processo matemático para se chegar as expressões de ψ(x) e φ(y). Porém, os passo para o
procedimento estão dados e podem ser consultados em [1]. Assim, a equação de taxa é dada
por:
dE
=j
n′
a
ω −Ω E+ j
ω
f FG
Γ∆n p + j
α′
E
IJ
dt ng ng H 2 ko K (50)
onde n´ é o índice de refração efetivo do guia (leva em consideração o fato que não temos
uma onda plana propagando → se este fosse o caso, n´ = n), Ω corresponde a freqüência
angular de ressonância da cavidade (que, devido ao fato de que portadores injetados alteram
o índice de refração do material, nem sempre corresponde a freqüência angular de operação
ω → na maioria dos casos, os valores de ω e Ω são bem próximos) e α´ é o coeficiente de
absorção efetivo, que leva em conta também a perda nos espelhos:
α ′ = − Γg + α int + α m (51)
onde os termos que aparecem foram definidos anteriormente. Para que se possa separar a
Eq. (50) em uma parte real e uma parte imaginária, é usual se expressar E(t) como:
af af
E t = A t e − jγ a t f (52)
onde A(t) e γ(t) são, respectivamente, a amplitude e a fase de E(t). Se a Eq. (52) é
substituída na Eq. (50), tem-se:
dA 1
b
= vg Γg − α int + α m A
dt 2
g (53)
dγ n′ ω
= − (ω − Ω ) − Γ∆n p (54)
dt ng ng
onde a Eq. (51) foi utilizada para eliminar o termo α´. A Eq. (53) mostra que a taxa de
aumento na amplitude é igual ao ganho menos as perdas, uma vez que exista luz presente
na região ativa (multiplicação pelo próprio A). Isso foi obtido anteriormente através de
análises do comportamento de emissão e da física do dispositivo. O interessante é que as
equações de taxa foram obtidas das equações de Maxwell utilizando aproximações que
foram pré-estabelecidas [1] → qualquer necessidade de melhoria do modelo pode ser
propriamente atacada. A eq. (54) também é consistente com o que foi observado
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experimentalmente → a variação no índice de refração causada pela injeção de portadores
na cavidade é responsável pela variação da freqüência angular de operação ω.
dN ph LM
= G−
1 OP N + Rsp
dt MN τp PQ ph
(55)
onde:
G = Γgvg (56)
1
τp =
b
vg α int + α m g (57)
é o tempo de vida do fóton na cavidade do laser. O termo Rsp foi introduzido para levar em
consideração a contribuição do número de fótons gerado pelas emissões espontâneas, já
que, até agora, havia sido assumido que as únicas formas de recombinação radiativas eram
estimuladas. Se as Eq. (37), (38) e (40) forem utilizadas, pode-se rescrever a equação de
fase em termos do ganho do dispositivo, substituindo a variação do índice de refração por:
α lin
∆n p = − ∆g
2 k0 (58)
1
∆G = vg Γ∆g = G −
τp (59)
dγ
b 1
g1 F I
dt
= − ω − ω th + α lin G −
2 τp GH JK (60)
onde n´ ≈ ng e Ω é redefinido como ωth por razões que ficarão claras mais tarde. A última
equação diz que qualquer mudança no ganho leva a variações na fase do campo do laser.
Isto é esperado, pois, para haver variações no ganho, é necessário que se varie a corrente de
injeção, que por sua vez provoca alterações no índice de refração do material e, portanto, na
fase do campo.
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Como G depende de g, e g depende de η, é necessário que se utilize uma equação
que mostre o comportamento dos portadores no material semicondutor para que se possa
chegar a um conjunto mais completo de equações de taxa. Isto permitirá o modelamento e
quantificação de alguns resultados que são observados experimentalmente. Para isto,
utiliza-se a Eq. (41), que mostra como acontece a variação da densidade de portadores com
o tempo dentro do dispositivo e os mecanismos que contribuem para isto. Assume-se que o
dispositivo é bem projetado de forma que a parcela devida a difusão pode ser desprezada
(laser de heteroestrutura). Definindo o número de portadores como N:
z
N = ηdV = ηV = ηLwd
(61)
onde w representa a largura da região ativa do dispositivo. Se a Eq. (61) é substituída na Eq.
(41), a equação de taxa de portadores fica:
dN I N
= − − GN ph
dt q τ e (62)
onde I = wLJ é a corrente de injeção no dispositivo (assumindo-se que toda ela passa pela
região ativa).
Pode-se agora partir para as soluções das equações de taxa. Apesar das equações
parecerem bem comportadas, cada uma delas apresenta um termo cuja dependência é dada
em relação a outra equação de taxa. Desta forma, elas estão interligadas e soluções só
podem ser obtidas por métodos numéricos. Contudo, uma boa visualização do que está
acontecendo com o laser pode ser obtida se uma análise de pequenos sinais for empregada,
ou seja, assume-se que qualquer variação temporal ocorre como uma perturbação em torno
do ponto de operação estacionário do dispositivo. Para tanto, o primeiro passo consiste em
se determinar as soluções estacionárias para o sistema de três equações de taxa. Depois, de
posse das soluções estacionárias, introduz-se as perturbações e se faz a análise do
comportamento dinâmico. A partir da análise dinâmica, pode-se chegar a conclusões
quanto as características de ruído e de modulação do dispositivo.
Características Estacionárias
A soluções estacionárias podem obtidas fazendo-se as derivadas temporais das
equações de taxa iguais a zero. Da Eq. (55), o número de fótons estacionário é dado por:
Rsp
N ph =
F 1 − GI
GH τ JK
p
(63)
Desta equação pode-se chegar a uma descrição física do que está envolvido no
processo de limiar do laser, além de fornecer uma maneira de se obter a curva L-I. A
equação mostra que o laser pode ser considerado como um amplificador de ruído
regenerativo. No início do processo laser, são as emissões espontâneas que fornecem o
20
ruído de entrada que é amplificado pelo ganho do dispositivo advindo da injeção de
portadores. Contudo, ao contrário do que foi visto no tratamento inicial da física do laser
semicondutor, onde se assumiu o campo propagante como sendo plano, a Eq. (63) mostra
que o ganho necessário para se atingir o limiar deve ficar um pouco abaixo do valor de
perdas (caso contrário, teríamos um número de fótons negativo) e se aproxima do valor de
1/τe assimptoticamente conforme a potência óptica de saída aumenta.
Uma expressão para a curva L-I pode ser obtida substituindo-se a Eq. (63) na Eq.
(62) estacionária:
I N G
= +
q τe F 1 − GI R sp
GH τ JK
p
(64)
Da Eq. (64), pode-se obter uma relação entre a corrente de injeção I e o número de
portadores N. Cabe-se ressaltar que tanto 1/τe quanto Rsp dependem do valor de N para
funcionamento do laser abaixo do limiar (lembrar que, acima do limiar, N varia pouco de
tal modo que estes dois parâmetros podem ser considerados constantes nestas condições –
Fig. 11).
Utilizando-se as Eq. (37) e (56), G, que é uma função de N, pode ser escrito como:
a f F N −η I
G N = Γv g a
HV K o
(65)
21
a f L
τe N =
1
MN A N F I OP
N
2
nr + B +C
V H KQ
V
(66)
β sp BN 2
a f
Rsp N =
V (67)
onde Anr é a taxa de recombinações não radiativas que ocorrem na região ativa (devido a
defeitos e interfaces do semicondutor), βsp é o fator de emissão espontânea, que determina a
fração dos fótons produzidos por emissão espontânea que fazem parte do modo de
propagação do laser, B é um termo que leva em consideração a perda de elétrons devido a
recombinações espontâneas e C é um termo que leva em conta um tipo especial de
recombinação não radiativa que envolve a interação de quatro estados de energia de
partículas (três de elétrons e um de lacuna, dois de elétrons e dois de lacuna, e assim por
diante). Neste tipo de recombinação, conhecido como recombinação Auger, a energia
perdida durante uma recombinação é transferida a um outro elétron ou lacuna (em vez de se
transformar em fóton), que absorve esta energia e passa para um estado de energia mais alto
dentro da banda. Este elétron (ou lacuna) então decai para níveis mais baixos, em direção
ao seu equilíbrio térmico. No processo, a partícula perde energia na forma de vibrações que
são transferidas a rede cristalina do semicondutor.
1
Pout = hωvgα m N ph
2 (68)
onde ½ foi introduzido assumindo que a refletividade dos espelhos é igual. Do ponto de
vista prático, o parâmetro de interesse é a corrente de limiar Ith. Na Fig. 12, observa-se que
a variação de potência com a corrente é mais suave a medida que βsp se torna maior. Para a
definição de Ith, utiliza-se a o ponto extremo onde a variação da curva é mais abrupta, ou
seja, βsp → 0. Neste caso, a Eq. (64) fica:
22
Nth
Ith = q
b g
τ e Nth (69)
uma vez que o número de portadores pode ser considerado constante acima do limiar.
Características Dinâmicas
A maioria dos dispositivos semicondutores leva um tempo diferente de zero para se
ajustar a qualquer transiente. Ou seja, no caso do laser semicondutor, se um pulso é
aplicado a sua corrente polarização, as populações de elétrons e fótons oscilam durante um
intervalo até que os atinjam seus novos valores estacionários relativos ao novo valor de
corrente. Estas oscilações, conhecidas como oscilações de relaxação, são uma manifestação
do caráter de ressonância da cavidade do laser, onde a energia do sistema é trocada entre as
populações de elétrons e fótons antes do estado estacionário ser atingido. A Fig. 13 mostra
o comportamento do número de fótons e do número de portadores após se aplicar tal pulso.
Pode-se observar que os máximos para N e Nph estão defasados de, aproximadamente, 90
graus. Quando o pulso é aplicado, o número de portadores aumenta rapidamente. Acima do
limiar, estes portadores em excesso devem ser (na grande maioria) transformados em
fótons. Os fótons, então, começam a ser gerados e consomem rapidamente os elétrons
injetados, fazendo com que o número de portadores caia. Porém, se o número de portadores
cai, o número de fótons, após atingir seu máximo, também deve cair. Assim, com a queda
do número de fótons, o número de emissões estimuladas cai, o que dá condições ao número
de portadores de aumentar novamente. Este processo continua até que o equilíbrio seja
estabelecido. Como pode ser notado, existe um amortecimento no processo, caso contrário,
as oscilações ocorreriam indefinidamente. O efeito de oscilação é importante pois limita a
freqüência máxima de modulação direta da corrente do laser. De fato, é possível de se
observar experimentalmente que a resposta em freqüência à modulação direta da corrente
23
do laser é limitada pela freqüência das oscilações de relaxação. Através da análise dinâmica
das equações de taxa, pode-se chegar a uma estimativa do valor da freqüência de relaxação.
N ph = N pho + δN ph
N = N o + δN (70)
24
dδN ph
= − ΓNphδN ph + GN N phoδN
dt (71)
dδ N
dt
c
= − ΓN δN − G + GNph N pho δN ph h (72)
Rsp
ΓNph = − GNph N pho
N pho (73)
1
ΓN = + GN N pho
τe (74)
Para a obtenção das Eq. (71) e (72), o ganho G, agora uma função de N e Nph, cuja a
expressão é desconhecida, foi expandido numa série truncada de Taylor:
c h
G N , N ph = G + GN δN + GNphδN ph
(75)
onde GN = ∂G/∂N e GNph = ∂G/∂Nph. O valor de GNph é normalmente negativo, devido aos
efeitos de redução do ganho óptico para altas potências. Apesar da redução do ganho ser
menor que 1%, o que levaria hipótese de se desprezar GNph, a sua influência é grande na
taxa de decaimento de fótons. As Eq. (71) e (72) podem ser resolvidas assumindo-se uma
solução exponencial dependente do tempo para as oscilações δNph e δN:
δN ph = δN ph max e − ht
δN = δN max e − ht (76)
h = ΓR ± jΩ R (77)
ΓR =
1
2
cΓNph + ΓN h (78)
25
LM h OP
h − cΓ
2 1/ 2
− ΓNph
= cG + G hc N
ΩR N pho GN N pho
MN Nph
4 PQ (79)
Substituindo-se os valores dos parâmetros da Eq. (79), pode-se concluir que o valor
da freqüência angular das oscilações de relaxação gira em torno da faixa dos GHz. Isto
limita a modulação do laser a freqüências abaixo deste valor. Porém, o aprimoramento nas
técnicas de fabricação do laser tem compensado este efeito, possibilitado freqüências de
modulação maiores.
26
3. Lasers Semicondutores – ruído de amplitude e fase
Nas análises anteriores, foi assumido que tanto a potência óptica produzida pelo
laser quanto a sua freqüência de operação permaneciam constantes com o tempo uma vez
que a condição estacionária fosse alcançada. Como, na maioria dos casos, esse tipo de
comportamento é muito bom para ser verdade, o laser semicondutor apresenta certas
flutuações de intensidade e de fase. De uma maneira geral, estas flutuações tem origem na
natureza quântica do processo que leva a emissão de luz pelo laser. Desta forma, uma
descrição propriamente dita do que acontece no dispositivo depende de uma formulação das
equações de taxa baseada na mecânica quântica (o que envolve um tratamento estatístico).
Em geral, o ruído de intensidade atinge seu pico nas vizinhanças do limiar e tende a
decrescer conforme a corrente de polarização aumenta. Será visto que o espectro do ruído
de intensidade atinge um pico próximo da freqüência das oscilações de relaxação como
uma conseqüência da ressonância intrínseca do laser. Já as flutuações de fase produzem um
alargamento dos modos longitudinais do dispositivo e são responsáveis pela largura de
linha do laser.
dN ph LM
= G−
1 OP N af
+ Rsp + FNph t
dt MN τp PQ ph
(80)
dN I N
= − − GN ph + FN t
dt q τ e
af
(81)
dγ
b 1
g 1 F I af
dt
= − ω o − ω th + α lin G −
2 τp GH
+ Fγ t JK (82)
af
Fi t = 0 (83)
27
af a f
Fi t Fj t ′ = 2 Dijδ t − t ′ a f (84)
onde Dij são os coeficientes de difusão associados com as fontes de ruído. Um análise
apropriada de como se chegar a expressões para as Eq. (83) e (84) pode ser obtida em [2] e
[3]. Assim:
Rsp
DNph Nph = Rsp N pho Dγ γ = DNphγ = 0
4 N pho (85)
No
DN N = Rsp N pho + DNph N = − Rsp N pho DN γ = 0
τe (86)
dδN ph
dt
= − ΓNphδN ph + GN N phoδN + FNph t af (87)
dδ N
dt
c
= − ΓN δN − G + GNph N pho δN ph + FN t h af (88)
dδγ 1
dt
= α lin GN δN + Fγ t
2
af (89)
Notar que foi necessário se considerar a equação de fase para levar em conta, mais
tarde, as flutuações na freqüência do laser e a determinação de sua largura de linha. A
dependência não linear do ganho com relação à potência óptica é considerada através do
termo GNph. Contudo, a contribuição deste termo pode ser desprezada na equação de fase
devido ao fato que sua contribuição para a variação do índice de refração é muito menor
frente a variação provocada pela flutuação dos portadores de carga.
~
af
f ω = z−∞
+∞
af
f t e − jωt dt
(90)
28
~
δN ph ω =
b Γ + jω g F + G N F
N
~ ~
a f bΩ + ω − jΓ gbΩ − ω + jΓ g Nph N pho N
R R R R (91)
δN aω f =
~ c Γ + jω h F − cG + G N h F
Nph
~
N
~
o Nph pho Nph
bΩ + ω − jΓ gbΩ − ω + jΓ g
R R R R (92)
1 F~ 1
δγ~aω f = F + α G δN I
~
jω H 2
γ
K
lin N
(93)
As Eq. (91) e (92) mostram que o ruído tende a aumentar quando a freqüência
angular tende para o valor da freqüência angular das oscilações de relaxação devido a
intrínseca ressonância com relação às populações de fóton e portadores. De posse das
equações acima, pode-se ter uma idéia de como os processos de emissão espontânea e
recombinação de portadores podem afetar a intensidade de luz emitida pelo laser, a fase
óptica e a população de portadores.
Ruído de Intensidade
A potência óptica emitida pelos lasers flutua em torno do seu valor estacionário.
Geralmente, este ruído pode causar problemas em sistemas de transmissão de longa
distância. Isto pois, após a propagação pela fibra, o sinal do laser é atenuado, chegando ao
fotodetector em tais níveis (baixo número de fótons) que as flutuações ocasionadas pelo
ruído podem ser interpretadas como bits sendo transmitidos. O espectro de potência destas
variações pode ser medido quando se detecta o sinal de saída do laser utilizando-se um
fotodetector de banda larga e um analisador de espectro. Esta medida fornece o espectro de
ruído associado com a potência total emitida. Normalmente, o ruído de intensidade é
caracterizado pelo ruído de intensidade relativa (relative intensity noise – RIN), definido
como:
RIN =
af
SNph ω
2
N pho (94)
onde a densidade espectral é dada por (lembrando que, para variáveis aleatórias, a
densidade espectral é a transformada de Fourier da autocorrelação):
af
SNph ω = z −∞
+∞
a f af
δN ph t + τ δN ph t e − jωτ dτ
(95)
af
SNph ω = lim
1 ~
T →∞ T
δN ph ω af 2
= lim
1 ~
T →∞ T
~*
δN ph ω δN ph ω af af (96)
29
As únicas variáveis da Eq. (91) são aquelas que representam as fontes de ruído. Se a
Eq. (91) é substituída na Eq. (96) e, utilizando a Eq. (84) (lembrar que o processo é
estocástico), pode-se escrever que:
lim
1 ~
T →∞ T
af af
~
Fj ω Fi * ω = 2 Dij
(97)
o que implica que as fontes de ruído apresentam um espectro branco (fontes de ruído
branco). Utilizando-se as Eq. (97), (85) e (86), o ruído relativo de intensidade pode ser
expresso como:
LMc h F No I OP
2 Rsp ΓN2 + ω 2 + GN2 N pho
MN
2
1+ GH JK
τ e Rsp N pho
− 2ΓN GN N pho
PQ
RIN =
N pho bΩ R −ω g 2
+ ΓR2 bΩ + ω g + Γ
R
2 2
R
(98)
Uma outra medida do ruído de intensidade pode ser fornecida através da função
auto-correlação Cpp(τ), definida como:
af
C pp τ =
af a f
δN ph t δN ph t + τ
2
N pho (99)
30
Das Eq. (94) e (95), pode-se relacionar a autocorrelação com o RIN através de:
af
C pp τ =
1
2π z −∞
+∞
af
RIN ω e jωτ dω
(100)
af
C pp τ =
Rsp e − ΓRτ L Γ + b Ω + jΓ g
Re M e
2
R R
2
e − j Γ Rτ
OP
2ΓR N pho MN Ω bΩ + jΓ g
R R R PQ (101)
onde
F No I
Γe2 = ΓN2 + GN2 N pho
2
1+ GH τ e Rsp N pho JK
− 2ΓN GN N pho
(102)
SNRlaser =
1
=
2ΓR N pho FG1 + Γ IJ 2
e
−1 / 2
=
2ΓR N pho
Cpp 0 af Rsp H Ω +Γ K2
R
2
R Rsp
Γe2 << Ω 2R + ΓR2 (103)
Ruído de Fase
A natureza quântica associada ao processo de emissão do laser afeta tanto a
intensidade de saída do laser quanto a fase do campo elétrico no seu interior. A mudança de
fase causa a variação da freqüência de operação, lembrando que a derivada da fase é igual a
freqüência. O ruído de fase é importante na hora de se classificar o desempenho de sistemas
que trabalham com modulação ou chaveamento de fase ou freqüência de lasers. O resultado
mais marcante devido a presença de flutuações de fase no interior do dispositivo é a
considerável largura de linha que os lasers apresentam. Isto pode limitar tanto o
31
funcionamento de sistemas coerentes quanto o número de canais possíveis em sistemas
WDM densos.
af
Sγ& ω = ωδγ~ ω af 2
(104)
R| α lin
U|
af Rsp Ω 4R
2
Sγ& ω ≅
2 N pho
S|1 + cΩ − ω h + b2ωΓ g |
2 2
V 2
T W
2
R R
(105)
A Eq. (105) mostra que o espectro de ruído é relativamente plano quando ω << ΩR e
tende a um pico na freqüência das oscilações de relaxação. Embora as fontes de ruído sejam
brancas, o ruído nas vizinhanças da freqüência das oscilações de relaxação é amplificado
pela ressonância intrínseca manifestada pelo laser semicondutor.
A largura de linha do modo propagando no laser pode ser obtida a partir do espectro
de potência da luz, calculado aplicando-se a transformada de Fourier à auto-correlação do
campo (a fase deste campo é aleatória e varia como tempo):
af
SE ω = z−∞
+∞
a f af
E * t + τ E t e − jωτ dτ
(106)
32
af c
E t = N pho + δN ph h1/ 2
e b o o g
− j ω t +γ +δγ
(107)
af
SE ω = N pho z−∞
+∞
e j∆τ γ e b o g dτ
− j ω −ω τ
(108)
onde
a f af
∆ τ γ = δγ t + τ − δγ t (109)
é a diferença das flutuações de fase e dois intervalos de tempo distintos. Assumindo que
este termo tenha uma distribuição Gaussiana, a média da Eq. (108) pode ser calculada:
−
1
b g
∆τ γ
2
e j∆τ γ = e 2
(110)
onde a variância associada com o processo ∆τγ é representada pelo termo na exponencial a
menos do ½. A variância do processo é dada por [4-9]:
b∆ γ g 2
=
Rsp RSc1 + α bhτ + α b cosa3δ f − e
2
2
lin − Γ Rτ
b
cos Ω Rτ − 3δ g UVW
τ
2 N pho T 2Γ cos δ
lin
R (111)
onde
ΩR
b=
Ω 2R + ΓR2
δ = arctan
FG Γ IJR
HΩ K R (112)
Substituindo as Eq. (111) e (110) na Eq. (108), o espectro pode ser obtido
numericamente. A Fig. 15 mostra o resultado para metade do espectro. Ele consiste de um
pico dominante localizado na freqüência central e picos satélites localizados em , onde m é
um inteiro. Na prática, somente o primeiro pico é observado experimentalmente. Conforme
a potência óptica do laser aumenta, a amplitude dos picos laterais diminui. A origem destes
picos laterais é relacionada com as oscilações de relaxação (termo b). Quando o laser opera
acima de poucos miliwatts, somente o pico principal é observado experimentalmente.
33
a f af
∆ τ γ = δγ t + τ − δγ t =
1
2π z
−∞
+∞
a fc h
δγ~ ω e jωτ − 1 e jωt dω
(113)
onde
a fc
F ∆ τ γ = δγ~ ω e jωτ − 1 h (114)
af af a f
R∆ u = ∆ τ γ ∗ t ∆ τ γ t + u =
1
2π z
−∞
+∞
F ∆τ γ
2
e juω dω
(115)
b∆ γ g
τ
2
= R∆ 0 = af z
1 +∞
2π −∞
F ∆τ γ
2
dω =
=
1
2π z−∞
+∞
a fc h dω
δγ~ ω e jωτ − 1
2
=
1
π z−∞
+∞
δγ~aω f 1 − cosaωτ f dω
2
(116)
34
b∆ γ g
τ
2
=
1
π z +∞
−∞
Sγ& ω a f 1 − cosω aωτ f dω 2
(117)
R| 1
R
z |S| 2 NR
R|
S|1+ L
2
α lin Ω 4R
U| U| 1− cosaωτ f
VV
U|
|Se |Ve
+∞ sp
z
− dω
2π −∞
T NMd Ω
2 2
i b 2ωΓ g OQP |W ||W ω 2
af
2
|T
2
R −ω
SE ω = N pho
+∞ pho + R
b g dτ
− j ω −ω o τ
−∞
|| ||
T W (118)
af R| z LMM 2 NR d1+α U|
i OPP 1− cosω aωτ f dω − j bω −ω gτ
z
1 +∞ sp
SE ω
2
−
+∞
S|e N Q V|
−∞ lin
2π 2
= pho
e dτ o
N pho
T W
−∞
z
Rsp
− d1+α iτ 2
e b o g dτ
+∞ 4 N pho
lin
− j ω −ω τ
= e
−∞
= z+∞
−∞
e − π∆flinτ e b o g dτ
− j ω −ω τ
(119)
onde
Rsp
∆flin =
4πN pho
c1 + α h = ∆f c1 + α h
2
lin o
2
lin
(120)
af
SE f =
SE 0
L 2b f − f g OP 2
1+ M o
N ∆f Q lin (121)
onde
2
8 N pho
SE 0 =
c
Rsp 1 + α lin
2
h (122)
35
O gráfico da Eq. (121) é mostrado na Fig. 16, onde foi assumido que fo = 0 Hz.
Pode-se observar que a curva é uma Lorentziana centrada em fo. O espectro de potência cai
para metade de seu valor quando, no denominador, 2(f-fo) = ∆flin → portanto, define-se a
largura de linha do laser FWHM ∆flin como sendo o intervalo de freqüência 2(f-fo) cujas
extremidades correspondem a valores de freqüência onde o espectro de potência cai para a
metade.
1
Espectro de Potência Normalizado
∆flin
0.5
0
20 10 0 10 20
Freqüência (MHz)
Pode-se observar que, como esperado, a largura de linha do laser depende da taxa de
emissões espontâneas, que leva a fonte de ruído de fase. Porém, o valor de largura de linha
é “amplificado” pelo fator de melhoramento de largura de linha. Os fótons emitidos
espontaneamente e com fase aleatória alteram a potência óptica na cavidade do laser, o que
induz uma variação do ganho óptico, levando a uma diferente a densidade de portadores. A
variação do número de portadores leva a mudanças no índice de refração, que por sua vez,
altera a fase aleatoriamente. No princípio, acreditava-se que a largura de linha para lasers
semicondutores era da ordem do termo ∆fo na Eq. (120), já que αlin é praticamente zero para
outros lasers. Porém, resultados experimentais divergiam desta teoria e foi apenas com a
modelagem mais correta do laser que se pode explicar o fato. Também, observa-se que a
largura de linha depende do número de fótons na cavidade. Isto pode ser comprovado
experimentalmente, utilizando métodos interferométricos para a medida da largura de linha.
36
4. Lasers Semicondutores – resposta a modulação
dN ph LM
= G−
1 OP N + Rsp
dt MN τp PQ ph
(55)
dγ
b 1
g 1 F I
dt
= − ω − ω th + α lin G −
2 τp GH JK (60)
dN I N
= − − GN ph
dt q τ e (62)
Sob modulação direta da corrente, a corrente I da Eq. (62) passa a ser variante com
o tempo e é composta duas partes:
af af
I t = Ib + I m t (123)
37
são obtidos das Eq. (55), (60) e (62) fazendo as derivadas iguais a zero. O efeito da corrente
de modulação Im(t) é o de provocar as perturbações δNph, δN e δγ em torno dos valores
estacionários que variam periodicamente com a freqüência angular de modulação ωm. Para
a análise de pequenos sinais, assume-se que Im(t) é pequeno o suficiente para que as
amplitudes das perturbações resultantes sejam bem menores que os respectivos valores
estacionários em qualquer instante. A profundidade de modulação é um parâmetro que
indica o grau de validade desta última suposição e é definida como:
(δN )
ph max [I m (t )]max
m= = (124)
N pho I b − I th
A análise de pequenos sinais é valida somente quando m << 1. Assumindo que isto
acontece, as equações de taxa para as perturbações podem ser obtidas de maneira similar ao
que foi apresentado na seção 2, resultando nas Eq. (87), (88) e (89) sem as fontes de ruído:
dδN ph
= − ΓNphδN ph + GN N phoδN
dt (125)
dδN
dt
c I
= − ΓN δN − G + GNph N pho δN ph + m
q
h (126)
dδγ 1
= α lin GN δN
dt 2 (127)
onde, na Eq. (126) aparece o termo Im/q que representa a fonte das perturbações (aparece
naturalmente, durante os passos matemáticos). As Eq. (125) a (127) são facilmente
solucionadas no domínio da freqüência, após a transformada de Fourier:
GN N pho
~
af
Im ω
~
a f bΩ
δN ph ω =
+ ω − jΓR gb
q
Ω R − ω + jΓR g
R (128)
h af
~
Im ω
c ΓNph + jω
~
a f bΩ
δN ω =
+ ω − jΓR gb
q
Ω R − ω + jΓR g
R (129)
af
δγ~ ω =
1
2 jω
~
α lin GN δN ω af
(130)
onde
38
~
af
Im ω = z
−∞
+∞
af
Im t e − jωt dt
(131)
Modulação de intensidade
A análise anterior pode ser utilizada para observar a resposta em freqüência da
modulação de intensidade do laser. Por simplicidade, assume-se o caso de uma modulação
senoidal:
af
Im t = I p sin(ω m t )
(132)
~
af
Im ω = z
−∞
+∞
b g b
I p sin ω m t e − jωt dt = − jπI p δ ω − ω m − δ ω + ω m g b g (133)
Se a Eq. (133) é substituída na Eq. (128), após algumas passagens, é possível aplicar
a transformada inversa de Fourier para produzir:
af
δN ph t = δN pho sin ω m t + Θ pc h (134)
onde
Ip
GN N pho
q
δN pho =
cω h 2 1/ 2
2
m − Ω 2R − ΓR2 + 4ω 2m ΓR2
(135)
Θ p = arctan
FG 2ω m ΓR IJ
Hω 2
m − Ω 2R − ΓR2 K (136)
39
valores de freqüência de modulação < ΩR, porém tende a apresentar um pico a medida que
esta freqüência se aproxima da freqüência das oscilações de relaxação. Acima de ΩR, a
resposta cai rapidamente indicando que o laser não consegue mais responder as altas
velocidades de modulação. Como esperado, o aumento no amortecimento das oscilações de
relaxação tende a diminuir o pico em torno de ΩR.
Fig. 18 – Resposta à modulação medida para um laser de heteroestrutura para três níveis
diferentes de polarização e levando em conta os efeitos parasitas.
40
Modulação em freqüência e chirping
Devido a mudança do ganho e do índice de refração do laser com a variação da
população de portadores no interior da região ativa, chega-se a conclusão que a modulação
da corrente do laser leva a modulação simultânea da intensidade e da freqüência do laser.
Na seção anterior, foi visto que a faixa de freqüências de modulação em intensidade é
limitada pela freqüência das oscilações de relaxação. Cabe-se, agora, analisar como se
comporta a resposta da freqüência do laser em relação à modulação direta da corrente. Se a
freqüência estacionária de operação do laser é fo = ωo/2π, a variação de freqüência com a
modulação pode ser obtida através de:
af
δf t =
1 dδγ t af
2π dt (137)
dδγ taf
=
1
z +∞
af
jωδγ~ ω e jωt dω
dt 2π −∞
(138)
cΓ ~
h af
afα G
δf t = lin 2 N
8π q zb
+∞
−∞
Nph + jω Im ω
gb
Ω R + ω − jΓR Ω R − ω + jΓR g e jωt dω
(139)
δf (t ) = δf o sin (ω m t + Θ c ) (140)
onde
α G I LM ω 2m + ΓNph
2 OP 1/ 2
δfo = lin N p
4πq MN cω 2
m − Ω 2R − ΓR2 h + 4ω
2 2
m Γ PQ
2
R
(141)
F ω I + arctanF 2ω m ΓR IJ
Θ c = arctan GH Γ JKm
GH ω 2
− Ω 2R − ΓR2 K
Nph m
(142)
41
A Eq. (140) mostra que a freqüência do laser varia periodicamente em resposta a
modulação da corrente e que δfo é o valor máximo que a mudança de freqüência pode
sofrer. Na Fig. 19, similarmente à resposta da modulação em intensidade, δfo sobe
rapidamente quando a freqüência de modulação se aproxima de ΩR. Pode-se observar que o
chiping tende a ser maior por volta de 2 GHz quando fm = fR/2 e que, conforme a potência
óptica média de saída aumenta (o que é aproximadamente igual a potência óptica devido a
polarização DC do laser), o efeito do chirping é menor.
10
1 10
Chirping (Hz)
9
1 10
8
1 10
8 9 10
1 10 1 10 1 10
Freqüência de Modulação (Hz)
1 mW
2 mW
3 mW
42
decorrentes da existência simultânea de AM e FM com a modulação de corrente, ou seja,
com a oscilação do número de portadores no interior de sua cavidade.
Fig. 20 – Espectro de potência experimental para um laser sob modulação senoidal em 100
MHz, onde a amplitude da corrente de modulação aumenta gradativamente.
Fig. 21 – Espectro de potência calculado para um laser sob modulação senoidal em 1GHz,
mostrando a geração de bandas laterais de FM.
43