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AULA 2

QUALIDADE, DURABILIDADE E
DIMENSIONAMENTO DAS
ESTRUTURAS DE CONCRETO
Profª Caterina Maria Pabst Veronese
caterina.veronese@estacio.br
Aula 1 – Fundamentos do Concreto Armado

A ABNT NBR 6118:2014 destaca a preocupação com as questões de


qualidade e durabilidade das estruturas (capítulos 5 e 6)

• Qualidade das estruturas

• Capacidade resistente: segurança à ruptura

• Desempenho em serviço: condições planas de utilização (danos como

fissuração excessiva, deformações inconvenientes e vibrações


indesejáveis);

• Durabilidade: vida útil.

• A solução estrutural deve atender aos requisitos de qualidade relativos à:


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• A solução estrutural deve atender aos requisitos de qualidade relativos à:

• ELU – Estado limite último (capacidade resistente)

• ELS – Estado limite de serviço (desempenho em serviço)

• Durabilidade

• A solução estrutural deve ainda considerar as condições:

• Arquitetônicas

• Funcionais

• Construtivas

• Estruturais

• Compatibilidade com outros projetos


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Segundo a norma “NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas –


Procedimento”, define os estados limites:

“4.1.1 Estados limites últimos

No projeto, usualmente devem ser considerados os estados limites últimos


caracterizados por:

a) perda de equilíbrio, global ou parcial, admitida a estrutura como um corpo

rígido;

b) ruptura ou deformação plástica excessiva dos materiais;

c) transformação da estrutura, no todo ou em parte, em sistema hipostático;

d) instabilidade por deformação;

e) instabilidade dinâmica.”
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Segundo a norma “NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas –


Procedimento”, define os estados limites:

“4.1.2 Estados limites de serviço

4.1.2.1 No período de vida da estrutura, usualmente são considerados estados


limites de serviço caracterizados por:

a) danos ligeiros ou localizados, que comprometam o aspecto estético da

construção ou a durabilidade da estrutura;

b) deformações excessivas que afetem a utilização normal da construção ou

seu aspecto estético;

c) vibração excessiva ou desconfortável.


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Segundo a norma “NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas –


Procedimento”, define os estados limites:

“4.1.2 Estados limites de serviço


4.1.2.2 Os estados limites de serviço decorrem de ações cujas combinações
podem ter três diferentes ordens de grandeza de permanência na estrutura:
a) combinações quase permanentes: combinações que podem atuar durante
grande parte do período de vida da estrutura, da ordem da metade deste
período;
b) combinações frequentes: combinações que se repetem muitas vezes
durante o período de vida da estrutura, da ordem de 105 vezes em 50
anos, ou que tenham duração total igual a uma parte não desprezível
desse período, da ordem de 5%;
c) c) combinações raras: combinações que podem atuar no máximo algumas
horas durante o período de vida da estrutura.
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• As estruturas de concreto devem ser construídas e projetadas de modo que


sob as condições ambientais previstas em projeto e quando utilizadas
conforme definido em projeto conservem sua segurança, estabilidade e
funcionalidade durante a sua vida útil de projeto.

• Os mecanismos de envelhecimento e deterioração se referem ao concreto,


armadura e estrutura
• Lixiviação
• Expansão
• Reação álcali-agregado
• Outras reações químicas
• Despassivação por carbonatação
• Despassivação por elevado teor de cloretos
• Movimentação térmicas, impactos, ações cíclicas, retração, fluência,
relaxação.
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• 1.3.1 REAÇÃO ALCALI-AGREGADO:

As fissuras e expansões no
concreto são originadas pelos hidróxidos-
alcalinos (cimento, da água de
amassamento, de aditivos químicos, de
adições pozolânicas, alguns tipos de
minerais presentes nos agregados, entre
outros).

O cimento e seus agregados, em


presença de umidade, a reação RAA, se
expande, gera fissuras, deslocamentos e
podem levar a um comprometimento das
estruturas de concreto.
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• 1.3.2 CARBONATAÇÃO DO CONCRETO


A interação entre componentes
como o CO2, presentes na atmosfera, com
os produtos da hidratação do cimento,
formando um composto chamado ácido
carbônico (H2CO3). Ao reagir com a pasta
de cimento hidratada, esse ácido resulta em
carbonato de cálcio (CaCO3) e água, dando
origem à carbonatação.

Essa substância, quando em


contato com a água, pode ser dissolvida e
carregada para fora da superfície de
concreto. “A remoção do hidróxido de
cálcio recebe o nome de lixiviação
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Essa agressividade do meio ambiente, segundo a norma NBR 6118,


está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre as estruturas de
concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações
volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras previstas no
dimensionamento.

Nos projetos das estruturas correntes, a agressividade ambiental


pode ser classificada de acordo com Tabela 6.1 da ABNT NBR 6118:2014,
podendo ser avaliada, simplificadamente, segundo as condições de exposição
da estrutura ou de suas partes.
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• Tabela 6.1 – Classes de agressividade Ambiental (CAA)


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A durabilidade das estruturas é altamente dependente das


características do concreto, da espessura e qualidade do concreto do
cobrimento da armadura.

Segundo a NBR 6118, resistência à compressão do concreto e sua


durabilidade tem forte relação com a fator água/cimento, sendo assim, ela
determina, a partir da tabela 7.1 da Norma, a relação água cimento e a
qualidade do concreto a partir da classe de agressividade ambiental.
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• Tabela 7.1 – Correspondência entre a classe de agressividade e a

qualidade do concreto
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Cobrimento mínimo é a menor distância livre entre uma face


da peça e a camada de barras mais próxima dessa face (inclusive estribos).

Tem per finalidade proteger as barras tanto da corrosão como da


ação do fogo.

Tabela 7.2 – Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e


o cobrimento nominal para Δc = 10 mm
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VALORES CARACTERÍSTICOS E DE CÁLCULO


• Valores característicos das resistências (fk): valor que tem apenas 5% de

probabilidade de não ser atingido pelos elementos de um dado lote de


material

• Valores de cálculo das resistências (fd):


fk
fd 
gm

* Onde gm é o coeficiente de ponderação das resistências, definido pela NBR


6118.
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• RESISTÊNCIA DO CONCRETO: VALOR DE CÁLCULO

Deve ser determinada de duas maneiras, em função da idade do


concreto:

a) verificação em data igual ou superior aos 28 dias de idade


f ck
f cd 
gc
Neste caso, o controle da resistência à compressão do concreto deve ser feito
aos 28 dias, para confirmar o valor do fck adotado no projeto
Tabela 1 – Coeficientes de segurança para o concreto
Combinações Coeficiente gc
Normais 1,4
Especiais ou de construção 1,2
Excepcionais 1,2
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• RESISTÊNCIA DO CONCRETO: VALOR DE CÁLCULO


b) verificação em data inferior aos 28 dias de idade

f ckj f ck
f cd   1.
gc gc

Neste caso, o controle da resistência à compressão do concreto deve ser feito


aos t dias e aos 28 dias, para confirmar o valor do fckj e fck adotado no projeto

1  exps.1  (28 / t )1/ 2 

Onde: t é a idade efetiva do concreto (em dias);


s = 0,38 para CPIII e CPIV
s = 0,25 para CPI e CPII
s = 0,20 para CPV e ARI
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• RESISTÊNCIA DO AÇO: VALOR DE CÁLCULO

f yk
f yd 
gs

Tabela 1 – Coeficientes de segurança para o aço


Combinações Coeficiente gs
Normais 1,15
Especiais ou de construção 1,15
Excepcionais 1,0
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• RESISTÊNCIA : VALOR DE CÁLCULO

Para obras usuais e situações normais em geral, têm-se, para o concreto e


aço no estado limite último, os Valores respectivos das resistências de calculo:

f ck f yk
f cd  f yd 
1,4 1,15
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1.5.1 AÇÕES:

Denomina-se ação qualquer influência, ou conjunto de influências,


capaz de produzir estados de tensão ou de deformação cio urna estrutura.

De acordo com a NBR 8681 as ações a serem consideradas


classificam-se em:

• Permanentes

• Variáveis

• Excepcionais
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1.5.1 AÇÕES:

Ações permanentes:

• Diretas: peso próprio da estrutura e

instalações permanentes. Para


concreto simples, considerar a
massa específica de 2400kg/m³ e
para concreto armado 2500kg/m³

• Indiretas: deformações impostas por:

retração, fluência, descolamentos de


apoios, imperfeições geométricas).
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1.5.1 AÇÕES:

Ações variáveis:

Diretas: cargas acidentais previstas


para o uso da construção, ação do
vento e da chuva;

Indiretas: variações de temperatura e


ações dinâmicas;

Ações excepcionais:

Análise de casos especiais.


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• Coeficiente de ponderação das ações – ELU

• De acordo com o item 11.7 da NBR 6118, as ações devem se


majoradas pelo coeficiente de ponderação gf obtido por:

g f  g f 1.g f 2 .g f 3
Onde:
gf1 – considera a variabilidade das ações
gf2 – considera a simultaneidade de atuação das ações
gf3 – considera possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações
(desvios construtivos e/ou deficiência do método de cálculo)
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• Coeficiente de ponderação das ações – ELU


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• Coeficiente de ponderação das ações – ELU

• Ψ0 – fator de redução de combinação para ELU


• Ψ1 – fator de redução de combinação frequente para ELS
• Ψ2 – fator de redução de combinação quase permanente para ELS
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• Coeficiente de ponderação das ações – ELU

• Em geral, para os estados limites de serviço:

g f g f2

Onde:

gf2 = 1 para combinações raras

gf2 = ψ1 para combinações frequentes

gf2 = ψ2 para combinações quase permanentes


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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES

• Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm

probabilidades não desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a


estrutura;

• A combinação de ações deve ser feita de forma que possam ser

determinados os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura;

• Em todas as combinações, as ações permanentes dever ser tomadas em

sua totalidade;

• Das ações variáveis, devem ser tomadas apenas as parcelas que

produzem efeitos desfavoráveis para a segurança.


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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES – Combinações últimas

• Combinações últimas normais (concreto armado)


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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES – Combinações últimas

• Combinações últimas normais (concreto armado)


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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES – Combinações últimas

• Combinações últimas normais (concreto armado)


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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES – Combinações últimas

• Combinações últimas normais (concreto armado)


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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES – Combinações últimas

• Combinações últimas normais (concreto armado)

EXEMPLO 1) Estruturas usuais de edifícios residenciais e comerciais:

Fd  1,4  Fgk  1,2  Fk  1,4  Fq1k  0 .Fq 2k   1,2  0,6  Fqk

Pelo menos duas verificações devem ser verificadas:

1) Fq1k – representa os efeitos do vento

Fq2k – representa a carga acidental, com ψ0 = 0,5

2) Fq1k – representa a carga acidental

Fq2k – representa o efeito do vento, com ψ0 = 0,6


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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES – Combinações de serviço

• Quase permanente

• ELS – DEF (deformação excessiva)

• Frequente

• ELS – F (formação de fissuras)

• ELS – W (abertura de fissuras)

• ELS – VIB (vibração excessiva)

• Rara

• ELS – F (formação de fissuras)


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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES – Combinações de serviço

• Quase permanente: ações atuem durante grande parte do período de

vida da estrutura
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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES – Combinações de serviço

• Frequentes: as ações se repetem muitas vezes durante o período de vida

da estrutura
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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES – Combinações de serviço

• Raras: as ações ocorrem algumas vezes durante o período de vida da

estrutura

n
Fd , ser   Fgik  Fq1k   1 j  Fqjk
i 1
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• COMBINAÇÕES DAS AÇÕES – Combinações de serviço

• SOLICITAÇÕES

• Qualquer esforço (momento fletor, força normal, força cortante, momento

torçor) ou conjunto de esforços, decorrentes das ações e aplicado a um ou


mais seções de um elemento da estrutura

• Na NBR 6118:2003, as solicitações de cálculo são obtidas, para a

combinação de ações considerada, de acordo com a análise estrutural e


para cada estado-limite a ser considerado, ou seja, as ações é que são
majoradas, sendo então determinados as solicitações.

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