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14/08/2014

Estruturas de Concreto Armado 1

Museu de Arte Moderna –Rio de Janeiro 1953

Aula 02
Propriedades
Mecânicas do
Concreto

Universidade de Brasília:

Departamento de Engenharia Civil e Ambiental - ENC

Professor Marcos Honorato

Estruturas de Concreto Armado 1

Estudo do Material Concreto


O concreto é um material composto por aglomerantes hidráulicos, materiais inertes e água,
apresentando
t d uma boa
b resistência
i tê i à compressão
ã e baixa
b i resistência
i tê i à tração.
t ã

Classes de Concreto
A NBR-6118/2003 se aplica aos concretos cujas resistências à compressão estão situadas no
grupo I da NBR-8953, ou seja, aqueles cuja resistência à compressão axial esteja dentro do
seguinte limite:

20MPa ≤ fck ≤ 50 MPa

A classe de concreto C15 (15MPa) pode ser usada apenas em fundações, conforme a NBR-
6122, em obras provisórias.

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RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

Segundo MEHTA & MONTEIRO (1994), “A resistência de um material é definida como a capacidade de
este resistir à tensões sem haver ruptura
ruptura”.

A resistência do concreto à compressão, sua característica mais importante, é medida através de


ensaios de compressão axial em corpos‐de‐prova, sendo esses ensaios utilizados para o controle de
qualidade e a aceitação do concreto utilizado na estrutura. No Brasil a resistência à compressão do
concreto deve ser obtida em ensaios com corpos‐de‐prova cilíndricos moldados segundo a NBR‐5738
e realizados de acordo com a NBR‐5739.

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RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO CONCRETO À COMPRESSÃO (fck )

A determinação da resistência do concreto é feita através de tratamento estatístico. Os


resultados dos ensaios obedecem aproximadamente a uma curva normal de distribuição de
frequências ou Curva de Gauss.

Para a NBR-6118/2003, a resistência característica inferior é admitida como sendo o valor que
tem apenas 5% de probabilidade de não ser atingido pelos elementos de um dado lote de
material.

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RESISTÊNCIA CARACTERÍSTICA DO CONCRETO À COMPRESSÃO (fck )

Através desta curva, encontramos a resistência característica do concreto (fck), considerada


como sendo o valor que tem 95% de probabilidade de ser igualado ou superado.
Matematicamente, através da curva de Gauss temos que:

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Fatores que interferem na resistência à compressão do concreto:


a) Fator água/cimento - porosidade: Principal responsável pela resistência do concreto à
compressão, o fator água/cimento mede a relação entre o peso da água e o do cimento
utilizado no traço do concreto. Ele determina a porosidade do concreto endurecido, que por sua
vez afeta na resistência do mesmo, visto que uma menor porosidade, ocasionada por uma
menor relação água/cimento, proporcionará uma maior área de contato entre os elementos,
proporcionando assim uma maior resistência.

b) Tipo de Cimento: O tipo de cimento utilizado no concreto em geral influi pouco na


resistência à compressão definitiva do concreto, sendo mais utilizado para ajustar outras
características do mesmo. Segundo MEHTA & MONTEIRO (1994), “..., a influência da
composição do cimento sobre a porosidade da matriz e a resistência do concreto fica limitada às
baixas idades”.

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c) Cura: A cura inadequada ou a alta temperatura pode ocasionar uma perda de água prematura do
concreto, deixando espaços vazios, reduzindo assim a sua resistência.

d) Adensamento: O adensamento, feito imediatamente após o lançamento do concreto, tem a


função de eliminar os vazios existentes no mesmo. O adensamento do concreto no corpo-de-prova é
feito de forma manual, por procedimentos definidos em norma. O adensamento feito fora destes
padrões pode conduzir a resultados errôneos da resistência do concreto à compressão.

e) Forma e dimensões do corpo-de-prova: Uma das dificuldades encontradas é o


dimensionamento do corpo-de-prova, que deve ser tal que o diâmetro permita uma concretagem
fácil, e a altura não pode ser excessivamente baixa para evitar um impedimento da deformação
transversal, devido ao atrito das faces extremas com os pratos da prensa de ensaio. Baseado neste
princípio, a norma brasileira e a maioria das normas internacionais recomendam a adoção de corpos-
de-prova cilíndricos de 15 cm de diâmetro de base por 30 cm de altura. Existem ainda alguns países,
como a Alemanha, que adotam corpos-de-prova cúbicos, encontrando resultados superiores aos dos
cilíndricos, devido, sobretudo, ao atrito mencionado anteriormente.

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f) Idade do Concreto: A resistência do concreto à compressão cresce em função do tempo


decorrido da concretagem, mais rapidamente nas primeiras idades e mais lentamente a partir do
nonagésimo dia, vindo a se estabilizar, aproximadamente, após o primeiro ano de vida da estrutura.
Os ensaios feitos no concreto levam em consideração a idade de 28 dias.
dias A Tabela abaixo fornece
uma relação entre as resistências para várias idades e tipos de cimento.
Variação da resistência do concreto à compressão (temperatura ambiente entre 15 e 20 oC) - SÜSSEKIND, (1981).

Segundo a NBR 6118 (2003), para idades inferiores a 28 dias, pode-se utilizar a seguinte expressão:

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Correção da resistência à compressão

fck,projeto = 0,95 * 1,2 * 0,75 * fck = 0,85 fck,ensaio

ç entre o valor encontrado nos ensaios de compressão


Existem diferenças p p
axial do corpo-de-
prova e o valor de resistência real que estará atuando nas estruturas. Essas diferenças são
decorrentes de três fatores: o tamanho do corpo-de-prova; a idade do concreto; e a
velocidade de carregamento.

a) O Tamanho do corpo de prova - Para levar em conta a diferença de tamanho entre o


corpo-de-prova cilíndrico de 15x30cm e as estruturas, admite-se um coeficiente de correção
de 0,95,
0 95 ou seja,
seja a resistência da estrutura é 0,95
0 95 da resistência do corpo
corpo-de-prova
de prova. Para
outras dimensões e formas de corpos-de-prova tem-se outros coeficientes.

b) Idade do concreto - Para levar em conta a idade do concreto, admite-se que a resistência
à compressão aumenta 20%, em um ano, em relação à resistência aos 28 dias, ou seja,
fc,1ano=1,2 fck.

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c) Efeito Rüsch – Velocidade de carregamento


RÜSCH apud MEHTA & MONTEIRO (1994), “ A resistência final do concreto é também afetada
pela velocidade de carregamento. Devido à progressiva micro fissuração sob cargas mantidas
constantes, o concreto sofrerá ruptura a uma tensão menor do que a induzida por
carregamento instantâneo ou rápido, normalmente utilizado em laboratório”.

NOTA: Para levar em conta a velocidade de


t
carregamento, d it
admite-se f
que, a favor d
da
segurança, a resistência obtida com um
carregamento lento é 75% da resistência
obtida em ensaios com carregamento rápido.

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Resistência à tração
A resistência à tração do concreto é relativamente baixa, girando em torno de 8 a 15% da sua
resistência à compressão. Os ensaios para a determinação da resistência à tração do concreto
são:
ã

Ensaio de tração direta:


Neste ensaio, considerado o de referência, a resistência à tração direta, fct, é determinada
aplicando-se tração axial, até a ruptura, em corpos de prova de concreto simples
(Figura abaixo). A seção central é retangular, com 9 cm por 15 cm, e as extremidades são
quadradas, com 15 cm de lado.

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Ensaio de tração indireta ou tração na flexão:

Esse ensaio é feito com a utilização de um corpo-de-prova prismático, com seção transversal de
15 cm x 15 cm e comprimento de 75 cm, que é submetido à aplicação de carga transversal nos
terços médios entre os apoios, conforme a Figura abaixo.

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Ensaio de tração na compressão diametral:

É o ensaio mais utilizado, por ser mais simples de ser executado e utilizar o mesmo corpo de
prova cilíndrico do ensaio de compressão (15 cm por 30 cm). Também é conhecido
internacionalmente como Ensaio Brasileiro, pois foi desenvolvido por Lobo Carneiro,
em 1943.

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Esse ensaio surgiu durante a abertura da Avenida Presidente Vargas, na cidade do Rio de
Janeiro, em 1943. A igreja de São Pedro, uma igreja muito antiga, construída em 1732,
situava-se bem no centro da futura avenida. A solução imaginada, na época, foi deslocá-la
para o lado, usando rolos de concreto com 60cm de diâmetro.

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De Acordo com o item 8.2.5 da NBR6118:2003, a resistência à tração por compressão


diametral (fct,sp ) e a resistência à tração na flexão (fct,f) devem ser obtidas em ensaios
realizados segundo a NBR-7222 e a NBR-12142, respectivamente. Se forem realizados os
ensaios indiretos, a resistência à tração direta fct pode ser adotada igual a:

fct,m = 0,9.fct,sp = 0,7.fct,f

Na falta de ensaios para obtenção de fct,sp e fct,f, pode-se avaliar o valor médio ou característico
por meio das seguintes equações:

fct,m = 0,3. fck2/3


fctk,inf = 0,7.fct,m
fctk,sup = 1,3.fct,m
onde : fct,m e fck são expressos em MPa.
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Módulo de Deformação ou Módulo de Eslasticidade


O Módulo de elasticidade (E) é a relação entre a tensão atuante e a deformação resultante
desta tensão.

Módulo de Eslasticidade Longitudinal


Sabe-se da Resistência dos Materiais que a relação entre tensão e deformação, para
determinados intervalos, pode ser considerada linear (Lei de Hooke), ou seja, σ = E.ε ,
sendo σ a tensão, ε a deformação específica e E o Módulo de Elasticidade ou Módulo de
Deformação Longitudinal.

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Módulo Tangente – seu valor é variável em cada ponto e é dado pela inclinação da reta
tangente à curva nesse ponto;

Ec = tgφ

Módulo Tangente na Origem – é dado pela inclinação da reta tangente à curva na origem;
Segundo a NBR 6118 (2003), item 8.2.8,“quando não forem realizados ensaios e não existirem
dados mais precisos sobre o concreto usado na idade de 28 dias, pode-se estimar o valor do
módulo de elasticidade tangente inicial usando a expressão:

Eci = 5600 fck½ (MPa)

Módulo Secante – seu valor é variável em cada ponto e é obtido pela inclinação da reta que
une a origem com esse ponto. Segundo a NBR 6118 (2003), “O módulo de elasticidade secante
a ser utilizado nas análises elásticas de projeto, especialmente para determinação de esforços
solicitantes e verificação de estados limites de serviço, deve ser calculado pela expressão”:

Ecs = 0,85 Eci = 0,85. 5600 fck½ (MPa)

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Módulo de Eslasticidade Transversal


Para tensões de compressão menores que 0,5.fc e tensões de tração menores que fct, o módulo
de elasticidade transversal pode ser adotado como: Gc = 0,4 Ecs.

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Coeficiente de Poisson

O coeficiente de deformação transversal, ou coeficiente de Poisson (ν) representa a relação

entre as deformações transversais e longitudinais na peça .Varia entre 0,15 e 0,25, sendo
sugerido pela NBR 6118 (2014) o valor constante de 0,20, devido a pequena variação que
estes valores representam nos cálculos. Esse valor, entretanto, válido para tensões de
compressão menores que 0,5.fc e tensões de tração menores que fct.

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Diagrama Tensão versus Deformação simplificado


De forma a estabelecer um critério de dimensionamento comum aos concretos com diferentes
resistências à compressão com que se trabalha na prática, havia a necessidade de um diagrama ideal,
mesmo que simplificado,
simplificado para possibilitar a sua aplicação numérica.
numérica A partir dos ensaios realizados
por E. Grasser, comprovou-se que a tensão máxima ocorre com uma deformação específica da ordem
de 0,2%, atingindo a ruptura com uma deformação média em torno de 0,35%.

Com esses dados, a maioria das normas, inclusive a NBR 6118 (2014), recomenda a utilização do
diagrama simplificado parábola-retângulo dimensionamento do concreto normal para carregamentos
de curta duração.

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Segundo a NBR 6118:2003, quando toda a seção estiver submetida a compressão simples, a
deformação máxima do concreto é igual a 2‰.
(MPa) (MPa)
c c
60 60

50 f = 50 MPa 50 f = 50 MPa
c c

40 f = 40 MPa 40 fc= 40 MPa


c
30 30
f = 25 MPa f = 25 MPa
c c
20 f = 20 MPa 20 f = 20 MPa
c c

10 10

1 2 3 4 5 6 ( 0 /0 0 ) 1 2 3 4 5 6 ( 0 /00 )
c c

Segundo a NBR 6118:2003, quando a seção


for solicitada por flexão a deformação
máxima de compressão no concreto tem
valor adotado igual a 3,5 ‰.

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Retração / Expansão do Concreto

A retração e a expansão são deformações volumétricas do concreto, independentes de


carregamento e direção. Estas variações ocorrem devido à perda (retração) ou a absorção
(expansão)
( ã ) de
d água
á por parte do
d concreto. A intensidade
i id d do
d fenômeno
f ô varia
i de
d acordo
d com a
umidade do ambiente, a espessura da peça, e o fator água/cimento da mesma.

No processo de retração, a água é inicialmente expulsa das fibras externas do concreto, criando
deformações diferenciais que, por sua vez, geram tensões capazes de provocar fissuração em
peças de concreto armado, e perda de tensão em cabos de peças em concreto protendido.

P
Para minimizarem-se
i i i os efeitos
f it d retração,
da t ã
deve ser efetuado um processo de cura no
concreto, por pelo menos sete dias, de forma
que a umidade existente ao seu redor impeça
a perda de água do interior do mesmo.

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Causas da Retração e da Expansão


Nos elementos estruturais de concreto curados ao ar livre, existem basicamente três causas
distintas da retração: a retração química provocada pela contração da água não evaporável
que vai sendo combinada com o cimento durante todo o processo de endurecimento, a
retração decorrente da evaporação parcial da água capilar que permanece no concreto após o
seu endurecimento e a eventual retração por carbonatação dos produtos decorrentes da
hidratação do cimento.
Fatores que influem na retração:

a) composição química do cimento - Os cimentos mais resistentes e os de endurecimento


mais rápido apresentam maior retração
retração.

b) quantidade de cimento - A retração também aumenta com a quantidade de cimento,


fundamentalmente por causa da retração química.

c) água de amassamento - Quanto maior a relação água/cimento (a/c), maior será o


número de capilares, resultando portanto maior retração.

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Fatores que influem na retração:

d) finura do cimento e das partículas dos agregados - Quanto mais fino o grão maior é
sua superfície específica, necessitando assim maior quantidade de água de amassamento; além
disso,
disso mais finos serão os capilares.
capilares Resultam portanto capilares mais numerosos e mais finos,
finos
aumentando a retração.

e) umidade ambiente - O aumento da umidade ambiente dificulta a evaporação, diminuindo


a retração. Pode até provocar expansão, no caso de peças imersas em água.

f) espessuras dos elementos -A retração aumenta com a diminuição da espessura do


elemento, por ser maior a superfície de contato com o ambiente em relação ao volume da
peça, possibilitando maior evaporação.

g) temperatura do ambiente - O aumento de temperatura favorece a evaporação,


evaporação
aumentando a retração.

h) idade do concreto - O aumento da resistência do concreto com o tempo dificulta a


retração.

i ) quantidade de armadura - As barras da armadura se contrapõem à retração, sendo uma


das soluções empregadas para minorar os seus efeitos.

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Fluência (deformação lenta)

Deformações lentas: são aquelas que surgem


quando o concreto se encontra submetido a um
carregamento constante ao longo do tempo.
Ocorrem de maneira gradual e não-linear, dando-
se o nome de viscoelasticidade a esse fenômeno.

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Fluência (deformação lenta)

Alguns dos motivos pelos quais o fenômeno de fluência pode sofrer variação são:
• A idade do concreto no instante (to) em que se aplica o carregamento. Ela se reduz com o
aumento dessa idade;
• Umidade do Ambiente - Quanto mais seco o ambiente, maior a fluência do concreto;
• Espessura da peça - Maior fluência em peças menos espessas;
• Composição do concreto - A fluência aumenta com o aumento do fator água/cimento e do
consumo de cimento na peça.

Como efeitos favoráveis da fluência no concreto,


concreto temos o alívio das concentrações de
tensões e dos esforços de deformações impostas à estrutura, como a retração. São efeitos
desfavoráveis o aumento da flecha e da curvatura dos pilares com cargas excêntricas,
provocando um acréscimo na excentricidade inicial; a perda de tensão em cabos de peças
em concreto protendido.

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Deformações causadas por ações externas


Os efeitos da fluência (deformações) são mais intensos ao se aplicar a ação, tendendo para um
valor limite ao longo do tempo.

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Deformações recuperáveis e deformação residual

Considerando um elemento estrutural submetido a uma força axial de compressão, que gere
uma tensão constante σc, em um instante t0, se em um instante posterior t esta força deixar de
ser aplicada a deformação que era crescente diminui bruscamente até uma deformação relativa
a recuperação elástica instantânea, e as deformações ao longo do tempo continuam a diminuir
em virtude da deformação elástica retardada até a um valor da deformação chamado de
deformação residual.

εce deformação elástica instantânea;


εcd deformação
ç elástica recuperável
p ou
deformação elástica retardada;
εcf fluência permanente.
A deformação por fluência final pode ser
calculada pela expressão:

εcc = εcd + εcf


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Critérios para cálculo da retração e da fluência

Os critérios para quantificar a retração e a fluência de elementos estruturais em concreto são


os indicados na NBR6118:2014, como a seguir se expõem.
De Acordo com o ANEXO A da NBR 6118:2014 :
Quando não há impedimento à livre deformação do concreto, e a ele é aplicada, no tempo t0,
uma tensão constante no intervalo t – t0, sua deformação total, no tempo t, vale:

onde:

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Variação de temperatura
Uma peça submetida a uma variação uniforme de temperatura t ºC terá uma deformação axial

dada pela expressão: εct = α.t , onde α é o coeficiente de dilatação térmica do material. Para o
caso do concreto, a NBR 6118 (2003) recomenda a adoção do valor de 10-5/ºC para o

coeficiente α de dilatação térmica. A variação de temperatura pode ser ocasionada por dois
fatores:
• Meio ambiente;
• Calor de hidratação, em estruturas com grande volume de concreto, como o caso das
barragens.

Para minimizarem-se os efeitos da temperatura, deve-se:

• Prever juntas de dilatação na estrutura, de tal forma que as dimensões da estrutura entre as
juntas seja sempre inferior a 30 m;
• Considerar os efeitos de temperatura nos cálculos da estrutura.

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