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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

(Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho - 1792)


SEÇÃO DE ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO
Curso de Graduação em Engenharia de Fortificação e Construção
Área de Estruturas

Concreto Protendido
Ruptura a flexão (ELU)

Cel R1 Eudes
Ações
As ações provocam esforços ou deformações nas estruturas, podendo ser
classificadas em:

1. Ações Permanentes: ocorrem com valores constantes ou de pequena


variação em torno da sua média, durante vida útil da estrutura.

• Ações permanentes diretas: são forças aplicadas diretamente na


estrutura. Ex.: PP da estrutura, sobrecarga permanente, peso de aterros não
removíveis, empuxos de terra e instalações permanentes;

• Ações permanentes indiretas: são deformações impostas à


estrutura. Ex.: retração, recalque de apoio e protensão.

Concreto Protendido
Ações

2. Ações Variáveis: ocorrem com valores variáveis significativos em torno da


sua média, durante vida útil da estrutura.

• Ações variáveis normais: apresentam alta probabilidade de


ocorrência e sua consideração é obrigatória. Ex.: carga móvel, variações de
temperatura, pressões hidrostáticas, ações do fluxo de água e vento;

• Ações variáveis especiais: apresentam natureza e/ou intensidade


fora das situações previstas e devem ser definidas para serem consideradas.
Ex.: veículos de transporte de carga pesadas especiais e ações sísmicas.

• Ações Excepcionais: ocorrem com duração extremamente curta e


muita baixa probabilidade de ocorrência durante a vida útil da estrutura. Ex.:
explosões, choques de veículos, incêndios, enchentes ou sismos
excepcionais.

Concreto Protendido
Estados Limites
Segundo a NBR 6118:2014 e a NBR 8681:2003:

Estado Limite: estado a partir do qual a estrutura apresenta desempenho


inadequado às finalidades da construção, podendo ser:

Estado Limite Último (E.L.U.): estado que, pela sua simples


ocorrência, caracteriza a paralisação, no todo ou em parte, do uso da
construção, correspondendo à ruptura ou deformação plástica excessiva.

Estado Limite de Serviço (E.L.S.): estado caracterizado por efeitos


estruturais que comprometam a durabilidade da estrutura ou o conforto do
usuário.

Concreto Protendido
Carregamentos

Concreto Protendido
Carregamentos

As condições usuais de segurança de uma estrutura se caracteriza por:

Rd ≥ Sd
Sd representa os valores de cálculo dos esforços atuantes
Rd representa os valores de cálculo dos correspondentes esforços resistentes

• Solicitações de cálculo: em geral, considera-se apenas o carregamento


normal, salvo se estiver expresso em norma relativa ao tipo de construção e
de material empregados, ou por exigência do proprietário da obra ou das
autoridades governamentais nela interessadas.

• Os valores de cálculo dos esforços resistentes são determinados a partir dos


valores de cálculo das resistências dos materiais adotados no projeto, ou das
tensões resistentes de cálculo.

Concreto Protendido
Carregamentos
As solicitações de cálculo podem ser definidas para o ELU e para o ELS. Em
ambos, devem-se multiplicar os esforços solicitantes característicos, advindos
da análise estrutural, pelos respectivos coeficientes de ponderação γf.

ELU: γf = γf1. γf2. γf3

γf1 considera a variabilidade das ações


γf2 considera a simultaneidade de atuação das ações, representado pelo
coeficiente Ψ0; é um coeficiente de redução
γf3 considera possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações

No ELS: γf = γf2

γf2 = 1,0 para combinações raras


γf2 = 1,0 para combinações frequentes, é um coeficiente de redução
γf2 = 1,0 para combinações quase-permanentes, é um coeficiente de redução

Concreto Protendido
Coeficientes de Ponderação
NBR 8681:2003

Concreto Protendido
Coeficientes de Ponderação
NBR 8681:2003

Concreto Protendido
Coeficientes de Ponderação
NBR 8681:2003

Concreto Protendido
Coeficientes de Ponderação
NBR 6118:2014

Concreto Protendido
Coeficientes de Redução
NBR 8681:2003

Concreto Protendido
Coeficientes de Redução
NBR 8681:2003

Concreto Protendido
Combinações das Ações

Combinações Últimas (NBR 8681:2003)

As ações permanentes são consideradas em sua totalidade e em todas as


combinações últimas.

As ações variáveis são consideradas apenas se produzem efeitos


desfavoráveis.

Em casos especiais devem ser consideradas duas combinações: numa delas,


admite-se que as ações permanentes sejam desfavoráveis e na outra que
sejam favoráveis para a segurança.

Concreto Protendido
Combinações das Ações

Concreto Protendido
Combinações das Ações

Concreto Protendido
Combinações das Ações

Concreto Protendido
Combinações das Ações

Concreto Protendido
Estado Limite Último

Estado Limite Último (E.L.U.)

• Perda de equilíbrio, global ou parcial, admitida a estrutura como corpo rígido

• Ruptura ou deformação plástica excessiva dos materiais

• Transformação da estrutura, no todo ou em parte, em sistema hipostático

• Instabilidade por deformação

• Instabilidade dinâmica

• Fadiga

Concreto Protendido
Estado Limite Último

Estado Limite Último (E.L.U.)

• ELU de Ruptura

Corresponde à situação de esgotamento dos materiais, basicamente pela ação


de momentos fletores, momentos torsores e solicitações normais e de
cortante.

O aço ou o concreto atingem o limite convencional de resistência, além do


comportamento elástico no Estádio III.

Concreto armado: dimensionamento no ELU e verificações no ELS.

Concreto Protendido: dimensionamento no ELS, com a análise de tensões no


Estádio I. A verificação no ELU, no Estádio III, é complementar.

Concreto Protendido
Estado Limite Último

Estado Limite Último (E.L.U.)

• ELU de Ruptura

Flexão: deformações excessivas no aço (10‰) ou no concreto (3,5‰ –domínios


2, 3 e 4 para fck ≤ 50 MPa); no CP, o alongamento de 10‰ é contabilizado após
as deformações de pré-alongamento.

A resistência de cálculo do concreto, considerando o efeito Rüsch, é de 0,85fcd.


Como γc = 1,40, o valor de 0,85fcd corresponde a 0,60fck.

Concreto Protendido
Estado Limite Último

Estado Limite Último (E.L.U.)

• ELU de Fadiga

Ruptura do material com tensões inferiores à tensão de escoamento,


decorrentes da repetição das cargas variáveis em serviço. A NBR 6118:2014
considera 2x106 ciclos de carregamento que corresponde a uma ação que varie
da ordem de 102 ciclos por dia ao longo do período de 50 anos.

Embora seja um estado limite último, a combinação utilizada é a frequente de


ações em serviço.

A ação variável principal deve ser sempre dinâmica, sendo, portanto, definida
como a carga móvel.

Concreto Protendido
Estado Limite Último
Estado Limite Último (E.L.U.)

• ELU no Ato da Protensão

A NBR 6118:2014 admite uma verificação simplificada, onde este estado limite
seja examinado no Estádio I (concreto não fissurado e comportamento elástico
linear dos materiais). Para isso:

a) A tensão máxima de compressão na seção de concreto não pode


ultrapassar 70% da resistência característica fckj prevista na idade de
aplicação da protensão

b) A tensão máxima de tração do concreto deve ser no máximo 1,2fctm,


correspondente ao fckj

c) Na existência de tensões de tração, deve-se calcular armadura de tração no


estádio II. A força nessa armadura pode ser considerada igual à resultante
das tensões de tração no concreto no estádio I, não podendo provocar, na
armadura correspondente, acréscimos de tensão superiores a 150 MPa no
caso de fios ou barras lisas e a 250 MPa em barras nervuradas
Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Estado Limite de Serviço (E.L.S.)

Na busca de um traçado dos cabos de protensão, o ELS são fundamentais, pois


limitam a fissuração e a compressão excessiva nas seções dos elementos
estruturais de concreto, juntamente com o ELU no Ato da Protensão. A análise
é feita no Estádio I.

• Estado limite de descompressão (ELS-D)

• Estado limite de descompressão parcial (ELS-DP)

• Estado limite de formação de fissuras (ELS-F)

• Estado limite de abertura de fissuras (ELS-W)

• Estado limite de compressão excessiva (ELS-CE)

• Estado limite de deformações excessivas (ELS-DEF)

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Estado Limite de Serviço (E.L.S.)

• Estado limite de descompressão (ELS-D) (NBR 6118:2014 3.2.5; 13.4.2)

Para uma certa combinação de ações, em um ou mais pontos da seção a


tensão é nula, não havendo tensão de tração no restante da seção, calculada
no Estádio I. Admite-se variação linear das tensões normais.

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Estado Limite de Serviço (E.L.S.)

• Estado limite de descompressão parcial (ELS-DP) (NBR 6118:2014 3.2.5;


13.4.2)

Estado no qual garante-se a compressão na seção transversal, na região onde


existem armaduras ativas. Essa região deve se estender até uma distância ap da
face mais próxima da cordoalha ou da bainha de protensão.

O ELS-D pode ser substituído pelo ELS-DP, com ap = 25 mm, conforme


estabelece a Tabela 13.3 da NBR 6118:2014.

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Estado Limite de Serviço (E.L.S.)

• Estado limite de formação de fissuras (ELS-F) (NBR 6118:2014 3.2.2; 13.4.2;


17.3.1; 17.3.4)

Estado no qual se inicia a formação de fissuras. Admite-se que este estado


limite é atendido quando a tensão de tração máxima a seção transversal for
fct,f.

1,2 fctk,inf ⟹ para seções T ou duplo T

σct = fct,f = 1,3 fctk,inf ⟹ para seções I ou T invertido

1,5 fctk,inf ⟹ para seções retangulares

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Momento de Fissuração: é o momento fletor, a partir do qual se iniciará a


fissuração por flexão. Considera-se a teoria da resistência dos materiais até a
ocorrência da primeira fissura:

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Considerando o efeito da protensão , o momento de fissuração no ELS-F deve


ser calculado por:

Mp é a soma dos momentos isostáticos e hiperestáticos de protensão.

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Estado Limite de Serviço (E.L.S.)

• Estado limite de abertura de fissuras (ELS-W)

▪ Estado em que as fissuras se apresentam com aberturas máximas


especificadas na Tab. 13.4 da NBR6118:2014

▪ O cálculo das tensões nas barras de tração no Estádio II, onde o concreto se
encontra fissurado à tração e os materiais têm comportamento elástico
linear

▪ Como para as armaduras ativas existe a possibilidade de corrosão sob


tensão, os limites de abertura são mais restritos para dada CAA

▪ A combinação das ações é a frequente

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Estado Limite de Serviço (E.L.S.)

• Estado limite de compressão excessiva (ELS-CE)

▪ Não há um limite convencional estabelecido na NBR6118:2014

▪ NBR 7187:1987 – 0,6 fck


▪ ACI/EUROCODE/FIB

▪ Para minimizar os efeitos da fluência no concreto, o Código Modelo sugere:


0,4 fck ≤ σmáx ≤ 0,6 fck

▪ Este estado limite deve ser verificado em conjunto com os outros estados
limites que verificam os limites de tração na seção de concreto

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Estado Limite de Serviço (E.L.S.)

• Estado limite de compressão excessiva (ELS-CE)

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Estado Limite de Serviço (E.L.S.)

Concreto Protendido
Estado Limite de Serviço

Estado Limite de Serviço (E.L.S.)

Concreto Protendido
Análise de Tensões

Segundo o item 9.6.1.1 –NBR 6118:2014, a força média na armadura de


protensão, na abscissa x e no tempo t:

Se [ ΔP0(x) + ΔPt(x) ]máx > 0,35 Pi

Se [ ΔP0(x) + ΔPt(x) ] máx< 0,35 Pi

Concreto Protendido
Análise de Tensões

Segundo o item 9.6.1.2.1 – NBR 6118, considera-se:

• fptk = resistência à ruptura por tração do aço


• fpyk = resistência ao escoamento do aço correspondente à deformação
residual (após descarga) de 0,2%

•fptk= resistência à ruptura por tração do aço


•fpyk= resistência ao escoamento do aço correspondente à deformação
residual (após descarga) de 0,2%

Concreto Protendido
Análise de Tensões

Devem ser consideradas tantas combinações de ações,


ou fases de verificação, quantas são as situações críticas
de carga em que a peça de concreto se encontra ao longo
de sua vida útil (t = 0 e t = ∞). A força de protensão varia
com o tempo, devendo ser calculada para cada situação.

Concreto Protendido
Análise de Tensões
As tensões normais devem ser verificadas em todas as etapas de carregamento
da estrutura.

Na construção de uma ponte, dependendo do método construtivo, tem-se


diversas etapas de carregamento. Ao fim de cada etapa, superpõe-se as
tensões, acumulando-as. Por exemplo:

❖ Fase 1 = g1+ P1 (t=0) ❖ Fase 5 = Fase 4 + q (t=0)

❖ Fase 2 = Fase 1 + g2 (t=0) ❖ Fase 6 = Fase 4 + Δσ (t=∞)

❖ Fase 3 = Fase 2 + P2 (t=0) ❖ Fase 7 = Fase 5 + Δσ (t=∞)

❖ Fase 4 = Fase 3 + g3 (t=0)

▪ g1= Peso Próprio da viga isolada ▪ g2= Laje + transversina


▪ g3= sobrecarga permanente (pavimentação + GR + Postes + ...)
▪ P1= primeira protensão ▪ P2= segunda protensão
▪ q = carga móvel ▪ Δσ= perdas de protensão
Concreto Protendido

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