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ABSTRACT
A methodology has been developed for the determination of the fracture toughness
(K I c ) of concrete, by controlled deformation tests of short-rod specimens, according to ISRM
recommended procedures. Four groups of 18 specimens have been tested, varying strength and
coarse aggregate size. Each group has been tested at three different ages. Simultaneously, tests
of 150 x 300 mm cylindrical specimens have been conducted in order to obtain the compressive
and the tensile strengths of the material. The methodology has been proved to be adequate for
determination the fracture toughness (K I c ) of plain concrete. The results indicate dependency
of the fracture toughness on size of course agregates, compressive strength and concrete age.
1. INTRODUÇÃO
potencial (Gc ) pode ser utilizado como critério para propagação rápida da fissura e fraturamento
do concreto.
NAUS e LOTT (1969) realizaram testes para a determinação dos efeitos de vários
parâmetros de mistura no valor da tenacidade ao fraturamento, em pasta de cimento, argamassa
e concreto, e como resultado concluíram que há um acréscimo no valor da tenacidade ao
fraturamento em pasta de cimento e argamassa com o aumento da idade do corpo de prova e do
conteúdo de água. Com relação à argamassa, o valor da tenacidade ao fraturamento cresce com
o aumento da relação areia/cimento. No caso do concreto, verificou-se um aumento da
tenacidade ao fraturamento com o aumento do tamanho do agregado graúdo. Os valores de
tenacidade ao fraturamento diminuem de forma direta quando a quantidade de ar contido
aumenta, em todos os materiais testados. Essa diminuição é verificada também quando o valor
da relação areia/cimento aumenta no concreto. A relação água/cimento não apresentou
interferência nos valores de tenacidade ao fraturamento do concreto, Esta última conclusão
difere dos resultados obtidos por PETERSSON (1980)
STRANGE e BRYANT ( 1979 ) ensaiaram quatro séries de vigas, duas de concreto, uma
de argamassa e uma de pasta de cimento. Foram realizados ensaios com vigas de três pontos
(3PB). Os autores chegaram à conclusão de que a tenacidade ao fraturamento cresce com o
aumento do tamanho do agregado e do corpo de prova.
PETERSSON (1980) ensaiou oitenta séries de vigas de concreto. Cada série com doze
vigas de 50x50x650mm. O tamanho máximo do agregado graúdo foi 16mm em 64 das séries e
13mm nas séries restantes, com o propósito de determinar a taxa de liberação de energia crítica
(Gc ), obtida através da área sob a curva de carga-deflexão resultante dos ensaios. Petersson
concluiu que o valor de Gc cresce com a adição de agregado, com o envelhecimento do concreto
ou com a diminuição da relação água/cimento
CATALANO (1983) foi o primeiro a utilizar corpos de prova do tipo “short-rod” com o
material concreto, sendo que tratou em seu trabalho de três objetivos principais :
I) Avaliar se a tenacidade ao fraturamento (K I C ), sendo um parâmetro da mecânica
do fraturamento elástico linear (MFEL) é uma propriedade de materiais como
concreto e argamassa (quase-frágeis);
II ) Determinar, experimentalmente, a relação entre flexibilidade (compliância) e o
comprimento da fissura;
III ) Discutir a validade do ensaio de tenacidade ao fraturamento para argamassa e
concreto, utilizando-se de corpos de prova cilíndricos com ranhura do tipo
c h e v r o n no plano diametral (short-rod SR).
Dentre as conclusões de Catalano, está a de que a mecânica do fraturamento elástico-
linear é aplicável e caracteriza o comportamento ao fraturamento dos materiais argamassa e
concreto, destacando que os valores obtidos de tenacidade ao fraturamento são dependentes
dos seguintes fatores:
• constituintes da argamassa ou concreto;
• condições de cura;
• idade.
Concluiu-se que: 1) A lei de efeito de tamanho é verificada sobre uma grande faixa de
taxas de carregamento, sendo um meio conveniente de comparar a mudança do modo de falha
com a taxa de carregamento. 2) O efeito de tamanho na tensão de ruptura é fortemente
influênciada pela taxa de carregamento. 3) A tenacidade ao fraturamento do material obtida
através da lei do efeito do tamanho pode ser usado para explicar a influência da taxa de
carregamento na resposta estrutural. 4) A tenacidade ao fraturamento decresce com o
incremento do tempo de falha (T p ), refletindo na diminuição observada na resistência.
2. INTRODUÇÃO TEÓRICA
O fraturamento pode se dar de três modos distintos ou pela combinação destes. O mais
importante é denominado de modo I, onde o deslocamento das superfícies da fissura acontece
de forma perpendicular ao plano de fraturamento (Figura 1).
W = 1,45 B
a0
T<= 0,003 B
W
a0 = 0,48 B
o
Ângulo do chevron = 54,6
Comportamento Elástico
Um corpo é denominado elástico quando uma vez cessada a aplicação de carga, este
volta a forma e tamanho original CHEN (1982), com base nesse principio BARKER (1977) expõe
que a energia liberada para o avanço da fissura é dada pela área do triângulo OAB (Figura 3)
uma vez que, no fim dos ciclos de carga a abertura da boca da fissura volta a zero ou pela
expressão :
1 (2)
∆W = F ∆x
2
o n d e F é a carga média entre os pontos A e B, e ∆x representa o valor da variação de x
entre os caminhos para F (Figura 3)
5
1 2 (3)
∆W = F ∆C
2
Portanto, a taxa de energia liberada pode ser expressa em função também da
flexibilidade, igualando-se a equação (1) com (3) e isolando-se GI c .
F 2 ∆C (4)
G Ic =
2b ∆a
Desta forma, de acordo com a relação existente entre a taxa de liberação de energia e o
fator de intensidade de tensões exposto por BARKER (1979), pode-se definir o fator de
intensidade de tensões crítico (K I c ), sob a ótica da mecânica da fraturamento elástico linear
(MFEL), como sendo:
AFc (5)
K Ic =
⋅ (1 − ν 2 )
3
B 2
Comportamento Inelástico
1
( ∆ x + ∆ x0 ) F = ( 1 + p) F ∆x
1 (6)
∆W =
2 2
onde p = ∆x0 ∆x denominado de fator de correção inelástica sendo obtido pela razão
entre as projeções no eixo x dos lados CD e AB do polígono CABD.
1 1 + p 2 (7)
∆W = F ∆C = GIc ⋅ b ⋅ ∆a = G Ic ⋅ AVaredura
2 1 − p
Iguala-se a equação (7) com a equação (1), obtendo-se a taxa de liberação de energia GI c .
1 + p F 2 ∆C (8)
G Ic =
1 − p 2b ∆a
Desta forma, através das relações entre GI c e K I c c h e g a - s e a :
1+ p (9)
K Ic = * K IQ
1− p
Utilizaram-se dois parafusos para a fixação das barras de transmissão, para evitar que
estas rotassem durante a aplicação da carga (Figura 5) e também para que houvesse uma melhor
distribuição das tensões na região dos parafusos, de forma a minimizar a probabilidade de
ruptura localizada do concreto.
Uma vez fixado o corpo de prova à máquina de ensaio, sua extremidade oposta foi
colocada sobre um apoio que restringiu apenas seu movimento de translação na direção
vertical. Desta forma procurou-se minimizar o efeito do peso próprio do corpo de prova sobre
os resultados.
8
3.2. Concreto
O agregado miúdo utilizado neste trabalho foi caracterizado segundo a NBR-7211 como
sendo areia média. Determinaram-se as porcentagens acumuladas de areia retida em peneiras de
0,15 a 9,5 mm (Tabela 1).
3.2.1.3. Cimento
METHA & MONTEIRO (1994) afirmam que o cimento mais utilizado para concretos é o
cimento Portland, que SANTOS (1983) define como sendo “um aglomerante hidráulico obtido
pela moagem de clinquer Portland, produto constituído na sua maior parte de silicatos de cálcio
hidráulicos”. Neste trabalho utilizou-se o CP-II-E-32 que, segundo HELENE e TERZIAN (1992),
é considerado um cimento portland composto. O CP-II-E-32 é descrito com base na NBR-11578
como pertencente à classe 320, pois aos 28 dias um corpo de prova de argamassa deste cimento,
moldado e ensaiado de acordo com o método brasileiro, apresenta resistência mínima a
compressão de 320 kgf/cm2 . Dentre os parâmetros que regem as características do cimento,
determinou-se a finura e resistência a compressão, apresentadas a seguir.
3.2.1.3.1. Finura
A dosagem experimental do concreto é definida por METHA & MONTEIRO (1994) como
sendo “um processo através do qual se obtém a melhor proporção entre cimento, agregados,
água e aditivos para se atender a certas especificações prévias”.
3.2.2.2. Abatimento
O valor da relação água/material seco (H%), é avaliado com base no ensaio do tronco de
cone (NBR-7223). Com base nesta norma, obteve-se os resultados da (Tabela 5).
Para este trabalho a relação água/cimento foi estabelecida através de uma curva de
A b r a m s p a r a o s a g r e g a d o s g r a ú d o s d a Tabela 2.
3.3.1. Moldagem
Foram moldadas 4 séries, cada uma contendo 18 corpos de prova para ensaio de
tenacidade ao fraturamento (SR), 9 para compressão axial (10x20cm) e 9 para compressão
diametral (Brazilian test - Lobo Carneiro). Cada série foi moldada com um dos traços da Tabela
6.
3.3.2. Desforma
A desforma dos corpos de prova foi feita após 24 horas, segundo as recomendações da
NBR-5738. A lâmina (Figura 8) destinada à formação da ranhura (c h e v r o n ), foi retirada entre 2 e
4 horas após a moldagem, dependendo do traço. É importante que o pesquisador fique atento
para os casos em que a relação água/cimento é baixa, pois o tempo recomendado para retirada
da lâmina (Figura 8) é menor.
3.3.3. Cura
Após a desforma os corpos de prova foram armazenados em uma tanque com água à
temperatura ambiente, na posição vertical em relação ao plano preferencial da ranhura. Cada
série foi dividida em três partes iguais, que foram ensaiadas respectivamente com idades de 14,
28 e 56 dias.
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Uma das barras de transmissão de carga deve ser fixada à máquina de maneira a garantir
sua perpendicularidade ao plano de aplicação de carga, garantindo que a carga aplicada fique
perpendicular ao plano da ranhura. Após fixar o corpo de prova nas garras, posiciona-se um
extensômetro do tipo MTS modelo 632.03C.20 (c l i p o n g a g e ) na boca da ranhura do corpo de
prova (Figura 9).
--
Figura 9 :Posição de fixação do extensômetro (c l i p o n g a g e )
No gráfico obtido no ensaio, marcam-se os pontos de carga superior nos dois maiores
ciclos atingidos (ponto A e B). Utilizando-se como ordenadas os dois maiores valores de carga
divididos por 2, marcam-se os pontos C e D sobre a linha de recarregamento subseqüente aos
p o n t o s A e B ( Figura 10).
1 + p C K ⋅ 24 ⋅ F ( 10 )
KSR = ⋅
1− p D1,5
o n d e “ p ” é o b t i d o s e g u n d o a e q u a ç ã o (6), s e n d o ∆X a projeção no eixo das abcissas
dos segmentos de reta AB e ∆X 0 a distância EF, F média entre os valores das cargas dos
pontos A e B, “D” é o diâmetro nominal do corpo de prova e C K é um fator de correção devido à
variação nas dimensões do corpo de prova obtido através da equação ( 11 ).
0.60∆W 1.40∆a0 ( 11 )
CK = (1 − + − 0.01∆θ )
D D
onde ∆W é a variação de altura, ∆a 0 a posição da ranhura e ∆θ o ângulo da ranhura
dos corpos de prova
Marcar o ponto H (ponto de carga F e ) como ponto médio entre G e B. A partir do ponto
H traçar uma reta (reta 3) com uma inclinação igual a média entre as declividades das retas 1 e 2.
Onde a reta 3 cruzar o traçado do gráfico obtido durante o ensaio tem-se o ponto de carga Fc
(Figura 13).
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1+ p F 1 + p CK ⋅ 24 ⋅ F FC ( 12 )
C
K = ⋅ K SR ⋅ C = ⋅ ⋅
SR
1− p F 1− p D1 ,5 F
o n d e “ p ” é o b t i d o s e g u n d o a e q u a ç ã o (6), s e n d o ∆X a projeção no eixo das abcissas
dos segmentos de reta AB e ∆X 0 a distância EF, F média entre os valores das cargas dos
pontos A e B, “D” é o diâmetro nominal do corpo de prova e C K é um fator de correção devido à
variação nas dimensões do corpo de prova obtido através da equação ( 11 ). A c a r g a Fc é
obtida diretamente no gráfico, tomando como seu valor a ordenada do ponto F c .
5. RESULTADOS DE ENSAIOS
K IQ (MPa m ) K Ic (MPa m ) p
Idade (dias) 14 28 56 14 28 56 14 28 56
Grupo 01 0,88 0,86 1,04 1,34 1,19 1,36 0,4 0,3 0,3
Grupo 02 0,78 0,88 0,99 1,19 1,30 1,44 0,4 0,3 0,3
Grupo 03 1,39 1,48 1,61 2,00 1,95 1,99 0,2 0,2 0,2
Grupo 04 1,50 1,63 1,55 2,05 2,44 2,30 0,3 0,3 0,4
6. CONCLUSÕES
• Assim como PETERSSON (1980), concluiu-se que o valor da relação água/cimento influência
de forma inversamente proporcional a tenacidade ao fraturamento do concreto, ou seja,
quando se aumenta a relação água/cimento a tenacidade ao fraturamento diminui. Cabe
lembrar que esta ultima conclusão contraria a posição de LOTT & KESLER (1964);
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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