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Materiais da construção I - Listas

Dosagem do concreto

1) Quais são os objetivos de uma dosagem de concreto?


A dosagem de concreto tem como objetivo determinar a relação adequada dos
materiais, atendendo requisitos do concreto no estado fresco, endurecido e suas
propriedades necessárias de acordo com o projeto.

2) Explique a diferença entre método de dosagem empírico e experimental.


O método empírico é baseado em experiência e observações de outros projetos, por
exemplo. Ou seja, não são realizados nenhum teste ou ensaio específico para aquela
determinada situação, usa-se valores conhecidos de outros projetos ou normas aprovadas.
Já o método experimental a dosagem é estabelecido com base em experimentos e
testes. Esse método é mais preciso e faz uso de laboratórios, curvas granulométricas e
premissas básicas como as leis de Abrams e Lyse.

3) Cite as principais etapas, sequencialmente, do método IPT/EPUSP ou IBRACON de


dosagem.
IBRACON:
1. determinação do teor de argamassa
2. determinar 3 traços unitários de trabalho
3. calcular a quantidade de material
4. realização dos experimentos em laboratório (ensaio de resistência)
5. montagem do diagrama de dosagem
6. definir as composições em função da resistência
7. testar os traços definitivos
8. Cálculo das equações referente ao diagrama.

4) Quais são as três principais leis clássicas da tecnologia do concreto?


Lei de Abrams, Lei de Lyse e Lei de Molinari

5) Quais são as informações preliminares necessárias para dosagem de concreto?


1. Resistência característica à compressão;
2. Dimensão máxima característica do agregado;
3. Elementos estruturais a serem concretados;
4. Relação a/c, resistência e consumo para atender as condições de durabilidade;
5. Aditivos;

6) Quais resultados são necessários para montar o diagrama de dosagem?


Definição do teor de argamassa e quantidade total de materiais, definição do traço
unitário de trabalho e da resistência.

Propriedades Mecânicas do concreto


1) Quais são as três principais fases do concreto? Qual ou quais delas são
responsáveis pela resistência à compressão do concreto? Justifique.
Matriz cimentícia: onde ocorrem as reações de hidratação que dão resistência ao
concreto por meio da formação dos silicatos (CSH) e hidróxido de cálcio (CH).
Zona de transição: local de contato entre a fase do agregado e da matriz cimentícia.
Há um acúmulo de cristais maiores como a etringita e o CH que impedem a absorção de
CSH pelos agregados. Essa fase é a mais frágil do concreto e, portanto, é onde ocorrem as
rupturas por esforços de compressão. Quanto maior a zona de transição, menor será a
resistência do concreto, devido ao aumento de porosidade e acúmulo de água.
Agregados: contribuem para a aderência da pasta de forma que quanto maior for a
aderência, maior será a resistência. A finura e quantidade de agregados também influencia
na resistência.

2) Por que a resistência do concreto à compressão é superior à sua resistência à


tração? Qual é a diferença aproximada?
A resistência à tração do concreto é muito menor que a resistência à compressão
devido às fracas ligações químicas do composto CSH, as quais se rompem facilmente
quando submetidas a esforços de tração. A resistência à tração é aproximadamente 10% da
resistência à compressão.

3) Como é determinada e calculada a resistência à compressão do concreto?


É determinada através de um ensaio de compressão na qual corpos de prova
cilíndricos, cuja relação h/d = 2 conforme estabelece a NBR 5739, são submetidos a
esforços de compressão em uma prensa até se romperem. A resistência de compressão é a
razão da carga que levou a ruptura do corpo e a sua área de seção transversal.

4) Quais são as classes de resistência do concreto do Grupo I e do Grupo II?


I - C20, 25, 30, 35, 40, 45, 50
II - C55, 60, 70, 80, 90, 100

5) A resistência à compressão é importante para durabilidade do concreto estrutural?


justifique a resposta.
Sim, a durabilidade do concreto depende da sua resistência de forma que, quanto
mais resistente maior será a durabilidade da estrutura, visto que concretos de alta
resistência são menos porosos, menos permeáveis e menos suscetíveis a fissuração.

6) Justifique a influência da relação água/cimento, da idade e do tipo de cura na


resistência do concreto?
A relação a/c influencia diretamente na resistência do concreto pois quanto mais
água, mais porosidade e portanto, menor a resistência.
A idade também influencia na resistência pois é responsável pelo processo de
hidratação do cimento, o qual resulta em cristais que preenchem vazios e diminuem a
porosidade do concreto. Nas idades iniciais o ganho de resistência é maior devido a
existência de uma maior superfície de cimento para reagir com a água.

7) O que influencia nas características da zona de transição e como podemos


melhorá-la?
A zona de transição depende da porosidade, coesão e tamanho dos cristais
formados. Para diminuir a espessura da zona de transição é possível utilizar agregados de
maior porosidade e adicionar compostos finos como sílica ativa e metacaulim que reduzem
a quantidade de CH por meio da reação pozolânica.

8) Explique por qual esforço ocorre a ruptura de um corpo de prova cilíndrico de


concreto submetido ao esforço de compressão?
A ruptura do corpo cilíndrico se dá por causa da tensão de cisalhamento e ocorre de
forma máxima em um plano inclinado a 45°. Geralmente a ruptura se dá na zona de
transição do concreto por ela é o elo mais fraco do composto.

9) Explique a influência do corpo de prova de concreto na determinação da sua


resistência à compressão, considerando: i) geometria (cúbico e cilíndrico); ii)
tamanho; iii) forma de preparo da superfície; iv) teor de umidade.
i) a geometria influencia na determinação da resistência devido ao efeito de confinamento
dos pratos das prensas que é maior para corpos de prova cuja relação altura/área é menor.
Dessa forma, corpos de prova cúbicos apresentam maior resistência que corpos cilíndricos.

ii) mantida a relação h/d aproximadamente igual a 2 como estabelecido por norma, quanto
maiores forem as dimensões do corpo de prova menor será a resistência determinada,
devido a maior probabilidade de presença de falhas neste corpo.

iii) A forma de preparo da superfície do corpo também influencia na resistência pois essa
superfície deve estar completamente plana e sem falhas. A norma brasileira permite a
regularização da superfície por 4 formas: pasta de cimento, pasta de gesso, pasta de
cimento + enxofre e por retificação através de um equipamento específico.

iv) o teor de umidade também influencia de forma que corpos secos ao ar possuem maior
resistência do que corpos secos em condição de umidade saturada. Isso ocorre pois a água
confinada no cimento endurecido ocasiona em uma tensão adicional que prejudica a
resistência, portanto, corpos de prova com maior teor de umidade possuem menor
resistência.

10) Explique o que é o módulo de elasticidade do concreto. De que forma pode ser
determinado para uso no projeto estrutural?
É a capacidade de deformação do concreto no regime elástico, representando a
deformação da estrutura atômica. A lei de Hooke avalia o módulo de elasticidade no regime
elástico como tendo crescimento linear e sem deformação permanente. O módulo de
elasticidade pode ser estimado pela norma NBR 6118 em função da resistência Fck do
concreto. Entretanto, é recomendado a medição experimental do módulo por meio de
ensaios também especificados em norma.

11) O que é o módulo de elasticidade tangente inicial? Como é calculado?


É equivalente ao módulo cordal entre 0,5 Mpa e 0,3Fc. Para calculá-lo deve-se
traçar uma reta entre os valores citados e calcular a tangente da reta, sendo essa tangente
o valor do módulo de elasticidade tangente inicial.
12) Como é realizado o ensaio para determinação do módulo de elasticidade tangente
inicial, de acordo com a norma ABNT NBR 8522?
O ensaio de determinação do módulo de elasticidade tangente inicial consiste em
aplicar um carregamento em dois planos de um corpo de prova cilíndrico com dimensões
conforme a norma estabelece e, com os dados obtidos, elaborar um diagrama Tensão x
Deformação. O módulo de elasticidade é a tangente da reta deste gráfico, entre os pontos
0,5 Mpa e 0,3fc.

13) Como é determinada e calculada a resistência à tração do concreto?


Pode ser medida a partir da resistência à tração na flexão ou a partir da resistência à
tração por compressão diametral. Na flexão, submete-se o corpo de prova a esforços
internos de flexão até a ruptura e, com essa carga de ruptura, calcula-se a resistência à
tração pela fórmula: Ft = (2*P)/(b*h²).
Na compressão diametral se aplica uma carga concentrada na lateral de um corpo
de prova cilíndrico e com a carga de ruptura calcula-se a resistência à tração pela fórmula:
Ft = (2*P)/((pi*d*h).

14) Quais são os fatores que interferem no módulo de elasticidade do concreto?


- umidade do corpo de prova
- condições de carregamento
- módulo de elasticidade da matriz cimentícia e do agregado (depende da porosidade)
- porosidade e composição da zona de transição
- fração volumétricas e tipo de agregado

15) Explique a influência do tipo de agregado no módulo de elasticidade do concreto?


De que forma a norma de projeto de estruturas (ABNT NBR 6118), considera o tipo de
agregado na estimativa do módulo de elasticidade do concreto? Esse módulo de
elasticidade estimado pode ser utilizado sem verificação de um ensaio experimental?
Segundo a NBR 6118, pode-se estimar o módulo de elasticidade por meio das
equações:

onde, ae varia de acordo com o tipo de agregado, sendo 1,2 para basalto e diabásio,
1 para granito e gnaisse, 0,9 para calcário e 0,7 para arenito. Por mais que, na maioria das
vezes, esse valor estimado seja menor que o real (medido experimentalmente) é
recomendado que o módulo de elasticidade seja verificado em laboratório pois não há uma
relação linear entre o E e a resistência (fck).

16) Qual seria o problema na estrutura de concreto, se o módulo de elasticidade


experimental for inferior ao módulo de elasticidade utilizado no projeto?
Se o módulo de elasticidade for inferior ao do projeto, a estrutura sofrerá mais
deformações do que o previsto, podendo levar à fissuras severas e à ruptura da estrutura.

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