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Disciplina de Introdução ao Desgaste Turma 1/2020

Experimento de pêndulo simples aplicado à análise de desgaste

Bhia Teixeira Cardoso


Ícaro Machado de Morais
Matheus Avelino Freire

bhia_teixeira@hotmail.com
icaro_morais@hotmail.com
matheus.freire36@gmail.com
Universidade de Brasília. Faculdade do Gama
Área Especial de Indústria Projeção A, DF-480 - CEP 72444-240 – Gama – DF – Brasil

Resumo: Este trabalho visa realizar o desgaste por abrasão em três diferente materiais
distintos por meio da aplicação de força normal gerada pela energia potencial de um sistema
pendular, força qual será aplicada por meio de um ponteiro marcador de material endurecido
por processo térmico adiquirindo dureza superiror aos materiais testados. Abaixo estão
descritos o embasamento teórico do sistema, os mecanismos de ação da bancada de teste e as
relações analíticas das energias do sistema. Foi feita a análise dos resultados para verificar
as energias dissipadas por cada material por meio do desgaste por abrasão do contato do
ponteiro marcador contra os corpos de prova.

Palavras-Chave: desgaste, abrasão, pêndulo.


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1. INTRODUÇÃO

O movimento de uma superfície sólida sobre outra é de fundamental importância para o


funcionamento de vários tipos de mecanismos, apresentando aspectos positivos e negativos. O
atrito e o desgaste oriundo do deslizamento entre superfícies são apontados como um dos
principais causadores de indisponibilidade e falha de componentes de máquinas, devido à perda
de massa e deformidade de suas dimensões (Holmeberg, 2001, apud Viáfara, 2009). Segundo
Hutchings (1992), a “ciência e tecnologia da interação das superfícies em movimento relativo”, é
definida como tribologia, e abrange conhecimentos acerca de atrito, desgaste e lubrificação.
Um ensaio de desgaste pode ser utilizado para estudo e caracterização das propriedades de um
material ou porção em determinado sistema, ou seja, um material pode apresentar diferentes
comportamentos tribológicos para situações/aplicações distintas (Bayer, 1994, apud Reis et al.,
2016).
Neste trabalho, é desenvolvido um ensaio para análise de superfícies de diferentes amostras (aço,
alumínio e nylon) submetidos a desgaste por deslizamento, tendo como mecanismo de desgaste
atuante a abrasão. Também faz parte deste estudo comparar os resultados obtidos para cada
amostra tendo em vista as propriedades dos materiais que as compõem.
O experimento consiste, basicamente, em um pêndulo com uma ponteira de teste afiada na
extremidade, que desliza sobre a amostra de material. A partir disso, serão analisadas as
características de cada superfície após o riscamento e o comportamento do pêndulo quando à sua
energia antes e depois do contato a partir da teoria do pêndulo simples.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Tribologia

Segundo a norma ASTM G40-13 (2013), define-se desgaste como a alteração provocada em uma
superfície sólida devido a deslocamento de material ou perda, em razão do movimento relativo
entre superfícies ou mais substâncias (apud Almeida, 2017). Como definiu Stachowiak (2006), o
desgaste não representa uma propriedade do material, e sim, do sistema pelo qual está
condicionado. As taxas de desgaste são dependentes das condições de contato entre as superfícies,
como: material, velocidade de deslizamento, pressão de contato, forma, lubrificação, entre outros
(apud Almeida, 2017).
Para Hutchings (1992), quando duas superfícies deslizam sobre uma sobre a outra, ocorre desgaste
(em uma ou ambas superfícies). Termos como “arranhar” e “riscar” são comumente associados a
desgaste por deslizamento severo. Segundo Kato e Adachi (2011), para sistemas que envolvem
pares de superfícies metálicas sob deslizamento, pode-se citar quatro mecanismos de desgaste:
desgaste adesivo, desgaste abrasivo, desgaste por fadiga e desgaste corrosivo (apud Reis et al.,
2016).
Zum Gahr (1987, apud Almeida, 2017) descreve esses mecanismos:

• Adesão: surgimento e rompimento de ligações interfaciais de adesão;


• Abrasão: remoção de material por meio de riscamento;
• Fadiga superficial: fadiga e surgimento de trincas superficiais devido a ciclos de tensão de
contato que levam à separação do material;
• Reações triboquímicas (desgaste corrosivo): produtos de reações químicas se formam
devido a interações químicas entre os elementos de um tribossistema, iniciadas por ações
tribológicas.
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Figura 1 – Mecanismos de desgaste


Fonte: adaptado de (ZUM GAHR, 1987, apud Almeida, 2017).

As propriedades dos materiais que compõem o par tribológico afetam como ocorre o desgaste. A
dureza de um material e sua resistência ao desgaste possuem relação direta, de forma que a dureza
age como atenuante da severidade do desgaste (Ludema, 1996, apud Rech, 2018). Khruschov,
1957 (apud Rech, 2018) descreve que quanto mais a dureza do metal, maior sua resistência ao
desgaste abrasivo.
Superfícies metálicas expostas ao ambiente, mesmo que se apresentem muito limpas,
inevitavelmente serão “contaminadas” pelo ar atmosférico. Tendo isso em vista, é definida uma
“condição padrão” para deslizamento envolvendo metais, que diz que os metais serão
normalmente cobertos por um filme de óxido, qual é recoberta por uma segunda camada de gases
e hidrocarbonetos (óleos) adsorvidos (ASM International, 1997).
Em relação à conformidade das superfícies de contato, ASM International, (1997) descreve que os
materiais dúcteis apresentam tendência a se conformarem plasticamente, enquanto os materiais
duros não irão se conformar. O deslizamento adiciona tensão de cisalhamento a quaisquer tensões
normais já impostas, de forma a aumentar a probabilidade de fluxo plástico e fratura dos materiais
na região de contato.
Em um tribossistema, o dano da superfície pode ser classificado de três formas: dano superficial
sem transferência de material, com perda de material e com ganho de material. Quando não há
transferência de material, o dano pode ser identificado por alterações na microestutura, deformação
plástica ou rachadura na peça. Nos casos onde há perda de massa, ocorre o desgaste propriamente
dito; e para ganho de massa, trata-se da adesão de outros materiais oriundos do contra-corpo ou
meio ou mesmo corrosão (ASM International, 1997).

Pêndulo Simples

Um sistema de pêndulo é composto por uma massa acoplada a um pivô, permitindo sua
movimentação livre. A massa fica submetida à força restauradora proveniente da gravidade (Só
Física). O pêndulo simples é uma aproximação onde não são levadas em consideração as forças
dissipativas, como atrito e arrasto, atuando sob o sistema. Nesse caso, o movimento oscilatório do
pêndulo é decorrente apenas das forças peso e tração do fio (Toda Matéria, 2020).

Figura 2 – Mecanismos do Pêndulo Simples


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Fonte: adaptado de (Tutor Brasil, 2017).

Conservação de Energia

Segundo Helerbrock (2020), “a conservação da energia mecânica é uma das leis da mecânica que
decorrem do princípio de conservação da energia. De acordo com a lei da conservação da energia
mecânica, quando nenhuma força dissipativa atua sobre um corpo, toda a sua energia relativa ao
movimento é mantida constante. Isso equivale a dizer que a energia cinética e a energia potencial
do corpo nunca mudam.”
A lei da Conservação da energia pode ser resumida através da equação 1:

ECi + EPi = ECf + EPf (1)

Onde:
• ECi e ECf = energia cinética inicial e final;
• EPi e EPf = energia potencial inicial e final.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização do experimento, foram confeccionados três corpos de prova nas dimensões 100
x 35 mm em três materiais diferentes, cuja dureza e módulo de elasticidade são mostrados na
Tabela 1:

Tabela 1 – Dureza e Módulo de Elasticidade dos corpos de prova


Corpo de prova 1 Corpo de prova 2 Corpo de prova 3
Material Aço 1020 Alumínio Nylon
Dureza 121 HB 20 HB R100
Módulo de Elasticidade 170 70 1,8
(GPa)

O acabamento dos corpos de prova metálicos foi realizado em três etapas. Primeiramente, foi
feito o desbaste por meio de um disco de modelo FLAP grão 80. Em seguida, utilizou-se uma
lixa manual de gramatura 180 e, para finalizar, foi usada uma lixa de gramatura 600. A Figura 2
mostra os corpos de prova já acabados.
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Figura 2 - Corpos de prova (nylon - alumínio - aço)

Para realizar o ensaio, foi construída uma estrutura capaz de sustentar um pêndulo que, quando
em movimento, possibilita que sua extremidade (em formato afiado) deslize sobre o corpo de
prova, riscando-o.
Os materiais utilizados na fabricação da estrutura são listados abaixo:
• Metalon em perfil “C” de medida 180 mm x 150 mm X 60 mm;
• 2 Rolamentos de skate;
• 2 metalons de perfil quadrado de medidas 10 mm x 20mm x 400 mm;
• 1 metalon de perfil quadrado de medidas 10 mm x 20mm x 400 mm;
• 1 Barra rosqueada de 150 mm de comprimento;
• 7 porcas M8;
• 1 porca borboleta M10;

Como mostrado na Figura 3, foi utilizado uma base metálica de perfil C, por onde foi soldado dois
metalons de altura 400 mm, paralelos entre si e perpendiculares à base, que funcionam como as
hastes de sustentação do pêndulo. Ligando as duas hastes, passa um eixo que sustenta um pêndulo,
também fabricado em metalon. Na extremidade do pêndulo foi soldada uma porca por onde é
acoplada uma ponteira de teste, que consiste em um corpo de parafuso adaptado, cuja ponta foi
desbastada até que se atingisse um formato cônico. Entre as hastes de sustentação e o eixo, assim
como entre o eixo e o pêndulo, foram utilizados rolamentos, a fim de diminuir o atrito e facilitar a
ação rotativa entre as partes.
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Figura 3 – Estrutura montada

As dimensões da estrutura podem ser observadas no Apêndice.


No interior do pêndulo, foram inseridas esferas de chumbo a fim de conferir maior massa ao
sistema. A massa do pêndulo como a ponteira de testes encaixada é de 275 gramas, medida em
uma balança.
Para fixação dos corpos de prova na base, utilizou-se de dois conjuntos – parafuso, arruela e porca
-, diagonais entre si, de forma que é possível prensar, em razão do diâmetro da arruela, o corpo de
prova contra a base. A Figura 4 ilustra o sistema:

Figura 4 – Fixação do corpo de prova

O corpo parafuso utilizado para a fabricação da ponteira de testes foi extraído de um parafuso
classe 12.9, cuja dureza é por volta de 33 – 44 HRC (314 – 410 HB), apresentando valores bem
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superiores aos corpos de prova.


A ponteira de teste, a fim de melhorar ainda mais sua resistência, passou pelo tratamento térmico
de têmpera superficial. Com o auxílio de um maçarico, a temperatura da superfície foi elevada até
o rubro, como mostrado na Figura 5. Em seguida, a ponteira foi resfriada bruscamente, como
indica o tratamento de têmpera, utilizando água.

Figura 5 – Aquecimento da ponteira de teste para procedimento de têmpera

O experimento acontece com a estrutura localizada em frente uma escala e filmado em câmera
lenta, de forma que seja possível entender a altura em que o pêndulo é largado para que se inicie
o movimento e a altura em que ele atinge após o corpo com o corpo de prova.

Figura 6 – Escala utilizada

Com a estrutura pronta e posicionada, os corpos de prova de aço podem ser experimentados. A
altura do pêndulo em relação ao corpo de prova foi definida de forma que a ponta da ponteira de
teste tocasse o corpo de prova 5mm antes de atingir 90° com o plano da base. O pêndulo é
levantado até a altura de 38 cm em relação à base, e solto em seguida. Por estar saindo de um
estado de repouso, a velocidade inicial do movimento é zero. Temos então que, toda a energia do
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sistema, utilizando a teoria do pêndulo simples, é equivalente à energia potencial gravitacional,


dada pela equação 2:

E = m * g * h,
(2)

onde:
• m: massa do pêndulo;
• g: aceleração da gravidade;
• h: altura inicial do pêndulo;
• E: Energia Potencial Gravitacional.

Sabendo que a altura inicial do pêndulo é de 0,38 m, a aceleração da gravidade é dada por 9,81
m/s2, e a massa do pêndulo é de 0,275 kg, temos que a energia do sistema antes do movimento é
de E =1,025 J .
Com o auxílio da escala e da filmagem em câmera lenta, é analisada a altura máxima que o pêndulo
atinge após o primeiro deslizamento sobre o corpo de prova. Quando o pêndulo atinge essa altura,
novamente temos que a velocidade nesse instante é zero, e a energia mecânica do sistema resume-
se na energia potencial gravitacional. Utilizando da teoria da conservação da energia, podemos
entender que a diferença entre os valores de energia antes (Ei) e depois (Ef) do deslizamento sobre
o corpo de prova equivale a energia dissipada no próprio deslizamento, como mostra a equação 3:

Ei – Ef = Edissipada (3)

Também são contadas quantas vezes o pêndulo passa pelo corpo de prova até o repouso. Esse
procedimento se repete para cada corpo de prova, começando pelo aço, em seguida o alumínio e
por último, o nylon.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As informações coletadas durante o experimento e a energia potencial após o primeiro contato


calculada por meio da equação 1 para cada corpo de prova podem ser observadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Informações coletadas após o experimento


Aço Alumínio Nylon
Quantidade de deslizamentos até o repouso 2 1 7
Altura após primeiro contato (mm) 64,04 0 234,5
Energia potencial após o primeiro contato (J) 0,1728 0J 0,6326
Energia dissipada no primeiro contato (J) 0,8523 1,0251 0,3925

Corpo de prova de alumínio

Figura 7 – Corpo de prova de alumínio após o experimento

No corpo de prova de alumínio, mostrado na Figura 7, toda a energia mecânica foi dissipada no
contato do pêndulo com o corpo de prova, de forma que não houvesse mais energia no sistema
para que o pêndulo pudesse subir novamente. Isso acontece devido à menor dureza do alumínio,
que faz com que o material tenda a se deformar plasticamente. O fato do alumínio ser um material
mais mole torna seu coeficiente de atrito mais elevado, que também está atrelado à deformação.
Dessa forma, o alumínio utilizou de grande parte da energia mecânica oriunda do pêndulo em sua
deformação plástica. É interessante ressaltar que, apesar da energia dissipada do sistema no
primeiro contato ter sido alta, não há grande absorção dessa energia pelo material, justamente
porque ele faz uso dela em sua deformação.
Após a realização do experimento pode-se notar que o alumínio sofreu dano superficial com
transferência de material pouco significativa (micro-fadiga), sendo a deformação plástica
(sulcamento) o principal dano observado.

Corpo de prova de aço


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Figura 8 - Corpo de prova de aço após o experimento

Diferente da situação anterior, o pêndulo, ao passar pelo corpo de prova de aço (Figura 8), possui
energia para subir e deslizar novamente pelo corpo de prova, para então parar seu movimento.
Como o aço é um material que apresenta maior dureza, o atrito entre a superfície e a ponteira de
testes é menor, facilitando o deslizamento. Isso contribui para que seja dissipada menos energia
do sistema durante o contato, e ainda exista energia suficiente para o pêndulo continuar seu
movimento por ¼ de oscilação. Pôde-se observar que, apesar da energia do sistema ter sido
dissipada rapidamente, boa parte dela foi absorvida pelo corpo de prova, pois essa quantidade de
energia não foi suficiente para causar grandes danos à superfície. Outro fator que contribui para
proteger a superfície do aço é a camada de óxidos presente, que, sendo compostos cerâmicos,
apresentam alta dureza e consequentemente diminuem ainda mais o coeficiente de atrito na região,
atuando como um lubrificante.
No corpo de prova de aço foi percebido dano superficial com perda de material por formação de
cavaco e deformação plástica.

Corpo de prova de Nylon

Figura 9 - Corpo de prova de nylon após o experimento

O corpo de prova de nylon (Figura 9) permitiu com que o pêndulo deslizasse por ele sete vezes, e
foi percebido grande dano à sua superfície. Isso ocorre em razão da baixíssima dureza do nylon
em relação à ponteira de teste, levando à deformação plástica e à remoção de material. Mesmo
com o alto coeficiente de atrito em razão da baixa dureza, a maior quantidade de vezes que o
pêndulo desliza sobre a superfície de nylon demonstra que é necessária pouca energia para
deformar plasticamente o material. Não há grande absorção da energia do sistema por parte do
nylon, visto que essa energia é utilizada para danificar a sua superfície.
O corpo de prova de nylon sofreu dano superficial com perda de material e deformação plástica.
Por ser um material dúctil, pode-se notar um sulcamento na superfície e formação de proa, com
remoção de material devido à micro-fadiga.
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Analisando as Figuras 7, 8 e 9, é notório como o dano superficial é maior à medida que a


ductilidade dos corpos de prova aumenta, ou seja, o “risco” na superfície do nylon é mais longo e
mais profundo do que no alumínio, que por sua vez é maior e mais profundo que no aço. No corpo
de prova de aço, como o material exprime maior resistência à a indentação, o risco é percebido
mais próximo à região onde a pressão da ponteira de teste sobre a superfície é maior (quando o
ângulo entre o pêndulo e o eixo perpendicular à base se aproxima de 0°). O risco no corpo de prova
de nylon é maior porque sua natureza mais mole facilita a indentação do objeto pontiagudo em sua
superfície, que já acontece mesmo com uma pressão mais branda. Isso faz com que o risco seja
mais longo, pois a ponteira de testes penetra o nylon mais cedo do que o aço, isto é, antes de se
atingir altos valores de pressão sobre a superfície. No corpo de prova de alumínio, nota-se um risco
longo que no aço, que também é justificado pela baixa dureza do alumínio em relação à ponteira
de teste.

Em relação aos corpos de prova de nylon e alumínio, que apresentaram notória deformação
plástica, é possível analisar a energia necessária para causar esse dano à superfície. A diferença na
quantidade de deslizamentos da ponta de teste sobre esses dois materiais (um deslize para o
alumínio e sete para o nylon) demonstra como a energia necessária para deformar plasticamente o
alumínio é superior ao nylon. Toda a energia do pêndulo foi dissipada na deformação plástica do
corpo de prova de alumínio logo no primeiro contato, enquanto no corpo de prova de nylon, a
energia do pêndulo foi suficiente para deformá-lo e seguir seu movimento por mais sete vezes até
parar.

5. CONCLUSÃO

Por meio deste trabalho, foi possível entender empiricamente a maneira como as propriedades dos
materiais influenciam na forma como ele se desgasta. A dureza do aço aliada ao seu filme
superficial de óxidos fez com que o seu corpo de prova se mostrasse o mais resistente à abrasão
da ponta de teste, seguido do alumínio, e por último o nylon, onde foi percebido maior dano à
superfície e também menor dureza. Nos materiais dúcteis, foi notado sulcamento da superfície
(deformação plástica), enquanto no material duro foi observado pouco dano e formação de cavaco.
Foi observado que a dureza da superfície do aço facilitou o deslizamento do pêndulo, o que não
aconteceu na superfície do alumínio, que, sendo mais dúctil, apresentou maior resistência ao
movimento do pêndulo. No caso da superfície do nylon, mesmo sendo o material mais mole, o
pêndulo deslizou por mais vezes, pois a energia necessária para deformar sua superfície se mostrou
baixa.
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6. REFERÊNCIAS
• T. M. Reis1 , R. Bueno1 , G. Pellenz1 , A. Ecco1 , C. A. Figueroa2 , A. L. Bandeira2 , M.
C. M. Farias2 , A. L. Gasparin; “ENSAIO TRIBOLÓGICO PARA AVALIAÇÃO DO
DESGASTE EM SISTEMA DE EXTRAÇÃO PARA MOLDES DE INJEÇÃO DE
TERMOPLASTICOS”. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Sul – Câmpus Caxias do Sul, IFRS, 2 Universidade de Caxias do Sul, UCS,
2016.
• RECH, D. C. Relação entre Dureza, Desgaste e Microestrutura do Par Tribológico
Formado por Aço SAE 1045 e Óxido de Zircônio. 22 folhas. Monografia (Trabalho de
Conclusão do Curso em Engenharia Mecânica) – Departamento de Engenharia Mecânica,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
• Viáfara, C.C.,Sinatora, A., Feresin e F.. COMPORTAMENTO EM DESGASTE POR
DESLIZAMENTO DE MATERIAIS UTILIZADOS EM APLICAÇÕES
OFFSHORE. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2009.
• HUTCHINGS, I. M. Tribology - Friction and Wear of Engineering Materials. 273 p.
Butterworth Heinemann. Cambridge, 1992.
• ASM International. Friction, Lubrication, and Wear Technology vol.18. 1879 p. 1992;

Sites:

• Chapa de Aço 1020, Compraço, 2019. Disponível em: <


https://compraco.com.br/blogs/aco-na-industria-brasileira/chapa-de-aco-sae-1020 >.
Acesso dia 9 de Dezembro 2020.
• HELERBROCK, Rafael. "Conservação da energia mecânica"; Brasil Escola.
Disponível em: < https://brasilescola.uol.com.br/fisica/principio-conservacao-energia-
mecanica.htm > Acesso em 09 de Dezembro de 2020.
• Pêndulo Simples, Tutor Brasil. Disponível em: <
https://www.tutorbrasil.com.br/forum/viewtopic.php?t=58622 >. Acesso em 9 de
Dezembro de 2020.

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