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Estimativa da resistência à compressão do concreto: o ensaio de

esclerometria e de arrancamento
Estimation of concrete compressive strength: rebound hammer and pull-off test

Júlio César Fréz (1); Manoela Kerber (2); Marcelo Henrique Farias de Medeiros (3).
o
(1) Eng. Civil, Mestrando da Universidade Federal do Paraná.
a
(2) Eng. Civil, Mestranda da Universidade Federal do Paraná.
o
(3) Eng. Civil, Prof. Dr. da Universidade Federal do Paraná.
o
jcefrez@hotmail.com. Fone: (41) 9858-4100. Rua Alberto Folloni, n. 1087, ap. 25, Bairro Ahú, Curitiba-PR.

Resumo
Avaliações em estruturas de concreto armado em edificações já em uso são muitas vezes necessárias,
tanto para verificação de ocorrência de alguma manifestação patológica, quanto para estimativa da
resistência do concreto. Nesse contexto, é interessante a utilização de ensaios não-destrutivos, já que
avaliações invasivas podem comprometer a estabilidade da estrutura. Um dos métodos mais utilizados para
a estimativa da resistência mecânica do concreto é a esclerometria (normalizado pela NBR 7584), que tem
como fator diferencial a sua rapidez e economia. Outro ensaio não-destrutivo muito utilizado em argamassa
mas pouco em concreto, é o arrancamento, ou “pull-off test” (não normalizado no Brasil, mas reconhecido
em normas como a BS 1881-207, como uma opção de ensaio a ser aplicado em trabalhos de inspeção).
Este trabalho visa comparar a técnica de arrancamento com a esclerometria em termos de precisão dos
resultados de estimativa de resistência à compressão do concreto. No caso do ensaio de arrancamento,
foram introduzidas duas variáveis no estudo: material do disco metálico e execução ou não de furo prévio no
concreto. No programa experimental foram confeccionados 3 blocos em concreto simples de dois traços
diferentes (dois blocos de um traço e um bloco de outro) e dimensões aproximadas de 30x50x65 cm, com
moldagem de corpos de prova cilíndricos de 10x20 cm durante a concretagem dos blocos. Após 28 dias,
foram realizados os ensaios de compressão dos exemplares moldados, esclerometria com os blocos em
umidade ambiente e arrancamento (pull-off test) com as variáveis citadas previamente. Observou-se uma
ótima correlação entre os resultados de esclerometria e da compressão axial de corpos de prova. Para o
ensaio de arrancamento, a melhor correlação com os demais ensaios foi com o uso de disco de alumínio.
Dentre as variáveis do pull-off, foi notado que tanto a mudança de material do disco quanto à execução
prévia do furo geraram resultados distintos, com as maiores tensões de arrancamento para o caso com a
execução do furo, e os menores para o disco de alumínio. O ensaio de esclerometria apresentou-se com
melhor confiabilidade e precisão para estimativa da resistência mecânica do concreto, quando comparado
ao ensaio de arrancamento.
Palavra-Chave: Concreto; Resistência à compressão; Ensaio não-destrutivo; Esclerometria; Pull-
off.

Abstract
Evaluations in reinforced concrete structures on in-use buildings are commonly necessary for both scan
occurrence of a pathological event and the concrete strength estimation. In those cases applying a non-
destructive test is interesting, considering that invasive tests can compromise the stability of the structure.
One of the most used methods for concrete strength estimation is the rebound hammer test (according to
NBR 7584), with speed and economy as differential factors. Another non-destructive test often used on
mortars, but rarely on concrete, is the pull-off test (non-standardized in Brazil, but assumed in norm as BS
1881-207 as an option for tests in inspection works). This paper aims to compare the pull-off and rebound
hammer test, concerning the precision of results on the estimation of concrete compressive strength. About
the pull-off, two variables were introduced: material of metallic disc and executing or not executing a previous
hole on the concrete surface. On the experimental program, 3 concrete blocks were made, using two
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different mixes (two blocks with one mix and one block with the another one) with approximate dimensions of
30x50x65 cm, and cylindrical specimens measuring 10x20 cm were molded along with the concreting of the
blocks. After 28 days, the following tests were performed: compressive test on the cylindrical specimens,
rebound hammer test on the blocks with environmental humidity and pull-off with the previously cited
variables. It was observed a good correlation between the rebound hammer numbers and the axial
compression strength of the specimens. The best correlation between the pull-off and the others tests was
when using the aluminium disc. About the pull-off variables, both changing the disc material and executing
the previous hole on the concrete surface showed different results, with the highest pull-off tensions when
the previous hole was executed, and the lowest tensions for the aluminium disc. The rebound hammer test
showed better reliability and precision for the estimation of concrete compressive strength than the pull-off
test.
Keywords: Concrete; Compressive Strength; Non-destructive test; Rebound hammer; Pull-off.

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1 Introdução

A avaliação mecânica do concreto em estruturas prontas é uma atividade complexa,


envolvendo questões de segurança e durabilidade, ligadas à resistência à compressão do
concreto. Dentre as metodologias mais populares, encontra-se o ensaio de compressão
em corpos de prova, porém este apresenta a limitação de exigir planejamento prévio à
moldagem do concreto.
Outros métodos ganharam destaque nos últimos 40 anos, destacando-se os não
destrutivos, que apresentam pequenos danos não significativos à estrutura. A resistência
à compressão pode então ser estimada pela extração de testemunhos da estrutura. Esse
procedimento, entretanto, apresenta diversos fatores dificultosos em sua execução, como
necessidade de localização de armaduras, possível comprometimento estrutural de obras
muito deterioradas e alto custo (GRULLÓN et al., 2004).
Outras técnicas passam então a serem mais atraentes. O ensaio de esclerometria,
normatizado pela NBR 7584 (ABNT, 2012), consiste em avaliar a resistência mecânica do
concreto através da medida de dureza superficial. É utilizado um equipamento
denominado esclerômetro, chamado também de Martelo de Schmidt (Figura 1). O
equipamento consiste em um sistema massa-martelo impulsionado por uma mola,
chocando na superfície do concreto através de um pistão de impacto com ponteira em
formato de calota esférica. Com o impacto, parte da energia deforma permanentemente a
área do ensaio e outra parte é conservada elasticamente, propiciando o retorno do
martelo. Conforme Castro et al. (2009), o esclerômetro é um equipamento leve, simples
de operar e barato.
O pistão é pressionado contra a superfície do concreto, fazendo com que a mola seja
totalmente estendida. Um dispositivo é acionado liberando o martelo, que é impulsionado
contra o pistão. Com o impacto o pistão transfere parte da energia de volta ao martelo, e
este sofre um deslocamento, que é medido em uma escala adimensional, de 1 a 100.
Esse valor representa o índice de reflexão, relacionado com a dureza superficial do
concreto. O valor do índice de reflexão é correlacionado com a resistência à compressão
do concreto, através de uma curva empírica. A Figura 2 demonstra as fases do ensaio.

Figura 1 – Esclerômetro sobre superfície de concreto (PEREIRA et al. 2011).

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INDICADOR

MARTELO

MOLA

PISTÃO

EQUIPAMENTO CORPO MARTELO É SOLTO MARTELO SOFRE


PRONTO PARA ENSAIO IMPULSIONADO EM ( C) REFLEXÃO
( A) DIREÇAO AO OBJETO ( D)
DE ENSAIO
( B)

Figura 2 – Fases do ensaio de esclerometria (MEHTA e MONTEIRO, 2008).

O ensaio apresenta algumas limitações e desvantagens. De acordo com ACI 228.1R


(2003), o método fornece uma estimativa da dureza superficial mais externa do elemento
estrutural – cerca de 2 a 3 cm da superfície. Medeiros et al. (2004) encontraram pouca
sensibilidade nos resultados do ensaio, mesmo para concretos de diferentes resistências
mecânicas. Castro (2009) obteve valores imprecisos nesse ensaio. Machado et al. (2009),
entretanto, encontraram o ensaio de esclerometria como mais confiável, quando
comparado aos ensaios de ultrassom e penetração de pinos. Pereira (1999) encontrou
alto coeficiente de correlação entre o índice esclerométrico e a resistência mecânica do
concreto, porém ressalta que tal fato deve ser analisado com cuidados devido aos
diversos fatores de influência do ensaio. Dentre os fatores que afetam o ensaio,
destacam-se as alterações na superfície do concreto (carbonatação, falhas no concreto,
umidade, falta de lixamento), condições de ensaio (temperatura, direção de aplicação do
equipamento) e características do concreto (traço, teor de agregados, presença de
armadura, tipo de cimento, idade, cura, agregados).
Outro ensaio não destrutivo aplicado em estruturas de concreto é o ensaio de
arrancamento (ou pull-off). O ensaio pull-off é baseado na ideia de que a força de tração
necessária para arrancar um disco colado a uma superfície de concreto está relacionada
com a resistência à compressão do concreto (CASTRO et al., 2009). A Figura 3 ilustra o
ensaio pull-off com seus elementos.

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Figura 3 – Ensaio pull-off, com bloco de concreto, discos, dispositivo de arranque e de leitura (PEREIRA et
al., 2011)

Os discos utilizados no ensaio são metálicos, usualmente de aço ou alumínio, com


diâmetro de 20, 50 e 75 mm, com espessura dos discos igual ou superior a 40% de seu
diâmetro para aço, ou 60% para alumínio, garantindo assim distribuição mais uniforme de
tensões (PEREIRA, 1999).
A colagem dos discos é feita geralmente com resina epóxi, a qual deve garantir elevada
tensão de aderência para que a ruptura do ensaio se dê no concreto e não nas
superfícies de contato da cola, conforme citado por Pereira (1999). Precedente à colagem
do disco, deve-se preparar a superfície do concreto, através da garantia da limpeza e de
que a superfície esteja lisa e seca. A camada de cola não deve ser espessa e deve ter
área exatamente igual à do disco, devendo ser removidos os excessos de cola.
Após o tempo de cura da cola, é feito o acoplamento de um dispositivo mecânico aos
discos. Através de um macaco hidráulico, o dispositivo vai tracionando axialmente os
discos no sentido de arrancamento do concreto, e a leitura dos valores é feita através de
uma escala. De acordo com Long e Murray (1984), a força de tração última, juntamente
com as curvas de calibração obtidas por grande número de ensaios, pode ser
satisfatoriamente correlacionada com a resistência à compressão do concreto. Conforme
Pereira (1999), a tensão avaliada no ensaio pull-off é essencialmente tração, como
demonstrado por estudo no qual os resultados de modelo analítico por elementos finitos
eram semelhantes aos obtidos por tração uniaxial do concreto.
O ensaio pode ser procedido de duas formas: com o disco colado diretamente na
superfície do concreto, ou com a execução de corte ao redor do disco, com cerca de 10 a
20 mm de profundidade. No segundo caso, é reduzido o efeito de carbonatação do
concreto sobre o ensaio (BSI BS 1881-207, 1992), e a porção de concreto extraída é
geralmente maior.
O ensaio apresenta algumas limitações e desvantagens. Obtém-se a resistência à tração,
e deve-se aplicar uma correlação para a obtenção da resistência à compressão. Discos
de materiais diferentes ou com diferenças na razão espessura/diâmetro podem
apresentar resultados diferentes (PEREIRA, 1999). Na interface entre o disco e o
concreto, Bungey e Soutsos (2001) relatam que a cura inadequada da cola pode não
proporcionar resultados adequados para o ensaio, com ruptura precoce. Assim como em
outros ensaios não destrutivos, a composição do concreto, como tipo de cimento, teor e
tipo de agregados, idade, condições de cura, densidade, módulo de elasticidade e outros,
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afetam os resultados (PEREIRA, 1999). Bungey e Madandoust (1992) verificaram que em
concretos com maior módulo de elasticidade, para o mesmo nível de resistência, a
distribuição de tensões é menos uniforme. Tal fato leva à ruptura com carga inferior à
resistência à tração do concreto, sendo que pode ser corrigido pelo uso de discos com
espessura mínima de 30 mm. Bungey e Madandoust (1992) apontam fatores relacionados
ao equipamento utilizado, como a velocidade de aplicação da carga e sistema de
contrapressão (através de anel ou tripé).
Para o ensaio de arrancamento, os resultados obtidos geram coeficiente de variação na
faixa de 10% (BSI BS 1881-207, 1992). Pereira (1999) encontrou o valor de 8% e, para a
mesma amostragem de concreto, obteve o valor de 12% para o ensaio de esclerometria,
mostrando a menor variabilidade dos resultados no pull-off.
O ensaio pull-off não é preconizado por norma no Brasil. A única norma encontrada
acerca do assunto: é a britânica BS 1881-207 (1992) – Recommendations for the
assessment of concrete strength by near-to-surface tests.

2 Materiais e métodos

Para a estimativa da resistência à compressão, foram confeccionados 3 blocos em


concreto simples, com dimensões aproximadas de 30x50x65 cm.
Para a dosagem dos concretos foi utilizado cimento CP II-F 32, agregados naturais,
artificiais, areia industrializada e aditivo superplastificante. Foram utilizados dois traços de
concreto determinados previamente em estudo de dosagem, nas resistências C25 e C40,
de acordo com NBR 8953 (ABNT, 2009). Dois blocos foram moldados com concreto C25,
e um bloco C40. Juntamente com as concretagens, foram moldados 2 corpos de prova
cilíndricos de dimensões 10x20 cm para cada bloco, sendo ensaiados à compressão aos
28 dias de idade.
A cura utilizada para o concreto foi submersa até 21 dias de idade, sendo retirado após
essa data e deixado em ambiente livre.
As proporções utilizadas nos dois concretos estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Proporcionamento dos materiais empregados para os concretos C25 e C40.


Material (kg) C25 C40
Cimento 1,00 1,00
Areia natural 1,12 1,11
Areia artificial 2,71 1,57
Brita 1 3,00 2,04
Brita 2 1,00 0,68
Água 0,70 0,48
Aditivo (policarboxilato) 1,0% 1,0%

2.1 Ensaio de compressão

Juntamente com as concretagens dos blocos, foram moldados dois corpos de prova
cilíndricos de dimensões 10x20 cm, para cada bloco. A moldagem seguiu as
preconizações da NBR 5738 (ABNT, 2003). Os exemplares foram ensaiados aos 28 dias
de idade, seguindo as recomendações da NBR 5739 (ABNT, 2007).
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2.2 Esclerometria

O ensaio de esclerometria ocorreu com os blocos no estado seco ao ar. Em cada bloco,
foram ensaiadas 4 faces. Em cada uma das faces, foram avaliados 9 pontos com o
esclerômetro, em locais com superfície regularizada, totalizando 36 valores para cada
bloco.
Foi calculada a média dos índices esclerométricos, e utilizado como critério de descarte
de valores espúrios aqueles cujos valores diferem da média em mais de 10%. Após esse
refinamento, a média foi recalculada, assim como o desvio-padrão e coeficiente de
variação.
Os métodos utilizados no ensaio seguiram as preconizações da NBR 7584 (ABNT, 2012).

2.3 Ensaio de arrancamento

O ensaio de arrancamento ocorreu com os blocos no estado seco ao ar. Em cada bloco,
foram ensaiados no total 15 discos: 5 com disco de alumínio, 5 com disco de aço e 5 com
disco de aço com execução de furo prévio no concreto. Esse furo foi realizado com serra
copo, sendo a profundidade média de 1,5 cm.
A colagem dos discos nos blocos de concreto foi precedida de lixamento da superfície,
visando à minimização de fatores de ruído na superfície do concreto, como exsudação e
carbonatação. A cola utilizada foi bicomponente de alta resistência e base epóxi, de
secagem em 90 minutos e cura total em 24 horas. Os ensaios foram realizados 1 dia após
a colagem, com a finalidade de respeitar o tempo de cura total. Foram registrados os
valores de tensão (em MPa) de arrancamento.
Foram desconsiderados os casos em que a ruptura ocorreu entre a cola e o disco, mesmo
que parcialmente na superfície. Foi calculada a média e o desvio padrão dos valores
considerados, e utilizado como critério de descarte de valores espúrios aqueles cujos
valores diferem da média em mais de um desvio padrão. Após esse refinamento, a média
foi recalculada, assim como o desvio-padrão e coeficiente de variação.
Os métodos utilizados seguiram as preconizações da BS 1881-207 (BSI, 1992).

3 Resultados e discussões
3.1 Ensaio de compressão

Os resultados do ensaio à compressão nos corpos de prova moldados encontram-se na


Tabela 2 (na unidade MPa).

Tabela 2 – Resultados do ensaio à compressão (MPa).


Bloco 1 (C25) Bloco 2 (C25) Bloco 3 (C40)
Exemplar 1 27,9 Exemplar 1 27,7 Exemplar 1 39
Exemplar 2 26,3 Exemplar 2 27,1 Exemplar 2 44,3
Valor adotado 27,9 Valor adotado 27,7 Valor adotado 44,3

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3.2 Esclerometria

Os resultados do ensaio de esclerometria para o bloco 1 estão apresentados na Tabela 3


(valores apresentados são os índices esclerométricos, adimensionais). Os valores
considerados espúrios (de acordo com critério explicado anteriormente) estão tachados.
Na Tabela 4, é apresentado o resumo do ensaio, com a média, desvio-padrão e
coeficiente de variação, em duas situações: antes e depois do critério de exclusão dos
valores considerados espúrios. Para o primeiro caso, é apresentado o intervalo de
aceitação para valores não espúrios.
As Tabelas 5 e 6 representam as mesmas situações para o bloco 2, e analogamente as
Tabelas 7 e 8 para o bloco 3.

Tabela 3 – Resultados do ensaio de esclerometria para o bloco 1.


Índice esclerométrico
41 36 40 31 23 30 32 35 36
26 32 33 29 27 30 30 20 19
38 34 31 40 39 36 36 44 44
19 40 34 30 34 39 39 38 29

Tabela 4 – Resumo do ensaio de esclerometria para o bloco 1.


Valores originais Valores após eliminação de espúrios
Média 34 34
Desvio-padrão 6,61 1,78
Coeficiente de variação (%) 19,45 5,24
Média + 10% 37,4 -
Média – 10% 30,6 -

Tabela 5 – Resultados do ensaio de esclerometria para o bloco 2.


Índice esclerométrico
28 33 23 33 39 28 27 31 34
34 27 29 31 31 32 28 31 40
26 25 28 30 28 27 28 30 28
40 41 40 39 30 29 32 23 28

Tabela 6 – Resumo do ensaio de esclerometria para o bloco 2.


Valores originais Valores após eliminação de espúrios
Média 30 29
Desvio-padrão 4,84 1,91
Coeficiente de variação (%) 16,11 6,59
Média + 10% 33 -
Média – 10% 27 -

Tabela 7 – Resultados do ensaio de esclerometria para o bloco 3.


Índice esclerométrico
51 43 49 38 50 43 34 50 42
38 34 34 36 32 35 31 36 38
46 48 44 45 49 47 46 44 50
45 37 44 42 48 43 39 41 44

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Tabela 8 – Resumo do ensaio de esclerometria para o bloco 3.
Valores originais Valores após eliminação de espúrios
Média 43 44
Desvio-padrão 5,74 2,39
Coeficiente de variação (%) 13,35 5,44
Média + 10% 47,3 -
Média – 10% 38,7 -

3.3 Ensaio de arrancamento

A Figura 4 mostra a ruptura típica no ensaio de arrancamento, assim como o caso em que
não foi considerada devido à ruptura ter ocorrido entre a cola e o disco (sem concreto
aderido em toda a superfície do disco após o ensaio).
Os resultados do ensaio de arrancamento para o bloco 1 estão apresentados na Tabela 9
(na unidade MPa). Os exemplares sem valor correspondem aos casos de ruptura entre o
disco e a cola, ou seja, os não considerados. Os valores considerados espúrios (de
acordo com critério explicado anteriormente) estão tachados. Na Tabela 10, é
apresentado o resumo do ensaio, com a média, desvio-padrão e coeficiente de variação,
em duas situações: antes e depois do critério de exclusão dos valores considerados
espúrios. Para o primeiro caso, é apresentado o intervalo de aceitação para valores não
espúrios.
As Tabelas 11 e 12 representam as mesmas situações para o bloco 2, e analogamente as
Tabelas 13 e 14 para o bloco 3.

(a) (b)
Figura 4 – Ruptura típica (a) e ruptura não considerada (b)

Tabela 9 – Resultados do ensaio de arrancamento para o bloco 1.


Tensão de arrancamento (MPa)
Disco de aço Disco de alumínio Disco de aço com furo no concreto
Disco 1 3,5070 3,4820 5,2610
Disco 2 3,4080 1,8380 5,0660
Disco 3 3,2450 1,7180 4,8040

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Disco 4 4,6660 1,6970 5,9930
Disco 5 4,7860 3,1530 -

Tabela 10 – Resumo do ensaio de arrancamento para o bloco 1.


Valores originais
Disco de aço Disco de alumínio Disco de aço com furo no concreto
Média 3,9224 2,3776 5,2810
Desvio-padrão 0,7407 0,8675 0,5103
Coeficiente de variação (%) 18,89 36,49 9,66
Média + desvio-padrão 4,6631 3,2451 5,7913
Média - desvio-padrão 3,1817 1,5101 4,7707
Valores após eliminação dos espúrios
Disco de aço Disco de alumínio Disco de aço com furo no concreto
Média 3,3867 2,1015 5,0437
Desvio-padrão 0,1323 0,7037 0,2293
Coeficiente de variação (%) 3,91 33,49 4,55

Tabela 11 – Resultados do ensaio de arrancamento para o bloco 2.


Tensão de arrancamento (MPa)
Disco de aço Disco de alumínio Disco de aço com furo no concreto
Disco 1 2,2790 0,7620 5,7670
Disco 2 2,8160 1,8140 4,5510
Disco 3 2,7970 0,3730 2,3820
Disco 4 2,2830 1,8250 6,0920
Disco 5 2,7730 - -

Tabela 12 – Resumo do ensaio de arrancamento para o bloco 2.


Valores originais
Disco de aço Disco de alumínio Disco de aço com furo no concreto
Média 2,6796 1,1935 4,6980
Desvio-padrão 0,2241 0,7401 1,6804
Coeficiente de variação (%) 8,36 62,01 35,77
Média + desvio-padrão 2,9037 1,9935 6,3784
Média - desvio-padrão 2,4555 0,4534 3,0176
Valores após eliminação dos espúrios
Disco de aço Disco de alumínio Disco de aço com furo no concreto
Média 2,7788 1,4670 5,4700
Desvio-padrão 0,0375 0,6106 0,8123
Coeficiente de variação (%) 1,35 41,62 14,85

Tabela 13 – Resultados do ensaio de arrancamento para o bloco 3.


Tensão de arrancamento (MPa)
Disco de aço Disco de alumínio Disco de aço com furo no concreto
Disco 1 3,2400 3,7120 6,1260
Disco 2 2,6160 2,3240 6,1420
Disco 3 3,8310 2,9690 -
Disco 4 2,7080 2,4940 4,0010
Disco 5 4,8930 3,0400 4,5000

Tabela 14 – Resumo do ensaio de arrancamento para o bloco 3.


Valores originais
Disco de aço Disco de alumínio Disco de aço com furo no concreto
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Média 3,4576 2,9078 5,1923
Desvio-padrão 0,9377 0,5431 1,1064
Coeficiente de variação (%) 27,12 18,68 21,31
Média + desvio-padrão 4,3953 3,4509 6,2986
Média - desvio-padrão 2,5199 2,3647 4,0859
Valores após eliminação dos espúrios
Disco de aço Disco de alumínio Disco de aço com furo no concreto
Média 3,0988 2,8843 5,5893
Desvio-padrão 0,5603 0,2969 0,9434
Coeficiente de variação (%) 18,08 10,47 16,88

Na Tabela 15, é apresentada uma análise de significância, realizada pelo método


ANOVA, para verificação da influência das variáveis do ensaio de arrancamento.

Tabela 15 – Análise de variância (ANOVA) para ensaio de arrancamento (significância de 5%).


ANOVA
Fonte de variação SQ GL MQ F calculado F crítico
Tipo de disco (A) 52,1584 2 26,0792 83,0590 3,4668
Bloco (B) 1,7279 2 0,8639 2,7515 3,4668
Interação (AB) 2,2186 4 0,5546 1,7664 2,8400
Resíduo 6,5937 21 0,3139
Total 62,6986 29

Observa-se que, para os tipos de discos estudados (aço, alumínio e aço com execução
prévia de furo no concreto), o valor de F calculado foi superior ao F crítico. Dessa forma,
pode-se concluir que tanto a mudança de material do disco quanto a execução prévia do
furo no concreto são fatores que, a 95% de confiança, geram resultados estatisticamente
distintos no ensaio de arrancamento.
Quanto ao efeito dos blocos, é notado que, pelo fato de o F calculado ter sido inferior ao F
crítico, a mudança dos blocos não provocou resultados estatisticamente distintos. Esse
resultado não era esperado, haja vista um dos blocos tem classe de resistência bem
distinta dos demais, comprovado pelos ensaios de compressão e esclerometria.
Dessa forma, a execução do ensaio de arrancamento, tal qual realizada, não se mostrou
sensível e confiável para a estimativa da resistência mecânica do concreto.

3.4 Correlações entre os ensaios

As Figuras 5 e 6 mostram as correlações do ensaio de arrancamento, utilizando discos de


aço, com os demais ensaios.
Observa-se que as correlações com demais ensaios são desprezíveis. Os coeficientes de
variação obtidos (após a eliminação dos valores considerados espúrios), entretanto,
apresentaram-se bem baixos, para os blocos 1 e 2. A falta de correlação entre os ensaios
pode ser atribuída ao pequeno tamanho da amostra (agravada pela eliminação dos
valores espúrios) e também à pequena quantidade de níveis de resistência do concreto (3
blocos em 2 níveis).
Fatores de ruído podem também ter influenciado para a não obtenção da correlação. O
ensaio de arrancamento foi realizado em local coberto, porém não fechado nas laterais. O
arrancamento foi precedido após 24 horas de colagem, ou seja, no tempo mínimo
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estipulado pelo fabricante da cola para cura total. Tal fato gerou, como mostrado na
Figura 4b, a ruptura entre a cola e a superfície do disco. Os discos utilizados no ensaio
não eram novos, sendo que o desgaste superficial na área de contato com a cola possa
ter influenciado os resultados. Outro detalhe do ensaio é a aplicação manual da carga
através do macaco hidráulico, dependendo da sensibilidade do operador.

3,60  

R²  =  0,1267  
3,20  

2,80  

2,40  

2,00  
25,00   30,00   35,00   40,00   45,00  
Figura 5 – Ensaio de arrancamento com discos de aço x esclerometria.

3,60  

3,20  
R²  =  0,00479  
2,80  

2,40  

2,00  
25,00   30,00   35,00   40,00   45,00   50,00  

Figura 6 – Ensaio de arrancamento com discos de aço x ensaio de compressão.

As Figuras 7 e 8 mostram as correlações do ensaio de arrancamento, utilizando discos de


alumínio, com os demais ensaios.
Nesse caso, as correlações obtidas com os demais ensaios foram satisfatórias, a despeito
de os coeficientes de variação para os discos de alumínio serem altos.
Como as condições de ensaio foram as mesmas no caso do disco de aço, os resultados
de maior correlação a esse caso podem ser devidos, possivelmente, ao melhor estado
superficial dos discos de alumínio.

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3,40  

3,00   R²  =  0,94214  
2,60  

2,20  

1,80  

1,40  

1,00  
25,00   30,00   35,00   40,00   45,00  

Figura 7 – Ensaio de arrancamento com discos de alumínio x esclerometria.

3,00  
R²  =  0,79592  
2,60  

2,20  

1,80  

1,40  

1,00  
25,00   30,00   35,00   40,00   45,00   50,00  
Figura 8 – Ensaio de arrancamento com discos de alumínio x ensaio de compressão.

As Figuras 9 e 10 mostram as correlações do ensaio de arrancamento, utilizando discos


de aço com execução prévia de furo no concreto, com os demais ensaios.

6,00  
R²  =  0,1514  
5,60  

5,20  

4,80  

4,40  

4,00  
25,00   30,00   35,00   40,00   45,00  
Figura 9 – Ensaio de arrancamento com discos de aço e execução prévia de furo x esclerometria.

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5,70  
R²  =  0,43739  
5,40  

5,10  

4,80  

4,50  
25,00   30,00   35,00   40,00   45,00   50,00  
Figura 10 – Ensaio de arrancamento com discos de aço e execução prévia de furo x ensaio de compressão.

Assim como observado nas Figuras 5 e 6, as correlações obtidas são baixas, sendo fraca
para a esclerometria e moderada para o ensaio de compressão.
A Figura 11 mostra a correlação entre o ensaio de compressão e esclerometria.

50,00  

45,00  
R²  =  0,89926  
40,00  

35,00  

30,00  

25,00  

20,00  
25,00   30,00   35,00   40,00   45,00  

Figura 11 – Ensaio de compressão x esclerometria.

Observa-se uma forte correlação entre os dois ensaios. Destaca-se nesse caso que o
ensaio de esclerometria foi feito com 36 valores por bloco, ou seja, uma amostra de
tamanho muito superior ao ensaio de arrancamento, no qual foram realizadas 5
repetições para cada uma das variáveis.

4 Conclusões
O ensaio de esclerometria apresentou forte correlação com a resistência mecânica do
concreto, sendo o mesmo resultado obtido por Machado et al. (2004) e Pereira (1999). O
coeficiente de variação encontrado foi baixo – entre 5,24 e 6,29% - denotando a
confiabilidade do ensaio. Ressalta-se que essa confiabilidade é ajudada pela quantidade
de repetições desse ensaio em cada bloco – 36 vezes.
Para o ensaio de arrancamento, as correlações com os outros ensaios – compressão e
esclerometria – não foram significativas para os dois casos da utilização do disco de aço

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(com e sem a execução prévia do furo no concreto). O disco de alumínio apresentou forte
correlação com demais ensaios, porém com alto coeficiente de variação.
A mudança de material dos discos, assim como a execução prévia do furo no concreto,
influenciaram nos resultados do ensaio. Os maiores valores foram os obtidos com disco
de aço com a execução do furo, e os menores para a utilização do disco de alumínio.
O ensaio pull-off não se mostrou sensível às mudanças na resistência mecânica dos
concretos utilizados. Destaca-se que foram utilizadas apenas duas classes de resistência,
e que o uso de mais níveis possivelmente melhoraria essa sensibilidade.
Essa falta de sensibilidade, assim como a dispersão dos valores encontrados e a falta de
correlação com demais ensaios, podem ser atribuídas a alguns fatores. O arrancamento
foi realizado após 24 horas de colagem, sendo o tempo mínimo de cura da cola. A cura
inadequada pode influenciar negativamente o ensaio, conforme citado por Bungey e
Soutsos (2001). Após a remoção dos blocos de cura úmida, os blocos foram mantidos em
local coberto mas aberto nas laterais, sujeito às variações climáticas e de umidade. Os
discos utilizados não foram novos, estando sujeitos ao desgaste superficial decorrente do
uso. A aplicação da carga no ensaio ocorre manualmente através do macaco hidráulico,
estando suscetível à sensibilidade do operador para a velocidade empregada.
Para cada um dos tipos de disco, o tamanho da amostra (5) é muito inferior ao da
esclerometria (36), gerando possivelmente uma amostra não representativa para as
avaliações estudadas. Além disso, a quantidade de blocos (2 para uma classe de
resistência e 1 para outro) foi baixa.
Sugere-se para trabalhos futuros que o ensaio de arrancamento, para correlações em
laboratório, seja executado em locais climatizados, com cura superior ao mínimo
estipulado pela cola utilizada e que as amostras estudadas tenham maior número de
exemplares.

Referências
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of concrete. ACI 228.1R, Detroit, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Concreto – Procedimento para


moldagem e cura de corpos de prova. NBR 5738. Rio de Janeiro, 2003.

______. Concreto – Ensaios de compressão de corpos de prova cilíndricos. NBR


5739. Rio de Janeiro, 2007.

______. Concreto endurecido – Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro


de reflexão – Método de ensaio. NBR 7584. Rio de Janeiro, 2012.

______. Concreto para fins estruturais – Classificação pela massa específica, por
grupos de resistência e consistência. NBR 8953. Rio de Janeiro, 2009.

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