Você está na página 1de 124

AULA01: INTRODUÇÃO À REOLO

GIA

DR. EDUARDO HENRIQU


E B A C K E S P R O F. D R . H E R N
EMENT
A
• Introdução à Reologia.
• Contextualização da reologia no processamento de
polímeros.
• Tipos de fluídos, conceitos sobre tensão, deformação, taxa
de deformação e viscoelasticidade.
• Estrutura e propriedades dos polímeros sob deformação.
• Equações de conservação de massa, quantidade de
movimento, energia e constitutivas (Equações Reológicas de
Estado).
O QUE É REOLOGIA?
Ano Trabalho
• Origem do termo vem da junção
das 1663 B. Pascal Publicou trabalhos

palavras gregas: sobre fluídos invíscidos

– Rheo = fluxo 1678 R. Hooke publicou trabalhos

– Logos = estudo, conhecimento sobre molas elásticas

• Reologia é a ciência que estuda o fluxo e a 1687 Sir I. Newton publicou trabalhos
deformação de materiais por meio da analise de fluídos viscosos
das suas à aplicação de
respostas uma de uma ...

estejam
deformação
esses() no
ou estado
tensão
liquido, sólido
(), 1929 Prof. Bingham (Lafayette College,
ou EUA) – “Estudo da deformação e
gasoso. fluxo da matéria”; e Funda Society
• Estudo de materiais com características de of Rheology
O QUE É REOLOGIA?
• Todas as substâncias escoam ou deformam com uma
determinada
força;

– TUDO FLUI

TENSÃO TEMPO DEFORMAÇÃO


O QUE É REOLOGIA?
• Do cathedral glasses flow?
Prof. Dr. Edgar Dutra Zanotto
TENSÃO / DEFORMAÇÃO

Sólido Fluído
MODELOS IDEAIS

Sólido Sólido Ideal


deformável Viscoso
Euclidiano (Pascal)
MECÂNICA DOS MECÂNICA DOS
SÓLI DOS Lei de FLUIDOS
Não
Não Linear Newtoniano Newtoniano
Hooke

Reologia
Deformação instantânea

Deformação com o tempo.


OBJETIVOS DA REOLOGIA
• Predizer a força necessária para causar uma dada deformação
ou
escoamento no corpo;

• Estudar fluxo ou deformação resultante da aplicação de um sistema de forças


em um corpo.

Sólido Elástico Fluido Viscoso

Resultado: deformação Resultado: escoamento


Relaxação do sistema: Relaxação do sistema: não
retorno ao seu estado retornará ao estado não
original, não deformado deformado
COMPORTAMENTO ELÁSTICO
IDEAL/ LINEAR
• 1678: Robert Hooke – “Teoria da Elasticidade”;

• “A intensidade da força elástica (reação da força aplicada na mola)


é
diretamente proporcional à sua deformação”;
• Ao dobrar a tensão aplicada, a deformação observada também
será
F (deformações
dobrada – Teoria da elasticidade clássica k  x Lei de Hooke
infinitesimais).

F = força (N);
k = constante de força do material (kg/s2);
x = extensão da deformação (m).
COMPORTAMENTO ELÁSTICO
IDEAL/ LINEAR
• 1687: Isaac Newton estudou o comportamento de
líquidos em fluxos sob cisalhamento constante (livro
“Principia”);

• “A resistência advinda do atrito das partes do liquido,


com as demais variáveis constantes, é proporcional à
velocidade com que as partes do liquido
são separadas uma das outras”;
dv x 
xy   Lei de Newton
dy

xy = tensão de cisalhamento (Pa);
 = taxa de cisalhamento (s-1).
 = viscosidade (Pa.s);
COMPORTAMENTO VISCOSO
IDEAL/ LINEAR
• A Lei de Newton é aplicável para vários líquidos comuns e por muitos anos
assumiu-se que a lei seria universal;

• 1835: Wilhelm Weber – Experimentos com fios de seda demonstraram que


não apresentavam comportamento perfeitamente elástico;

• 1867: James Clerk Maxwell – Desenvolvimento de modelo


matemático
para fluidos que apresentavam algumas propriedades elásticas;

VISCOELASTICIDADE
MATERIAIS VISCOELÁSTICOS

Sólido de Líquido
Materiais Viscoelásticos
Hooke Newtoniano

 Deformação instantânea; Apresentam  Não deforma instantaneamente;


 Deformação é somente  Deformação é função da tensão
função da tensão;
propriedades elásticas e do tempo (taxa de
Armazenamento da e viscosas deformação);
energia de deformação. simultaneamente  Dissipação da energia
de
deformação.

 Deformação instantânea e no tempo;


 Parte da energia é armazenada e parte é dissipada.
MATERIAIS VISCOELÁSTICOS

Deform.
Deform.
elástica

Deform. Viscosa
permanente

Tempo
CLASSIFICAÇÃO REOLÓGICA
DOS MATERIAIS
• Materiaiselásticos: durante deformação armazenam todo o trabalho
externo aplicado (materiais metálicos e cerâmicos sólidos)

• Materiais durante deformação dissipam todo o trabalho


viscosos : externo
aplicado; (água, óleos, suspensões cerâmicas)

• Materiais viscoelásticos: durante deformação armazenam e dissipam o


trabalho externo aplicado; (materiais poliméricos fundidos e sólidos, emulsões
poliméricas e metálicas, nanocompósitos poliméricos, blendas poliméricas)
COMPORTAMENTOS NÃO-
LINEARES
• Os comportamentos elástico e viscoso ideais são representados por relações lineares
Fluído de
(Lei de Hooke e Lei de Newton, respectivamente), que assumem pro
dire ta entre tensão e deformação ou taxa de deformação;
Bingham porcionalidade

• Mat eriais viscoelásticos?

– U ma grande gama de comportamentos reológicos podem ser descrit os por relações


lineares, porém com maiores restrições;

– A faixa de tensões onde materiais viscoelásticos apresentam comportamento linear é


p equena  módulos e viscosidade podem variar com a tensão aplicada e as
mudanças podem ocorrer instantaneamente ou durante um longo perí odo de tempo.
MATERIAIS NÃO LINEARES
• Exemplo: pasta de dente;

Fluído de

Bingham

 Comportamento pseudoplástico (shear thinning): redução da e com o


viscosidad
aumento da t
axa de cisalhamento em fluxos no regime permanente.
MATERIAIS NÃO LINEARES
• Exemplo: silly putty (brinquedo feito a partir de borracha de
silicone);

TUDO
FLUI
POLÍMEROS
• A origem do termo vem da junção das palavras gregas:
– Poli = muitos

– Mero = parte (unidade de repetição)

• Polímero é uma macromolécula composta por muitas (dezenas de


milhares) de unidades de repetição denominadas meros, ligadas
por ligação covalente;

• A matéria prima para sua produção é o monômero, isto é,


Polimerização
uma
molécula com uma (mono) unidade de repetição;
Etileno Polietileno
(Monômero) (Polímero)
POLÍMEROS
• Nem todos os compostos de baixa massa molar geram polímeros. Para que a síntese
ocorra, os monômeros devem formar ligações entre si, gerando a cadeia polimérica;

• Cada monômero deve ser capaz de se combinar com outros dois monômeros, no
mínimo, para ocorrer a reação de polimerização;

• Funcionalidade (f): número de pontos reativos por molécula (f ≥ 2);

• Bifuncionalidade pode ser obtida com a presença de grupos funcionais reativos e/ou
duplas ligações reativas;

Ácido Adípico Hexametilenodiamina Poliamida 6.6


POLÍMEROS
• Forças moleculares: intramoleculares (em ligações dentro de uma mesma molécula,
normalmente do tipo covalente) e intermoleculares (atrações por forças secundárias
entre cadeias poliméricas distintas ou segmentos de uma mesma cadeia);

• Forças intramoleculares: determinam o arranjo das unidades de repetição, a estrutura

química, tipo de cadeia polimérica, influen(ciniatenr)do na rigidez/flexibilidade e


estabilidade do polímero;

• Forças intermoleculares: determinam a maioria das propriedades físicas do polímero


(temperatura de fusão cristalina, solubilidade, cristalinidade, difusão, permeabilidade,
deformação e escoamento  fenômenos que envolvem quebra e formação
(intra)
de
ligações intermoleculares);
POLÍMEROS
POLÍMEROS
• Funcionalidade (f): número de pontos reativos (passíveis de reação em
condições
favoráveis) presentes nessa molécula;

• Se f = 1: reação entre duas moléculas monofuncionais produz apenas uma ligação,

com consequente formação de outra molécula pequena;

A● + B●  A  B

• Se f = 2: reação ocorre através de uma dupla ligação reativa ou dois radicais funcionais
reativos. Nos dois casos, é necessário que os centros sejam reativos, não
apresentando impedimento estérico;

●D● + ●D●  ●D  D● + ●D●  .....  ●D  D  D D  D●

• Se f ≥ 3: moléculas polifuncionais produzem uma rede tridimensional;


POLÍMEROS
• Tipos de cadeia: uma cadeia polimérica pode se apresentar de várias formas
ou
arquiteturas;

• Cadeias lineares: cada cadeia polimérica é constituída apenas de uma cadeia


principal;

• Cadeias ramificadas: da cadeia principal, partem prolongamentos, que podem ser


curtos ou longos, formados pelo mesmo mero que compõe a cadeia principal ou por
outro mero formando diferentes arquiteturas;

• Cadeias com ligações cruzadas: as cadeias poliméricas estão ligadas entre si


através
de segmentos de cadeia unidos por forças primárias covalentes fortes
POLÍMEROS
Um polímero se diferencia dos demais materiais por possuir
uma cadeia longa, de alta massa molar, o que influenciará
suas propriedades físico-químicas.

Propriedade

Polímero

103 104
Massa Molar (g/mol)
POLÍMEROS
Durante a polimerização, dá-se o crescimento independente da cadeia
polimérica. Durante a propagação, a um dado momento, um centro ativo
se instabiliza e desaparece (término). Essa instabilização vai se dar de
maneira independente e diferenciada para cada cadeia, produzindo
dw/dMM

cadeias poliméricas com comprimentos diferentes variando em torno de


uma média  DISTRIBUIÇÃO DE MASSA MOLAR;

M
Massa Molar
M (g/mol)
POLÍMEROS
POLÍMEROS
𝑁𝑖 𝑀𝑖
• Tipos de massas molares médias 𝑀 𝑛 𝑖
=
– Massa molar numérica média (𝑀 𝑛 ): é a𝑁massa molar de todas as cadeias, dividida pelo
número total de cadeias; cada molécula é 𝑀
contada da
𝑁𝑖𝑀 mesma
𝑖2
= 𝑤𝑖𝑀forma,
𝑖 independentemente

de sua massa; =� 𝑁𝑖 𝑀𝑖 𝑤𝑖
𝑀𝑛 𝑁𝑖 𝑀𝑖
= 𝑖

% em 𝑁
peso
– Massa molar ponderal média (𝑀 𝑤 ): a massa molar de cada fração contribui de
maneira
ponderada para o calculo da média; 𝑁𝑖 𝑀 2 𝑤𝑖𝑀𝑖
𝑖
𝑀𝑤 = =
𝑁𝑖 𝑀 𝑖 𝑤𝑖
𝑀𝑛
Massa Molar (g/mol)
𝑀w
• Índice de polidispersividade (IP): indicativo da “largura” da distribuição de
massa
molar; 𝑀
𝑤
𝐼𝑃 = 𝑀
POLÍMEROS
• A massa molar (MM) e a DMM irão
influenciar na quantidade de nós ou
enroscos que as macromoléculas

% em
peso
formam entre si;

• Quanto maior MM, maior a


probabilidade de nós;

• MM e DMM influenciam
o 𝑀𝑛
desenvolvimento de tensões e Massa Molar
𝑀w (g/mol)
deformações durante fluxo, ou seja,
alteram o comportamento reológico
dos polímeros.
POLÍMEROS
• A elevada MM das macromoléculas e suas inúmeras conformações adquiridas fazem
com que se formem nós temporários (enovelados ou emaranhados) entre as
moléculas;

• Esse enovelamento não é um processo estático, já que as macromoléculas estão em


contínuo movimento (por reptação e movimento Browniano);

enovelamento  desenovelamento
NÚMERO DE DEBORAH (DE)
• 1964: Termo criado pelo Prof. Marcus Reiner (Israel Institute of Technology);

• Inspiração: Bíblia, Velho Testamento, Livro dos Juízes, 5:5

– Deborah: “As montanhas fluem diante do Senhor”

• “Tudo flui desde que se espere o tempo suficiente”

T = tempo natural ou característico de relaxação do material; tempo


𝜆𝑇 para a recuperação de uma estrutura
forças
estável,externas; após a remoção de
𝐷𝑒 =
𝑡
t = tempo de observação.

• T está associado ao tempo necessário para que o material realize os movimentos


moleculares mais lentos em sua tentativa de voltar à conformação aleatória de
equilíbrio;
NÚMERO DE DEBORAH (DE)
• Em reologia, a diferença entre um material sólido e um líquido é estabelecida por De;

• De representa uma relação entre as forças elásticas e as forças viscosas que atuam
no material;

• Se t < T, o material não terá tempo suficiente para atingir o regime permanente e os
processos de relaxação irão dominar durante o experimento;

Sólido T   De 

Líquido T  0 De  0
NÚMERO DE DEBORAH (DE)
• Materiais viscoelásticos: 0 < De < ;

• Valores típicos de tempo de relaxação característico:


– Água (estado líquido): T ~ 10-12 s;

– Óleo lubrificante (altamente pressiona do): T ~ 10-6 s;

– Polímeros fundidos: T entre 1 e 1000 s, dependendo de s ua MM;

– Soluções poliméricas diluídas:  ~ 0,0 01 s;


T

– Mate m de milhares de anos.


riais metálicos sólidos: T da

orde

t   , De  t  T, De 
• Um material pode ter características de um sólido por duas razões:

– Porque seu  T
 o processo de deformação é muito rápido, ou seja,t  0 e portanto
0 ele não tem tempo
T

–;Porque
para relaxar.
QUESTÕES
• 01. Defina reologia.

• 02. O que é viscosidade?

• 03. Quais as principais características de um sólido ideal, de um liquido ideal e de


um material viscoelástico? Dê exemplos de cada um desses materiais

• 04. Por que materiais poliméricos apresentam uma distribuição de massa molar
(DMM)?

• 05. Defina conformação de uma cadeia polimérica. No estado fundido, qual a


conformação mais estável de uma cadeia polimérica?

• 06. Defina tempo de relaxação. Defina número de Deborah. Reologicamente, qual


a importância desses parâmetros?
POR QUE ESTUDAR REOLOGIA
• Processamento de Polímeros

• Asfaltos (resistência e deformação)

• Borrachas

• Indústria alimentícia

• Indústria cosmética

• Indústria petroquímica

• Indústria de tintas

• Simulação computacional
PROCESSAMENTO DE
POLÍMEROS

Alimentação

Puxamento
Barril

Resfriamento
Zona de alimentação Zona de dosagem

Zona de fusão e
pressurização
INJEÇÃO
CONCEITO DE CONTÍNUO
• Um meio contínuo é uma região do espaço em que propriedades
como temperatura, pressão, densidade e velocidade variam de
forma contínua;
• Ou seja, a região pode ser infinitesimalmente dividida em volumes menores e ainda
ser possível descrever certas propriedades macroscópicas nesse volume infinitesimal;

• Esse conceito, porém, tem seu limite quando se chega à escala molecular;
CONCEITO DE CONTÍNUO
CONCEITO DE CONTÍNUO
• O material pode ser considerado como um contínuo quando as médias
das propriedades físicas (densidade, força, velocidade, temperatura,
etc.), sob partes elementares do material, variam lentamente de uma
parte para outra;
• A suposição do contínuo implica que as variáveis físicas, que assumem
os valores das propriedades médias, podem ser descritas pelo contínuo
e funções derivadas continuamente no espaço e no tempo;
• Isto torna possível a descrição da evolução do material a partir de um
número de equações, relacionando um número de variáveis e suas
variações no tempo e espaço.
CONCEITO DE CONTÍNUO
• Um dado elemento de fluido de volume (V) e área superficial (A) será um contínuo se
possuir uma escala de tamanho () consideravelmente maior que as escalas
microscópicas (atômicas, moleculares e mesoescalares) do sistema e
consideravelmente menor que o tamanho característico (Lc) da geometria em que o
fluido está escoando:

𝛿 ≪ 𝑉1 3 ≪ 𝐿𝑐

– O macroscópico do sistema é representado pelo comportamento do


comportamento
elemento de fluído.
CONCEITO DE CONTÍNUO
• Dada uma propriedade física () de um elemento de fluido, a
hipótese do contínuo estabelece que o valor dessa propriedade
() corresponderá a uma média calculada em todas as estruturas
microscópicas individuais presentes nesse elemento, ou seja:

1
= 𝜙𝑚 𝑑𝑉
Φ=
𝑉
𝜙𝑚

onde m é o valor da propriedade na estrutura microscópica.


TENSÃO
• Quando um fluido está em movimento, existem vários tipos de forças atuando sobre ele;

• Forças de convecção
• Forças de campo
• Forças de superfície

• Essas forças estão relacionadas à tensão (): 𝜏= 𝐹
lim ∆𝐴→0 ∆𝐴

onde F é a força atuando na área A.


TENSÃO
Pode-se definir a tensão de maneira mais rigorosa, lembrando que tanto
força e área são grandezas vetoriais (ou seja, apresentam magnitude e
orientação):
Quando se associa um escalar a uma direção,
obtém-se um vetor; quando um vetor é
associado a uma direção, obtém-se um tensor.

O tensor tensão (𝜏 ) pode ser definido como:

𝐹 =𝑛× 𝜏 onde 𝐹 é o vetor força e 𝑛


é o vetor unitário normal à
superfície onde a força é aplicada.
TENSÃO
• O tensor tensão apresenta noves componentes, sendo usual sua representação em
termos de suas componentes ou na forma de uma matriz;

Representação do tensor tensão em


coordenadas cartesianas:
 Componentes do tensor tensão para um
elemento de fluido um sistema
em de
coordenadas:

Representação do tensor tensão em


coordenadas cilíndricas:
TENSÃO
 As componentes ij para i = j, (ou seja, xx, yy e zz) são chamadas de
componentes normais da tensão (TENSÕES NORMAIS), sendo que essas
atuam na direção normal à face do elemento de fluido;

 De acordo com sua direção (positiva ou negativa de acordo com a referencia),


essas tensões tendem a aumentar (ou elongar) ou diminuir (ou comprimir) o
elemento de volume.
TENSÃO
 As componentes ij para i ≠ j, (ou seja, xy,
e zy) são chamadas de
xz, yx, yz, zx
componentes de cisalhamento (TENSÕES
DE CISALHAMENTO), sendo que essas
atuam na direção paralela à uma dada
face do elemento de fluido;
TENSÃO  ij
 O índice i representa o paralelismo da
componente com determinado eixo;

 O índice j representa o plano perpendicular a um


determinado
eixo em que a componente atua;

 Por exemplo: a componente xy é paralela ao eixo x e atua em


um plano perpendicular ao eixo y.

 O tensor tensão possui a propriedade de


simetria, ou seja, ij = ji;

 xy = yx, xz = zx e yz = zy;


 Para determinar o estado de tensão em um corpo, é preciso
conhecer seis componentes do tensor tensão: três
componentes normais e três componentes de cisalhamento.
DEFORMAÇÃO
• Fisicamente, o conceito de deformação está associado à mudança
de forma de um corpo;

 Rotação de um elemento de fluido,


sem deformação;

Deformação

por

cisalhamento

de
DEFORMAÇÃO (CISALHAMENTO
SIMPLES)
• A deformação por cisalhamento simples em um fluido ocorre, por exemplo, quando
esse é colocado entre duas superfícies paralelas e a superfície superior se desloca
uma distância (Xw) em relação à inferior;
 Se a distância entre as superfícies é H e assumindo-se
que não há escorregamento do fluido nas superfícies,
cada elemento de fluido estará a mesma
sujeito deformação de cisalhamento local
(xy):

𝛾𝑥𝑦 = 𝛿𝑥
𝛿𝑦
onde y é a altura de um elemento de fluido antes do
deslocamento da superfície e x é o deslocamento da
superfície superior desse elemento de fluido na direção x;
DEFORMAÇÃO (CISALHAMENTO
SIMPLES)
• Se H for muito pequeno, a deformação de cisalhamento poderá ser considerada
linear e
será independente do tamanho do elemento, podendo ser expressa por:

𝑋
𝑥𝑦 𝑤
𝛾 = �

DEFORMAÇÃO (CISALHAMENTO
SIMPLES)
• Ao se deslocar a superfície superior a uma velocidade constante (Vw) na direção x,

observa-se um perfil de velocidades vx (y) entre as duas placas paralelas:

 Se H for muito pequeno, a velocidade do material vx


em qualquer ponto y será:

𝑦
×
𝑣𝑥 (𝑦) = �
𝑉𝑤

DEFORMAÇÃO (CISALHAMENTO
SIMPLES)
• Taxa de cisalhamento simples (𝛾𝑥𝑦): variação da deformação de cisalhamento com o

tempo;
𝑑𝛾𝑥𝑦 𝑑𝑣𝑥
𝛾𝑥 𝑦 = =
𝑑𝑡 𝑑𝑦

 Na superfície superior, em que y = H e vx = Vw, tem-


se que:

𝑉�
𝛾𝐻 �

= �
TAXA DE DEFORMAÇÃO
• Assim como a tensão, a taxa de deformação também é uma grandeza tensorial e seus

componentes 𝛾𝑗são:
𝑖

Componentes do tensor taxa de Componentes do tensor taxa de


deformação em coordenadas deformação em coordenadas cilíndricas:
cartesianas:
TAXA DE DEFORMAÇÃO
 As componentes 𝛾𝑗para
𝑖 i = j, (ou seja, 𝛾𝑥 𝑥 , 𝛾𝑦 𝑦 e 𝛾𝑧 𝑧) são chamadas de
componentes normais da taxa de deformação ou TAXAS DE
DEFORMAÇÃO ELONGACIONAIS;

 As componentes 𝛾para
𝑗𝑖 i ≠ j, (ou seja, 𝛾𝑥 𝑦 = 𝛾𝑦 𝑥 , 𝛾𝑥 𝑧 = 𝛾𝑧 𝑥 e 𝛾𝑦 𝑧 = 𝑦𝛾
)𝑧
são chamadas de componentes de cisalhamento da taxa
de deformação ou TAXAS DE CISALHAMENTO.
EQUAÇÕES DE CONSERVAÇÃO
 O estudo do comportamento reológico de um polímero fundido envolve a análise de
seu fluxo (ou sua deformação) sob certas condições de temperatura e pressão;

 Fluxo significa que uma quantidade de massa (m = V) está sendo transportada
através de um dado volume (V) ou superfície (A);

 O transporte de massa implica que a quantidade de movimento (𝜌𝑉𝑣 , onde 𝑣 é o


vetor velocidade) também está sendo transportada;

 O campo de velocidades dessa massa será afetado tanto pelas forças externas como
pelo campo de temperatura atuando no sistema;

 O comportamento reológico dos polímeros são governados por equações de


conservação da massa, conservação da quantidade de movimento e conservação da
energia.
CONSERVAÇÃO DE MASSA
 Princípio da conservação da massa: a variação da massa em um dado volume deve
ser
igual ao balanço entre a massa que entra e a que sai do mesmo;
CONSERVAÇÃO DE MASSA
 Equação da conservação da massa (equação da continuidade):

(coordenadas cartesianas)

(coordenadas cilíndricas)

 Polímeros fundidos são fluidos de alto peso molecular, podendo ser considerados, na maioria
dos casos, como fluidos incompressíveis (ou seja, com densidade constante). Assim:

(Equação muito utilizada em simulações


de processamento de polímeros)
CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE
DE MOVIMENTO

Taxa de variação
Força externa
da quantidade de
aplicada (exemplo:
movimento com o
gravidade)
tempo no volume Transporte de Transporte de
(V) quantidade de quantidade de
movimento através movimento
da superfície (A), associado aos
em razão do movimentos
escoamento do moleculares e às
fluido como um suas interações
todo (fluxo com as outras
convectivo) partes do fluido
CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE
DE MOVIMENTO
 Equação da conservação da quantidade de movimento:

(direção x)

(direção y)

(direção z)
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA
 Princípio da conservação da energia: estabelece que a taxa de aumento de energia de um
elemento de fluido de volume fixo e arbitrário (V) é igual à soma das taxas de aumento de
energia, em razão do transporte convectivo, do transporte molecular e do trabalho exercido
no sistema pelo transporte molecular e pelas forças externas;
Taxa de trabalho
exercida no sistema
por forças externas

Taxa de trabalho
Taxa de aumento de exercida no sistema
energia do fluido Taxa de transporte Taxa de transporte por transporte
convectivo de molecular molecular
energia
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

 Equação da conservação da energia:


EQUAÇÕES CONSTITUTIVAS
• Especificação do estado de tensões e deformações em uma região de um corpo;

• Como as tensões e deformações estão relacionadas?

– Isto vai depender das propriedades da matéria na qual a tensão ou a deformação / taxa de
deformação está sendo aplicada!

 E xemplo: aplicação de umamesma tensão em três materiais diferentes


(vidro de sílica, borracha, mel)  Comportamentos de deformação completamente
diferentes;

 Como calcular a deformação sofrida pelos materiais?

 Equações constitutivas (ou equações reológicas de estado): definem as


relações entre o tensor tensão e as taxas de deformação em um determinado material.
EQUAÇÕES CONSTITUTIVAS
• A escolha da melhor equação reológica de estado para determinado
material
dependerá de vários fatores:
– Tipos de deformação aos quais ele será submetido (elongação, cisalhamento ou ambos);

– Intensidade destas taxas de deformação;

– Tempo de duração destas taxas de deformação;

– Temperatura ou intervalo de temperaturas nos quais estas taxas de deformação serão


aplicadas.
 No caso de materiais, estas equações podem ser divididas em:

 Materiais puramente viscosos (Fluidos Newtonianos);

 Materiais viscosos (Fluidos não-Newtonianos);

 Materiais viscoelásticos (Fluidos Viscoelásticos);


FLUIDO NEWTONIANO (PURAMENTE
VISCOSO)
• A equação constitutiva mais simples para líquidos puramente viscosos é aquela em que o
tensor tensão é proporcional à taxa de cisalhamento, ou seja:

onde  (constante de proporcionalidade) é denominada viscosidade Newtoniana (ou


simplesmente viscosidade). Esse parâmetro representa a resistência ao fluxo ou
ao escoamento do material;
• Quanto maior a viscosidade de um material, maior será sua resistência ao escoamento;

• Fluidos Newtonianos apresentam a mesma resistência ao fluxo


(viscosidade), independentemente das tensões ou deformações aplicadas;
• Exemplos: líquidos de baixa massa molar (como a água), gases.
FLUIDO NEWTONIANO (PURAMENTE
VISCOSO)

• Sem deformação instantânea com a aplicação de


tensão;
• Enquanto tensão for aplicada, a deformação aumenta com o tempo;

• Quando a tensão cessa, a deformação com o tempo cessa, mas a


também deformação sofrida até então não é recuperada.
FLUIDO NEWTONIANO (PURAMENTE
VISCOSO)

• Viscosidade não varia com a taxa de deformação.


SÓLIDO HOOKEANO (PURAMENTE
ELÁSTICO)
• A equação constitutiva mais simples para sólidos puramente elásticos é aquela em que o
tensor tensão é proporcional à deformação, ou seja:

𝜎𝑗𝑖 = 𝐸𝜀𝑗𝑖 𝜏=
𝑗 𝑖 𝐺𝛾𝑗𝑖

onde E e G (constantes de proporcionalidade) são denominados módulos elásticos em


tração (elongação) e em cisalhamento. Esse parâmetro representa a rigidez do material;

• Quanto maior o módulo de um material, maior será sua rigidez;

• Exemplos: maioria dos materiais metálicos e cerâmicos sólidos.


SÓLIDO HOOKEANO (PURAMENTE
ELÁSTICO)
𝜎𝑗𝑖 = 𝐸𝜀𝑗𝑖

F  k  x

• Deformação instantânea com a aplicação de tensão;

• Depois da deformação instantânea, não continua a se deformar com a aplicação


da tensão;

• Quando a tensão cessa, recupera instantaneamente toda a deformação sofrida.


SÓLIDO HOOKEANO (PURAMENTE
ELÁSTICO)

• Módulo não varia com a deformação.


SÓLIDO HOOKEANO (PURAMENTE
ELÁSTICO)
• Polímeros fundidos possuem características viscoelásticas, ou seja, apresentam
comportamento reológico tanto de sólidos elásticos como de líquidos viscosos;

• No entanto, em muitas situações durante o processamento desses materiais, suas


características viscosas são predominantes e os efeitos de elasticidade podem ser
desprezados;

• Dessa forma, é usual em muitos casos utilizar equações constitutivas simplificadas


que descrevam apenas o comportamento viscoso do polímero;
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Fluidos da Lei das Potências
• Experimentalmente, observa-se que a dos polímeros fundidos
maioria apresenta comportamento somente as taxas de
Newtoniano
impostas são quando
muito baixas (𝛾 cisalhamento 𝑗a𝑖 );
𝑗 𝑖 0) ou quando são muito elevadas (𝛾
ele

• Em taxas de cisalhamento intermediárias, a relação entre ij e 𝛾não


𝑗𝑖 é uma constante;

• Quando 𝛾
𝑗 𝑖 0, a viscosidade é chamada de viscosidade a taxa de cisalhamento zero

(0);

• Quando 𝛾 𝑗 𝑖  , a viscosidade é chamada de viscosidade a taxa de cisalhamento


infinito ();

• Para 0 < 𝛾<


𝑗 𝑖 , a viscosidade é chamada de viscosidade não-Newtoniana ((𝛾 )).
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Fluidos da Lei das Potências

COMP = Moldagem por


compressão;
CAL = calandragem;
EXT = extrusão;
INJ = moldagem por injeção.
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Fluidos da Lei das Potências
• Na região entre 0 e , a viscosidade pode ser representada pela Lei das Potências:

onde m é a consistência e n o índice da Lei das Potências.

 O valor de n é uma medida da pseudoplasticidade do polímero:

 Se n = 1, a viscosidade é constante e o fluido apresenta comportamento Newtoniano;

 Se n < 1, a viscosidade diminui com o aumento da taxa de cisalhamento e o polímero


apresenta um
comportamento pseudoplástico; quanto mais n  0, maior a pseudoplasticidade do polímero;

 Se n > 1, a viscosidade aumenta com a taxa de cisalhamento e o polímero apresenta um


comportamento dilatante.
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Fluidos da Lei das Potências
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Fluidos da Lei das Potências

• O valor de n pode ser calculado a partir da inclinação da curva log  em função do log 𝛾
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Fluidos da Lei das Potências
• Equação constitutiva:

• O comportamento dilatante é observado em algumas soluções e emulsões de PVC e em


alguns polímeros reforçados (presença de grande quantidade de partículas inorgânicas,
por exemplo);

• O comportamento pseudoplástico é o mais comum em polímeros


fundidos e é consequência do desenovelamento e da orientação das
macromoléculas, promovidas pelas taxas de cisalhamento aplicadas.
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Fluidos da Lei das Potências
Primeiro platô Newtoniano: região
onde a taxa de cisalhamento
é
muito pequena  pouca
influência no numero
emaranhamentos de
cadeias. As restriçõesentre
são as
mesmas as
região, não
nesta
importando taxa de
cisalhamento. Quando
a a taxa é
baixa, o gradiente de velocidade
não é forte o suficiente para
desenovelar as macromoléculas e
a viscosidade é elevada.
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Fluidos da Lei das Potências
Região
pseudoplástica: viscosidade cai
com a taxa de cisalhamento.
Esta queda ocorre porque o
cisalhamento é alto o suficiente
para “desenroscar”
cadeias. Comas menos
emaranhamentos, as
cadeias
podem fluir mais livremente, 
queda na viscosidade. Quanto
maior a taxa de cisalhamento,
maior a quantidade de
desemaranhamento, menor a
restrição ao fluxo e
viscosidade. menor a
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Fluidos da Lei das Potências

Segundo platô Newtoniano:


quando as taxas de cisalhamento
são as
elevadas,
macromoléculas
quase todos os nósjáentre
desfizeram
elas e
se orientarão na direção do fluxo.
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Modelo de Ellis
• Descreve a dependência da viscosidade em relação à taxa de cisalhamento, tanto
para baixas quanto para altas taxas;

• Incorpora o primeiro platô Newtoniano;

onde 1/2 é o valor da tensão quando  = 0/2 e (-1) é a inclinação da curva log (0/-1)
em função de log (/1/2).
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Lei das Potências x Modelo de Ellis
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Modelo de Carreau-Yasuda
• Mais abrangente, descrevendo o comportamento da viscosidade do material
a
baixas, médias e altas taxas de cisalhamento;

onde 1 é uma constante de tempo e a é um parâmetro adimensional que descreve a


região de transição entre 𝛾 = 0 e a região de Lei de Potências.
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Modelo de Cross
• Similar ao modelo de Carreau-Yasuda, porém não prevê o patamar Newtoniano a
altas taxas de cisalhamento;

onde t* é a tensão na qual ocorre a transição entre o primeiro patamar Newtoniano e a


região da Lei das Potências.
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Modelo de Cross Modificado
• Alteração do modelo de Cross, considerando efeitos de temperatura;

• Substitui-se o valor de 0 por uma função que descreva 0(T);

onde B e Tb são parâmetros obtidos a partir do ajuste da equação de 0 a medidas


experimentais em diversas temperaturas.
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Modelo de Bingham
• Representa o comportamento da viscosidade de um material que necessita de uma
tensão crítica para começar a escoar (ou as se deformar);

• Considera-se que  =  para  ≤ y, ou seja, a viscosidade do material será infinita abaixo
de uma tensão crítica y. Acima dessa tensão crítica, o fluido escoará com uma
viscosidade expressa por:

• Exemplos: sangue, compósitos, nanocompósitos, pastas cerâmicas, lama, tintas, ...


FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
• Modelo de Bingham

Fluído de
Bingham
FLUIDOS NÃO-NEWTONIANOS
(VISCOSOS)
FLUIDOS VISCOELÁSTICO
• Modelo de Maxwell
• Primeira tentativa de descrever o efeito da viscoelasticidade de um determinado material;

• Incorpora a ideia de um fluido que apresenta características tanto de um sólido elástico


Hookeano quanto de um fluido viscoso Newtoniano;

 O sólido Hookeano é representado por uma mola;

 O fluido Newtoniano é representado por um amortecedor;

 Mola + amortecedor em série:


FLUIDOS VISCOELÁSTICO
• Modelo de Maxwell
• Derivando a deformação total em relação ao
tempo:

onde  = /G é o tempo de relaxação. Na forma integral:


FLUIDOS VISCOELÁSTICO

• Modelo de Maxwell

1.Deformação elástica instantânea


referente a mola;
2.Deformação plástica referente
ao amortecedor;
3. Recuperação elástica
instantânea
referente
4. a mola; plástica residual
Deformação referente ao
(irrecuperável),
amortecedor.
FLUIDOS VISCOELÁSTICO

• Modelo de Maxwell-Voigt

1.Deformação elástica instantânea


retardada mola/amortecedor;
2.Deformação plástica referente ao
amortecedor;
3.Recuperação elástica instantânea
retardada referente
a mola/amortecedpr;
4. plástica residual
Deformação referente ao
(irrecuperável),
amortecedor.
EXERCÍCIO
• Os seguintes dados de tensão de cisalhamento (txy) e taxa de cisalhamento (𝛾𝑥𝑦)
foram obtidos para um poliestireno (PS) fundido a 250°C. Trace a curva de
viscosidade em função da taxa de cisalhamento (em escala log-log).
txy (Pa) 𝜸𝒙𝒚 (s-1) Viscosidade
txy (Pa) 𝜸𝒙𝒚 (s-1)
(Pa.s)
15 0,0005 15 0,0005 30000
30 0,001 30 0,001 30000
150 0,005 150 0,005 30000
280 0,01 280 0,01 28000
780 0,05 780 0,05 15600
1060 0,10 1060 0,10 10600
2000 0,50 2000 0,50 4000
2500 1,0 2500 1,0 2500
4150 5,0 4150 5,0 830
5100 10,0 5100 10,0 510
8200 50,0 8200 50,0 164
10000 100,0 10000 100,0 100
EXERCÍCIO
35000 35000

30000 30000

25000 25000

20000 20000

15000 15000

10000 10000

5000 5000

0 0
0 20 40 60 80 100 0,001 0,01 0,1 1 10 100
120
0,0001
EXERCÍCIO
• Calcule a viscosidade a uma taxa de cisalhamento de 80 s-1
QUESTÕES
• 01. Explique o que é um meio contínuo e qual a importância de se trabalhar com
esse conceito em reologia.

• 02. Defina tensão. O que são tensões normais? E tensões de cisalhamento?


Explique.

• 03. Defina deformação. Qual a diferença entre uma deformação por cisalhamento e
uma deformação elongacional?

• 04. O que é taxa de cisalhamento?


EFEITO DE WEISSENBERG
• Observado quando um bastão/pá dentro de um recipiente contendo um
polímero fundido ou em solução gira:

Fluído Newtoniano: rotação gera forças Fluído não-Newtoniano: forças normais superam
centrífugas que empurram o fluido para as forças centrífugas, fazendo com que o fluido
bordas (vórtice para baixo). viscoelástico suba sobre o bastão/pá (vórtice para
cima).
EFEITO DE WEISSENBERG
• Ocorre principalmente por causa do surgimento de
diferenças nas tensões normais;
• A rotação (fluxo tangencial) orienta as
macromoléculas, que sempre tendem a retornar ao
estado de equilíbrio (conformação aleatória);
• As macromoléculas exercerão uma tensão na
camada do fluido mais próxima a elas, contra o
bastão/pá, promovendo o surgimento de tensões
normais de intensidade maior;
• No fluxo de materiais poliméricos a diferença entre as
tensões normais não é zero;
EFEITO DE WEISSENBERG
 Convenção para definição de tensões
normais:

 Direção 1: direção da componente da


velocidade (no exemplo, );

Direção 2: direção ao longo da qual a


velocidade varia (no exemplo, r);

 Direção 3: direção neutra (no exemplo,


z).

• Diferença de tensões normais é uma medida da elasticidade do material (tentativa de voltar


às conformações aleatórias de equilíbrio).
EFEITO “RECOIL”/MEMÓRIA
 Medido inicialmente porN. N. Kapoor (1964)
utilizando-se uma solução polimérica fluindo
através de um tubo, aplicação de um
pela gradiente de pressão.

 Quando o gradiente de pressão é aplicado:

 (a) e (b) – o polímero começa a fluir;

 (c) – regime permanente;

 (d) a (f) – o perfil de velocidades


“recua”.

 Quando o gradiente de pressão é retirado:

 (d) a (f) – o perfil de velocidades


“recua”.
EFEITO “RECOIL”/MEMÓRIA
• O perfil de velocidades “recua”, percorrendo o mesmo caminho anterior, porém em um
tempo maior;

• Fenômeno ocorre em razão do reemaranhamento (ou reenovelamento) das moléculas


do polímero, tentando voltar à sua conformação aleatória de equilíbrio;

• Reemaranhamento não é total devido aos efeitos viscosos (dissipação de energia),


que não permitem que a recuperação elástica, a qual está associada à memória do
fluido, seja completa;
EFEITO “RECOIL”/MEMÓRIA
• Um polímero possui memória quando seu comportamento no tempo atual é
dependente de toda a história termomecânica anterior à que ele foi submetido e, se
em repouso, ele tentará voltar, pelo mesmo caminho, às conformações aleatórias de
equilíbrio;

• Para isso, ele tem que ter a capacidade de armazenar energia (elasticidade);

• A energia armazenada permite que o polímero tente voltar ao estado inicial de


conformação, mas durante essa tentativa, também haverá dissipação de energia na
forma de calor (viscosidade), a qual retardará e impedirá parcialmente a recuperação
total.
FORMAÇÃO DE VÓRTICES NA
ENTRADA DE CAPILARES

Fluído Newtoniano: todas as de Polímero: linhas de fluxo centrais são convergentes,


linhas fluxo convergentes
são na entrada do porém as linhas de fluxo perto da parede podem
capilar. divergir, chegando a formar vórtices.
FORMAÇÃO DE VÓRTICES NA
ENTRADA DE CAPILARES
• Formação depende do tipo de polímero; polímeros com ramificações longas
(ex.:
PEBD) formam vórtices enquanto polímeros lineares (ex.: PEAD) não formam;

 A formação de vórtices gera uma perda


de pressão na região de entrada do
capilar, estando relacionada à
elasticidade do material polimérico e aos
gradientes de deformação elongacional
que ocorrem na entrada do capilar.

PEBD PEAD
FENÔMENOS OBSERVADOS NA
EXTRUSÃO
• Inchamento do extrudado (B);

• Fratura do fundido;

• Pele de cação;

• Orientação / tensões internas congeladas;

• Extensibilidade do fundido.
FENÔMENOS OBSERVADOS NA
EXTRUSÃO
• Aumento da seção transversal do material extrudado, logo na saída da matriz, em
relação a área da seção transversal da matriz de extrusão;

• Altera as dimensões do extrudado em relação a matriz, podendo distorcer


seu formato;
FENÔMENOS OBSERVADOS NA
EXTRUSÃO

De
B  Dc
INCHAMENTO DO EXTRUDADO

• Antes de entrar na matriz, as poliméricas estão fundidas, emaranhadas


moléculas aleatoriamente. Na região matriz ocorrerá um desemaranhamento
de entrada da considerável devido ao
• fluxo elongacional;elástica elongacional é recuperada conforme o fluido prossegue ao longo
Esta deformação
do comprimento da matriz e a taxa de sua recuperação depende da característica de
relaxação do polímero fundido;
• Ao mesmo tempo, o fluido está sujeito a uma deformação cisalhante durante seu percurso
através da matriz;
• Esses fluxos (elongacionais e cisalhantes) levam à orientação das cadeias poliméricas;

• Na saída da matriz, o extrudado polimérico tende a recuperar a deformação elástica


elongacional residual, devido ao efeito de entrada, e também a deformação elástica
cisalhante;
INCHAMENTO DO EXTRUDADO
• Esta recuperação acontece pela contração no comprimento do elemento de fluxo
e aumento no seu diâmetro em relação ao diâmetro da matriz;
• Portanto, é um fenômeno originado da relaxação de tensões elásticas no
polímero
fundido;
• B aumenta com o aumento da taxa de cisalhamento até um limite;

• A uma taxa de cisalhamento fixa, B diminui com o aumento da temperatura (para 𝛾< 𝛾𝑐 );
INCHAMENTO DO EXTRUDADO
• A uma taxa de cisalhamento fixa, B decresce com o comprimento da matriz
(L);

• Quanto maior o tempo de residência dentro da matriz, menor


B;
INCHAMENTO DO EXTRUDADO
• B aumenta com o aumento da relação Db/Dc (Db é o diâmetro do barril ou cilindro da

extrusora e Dc é o diâmetro da matriz);

Db/Dc
FRATURA DO FUNDIDO
• São distorções grosseiras do extrudado, presentes quando tensões excessivas
são empregadas;

(a)

(b)

(c)

(d)
(a) (b) (c) (d)

(a) Espiralado, (b) uniforme, (c) bambú, (d) ao acaso.


FRATURA DO FUNDIDO
• Duas teorias para explicar o fenômeno:

– Tordella: ocorre devido à “turbulência elástica” na região de entrada da matriz, onde


elevadas taxas de deformação elongacionais levam ao desenvolvimento de tensões
superiores à resistência coesiva do polímero fundido;

– Benbow e Lamb: origem pode estar relacionada ao fenômeno de “gruda-desliza” das


camadas do fluido sendo arrastadas na parede da matriz, quando as tensões
desenvolvidas no fundido em fluxo cisalhante ultrapassam a resistência adesiva do
polímero com a superfície metálica da parede da matriz;

– Provavelmente ambos efeitos contribuem para a fratura do fundido;


FRATURA DO FUNDIDO
• Ocorre acima de uma tensão (~ 105 Pa) ou taxa de cisalhamento crítica;

• Taxa de cisalhamento crítica aumenta com a temperatura;

• Quanto mais suave o ângulo de entrada na matriz, menor a extensão do


fenômeno;
FRATURA DO FUNDIDO
• Taxa de cisalhamento crítica aumenta com o aumento da razão entre o comprimento
(L) e o diâmetro (D) da matriz;

• Quanto menor a adesão, menor a ocorrência de


fratura.
PELE DE CAÇÃO
• Caracterizado pela irregularidade superficial que se forma perpendicular à direção do
fluxo, gerado pela mudança de perfil de velocidades do fundido ao sair da matriz;
PELE DE CAÇÃO
• Quando o extrudado sai da matriz, o perfil
de velocidades se altera, ocorrendo
aceleração das camadas mais próximas à
parede da matriz;
• Como o fundido é viscoelástico, a
componente elástica permite o
aparecimento de forças de tensão perto da
superfície;
• Essas forças superam a tensão do fundido
e a superfície se rasga, liberando as
tensões;
PELE DE CAÇÃO
• Comparação entre os fenômenos de pele de cação e fratura do fundido:

– Apresenta distorção perpendicular enquanto a fratura do


fundido produz um padrão helicoidal e irregular;

– Ocorre em taxas de cisalhamento menores;

– Depende mais intensamente da temperatura, sendo reduzida pelo


seu decréscimo;

– Não depende do ângulo de entrada nem da relação L/D da matriz.


ORIENTAÇÃO / TENSÕES
INTERNAS CONGELADAS
• Nos processos de transformação de polímeros, o nível médio de orientação ou
tensões internas congeladas na peça depende de:
– Grau (quantidade total) de orientação induzida inicialmente durante a etapa de
conformação, que é proporcional ao nível da tensão ou taxa de cisalhamento existente;

– Tempo médio de relaxação das cadeias poliméricas do fundido no intervalo entre a


temperatura de processamento (Tp) e a temperatura de solidificação (Ts) do material;

– Tempo efetivamente disponível para relaxação e desorientação das cadeias do polímero,


que depende do formato da peça, calor específico do polímero e magnitude dos intervalos
entre Tp e Ts e Tp e Tambiente;

• Orientação molecular e tensões internas congeladas influenciam nas propriedades


mecânicas da peça conformada, de acordo com o grau de anisotropia induzida.
EXTENSIBILIDADE DO FUNDIDO
• Operações de estiramento nos processos de conformação de polímeros podem ser
efetuados somente em materiais que tem capacidade de sustentar tensões tracionais no
estado fundido, ou seja, materiais com elasticidade;

• O comportamento de estiramento varia com o tipo de polímero e com as condições


operacionais do processo específico de transformação, e depende do balanço de
propriedades viscosas e elásticas do fundido polimérico;

• A capacidade de extensibilidade do fundido implica em dizer que o fundido polimérico,


apesar de requerer uma predominância de comportamento viscoso em relação ao
comportamento elástico, deve apresentar uma elasticidade suficiente para dar estabilidade
dimensional ao produto.
TIXOTROPIA E REOPEXIA
• Existem dois tipos de fluidos onde a viscosidade não é função apenas da relação
entre tensão e taxa de cisalhamento, mas também do tempo em que foram
submetidos ao cisalhamento (fluidos dependentes do tempo);

• Fluidos tixotrópicos: viscosidade diminui com o tempo a uma dada taxa de


cisalhamento; exemplos: algumas tintas, graxas, geleias, maionese;

• Fluidos reopéxicos: viscosidade aumenta com o tempo a uma dada taxa


de
cisalhamento; exemplos: alguns lubrificantes;

• Ambos fenômenos são consequência da quebra ou da formação de aglomerados,


géis, ligações químicas e físicas das macromoléculas, interações entre partículas e
macromoléculas, entre outros motivos;
TIXOTROPIA E REOPEXIA

Viscosidade

Temp
o
SEMINÁRIO
• Reologia de suspensões cerâmicas
• Reologia de petróleo
• Reologia de Termoplásticos
• Reologia de Borrachas/Elastômeros
• Reologia de Termofixos
• Reologia de Adesivos
• Reologia de Tintas
• Reologia de Compósitos Termoplásticos
• Reologia de Hidratantes
• Reologia de pasta de dente
• Reologia de alimentos
• Reologia de concretos

Você também pode gostar