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QUÍMICA GERAL

Vila Velha – ES
QUÍMICA GERAL

Sumário
1 PROPRIEDADES GERAIS DA MATÉRIA .... 3
2 ESTRUTURA ATÔMICA........................... 10
3 PROPRIEDADES PERIÓDICAS ................. 18
4 LIGAÇÕES QUÍMICAS ............................. 24
5 GEOMETRIA MOLECULAR ....................... 30
6 REAÇÕES QUÍMICAS................................ 36
7 ESTEQUIMOTERIA .................................... 38
8 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ............................ 41
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR .............. 41

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QUÍMICA GERAL

1 PROPRIEDADES GERAIS DA
MATÉRIA
Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no
espaço e possui massa. Porém, cada matéria
pode apresentar uma ou mais características
(propriedades da matéria) que são diferentes de
outra matéria, como também pode apresentar
características semelhantes.
Quando misturamos óleo na água,
ambos no estado líquido, percebemos
rapidamente que um não se dissolve no outro e Fonte: bemexplicado.pt
posiciona-se de forma diferente no recipiente.

1.2 Propriedades gerais da matéria


São as características que toda
matéria apresenta, independentemente do seu
estado físico (sólido, líquido ou gasoso).

Mistura formada por água e óleo

Fonte: brasilescola.com
Essa simples mistura é suficiente
para visualizarmos diversas propriedades da
matéria, como a solubilidade (por não se
dissolverem) e a densidade (por se
posicionarem de forma diferente). De uma
forma geral, as propriedades da matéria estão Fonte: brasilescola.uol.com.br
divididas em dois grupos, as gerais e as
específicas.
 Inércia

1.1 Transformações e uso da matéria


A inércia é a tendência natural de um
objeto em resistir a alterações em seu estado
Transformamos e utilizamos a matéria de original de repouso ou movimento. Em outras
acordo com nossas necessidades. Durante uma palavras, um objeto parado sempre tende a
transformação, pode-se alterar a forma, o permanecer parado, e um corpo em movimento
tamanho, a estrutura, etc. As transformações tende a manter o movimento. Essa tendência
podem ser químicas ou físicas. natural que cada corpo tem de manter seu estado
inicial só pode ser alterada pela aplicação de uma
força externa.
A inércia foi explicada por Isaac Newton
em seu trabalho intitulado Philosophie Naturalis

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Principia Mathematica (Princípios Matemáticos


da Filosofia Natural), publicado em 1687. Essa
obra lançou as bases para o desenvolvimento
dos conceitos da mecânica, ramo da física, que
se dedica ao estudo dos movimentos.

Fonte: pt.slideshare.net

 Extensão
É a capacidade de ocupar lugar no
espaço, toda matéria ocupa um lugar no espaço.

Fonte: brasilescola.uol.com.br
 Impenetrabilidade
Duas porções de matéria não podem
 Massa ocupar o mesmo lugar ao mesmo tempo.
Podemos ver isso quando colocamos nossa mão
em um copo cheio de água. O volume de água
Fisicamente, massa é uma grandeza que que transborda do copo é o mesmo volume que
indica a medida da inércia ou da resistência de nossa mão ocupa dentro do copo.
um corpo de ter seu movimento acelerado.
Porém, podemos, de uma forma geral, associar a
massa à quantidade de partículas existentes em  Divisibilidade
uma matéria.
Qualquer matéria pode ser dividida em
pedaços menores. Quando quebramos algum
objeto estamos partindo-o em pedaços menores
que o inicial.

Fonte: cmidf.com.br

 Volume

O volume é uma grandeza que indica o


Fonte: professorthiagorenno.blogspot.com
espaço ocupado por uma quantidade de matéria.
No sistema internacional (SI), a unidade de
volume é o metro cúbico (m 3).
 Descontinuidade
Também é comum a utilização do litro (L)
ou do mililitro (mL) na medida de volume. Uma matéria ser descontínua significa
que há espaços nela que não são visíveis aos
nossos olhos. Você pode olhar para uma folha de
papel e ver seu início em uma ponta e o fim na
outra, porém, na própria folha existem vários

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inícios e vários fins que equivalem ao início e ao


fim da extensão moléculas que constituem o
papel.

Fonte:materiaesuaspropriedaes.blogspot.com

1.3 Propriedades específicas da matéria


São características próprias de cada
matéria, ou seja, se uma matéria apresenta, não
quer dizer que outra também apresentará a
Fonte: pt.slideshare.net
mesma característica.

 Compressibilidade 1.3.1 Propriedades Organolépticas

É a capacidade que toda matéria tem de É a característica que a matéria


diminuir seu volume quando uma força é exercida apresenta de estimular pelo menos um dos cinco
sobre ela. sentidos. Veja alguns exemplos:
 Paladar: quando ingerimos cloreto de
sódio, sentimos o sabor salgado;
 Audição: o som produzido pelo bife sendo
frito em uma panela;
 Tato: quando passamos uma toalha no
rosto e sentimos que ela é áspera;
 Visão: luz percebida a partir da explosão
de fogos de artifício;
 Olfato: o aroma liberado quando
descascamos uma mexerica.

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

 Elasticidade
Por mais que a gente estique um elástico
até o seu limite (antes que ele se rompa) ao
pararmos de fazer força ele volta a forma de
quando o pegamos inicialmente, isso é uma
propriedade da matéria chamada elasticidade.
Em outras palavras, é a capacidade da matéria
voltar ao seu volume e forma inicial depois que a
força exercida sobre ela acaba.
Fonte: slideshare.net

 Indestrutibilidade
Nenhuma matéria é destruída. Ela se
transforma em alguma outra matéria.

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1.3.2 Propriedades Funcionais Ácido carbônico = sob a forma de gás


carbônico, é um dos constituintes das águas
É a característica que algumas
minerais gaseificadas e dos refrigerantes.
substâncias apresentam de desempenhar um
mesmo papel (função) ou promover uma mesma
sensação. Ácidos inorgânicos. Exemplos:

Ácido Ácido Clorídrico (HCl)--> O HCl impuro é


Svante Arrehenius foi um químico sueco comercializado com o nome de ácido muriático e
que, em 1887, realizou inúmeras experiências é utilizado principalmente na limpeza de pisos ou
com substâncias diluídas em água e observou de superfícies metálicas antes da soldagem. O
que: HCl é um componente do suco gástrico,
conferindo a ele um pH adequado para a ação
das enzimas digestivas gástricas.
 Quando em solução aquosa, os ácidos se
ionizam, isto é, dão origem a íons,
Ácido Fluorídrico (HF) --> O HF tem a
produzindo como cátion H+.
propriedade de corroer o vidro; por isso, é usado
 Em solução aquosa, os ácidos conduzem para fazer gravações em vidros e cristais.
eletricidade. Isso ocorre porque os ácidos
se desdobram em íons.
 Os ácidos têm sabor azedo. O limão, o Ácido Sulfúrico (H2SO4) --> É utilizado
vinagre, a tamarindo contém ácidos; é por nas baterias de automóvel, na fabricação de
isso que eles são azedos. corantes, tintas, explosivos e papel; é também
 Os ácidos alteram a cor de certas usado na indústria de fertilizantes agrícolas,
permitindo a fabricação de produtos como o
substâncias chamadas indicadores. Os
indicadores têm a propriedade de mudar a sulfato de amônio.
cor conforme o caráter ácido ou básico das
soluções. O tornassol e a fenolftaleína são
Ácido Nítrico (HNO3) --> É usado na
indicadores de ácidos e bases. A solução fabricação de explosivos como o trinitrotolueno
de fenolftaleína vermelha fica incolor em
(TNT) e a nitroglicerina (dinamite); é muito útil
presença de um ácido. Já o papel de
para a indústria de fertilizantes agrícolas,
tornassol azul fica vermelho.
permitindo a obtenção do salitre. É usado
 Os ácidos reagem com as bases, também na identificação de amostras de ouro.
formando sais e água. Essa reação se
chama reação de neutralização.
Ácido Cianídrico (HCN) --> Ácido
utilizado em indústrias diversas, como nas de
Resumindo, a definição de Arrehenius plásticos, acrílicos e corantes, entre outras. Mas
ficaria assim: ácido é toda substância que se ele tem também um destino sinistro: nos Estados
ioniza em presença de água e origina, como um Unidos, é usado nas "câmaras de gás" para
dos íons, o cátion H+. executar pessoas condenadas à morte, este
Veja os exemplos de ácidos orgânicos ácido libera um gás extremamente tóxico.
(que fazem parte de nossa alimentação), e onde
podem ser encontrados:
Bases
Ácido acético = vinagre.
Base é toda substância que em solução
Ácido tartárico = uva. aquosa sofre dissociação iônica, liberando o
Ácido málico = maçã. ânion OH- (Hidróxido). A dissociação iônica está
relacionada ao comportamento das bases em
Ácido cítrico = laranja, acerola, limão.
presença de água.
Ácido fosfórico = usado na fabricação de
refrigerantes à base de cola.

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Exemplo: a soda cáustica (NaOH) é uma


substância sólida que em contato com a água
 Hidróxido de Potássio (KOH): Conhecida
libera os íons Na+ e OH- que se dissolvem devido
como potassa cáustica, é usada para
à atração pelos polos negativos e positivos da
alvejamento, na fabricação de sabões
molécula de H2O. Sendo assim, bases são
moles e no processamento de certos
substâncias compostas pela combinação de um
alimentos.
cátion (geralmente de um metal) com o ânion OH-
Uma das características das bases é seu
sabor adstringente, que “amarra” a boca, ou seja,
diminui a salivação. Sais
Da mesma forma que os ácidos, as Os sais são compostos iônicos, têm
bases também conduzem corrente elétrica sabor salgado e são sólidos.
quando dissolvidas em água. Os indicadores Características dos sais:
fenolftaleína (solução) e papel de tornassol
também mudam de cor em presença de  Conduzem corrente elétrica quando estão
hidróxidos. A fenolftaleína incolor torna-se em solução.
vermelha; papel de tornassol vermelho fica azul:  Os sais têm sabor salgado.
reações inversas às que verificamos no caso dos  Os sais reagem com ácidos, com
ácidos. hidróxidos, com outros sais e com metais.
 Ao reagir com um ácido, dão origem a
Vejamos as principais bases:
outro sal e a outro ácido, se o ácido
formado for mais volátil que o empregado
 Hidróxido de Sódio (NaOH): Conhecida na reação.
também como soda cáustica, essa  Quando reagem com hidróxido, dão
substância é utilizada na fabricação do origem a outro sal e a outro hidróxido, se o
sabão, celofane, detergentes e raiom, hidróxido formado for menos solúvel que o
produtos para desentupir pias e ralos, e empregado na reação.
também no processo de extração de  Se reagem com outros sais, dão origem a
celulose nas indústrias de papel, etc. dois novos sais se um deles for menos
solúvel que os reagentes.
 E, por fim, quando reagem com um metal,
 Hidróxido de Magnésio (Mg (OH)2): Está dão origem a um novo sal e um novo metal,
presente na solução que é comercializada se o metal reagente for mais reativo que o
com o nome de “leite de magnésia.” metal deslocado na reação.

 Hidróxido de Cálcio (Ca (OH)2): Principais sais e suas utilizações:


Conhecida como cal hidratada ou cal
extinta, essa substância é usada na
construção civil: na preparação de Bicarbonato de Sódio (NaHCO3): É
argamassa (areia + cal) e na caiação usado em medicamentos que atuam como
(pintura a cal); as indústrias açucareiras antiácidos estomacais. É também empregado
utilizavam o hidróxido de cálcio na como fermento na fabricação de pães, bolos,
purificação do açúcar comum. etc., uma vez que libera gás carbônico aquecido,
que permite o crescimento da massa. É, ainda,
usado para fabricar extintores de incêndio de
 Hidróxido de Amônio (NH4OH): Essa espuma.
substância é obtida em solução aquosa do Carbonato de Cálcio (CaCO3):
gás de amônia e comercializada como Componente do mármore, é usado na confecção
amoníaco. É usado na fabricação de de pisos, pias, etc. O carbonato de cálcio
produtos de limpeza doméstica, na (calcário) é também empregado na fabricação do
revelação de filmes fotográficos, em vidro comum e do cimento.
detergentes, na indústria têxtil, etc.

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Sulfato de Cálcio (CaSO4): É um sal


usado na fabricação do giz e do gesso de
porcelana.
Cloreto de Sódio (NaCl): Esse sal é
intensamente usado na alimentação e também
na conservação de certos alimentos; além disso,
é um dos componentes do soro caseiro, usado no
combate à desidratação. No sal de cozinha, além
do cloreto de sódio existe uma pequena
Fonte: alunosonline.uol.com.br
quantidade de iodeto de sódio (Nal) e de potássio
(Kl). Isso previne o organismo contra o bócio ou
"papo", doença que se caracteriza por um Exemplos de fenômenos químicos:
crescimento exagerado da glândula tireoide,
quando a alimentação é deficiente em sais de  Produção de etanol a partir da cana-de-
iodo. açúcar;
Fluoreto de Sódio (NaF): É um sal usado  Produção de vinho a partir do suco de uva;
na fluoretação da água potável e como produto
anticárie, na confecção de pasta de dente.  Transformação do vinho em vinagre;
Nitrato de Sódio (NaNO 3): Conhecido  Apodrecimento de frutas;
como salitre do Chile, esse sal é um dos adubos
(fertilizantes) nitrogenados mais comuns.
 Amadurecimento de frutas;
 Formação da ferrugem em um portão de
aço;
1.3.3 Propriedades Químicas
 Comprimido efervescente adicionado à
água;
É a característica que uma matéria
apresenta de se transformar em outra, em um
processo denominado de fenômeno químico.
Muitas vezes um fenômeno químico só ocorre Sinais que identificam um fenômeno
quando a matéria é submetida a determinadas químico:
condições (temperatura, catalisadores, eletrólise
etc.).  Mudança de cor
Uma matéria só se transforma em outra  Efervescência (desenvolvimento de bolhas
quando apresentam uma caraterística química em um líquido)
em comum, principalmente átomos de elementos
químicos em comum. Se queremos produzir  Liberação de energia na forma de calor ou
iogurte, é preciso utilizar leite, e não suco de uva, luz
por exemplo.  Formação de um sólido
Outro exemplo clássico de fenômeno
químico é a formação da água. Nesse processo,
 Produção de fumaça
submetemos os gases oxigênio (O2) e hidrogênio
(H2) a altas pressões e temperaturas, sendo o Processo de fermentação alcoólica:
resultado a produção de uma substância
completamente diferente, a água.
Isso não é possível quando reagimos os 1º Hidrólise da sacarose: uma molécula
gases cloro (Cl2) e hidrogênio (H2). de sacarose, por ação de catalisadores, sofre
hidrólise, liberando uma molécula de água e
Nesse caso, o resultado é a formação de produzindo glicose e frutose, conforme a
ácido clorídrico. (HCl). equação abaixo:

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de sacarose que poderá ser dissolvida é de 260,4


g.

Densidade (d)
2º Fermentação alcoólica: a levedura e É a relação entre a massa (m) da matéria
outros micro-organismos fermentam a glicose em e o espaço (volume) que ela ocupa.
etanol e CO2, conforme a equação abaixo: Ela é calculada por meio da seguinte
expressão:

Fonte: infoescola.com

Ponto de fusão (PF)


1
1.3.4 Propriedades Físicas
É a temperatura que indica quando uma
matéria deixa de ser sólida e passa a ser
totalmente líquida. O ferro, por exemplo, deixa de
São características da matéria
determinadas de forma experimental. ser sólido e passa a ser líquido a 1535 oC.
Ponto de ebulição (PE)

Solubilidade É a temperatura que indica quando uma


matéria deixa de ser líquida e passa a ser
É a característica que uma determinada totalmente gasosa. O metal mercúrio, por
matéria apresenta de dissolver outra. A água, por exemplo, deixa de ser líquido e passa a ser
exemplo, tem a capacidade de dissolver o cloreto gasoso a 356,9 oC.
de sódio (sal de cozinha). Vale ressaltar que a
quantidade de soluto, solvente e a temperatura Tenacidade
são fatores que influenciam a solubilidade. É a capacidade que uma matéria tem de
Um exemplo da influência da resistir ao impacto com outra matéria. Quando
temperatura, quantidade de soluto e solvente uma pedra é arremessada no vidro, este se
está descrito na tabela a seguir: quebra, ou seja, a pedra é mais tenaz que o vidro.
Dureza
É a capacidade que uma matéria
apresenta de riscar outra. Um exemplo é quando
uma pedra arranha o vidro de uma janela, ou
seja, a pedra é mais dura que o vidro.

Fonte: brasilescola.uol.com.br Tabela com as características das


partículas formadoras da matéria nos três
estados físicos:
Na tabela, podemos observar que, se
tivermos 100 mL de água, a 10oC, dissolveremos
190,5 g de sacarose. Agora, se essa mesma
quantidade de água estiver a 50 oC, a quantidade

1
DIAS, Diogo Lopes. "Propriedades da matéria"; des-materia.htm>. Acesso em 16 de novembro de
Brasil Escola. Disponível 2018.
em<https://brasilescola.uol.com.br/quimica/proprieda

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QUÍMICA GERAL

Estado Forma Volume Liberdade


na eletrosfera, em torno do núcleo atômico, o que
físico de decorre da força eletromagnética.
movimento A massa do elétron, ou eletrão (em
das português europeu), é irrelevante; tem cerca de
moléculas
1/1836,15267377 da massa do próton ou do
Sólido Constante Constante Não nêutron, o mesmo que 10-30 kg. Por esse motivo,
apresenta a massa atômica resulta da soma apenas da
Líquido Variável Constante Pequena massa dos prótons e dos nêutrons.
liberdade
A energia elétrica deve-se à
de
movimentação dos elétrons que circulam pelos
movimento
fios de eletricidade. A carga positiva dos prótons
Gasoso Variável Variável Total junto com a carga negativa dos elétrons dá
liberdade origem à carga elétrica.
de
movimento A unidade de medida de energia elétron-
volt para joule equivale a 1,602 177 33 (49) x 10-
19
. O elétron-volt é utilizado quando a unidade de
medida do sistema internacional de energia
2 ESTRUTURA ATÔMICA (joule) é muito grande para ser considerada em
certos estudos microscópicos.
Quando o átomo perde elétrons, ele fica
O Átomo
carregado positivamente em decorrência dos
Do grego, átomo significa indivisível. É a prótons e formam cátions. Nessa condição, os
menor parte em que a matéria pode ser dividida. elétrons são chamados de elétrons livres, que é
Cada átomo é composto por um núcleo muito o mesmo que dizer que são mais externos porque
pequeno contendo prótons e nêutrons envolvidos estão mais distantes do núcleo do átomo.
por elétrons em movimento.
Ao contrário, são chamados de ânions
quando o átomo tem maior número de elétrons e
é carregado negativamente.

Fonte: todamateria.com.br
Fonte: ensinandoeaprendendo.com
2.1 Cargas

Elétrons Prótons

Elétron (e- ou β−) é uma partícula que O próton foi descoberto por Ernest
constitui o átomo, ou seja, é uma partícula Rutherford (1871-1937) no início do século XX.
subatômica. Ele tem carga negativa e se localiza Na sua teoria ele afirmou que o próton se
concentrava no núcleo do átomo.

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Ficou conhecida como Modelo Atômico 2.2 Massa Atômica


de Rutherford e é a base da teoria atômica.
Massa Atômica (u) é a forma padrão para
Próton (p+) é uma das pequenas partículas que
medir o peso dos átomos. Isso porque o átomo é
constituem o átomo, que é a menor partícula de
muito leve. Assim, foi preciso padronizar uma
um elemento químico.
medida para que fosse possível pesar essa
O próton, ou protão (conforme português unidade da matéria.
europeu), é formando por três quarks, que são
Os químicos resolveram tomar como
outras subpartículas. Dois quarks são do tipo upe
base o carbono, por isso diz-se que a massa
um quark é do tipo down.
atômica é relativa. Foi determinado que uma
O próton é positivo; sua carga é de 1,6 x unidade de massa atômica equivale a 1,66 * 10-
10-19C. Ele se concentra no núcleo do átomo 24 g, o mesmo que 1/12 do carbono.
junto com o nêutron, que é neutro porque não
As massas dos átomos são comparadas
possui carga.
com esse padrão de 1u, o que quer dizer que a
Quando o próton não está ligado ao massa atômica indica quantas vezes um átomo
elétron, ele é chamado de próton livre. Isso pesa mais do que 1/12 do carbono.
acontece quando os prótons são submetidos a
A massa atômica é o valor que aparece
temperaturas muito altas, o que faz com que se
logo abaixo dos nomes de cada elemento na
separem dos elétrons.
tabela periódica.

Nêutrons
Nêutron (n) é uma pequena partícula que
constitui o núcleo do átomo. Não tem carga e é
formada por partículas ainda menores, as quais
recebem o nome de quarks. O nêutron, ou
neutrão (em português europeu), é formado por
dois quarks down e um quark up.
Junto com os prótons (p+), que têm carga
positiva, os nêutrons formam o centro do átomo,
o seu núcleo. Isso apenas não acontece com o
hidrogênio, cujo núcleo é formado por apenas um
próton.
Pelo fato de formar o núcleo do átomo,
Fonte: tabelaperiodica.org
nêutrons e prótons são chamados de núcleons. É
a carga positiva de um e a carga neutra do outro
que propiciam a estabilidade atômica. Cada elemento químico possui seu
Assim, a divisão do núcleo do átomo gera número atômico (Z) caracterizado pelo número
instabilidade e faz com que ele partase em dois. de prótons do núcleo. A massa atômica (A) de um
Tem origem uma reação em cadeia chamada átomo é calculada pela soma da massa de
Fissão Nuclear. Processo que é utilizado no prótons (Z) e nêutrons (N) no interior de seu
funcionamento das bombas nucleares. núcleo A=Z+ N2

2.3 Modelos Atômicos

2
Extraído do site:
http://paginapessoal.utfpr.edu.br/adalberto/ciencia-
dosmateriais/Capitulo%201%20-
%20Estrutura%20Atomica.pdf/at_download/file

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QUÍMICA GERAL

Ao longo dos séculos XIX e XX, grandes


cientistas estudavam o comportamento dos
átomos e desenhavam modelos explicativos
como resultados experimentais que
possibilitavam a realização de previsões de como
seria a forma de um átomo.

Modelo Atômico de Dalton

Fonte: slideplayer.com.br

Modelo Atômico de Thomson

Fonte: biography.com
Em 1808, Dalton propôs a teoria do
modelo atômico, onde átomo é uma minúscula
esfera maciça, impenetrável, indestrutível,
indivisível e sem carga, dando origem ao modelo
da bola de bilhar.
Segundo Dalton: “Toda matéria é
composta por minúsculas partículas – os átomos.

 “Os átomos de um determinado elemento


Fonte: manualdaquimica.uol.com.br
são idênticos entre sí. ”

 “Átomos de diferentes elementos


apresentam massa e propriedades Após a descoberta do elétron, em 1904,
diferentes. ” Thomson sugere o modelo do pudim de passas.
De acordo com esse modelo o átomo seria
 “Átomos são permanentes e indivisíveis, composto por elétrons que giravam em círculos
não podendo ser criados nem destruídos. ” imersos em uma bolha esférica de uma
substância carregada positivamente.
 “As reações químicas correspondem a
uma reorganização de átomos. ”

 “Os compostos são formados pela


combinação de átomos de elementos
diferentes em proporções fixas. ”

Fonte: brasilescola.uol.com.br

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QUÍMICA GERAL

Modelo Atômico de Rutherford


Em 1911, Ernest Rutherford, estudando
a trajetória de partículas α emitidas pelo elemento
polônio, bombardeou uma fina lâmina de ouro e
observou que:

 A maioria das partículas α atravessavam a


lâmina de ouro sem sofrer desvio em sua
trajetória;
Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br
 Algumas partículas sofriam desvio em sua
trajetória;
Ao retornar ao nível mais interno, o
 Um número muito pequeno de partículas elétron emite um quantum de energia.
batia na lâmina e voltava.
Rutherford concluiu que a lâmina de ouro
seria constituída por átomos formados por um
núcleo muito denso e pequeno carregado
positivamente. Surgindo a ideia de que os
elétrons estariam em movimentos circulares ao
redor do núcleo.

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

 Cada órbita é denominada de estado


estacionário e pode ser designada por
letras (K, L, M, N, O, P, Q). A energia
cresce com o afastamento da camada.

 Cada nível de energia é caracterizado por


Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br um número quântico que pode assumir
valores inteiros.

Modelo atômico de Bohr


O modelo proposto por Rutherford foi
aperfeiçoado por Bohr. Os seguintes postulados
foram propostos:

 Na eletrosfera, os elétrons descrevem


sempre órbitas circulares ao redor do
núcleo, chamadas de níveis de energia;

 Cada nível ocupado por um elétron possui


um valor determinado de energia;

 Os elétrons só podem ocupar os níveis que Fonte: portalsaofrancisco.com.br


tenham uma determinada quantidade de
energia, não sendo possível ocupar
estados intermediários; Modelo atômico de Sommerfeld
Ao saltar de um nível para outro mais
externo, os elétrons absorvem uma quantidade
definida de energia;

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QUÍMICA GERAL

Em 1916, ao pesquisar o átomo, l: número quântico secundário;


Sommerfeld concluiu que átomos de um mesmo ml: número quântico magnético;
nível ocupam órbitas de trajetórias diferentes.
Essas órbitas foram denominadas de subníveis ms: número quântico de spin.
(s, p, d, f).

Número quântico principal (n)

Está relacionado à distância de um


elétron ao núcleo, ou à sua posição;

 Só assume valores inteiros: n=1; n=2;


n=3...

 As camadas são designadas pelas letras


K, L, M, N, O, e assim por diante que
correspondem, respectivamente, a n = 1,
2, 3, 4, 5, 6, 7

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Para cada camada eletrônica (n), há uma


órbita circular e (n-1) orbitas elípticas.

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Número quântico secundário (l)

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br  Caracteriza a uma subdivisão de energia


dentro de cada camada;

 A quantidade destas subcamadas está


2.4 Números Quânticos limitada pela magnitude de n.

De acordo com a mecânica ondulatória,


cada elétron é caracterizado por quatro
parâmetros, conhecidos como números
quânticos. São os modelos que nos auxiliam na
localização e identificação da posição do elétron
na órbita de um átomo.
São eles:
n: número quântico principal; Fonte:www.paginapessoal.utfpr.edu.br

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QUÍMICA GERAL

Orbitais d

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br
Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Número quântico magnético (ml)

Orbitais s  Caracteriza o orbital em que existe a


probabilidade de se encontrar os elétrons;

 Pode ter qualquer valor inteiro entre +3 e –


3, inclusive zero.

Fonte:paginapessoal.utfpr.edu.br Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Número quântico spin (mș)

Orbitais p Descreve a rotação do elétron em torno


do seu eixo;
 Associado a cada elétron há momento de
spin (momento de rotação), que deve estar
orientado para cima ou para baixo;
 Esse é o quarto número quântico, para o
qual existem dois possíveis valores (+1/2 e
-1/2), um para cada uma das orientações
de spin.

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

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QUÍMICA GERAL

O modelo de Bohr foi refinado pelo


modelo mecânico-ondulatório.

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br
O elétron não é mais tratado como uma
partícula que se move em torno de um orbital
discreto, em lugar disso, a posição do elétron é Exemplo 2:
considerada como probabilidade de um elétron
estar em vários lugares ao redor do núcleo.
Quanto menor é o número quântico
principal, menor é o nível energético;

 Dentro de cada camada a energia de uma


subcamada aumenta com o valor do
número quântico l;

 Podem existir superposições de energia de


um estado em uma camada com os
estados em uma camada adjacente.

Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

2.5 Configurações eletrônicas

 Estados Eletrônicos – valores de energia


permitidos para elétrons;

 Determinar maneira que estes estados são


preenchidos com elétrons;
Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br

Princípio da exclusão de Pauli -


conceito quântico mecânico;
Exemplo 1:  Cada estado orbital eletrônico pode
comportar um máximo de dois elétrons,

16
QUÍMICA GERAL

que devem possuir valores de spin Notação convencional


opostos;
Subcamadas s, p, d e f acomodam 2, 6,
10 e 14 elétrons respectivamente.  Número de elétrons em cada subcamada
é indicado por um índice sobescrito após a
Número máximo de elétrons que pode
indicação da camada e subcamada.
ocupar cada uma das quatro primeiras camadas.
 H – 1s1
 He – 1s2
 Na – 1s22s22p63s 1

Elétrons de Valência

 Os elétrons de valência são aqueles que


ocupam a camada mais externa;

 Os elétrons de valência participam da


Fonte: Callister, 2011. ligação atômica, de maneira a formar
agregados de átomos ou moléculas e
muitas propriedades físicas e químicas
Nem todos os estados eletrônicos são estão baseadas nestes elétrons.
preenchidos por elétrons;

Elétrons de Valência – Gases


 Para a maioria dos átomos, os elétrons Nobres
preenchem os estados eletrônicos de
energias mais baixas nas camadas e
subcamadas, dois elétrons (spins) por  Átomos como Neônio, Criptônio, Argônio
estado; são conhecidos pela configuração
 Quanto todos os elétrons ocupam as eletrônica estável
menores energias possíveis o átomo está
no seu estado fundamental;  Camada de Valência completamente
preenchida, totalizando oito elétrons;
 A configuração eletrônica é a
representação da maneira segundo a qual  Exceção He – apenas dois elétrons 1s;
esses estados são ocupados. Gases inertes ou gases nobres.


Elétrons de Valência - Íons

 Alguns átomos dos elementos que


possuem camadas de valência não
totalmente preenchidas assumem
configurações estáveis pelo ganho ou
perda de elétrons para formar íons
carregados ou através do
Fonte: Russel,1994.

17
QUÍMICA GERAL

compartilhamento de elétrons com outros


átomos.

 Esta é a base para algumas reações


químicas e também para as ligações
atômicas em sólidos.

 Orbitais s e p formam híbridos spn sob


circunstancias especiais;
 n indica o número de orbitais p envolvidos
e pode assumir os valores 1, 2 ou 3;
Grupos 3A, 4A e 5A da tabela periódica
formam esses híbridos com maior frequência.

3 PROPRIEDADES PERIÓDICAS Algo similar aplica-se ao conceito de raio


A Tabela Periódica organiza os atômico. Consideram-se dois átomos de um
elementos químicos até então conhecidos em mesmo elemento químico como esferas que
uma ordem crescente de número atômico (Z – devem estar o mais próximo possível um do
quantidade de prótons no núcleo do átomo). outro, sem estarem ligados quimicamente. O raio
atômico (r) é a metade da distância (d) entre os
Muitas propriedades químicas e físicas
dois núcleos desses átomos vizinhos.
dos elementos e das substâncias simples que
eles formam variam periodicamente, ou seja, em
intervalos regulares em função do aumento (ou
da diminuição) dos números atômicos. As
propriedades que se comportam dessa forma são
chamadas de propriedades periódicas.
As principais propriedades periódicas
químicas dos elementos são: raio atômico,
energia de ionização, eletronegatividade,
eletropositividade e eletro afinidade. Já as físicas Fonte: manualdaquimica.uol.com.br
são: pontos de fusão e ebulição, densidade e
Para conseguir essa medida, usa-se a
volume atômico.
técnica de difração por raios X. Nela, esses raios
atravessam uma amostra de um material sólido
de um único elemento químico (como um pedaço
3.1 Raio Atômico
de ferro, pois ele é sólido e é formado somente
Medir o tamanho de um átomo é algo por átomos de ferro), e os átomos ou íons que
muito difícil porque a sua eletrosfera (região onde constituem esse material provocam um desvio na
os elétrons ficam girando ao redor do núcleo) não trajetória dos raios X. Depois os raios X incidem
possui um limite específico. Por isso, a forma sobre uma chapa fotográfica e registram a
mais comum é por meio do raio atômico, em que posição dos núcleos dos átomos no material e a
se considera o átomo como se ele fosse uma distância entre eles. Assim, basta dividir esse
esfera (modelo atômico de Dalton). valor por dois para obter o raio atômico, que, em
O raio é a distância compreendida entre geral, é medido em nanômetros (1 nanômetro é
o centro e a extremidade da circunferência e é a igual à bilionésima parte de um metro (10-9 m)).
metade do diâmetro da circunferência, como O raio atômico é uma propriedade
mostrado a seguir: periódica porque ele varia periodicamente em
função dos números atômicos. Podemos dizer
que, na tabela periódica, o raio atômico dos
elementos cresce de cima para baixo e da direita
para a esquerda:

18
QUÍMICA GERAL

camadas eletrônicas, mas possui 21 elétrons, e


assim por diante.
Quando a quantidade de elétrons
aumenta, a sua atração pelo núcleo, que é
positivo, também aumenta. Assim, nesse sentido,
em razão da atração entre o núcleo e a camada
de valência, há uma contração do átomo, o que
causa a diminuição do raio atômico. É por isso
que o átomo cresce no sentido contrário: da
direita para a esquerda.
Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

Para entender porque o aumento do raio


atômico segue essa ordem periódica, considere
separadamente os elementos de uma mesma
família e de um mesmo período. Elementos de
uma mesma família: De cima para baixo vai
aumentando o número de camadas eletrônicas.
Por exemplo, na família 1, o hidrogênio possui
uma camada, o lítio possui duas camadas, o
sódio possui três camadas e assim Fonte: manualdaquimica.uol.com.br
sucessivamente. Nesse sentido, aumenta
também o número atômico e, por isso, o raio do
3.2 Energia de Ionização
átomo também aumenta.
Os átomos no estado
fundamental possuem a mesma quantidade de
prótons (cargas positivas) e de elétrons (cargas
negativas), ou seja, são neutros. Mas na
formação das ligações iônicas ocorre a extração
de um ou mais elétrons da camada de valência
do átomo, que são transferidos para outro átomo,
resultando na formação de íons. O átomo que
perdeu os elétrons transforma-se em um cátion
(espécie carregada positivamente).
Para “arrancar” esses elétrons do átomo
isolado ou de um íon, é necessário aplicar uma
determinada quantidade de energia, que é
chamada de energia de ionização (porque houve
a formação de íons) ou potencial de ionização.
Assim, podemos fazer a seguinte definição:
Fonte: manualdaquimica.uol.com.br
“Energia de ionização ou potencial de
ionização é a energia aplicada para retirar um
Elementos de um mesmo período: Da elétron do átomo (ou do íon) isolado no estado
esquerda para a direita a quantidade de elétrons gasoso. ”
na camada de valência (camada mais externa ao
núcleo) vai aumentando e todos possuem a
mesma quantidade de camadas. Por exemplo, o
potássio (K) possui quatro camadas eletrônicas e
dezenove elétrons, o cálcio (Ca) possui também
quatro camadas eletrônicas, mas apresenta vinte Os valores das energias de ionização
elétrons, o escândio (Sc) também possui quatro podem ser expressos em eletrovolts (eV), mas de

19
QUÍMICA GERAL

acordo com o SI (Sistema Internacional de


Unidades), eles devem ser expressos em kJ/mol.
Quando se retira o primeiro elétron de um
átomo neutro, há a primeira energia de ionização
(I1). Já a energia necessária para retirar o
segundo elétron desse cátion que foi formado é
chamada de segunda energia de ionização (I2) e
assim por diante. A primeira energia de ionização
é sempre menor que a segunda energia de
ionização e assim sucessivamente. Isso
acontece porque, no primeiro caso, o elétron está
na camada mais externa ao núcleo e, como está
mais longe dos prótons, a atração entre eles é
menor, sendo mais fácil retirar o elétron.
Por exemplo, consideremos um átomo
de cobre (Cu(g)) que possui quatro níveis de Fonte: manualdaquimica.uol.com.br
energia no estado fundamental e um elétron no Considerando os elementos em uma
subnível mais externo (4s1): mesma família: A primeira energia de ionização
aumenta de baixo para cima. Isso acontece
porque, conforme vai descendo, os níveis de
energia e o raio atômico vão aumentando e os
elétrons vão ficando mais distantes do núcleo,
por isso fica mais fácil retirá-los. Por exemplo, o
H (hidrogênio) possui somente uma camada
Veja que a segunda energia de ionização eletrônica, então seu elétron está bem próximo
foi maior do que a primeira. Isso nos mostra que ao núcleo. Já o Cs (césio) possui seis camadas
a energia de ionização é uma propriedade eletrônicas, estando seus elétrons bem distantes
periódica, que varia conforme o número atômico do núcleo. É por isso que a energia de ionização
dos átomos dos elementos da Tabela Periódica. do H é bem maior (1312) que a do Cs (376).
Podemos notar também que essa propriedade
segue um padrão de variação relacionado com o
do raio atômico, pois depende da distância que
os elétrons estão do núcleo, ou seja, quanto
maior o raio atômico, menor a energia de
ionização e vice-versa.
Isso quer dizer que os valores das
energias de ionização dos elementos crescem no
sentido oposto ao crescimento do raio atômico,
ou seja, aumenta de baixo para cima e da
Fonte: manualdaquimica.uol.com.br
esquerda para a direita. Os valores das energias
de ionização são medidos experimentalmente e
podemos comparar esses valores para Considerando os elementos em um
confirmarmos esse padrão de variação mesmo período: A primeira energia de ionização3
mencionado:
aumenta da esquerda para a direita. Isso ocorre
porque, conforme vai caminhando para a direita,
a quantidade de níveis permanece a mesma,
mas a quantidade de elétrons vai aumentando,

3
Caso queira aprofundar o tema, acesse os links:
https://youtu.be/UoTe2lwXoYU ;
https://youtu.be/8eR-tO82QUQ

20
QUÍMICA GERAL

ou seja, a atração pelo núcleo aumenta e seu raio 3.3 Eletronegatividade


diminui. Com isso, a energia necessária para
A eletronegatividade é definida como a
vencer essa força de atração precisará ser maior.
força que determinado átomo possui de atrair os
Por exemplo, o Na (sódio) e o Ar (argônio)
elétrons de uma ligação covalente para si.
pertencem ao terceiro período, o que significa
que ambos possuem três camadas eletrônicas, Isso significa que a eletronegatividade é
mas o Na possui somente um elétron na sua uma grandeza relativa, pois ela é analisada por
camada mais externa, enquanto o Ar possui oito meio de uma comparação entre a capacidade
elétrons nessa camada. Por isso, a primeira que dois átomos ligados possuem de atrair os
energia de ionização do Ar será bem maior elétrons. Além disso, ela é uma propriedade
(1521) que a do Na (496). periódica, uma vez que, à medida que o número
atômico aumenta, ela adquire valores
semelhantes para intervalos regulares. Existem
várias formas de medir a eletronegatividade dos
elementos, mas a forma mais conhecida e usada
é a que foi determinada pelo cientista Linus
Pauling. Os valores obtidos por ele estão
presentes na imagem a seguir:

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br
Isso significa que os maiores valores
para a energia de ionização são dos elementos
situados próximos ao Hélio, ou seja, na parte
superior à direita da Tabela Periódica. Por outro
lado, os menores valores são dos elementos
situados próximos ao césio, na parte inferior à
esquerda da Tabela Periódica.

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br
Veja que os valores da
eletronegatividade crescem de cima para baixo e
da esquerda para a direita.

Fonte: manualdaquimica.uol.com.br
Isso explica algumas propriedades dos
elementos, como o fato de os elementos
próximos ao Césio serem metais e os elementos
próximos ao hélio serem ametais. Os metais são
formados por aglomerados de átomos neutros e
cátions mergulhados em uma “nuvem” ou “mar”
de elétrons deslocalizados. Isso significa que Fonte:manualdaquimica.uol.br
eles devem ter maior facilidade de perder Significa que a eletronegatividade cresce
elétrons e, por isso, somente os elementos com com a diminuição do raio de um átomo.
baixa energia de ionização podem formar sólidos
Por exemplo, quando consideramos os
metálicos. Por outro lado, os elementos no canto
elementos pertencentes a uma mesma família
superior à direita não possuem essa facilidade de
(coluna), vemos que o raio dos átomos vai
perder elétrons, porque possuem altas energias
aumentando de cima para baixo, isso ocorre
de ionização e, por essa razão, são ametais.

21
QUÍMICA GERAL

porque o número de camadas eletrônicas Um exemplo de ligação química é a que


também vai aumentado. Com o aumento do raio ocorre entre um átomo de sódio e um átomo de
atômico, a distância entre o núcleo (positivo) e os cloro, formando o cloreto de sódio (sal de
elétrons (negativos) da última camada eletrônica cozinha). Nessa ligação temos o envolvimento de
(camada de valência), que realiza a ligação um átomo metálico (sódio) e um átomo ametal
covalente, fica maior e, consequentemente, a (cloro). A seguir temos a fórmula que representa
atração entre eles diminui. Assim, a o cloreto de sódio:
eletronegatividade dos elementos de cima é
NaCl
maior que a dos elementos que ficam mais
abaixo. Ao avaliar a posição de um elemento
químico na tabela periódica, podemos prever o
Agora, quando consideramos os
seu comportamento durante uma ligação
elementos pertencentes ao mesmo período
química. Esse tipo de avaliação é possível com o
(linhas), todos eles têm a mesma quantidade de
camadas eletrônicas, a diferença é que a auxílio das propriedades periódicas
quantidade de elétrons na última camada (características dos elementos que dependem do
período da tabela e do número atômico). Uma
aumenta da esquerda para a direita. Nesse
sentido cresce, então, a atração entre os elétrons dessas propriedades periódicas é a chamada
eletropositividade ou caráter metálico.
e o núcleo, ficando menor o raio atômico e
aumentando a eletronegatividade. Denomina-se eletropositividade ou
caráter metálico a capacidade que um átomo
Desse modo, o elemento mais
apresenta de perder elétrons quando está ligado
eletronegativo é o Flúor (4,0) e o menos
a outro átomo.
eletronegativo é o césio (0,7).
Existe uma forma de você saber a ordem Essa capacidade está intimamente
relacionada com três fatores importantes:
de eletronegatividade dos elementos mais
eletronegativos, que são:
1. Raio atômico: quanto maior for o raio
atômico, maior será a eletropositividade.
Se o átomo é grande, a força de atração
Os valores de suas eletronegatividades do núcleo em relação aos elétrons da
são, respectivamente: periferia é pequena, o que torna a perda do
elétron mais fácil.
2. Período: quanto menor for o número
atômico, maior será a eletropositividade.
3.4 Eletropositividade Isso ocorre porque, se o número de
elétrons no núcleo é pequeno, a força de
atração tende a ser menor, facilitando a
Uma característica interessante da perda do elétron. Assim, nos períodos da
grande maioria dos elementos químicos é a Tabela Periódica, a eletropositividade
necessidade de adquirir estabilidade (obedecer à cresce da direita para a esquerda.
regra do octeto) 4 , já que poucos são gases
nobres (apresentam oito elétrons na camada de
valência) e, portanto, estáveis. Essa estabilidade
é adquirida quando os átomos estabelecem entre
si uma ligação química (interação entre átomos
por meio dos seus elétrons e orbitais).
Fonte: manualdaquimica.uol.com.br

4
Para compreender melhor esse tema acesse:
https://manualdaquimica.uol.com.br/quimicageral/teo
ria-octeto.htm

22
QUÍMICA GERAL

3. Família: quanto maior for o número


atômico e o número de níveis, maior será
a eletropositividade. Nas famílias da
Tabela Periódica, os elementos
localizados abaixo uns dos outros A afinidade eletrônica é uma propriedade
apresentam maior número atômico e maior extremamente difícil de ser medida. Muitos
número de níveis em seus átomos, o que elementos não apresentam o valor dela definido
favorece uma menor força de atração do experimentalmente e, em alguns casos, essa
núcleo em relação aos elétrons da propriedade é teórica ou foi calculada em função
periferia. Assim, nas famílias da tabela do número atômico. Em outros casos, ela é
periódica, a eletropositividade cresce de simplesmente ignorada, como no caso dos gases
cima para baixo. nobres, que apresentam orbitais completos (ns2
np6) na camada de valência e são muito estáveis.
Existem casos em que o valor da
afinidade eletrônica é negativo, o que significa
que, ao receber um segundo elétron, o átomo
absorve energia, e não a libera (isso ocorre
principalmente quando o átomo se tornou um
ânion após receber um primeiro elétron). Veja as
equações a seguir que representam esse fato:

Fonte:manualdaquimica.uol.com.br

Com esses conhecimentos, ao avaliar o Observação: Existe força de repulsão


exemplo do NaCl, temos a certeza de que nessa entre o ânion formado na primeira adição e o
molécula quem perde elétrons na ligação química segundo elétron que está sendo adicionado. Isso
é o sódio, pois este apresenta maior faz com que uma energia seja gasta para que
eletropositividade que o cloro. esse novo elétron entre no ânion.
Ao estudar a Tabela Periódica, é possível
comparar a afinidade eletrônica de vários
elementos químicos. Para isso, vamos levar em
consideração três aspectos:
Raio atômico: quanto menor for o
tamanho de um átomo, maior será a sua
Fonte: manualdaquimica.uol.com.br afinidade eletrônica. Isso ocorre porque a força
de atração do núcleo em relação aos elétrons da
periferia é maior.
3.5 Eletroafinidade ou afinidade
eletrônica
A afinidade eletrônica ou eletro afinidade,
que é uma das propriedades periódicas
existentes, avalia a quantidade de energia
liberada quando um átomo em seu estado
fundamental (neutro) recebe um elétron. A 1. Período: em um mesmo período, quanto
equação a seguir representa a afinidade maior for o número atômico, maior será a
eletrônica: afinidade eletrônica. Isso ocorre porque
quanto mais prótons existirem no núcleo,

23
QUÍMICA GERAL

maior será a força de atração nuclear em Abaixo temos um esquema geral da


relação aos elétrons da periferia. Por isso, afinidade eletrônica na Tabela Periódica:
no período, a afinidade eletrônica cresce
da esquerda para a direita.

Fonte:manualdaquimica.uol.com.br Fonte:manualdaquimica.uol.com.br

2. Família: em uma mesma família, quanto 4 LIGAÇÕES QUÍMICAS


menor for o número atômico e o número de Os átomos dificilmente ficam sozinhos na
níveis, maior será a afinidade eletrônica. natureza. Eles tendem a se unir uns aos outros,
Na família, os elementos localizados acima formando assim tudo o que existe hoje.
um do outro apresentam menor número
Alguns átomos são estáveis, ou seja,
atômico e menor número de níveis em
pouco reativos. Já outros não podem ficar
seus átomos, o que favorece uma maior
isolados, precisam se ligar a outros elementos.
força de atração do núcleo em relação aos
As forças que mantêm os átomos unidos são
elétrons da periferia. Assim, em uma
fundamentalmente de natureza elétrica e são
família da Tabela Periódica, a afinidade
chamadas de ligações químicas.
eletrônica cresce de baixo para cima.
Toda ligação envolve o movimento de
elétrons nas camadas mais externas dos átomos,
mas nunca atinge o núcleo.

Estabilidade dos gases nobres

De todos os elementos químicos


conhecidos, apenas 6, os gases nobres ou raros,
são encontrados na natureza na forma de átomos
isolados. Os demais se encontram sempre
ligados uns aos outros, de diversas maneiras,
nas mais diversas combinações.
Os gases nobres são encontrados na
Fonte: manualdaquimica.uol.com.br natureza na forma de átomos isolados porque
eles têm a última camada da eletrosfera
completa, ou seja, com 8 elétrons. Mesmo o
Após todas essas informações hélio, com 2 elétrons, está completo porque o
passadas, é fácil chegar à conclusão de que o nível K só permite, no máximo, 2 elétrons.
elemento químico com a menor afinidade
Regra do Octeto – Os elementos
eletrônica é o Frâncio, enquanto o elemento de
químicos devem sempre conter 8 elétrons na
maior afinidade eletrônica é o flúor. Todavia,
última camada eletrônica ou camada de valência.
como toda regra tem exceções, a análise do
Na camada K pode haver no máximo 2 elétrons.
comportamento dessa propriedade periódica
Desta forma os átomos ficam estáveis, com a
diretamente na tabela é apenas uma previsão, já
configuração idêntica à dos gases nobres.
que o elemento de maior afinidade eletrônica é o
Cloro. Observe a distribuição eletrônica dos
gases nobres na tabela a seguir:

24
QUÍMICA GERAL

O cloro quer receber 7é na última


camada. Para ficar com 8é (igual aos gases
nobres), precisa de 1é.

As ligações iônicas formam


compostos iônicos que são constituídos de
cátions e ânions. Tais compostos iônicos
formam-se de acordo com a capacidade de cada
átomo de ganhar ou perder elétrons. Essa
Fonte: soq.com.br
capacidade é a valência.
Observe a tabela com a valência dos
A estabilidade dos gases nobres deve-se elementos químicos (alguns alcalinos, alcalinos
ao fato de que possuem a última camada terrosos, calcogênios e halogênios):
completa, ou seja, com o número máximo de
elétrons que essa camada pode conter, enquanto
última. Os átomos dos demais elementos
químicos, para ficarem estáveis, devem adquirir,
através das ligações químicas, eletrosferas
iguais às dos gases nobres.

4.1 Ligações Iônicas


A ligação iônica é resultado da alteração
entre íons de cargas elétricas contrárias (ânions
e cátions). Esta ligação acontece, geralmente,
entre os metais e não metais.
Metais – 1 a 3 elétrons na última camada;
tendência a perder elétrons e formar cátions.
Elementos mais eletropositivos ou menos
eletronegativos.
Não metais – 5 a 7 elétrons na última
camada; tendência a ganhar elétrons e formar Fonte: soq.com.br
ânions. Elementos mais eletronegativos ou
menos eletropositivos. Então:
Valência de outros elementos químicos:

Fonte: soq.com.br

25
QUÍMICA GERAL

Exemplo: Mg e Cl estado sólido para o estado líquido, ou


quando estão dissolvidos em água;

 Apresentam elevados pontos de fusão e


ebulição;

 Possuem brilho;

Pode-se utilizar a “regra da tesoura”,  Conduzem corrente quando dissolvidos


onde o cátion passará a ser o número de cloros em água ou após sofrerem o processo de
(não metal) na fórmula final e o ânion será o fusão.
número de magnésio (metal). Outro exemplo: Al Obs.: Nos compostos iônicos, os átomos
eO aglomeram-se de forma a ocupar os vértices de
estruturas cristalinas. No cloreto de sódio, por
exemplo, um ânion cloreto (esfera roxa) interage
ao mesmo tempo com seis cátions sódio (esferas
verdes):
Neste caso, também foi utilizada a “regra
da tesoura”. A fórmula final será chamada de íon
fórmula.
Fórmula Eletrônica / Teoria de Lewis

A fórmula eletrônica representa os


elétrons nas camadas de valência dos átomos.
Ex. NaCl
A fórmula eletrônica é também chamada
de fórmula de Lewis, por ter sido proposta por
esse cientista.
4.1.1 Características dos compostos
químicos formados por ligação iônica5
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

 De uma forma geral, os compostos iônicos,


isto é, substâncias formadas mediante 4.2 Ligações Covalentes
ligação iônica, apresentam as seguintes
características:
A ligação covalente geralmente é feita
 São sólidos à temperatura ambiente; entre os não metais e não metais, hidrogênio e
não metais e hidrogênio com hidrogênio. Esta
 Seus átomos organizam-se de uma ligação é caracterizada pelo compartilhamento
maneira a produzir um retículo cristalino
de elétrons.
(um cristal).
O hidrogênio possui um elétron na sua
 São solúveis em água; camada de valência. Para ficar idêntico ao gás
nobre hélio, com 2 elétrons na última camada, ele
 São capazes de realizar o fenômeno da
dissociação (liberação de íons) quando precisa de mais um elétron.
sofrem fusão, ou seja, quando passam do Então, 2 átomos de hidrogênio
compartilham seus elétrons, ficando estáveis:

5
Extraído do site:
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/ligaca
o-ionica.htm

26
QUÍMICA GERAL

Nessa situação, tudo se passa como se


cada átomo tivesse 2 elétrons em sua eletrosfera.
Os elétrons pertencem ao mesmo tempo aos dois
átomos, ou seja, os dois átomos compartilham os
2 elétrons. A menor porção de uma substância
resultante de ligação covalente é chamada de
molécula.
Então, o H2 é uma molécula ou um
composto molecular. Um composto é
considerado composto molecular ou molécula Fonte: soq.com.br
quando possui apenas ligações covalentes.
Observe a ligação covalente entre dois átomos
A água, no exemplo, faz três ligações
de cloro:
covalentes, formando a molécula H2O. O
oxigênio tem 6é na última camada e precisa de
2é para ficar estável. O hidrogênio tem 1 é e
precisa de mais 1é para se estabilizar. Sobram
ainda dois pares de elétrons sobre o átomo de
oxigênio.
A ligação covalente pode ser
representada de várias formas. As fórmulas em
que aparecem indicados pelos sinais . ou x são
chamadas de fórmula de Lewis ou fórmula
eletrônica.
Fonte: soq.com.br Quando os pares de elétrons são
representados por traços (-) chamamos de
fórmula estrutural plana, mostrando o número de
26
"Ligação covalente" em SóQ. Virtuous ligações e quais os átomos estão ligados. A
Tecnologia da Informação, 2008-2018. fórmula molecular é a mais simplificada,
Consultado em 19/11/2018 às 15:32. Disponível mostrando apenas quais e quantos átomos têm
na Internet em na molécula. Veja o modelo:
http://www.soq.com.br/conteudos/ef/ligacoesqui
micas/p2.php
H . . H (fórmula de Lewis ou eletrônica)
Conforme o número de elétrons que os
átomos compartilham, eles podem ser mono, bi, H – H (fórmula estrutural plana)
tri ou tetravalentes. H2 (fórmula molecular)
A ligação covalente pode ocorrer
também entre átomos de diferentes elementos, Observe a tabela de alguns elementos
por exemplo, a água. com sua valência (covalência) e a sua
representação.

27
QUÍMICA GERAL

4.2.3 Ligação Covalente Tripla

Neste tipo de ligação covalente, os


átomos “dividem” três elétrons de cada elemento
buscando a estabilidade de ambos, de acordo
com a regra do octeto. No caso do gás nitrogênio
(N2), quando há a formação da molécula do gás,
há o compartilhamento de três elétrons de cada
átomo de nitrogênio entre si:

Fonte: soq.com.br

4.2.1 Ligações Covalentes Simples

Neste tipo de ligação covalente, os


átomos “dividem” um elétron de cada elemento
buscando a estabilidade de ambos, de acordo
com a regra do octeto. Na formação do gás cloro Fonte: infoescola.com
(Cl2), há o compartilhamento de um elétron de
cada átomo de Cloro:
4.2.4 Ligação Covalente Coordenada ou
Dativa

Neste tipo de ligação covalente, os


átomos “dividem” os elétrons da camada de
valência e, quando há pares de elétrons
Fonte: infoescola.com disponíveis, é feito a “doação” destes elétrons
com outro átomo, é o que ocorre com o dióxido
de enxofre (SO2), quando há a formação da
4.2.2 Ligação Covalente dupla molécula do gás, há o compartilhamento de
dois elétrons de oxigênio com um átomo de
enxofre e há a doação de um par de elétrons
Neste tipo de ligação covalente, os
do oxigênio para outro átomo de enxofre:
átomos “dividem” dois elétrons de cada
elemento buscando a estabilidade de ambos,
de acordo com a regra do octeto. No caso da
água (H2O), há o compartilhamento de um
elétron de cada átomo de hidrogênio com os
elétrons de apenas um átomo de oxigênio:

Fonte: www.infoescola.com

Fonte: infoescola.com

28
QUÍMICA GERAL

4.3 Ligações Metálicas fusão e ebulição, a maleabilidade, a ductilidade,


a alta densidade e a resistência à tração.
Ligação metálica é a ligação entre metais
e metais. Formam as chamadas ligas metálicas, As ligas metálicas são a união de dois ou
que são cada vez mais importantes para o nosso mais metais. Às vezes com não metais e metais.
dia a dia. As ligas têm mais aplicação do que os metais
puros. Algumas ligas:
No estado sólido, os metais se agrupam
de forma geometricamente ordenados, formando
as células, ou grades ou retículo cristalino. Uma
amostra de metal é constituída por um grande
 Bronze (cobre + estanho) – usado em
estátuas, sinos.
número de células unitárias formadas por cátions
desse metal.
Na ligação entre átomos de um elemento
metálico, ocorre liberação parcial dos elétrons
mais externos, com a consequente formação de
cátions, que formam as células unitárias. Esses
cátions têm suas cargas estabilizadas pelos
elétrons que foram liberados e que ficam
envolvendo a estrutura como uma nuvem Fonte: soq.com.br
eletrônica. São dotados de um certo movimento
e, por isso, chamados de elétrons livres.
Essa movimentação dos elétrons livres  Aço comum (ferro + 0,1 a 0,8% de
explica por que os metais são bons condutores carbono) – com maior resistência à tração,
elétricos e térmicos. A consideração de que a é usado em construção, pontes, fogões,
corrente elétrica é um fluxo de elétrons levou à geladeiras.
criação da Teoria da Nuvem Eletrônica ou Teoria
do “Mar” de elétrons.
Pode-se dizer que o metal seria um
aglomerado de átomos neutros e cátions,
mergulhados numa nuvem ou "mar" de elétrons
livres. Esta nuvem de elétrons funcionaria como
a ligação metálica, que mantém os átomos
unidos.

Fonte: soq.com.br

 Aço inoxidável (ferro + 0,1 de carbono +


18% de cromo + 8% de níquel), não
enferruja (diferente do ferro e do aço
comum), é usado em vagões de metrô,
fogões, pias e talheres.

Fonte: soq.com.br
São estas ligações e suas estruturas que
os metais apresentam uma série de propriedades
bem características, como por exemplo o brilho Fonte: soq.com.br
metálico, a condutividade elétrica, o alto ponto de

29
QUÍMICA GERAL

 Latão (cobre + zinco) – usado em armas e Obs.: Nuvem eletrônica é o par de


torneiras. elétrons formado por uma ligação entre dois
átomos ou entre elétrons da camada de valência
do átomo central que não estejam participando
de uma ligação química.
Geometria linear, angular, trigonal plana,
tetraédrica, bipiramidal, octaédrica são exemplos
de geometrias moleculares. Para facilitar a
determinação da geometria das moléculas de
uma substância, o químico inglês Ronald James
Gillespie criou, em 1954, algumas regras
baseadas na TREPV, que serão descritas
Fonte: soq.com.br abaixo.
5.1 Geometria Linear
 Ouro / em joias (75% de ouro ou prata +
25% de cobre) - usado para fabricação de
joias. Utiliza-se 25% de cobre para o ouro
18K. E o ouro 24K é considerado ouro
puro.

Modelo-padrão de representação de geometria


linear
Essa geometria molecular ocorre quando
Fonte: soq.com.br há uma molécula diatômica (dois átomos) ou
triatômica (três átomos) na qual o átomo central
As substâncias metálicas são está ligado diretamente a outros dois átomos. No
representadas graficamente pelo símbolo do caso da molécula triatômica, não há nuvem
elemento. Exemplo: Fe, Cu Na, Ag, Au, Ca, Hg, eletrônica não ligante.
Mg, Cs, Li.
Exemplo 1: Iodo (I2)

5 GEOMETRIA MOLECULAR Fórmula estrutural do I2


Geometria molecular é o formato
adotado por uma molécula constituída por
ligação covalente no plano espacial. Essa forma Exemplo 2: Dissulfeto de carbono (CS2)
baseia-se na maneira como os átomos que
compõem a molécula, que deve apresentar mais
de dois átomos, estão dispostos em torno do
átomo central. Fórmula estrutural do CS2
A disposição dos átomos em uma
molécula está baseada na teoria da repulsão de
pares eletrônicos (TREPV), que afirma que os Na molécula do CS2, há três átomos: um
elétrons presentes nas nuvens eletrônicas ao átomo de carbono ligado a dois átomos de
redor de um átomo central repelem-se (afastam- enxofre. Nessa estrutura, todos os quatro
se), alterando o posicionamento dos átomos, elétrons da camada de valência do carbono estão
determinando, assim, a geometria molecular. participando das ligações químicas.

30
QUÍMICA GERAL

5.2 Geometria Angular  Ângulo de 120o: quando o átomo central da


A geometria angular é um dos vários molécula apresenta um par de elétrons
tipos de geometria molecular, que é a forma não ligantes;
como os átomos de uma molécula estão  Ângulo de 109o 28': quando o átomo
organizados no espaço. Ela apresenta como central da molécula apresenta dois pares
principal propriedade o fato de o átomo central de elétrons não ligantes.
orientar a forma como os outros átomos da
molécula deve ser organizado no espaço. Obs.: Vale ressaltar que os valores dos
ângulos propostos acima são padronizados para
Trata-se de um tipo de geometria que facilitar o aprendizado, mas cada molécula
apresenta características bem particulares, a apresenta uma particularidade e,
saber: consequentemente, um valor de ângulo entre
Ocorre apenas em moléculas suas nuvens eletrônicas.
triatômicas, ou seja, aquelas que apresentam Exemplos:
apenas três átomos (iguais ou diferentes) em sua
composição;
O átomo central da molécula deve Moléculas de água (H2O)
apresentar seis elétrons de valência: A água é uma substância cujas
No átomo central deve existir pelo menos moléculas apresentam duas ligações simples
um par de elétrons que não participam de entre o átomo de oxigênio e cada um dos átomos
ligações químicas; de hidrogênio, como podemos observar na
fórmula estrutural a seguir:
O padrão da fórmula estrutural das
moléculas que possuem essa geometria é o
seguinte:

Como cada ligação simples representa o


compartilhamento de dois elétrons, podemos
construir a fórmula eletrônica da molécula de
água da seguinte forma:
Ângulos possíveis na geometria
angular
De acordo com a teoria da repulsão de
pares eletrônicos, quando em uma molécula
existem dois ou mais pares de elétrons em volta
de um átomo central, automaticamente essas
nuvens eletrônicas repelem-se entre si. Essa
repulsão entre os pares eletrônicos promove a
A água é uma substância cujas
organização dos átomos em volta do átomo
moléculas possuem geometria angular porque
central.
ela apresenta as seguintes características:
Como um par eletrônico repele o outro,
Molécula triatômica (três átomos);
entre eles surgem um distanciamento e,
consequentemente, um ângulo. De forma geral, O átomo central apresenta elétrons não
os valores dos ângulos determinados para a ligantes (dois pares), já que dois dos seus seis
geometria molecular angular são 120o e 109o 28', elétrons de valência participam das ligações com
de acordo com os seguintes critérios: os hidrogênios;
Possui um ângulo geral de 109o 28' entre
as nuvens eletrônicas do átomo central.

31
QUÍMICA GERAL

Moléculas do dióxido de enxofre (SO2) Como a ligação dupla representa o


compartilhamento de quatro elétrons e a ligação
O dióxido de enxofre é uma substância
cujas moléculas apresentam uma ligação dupla e dativa representa o compartilhamento de dois
uma ligação covalente dativa entre o átomo de elétrons, a fórmula eletrônica da molécula do
enxofre e cada um dos átomos de oxigênio, como ozônio é a seguinte:
podemos observar na fórmula estrutural a seguir:

O ozônio apresenta geometria angular


porque possui as seguintes características:

Como a ligação dupla representa o  Molécula triatômica (três átomos);


compartilhamento de quatro elétrons e a ligação
 O átomo central apresenta elétrons não
dativa representa o compartilhamento de dois
ligantes (um par apenas), já que quatro
elétrons, a fórmula eletrônica da molécula do
dos seus seis elétrons de valência
dióxido de enxofre é a seguinte:
participam das ligações com os oxigênios;

 Possui um ângulo geral de 120o entre as


nuvens eletrônicas do átomo central.

5.3 Geometria Trigonal Plana

O dióxido de enxofre apresenta


geometria angular porque possui as seguintes
características:
Molécula triatômica (três átomos);
O átomo central apresenta elétrons não Modelo-padrão de representação de geometria
ligantes (um par apenas), já que quatro dos seus trigonal plana
seis elétrons de valência participam das ligações
com os oxigênios;
Essa geometria molecular ocorre quando
Possui um ângulo geral de 120o entre as se tem uma molécula tetratômica (quatro átomos)
nuvens eletrônicas do átomo central. na qual o átomo central liga-se diretamente a três
outros átomos.

Moléculas de ozônio (O3) Nessa estrutura, não há nuvem


eletrônica não ligante.
O ozônio é uma substância cujas
moléculas apresentam uma ligação dupla e uma Exemplo: Tri-hidreto de boro (BH3)
ligação covalente dativa entre o átomo de enxofre
e cada um dos átomos de oxigênio, como
podemos observar a seguir:

Fórmula estrutural do BH3

32
QUÍMICA GERAL

A molécula do BH3 é formada por quatro Essa geometria molecular ocorre quando
átomos: um átomo de boro ligado a três átomos há uma molécula pentatômica (cinco átomos)
de hidrogênio. Nessa molécula, todos os três cujo átomo central, que não apresenta nuvem
elétrons da camada de valência do boro estão eletrônica não ligante, liga-se diretamente a
participando das ligações químicas. quatro outros átomos.
Exemplo: Tetra-hidreto de silício (SiH4)
5.4 Geometria Piramidal

Fórmula estrutural do SiH


Modelo-padrão de representação de geometria
piramidal
Na molécula do SiH4, há cinco átomos:
um átomo de silício ligado a quatro átomos de
Essa geometria molecular ocorre quando
hidrogênio. Todos os quatro elétrons da camada
há uma molécula tetratômica (quatro átomos)
de valência do silício estão participando das
cujo átomo central liga-se diretamente a três
ligações químicas.
outros átomos. Essa estrutura apresenta,
obrigatoriamente, uma nuvem eletrônica não
ligante. 5.6 Geometria Bipiramidal
Exemplo: Hidreto de fósforo (PH3)

Fórmula estrutural do PH3


Modelo-padrão da representação de uma
geometria bipiramidal
Na molécula do PH3, há quatro átomos:
um átomo de fósforo ligado a três átomos de
hidrogênio. Nessa formação, apenas três dos Essa geometria molecular ocorre quando
cinco elétrons da camada de valência do fósforo há uma molécula hexatômica (seis átomos) cujo
estão participando das ligações químicas. Logo, átomo central liga-se diretamente a cinco outros
há uma nuvem não ligante. átomos. Nesse caso, não há nuvem eletrônica
não ligante.
Exemplo: Penta-hidreto de fósforo (PH5)
5.5 Geometria Tetraédrica

Modelo-padrão de representação de geometria Fórmula estrutural do PH5


tetraédrica

33
QUÍMICA GERAL

Na molécula do PH5, há seis átomos: um


átomo de fósforo ligado a cinco átomos de
hidrogênio. Todos os cinco elétrons da camada
de valência do fósforo estão participando das
ligações químicas.

5.7 Geometria octaédrica

Fonte: docente.ifsc.edu.br

Propriedades dos líquidos:


 Ponto de Ebulição - Ponto de Fusão
Modelo-padrão de representação de geometria
octaédrica  Refletem a intensidade das forças
intermoleculares.

Essa geometria molecular ocorre quando  Quanto mais forte as forças de atração,
há uma molécula heptatômica (sete átomos) na maior é a temperatura na qual o líquido
qual o átomo central liga-se diretamente a seis entra em ebulição.
outros átomos. Nesse caso, não há nuvem  O ponto de fusão aumenta à medida que
eletrônica não ligante. as forças intermoleculares ficam mais
Exemplo: Hexafluoreto de enxofre (SF6) fortes.

Fórmula estrutural do SF6

Na molécula do SF6, há sete átomos: um Fonte:docente.ifsc.edu.br


átomo de enxofre ligado a seis átomos de flúor.
Forças eletrostáticas por natureza,
Todos os seis elétrons da camada de valência do
envolvendo atrações entre espécies positivas e
enxofre estão participando das ligações
negativas (15% menos fortes que as ligações
químicas.
covalentes e iônicas).

5.8 Interações Intermoleculares


5.8.1 Forças íon-dipolo
A intensidade das forças
intermoleculares em diferentes substâncias varia
em uma grande faixa, mas elas são muito mais  Uma FORÇA ÍON-DIPOLO existe entre um
fracas que ligações iônicas covalentes. É íon e a carga parcial em certo lado de uma
necessário menos energia para vaporizar um molécula polar.
líquido ou fundir um sólido do que para quebrar
ligações covalentes em moléculas.  Moléculas polares: são dipolos.

34
QUÍMICA GERAL

5.8.3 Ligação de Hidrogênio

 O ponto de ebulição aumenta com o


aumento da massa molecular (aumento
das forças de dispersão)

 Exceção: H2O

Fonte: docente.ifsc.edu.br

5.8.2 Forças dipolo-dipolo

 Moléculas polares neutras se atraem


quando o lado positivo de uma molécula
está próximo do lado negativo da outra.
 Forças dipolo-dipolo são efetivas tão
somente quando moléculas polares estão
próximas.
Fonte: docente.ifsc.edu.br
 Em líquidos as moléculas polares estão
livres para movimentar-se em relação às
outras.  Pontos de ebulição normalmente altos.
 Estarão algumas vezes em uma  Características que os distingue de outras
orientação que é atrativa e em outras em substâncias de massa molecular e
orientação que é repulsiva. polaridade análogas.

 O efeito como um todo é uma atração


líquida. Água

 Massas moleculares, momentos de dipolo  Alto ponto de ebulição.


e pontos de ebulição de várias substâncias
 Alto calor específico.
orgânicas comuns:
 Alto calor de vaporização.
 Forças intermoleculares fortes de maneira
incomum.

É um tipo especial de atração


intermolecular entre o átomo de hidrogênio em
uma ligação polar (particularmente uma ligação
H-F, H-O ou H-N) e um par de elétrons não
Fonte:docente.ifsc.edu.br compartilhado em um íon ou átomo pequeno e
eletronegativo que esteja próximo (geralmente
um átomo de F, O ou N em outra molécula).
 Para moléculas de massas e tamanhos
aproximadamente iguais, a força das
atrações intermoleculares aumenta com o
aumento da polaridade.

Fonte: docente.ifsc.edu.br

35
QUÍMICA GERAL

Exemplos de ligação de hidrogênio. As


linhas sólidas representam ligações covalentes,
as linhas vermelhas pontilhadas representam
ligações de hidrogênio.

Fonte: docente.ifsc.edu.br

6.1 Lei da Conservação de Massas


A massa total de uma reação química é
constante. Os átomos não são criados nem
destruídos em uma reação química,
simplesmente eles mudam de parceiro. Como os
átomos não são criados nem destruídos em uma
reação química, multiplicam-se as fórmulas por
Fonte:docente.ifsc.edu.br fatores para mostrar o mesmo número de átomo
de cada elemento em cada lado da reação. Esta
operação matemática é conhecida como
 Energias das ligações de hidrogênio: 4 BALANCEAMENTO.
kJ/mol a 25 kJ/mol ou mais.

 São muito mais fracas que as ligações


químicas ordinárias.

 No entanto, as ligações de hidrogênio são


geralmente mais fortes que as forças Fonte: iqm.unicamp.br
dipolo-dipolo e de dispersão.

Em uma equação química pode-se


5.8.4 Comparando as forças representar os estados físicos de cada reagente
e produto.

Fonte: iqm.unicamp.br

Para indicar que a reação requer calor


(Temperatura) utiliza-se a letra grega Δ
Fonte: docente.ifsc.edu.br

6 REAÇÕES QUÍMICAS
Fonte: iqm.unicamp.br
É processo de mudanças químicas, onde
ocorre a conversão de uma substância, ou mais,
em outras substâncias. Para indicar que a reação precisa de um
catalisador utiliza-se a fórmula do catalisador
sobre a flecha da reação.

36
QUÍMICA GERAL

6.4 Reações de Simples Troca


Estas reações ocorrem quando uma
Fonte: iqm.unicamp.br substância simples reage com uma substância
composta para formar outra substância simples e
outra composta.
6.2 Reações de Síntese ou Adição

Quando 2 ou mais substâncias originam


1 único produto.

Fonte: iqm.unicamp.br

Exemplo: o magnésio reage com o Fonte: iqm.unicamp.br


oxigênio do ar, produzindo óxido de magnésio.

6.5 Reações de Dupla-Troca


Estas reações ocorrem quando duas
substâncias compostas resolvem fazer uma troca
e formam-se duas novas substâncias compostas.
Veja os exemplos:
Fonte: iqm.unicamp.br

6.3 Reações de decomposição


Como o próprio nome diz, este tipo de
reação é o inverso da anterior (composição), ou
seja, ocorrem quando a partir de um único
composto são obtidos outros compostos. Estas
reações também são conhecidas como reações
de análise.
Veja a ilustração e em alguns exemplos:

Fonte: iqm.unicamp.br

Fonte: iqm.unicamp.br
6.6 Reações de óxido-redução
Uma reação de Oxirredução é a
combinação de uma reação de oxidação e uma
reação de redução. Reações como a combustão,
a corrosão, a fotossíntese, o metabolismo do
alimento e a extração dos metais dos minérios
são reações de oxirredução;
Fonte: iqm.unicamp.br

37
QUÍMICA GERAL

II. Balanceamento da equação


química
O balanceamento das equações
químicas informa a quantidade de átomos
Nesta reação o átomo de magnésio (Mg) envolvidos na reação.
também sofreu oxidação, porém, em presença do Ele é importante pois garante que exista
gás cloro (Cl2 ). Os dois elétrons do Mg foram o mesmo número de átomos dos elementos em
transferidos para cada átomo de Cl. Desta forma, cada lado da equação, ou seja, entre reagentes
o Mg sofreu oxidação e o Cl redução. e produtos.
Nesse momento, você deve acertar os
coeficientes estequiométricos, eles são os
números multiplicadores recebidos pelas
espécies químicas em uma equação balanceada
e indicam os números de mols.
III. Estabelecer a regra de três

O átomo de zinco metálico (Zn) perdeu Como se trata de relações de grandezas,


dois elétrons, sofreu oxidação (Zn2+), provocou é preciso estabelecer uma regra de três simples
a redução do íon cobre (Cu2+) para cobre entre os dados e a pergunta do problema.
metálico (Cu), portanto é o AGENTE REDUTOR.
O íon cobre (Cu2+) recebeu dois elétrons do
Exemplos:
átomo de zinco metálico (Zn), sofreu redução
(Cu), provocou a oxidação do zinco metálico (Zn)
para íon zinco (Zn2+), portanto é o AGENTE
1. Qual o número de mols de moléculas de O2
OXIDANTE.
necessário para reagir com 5 mols de
átomos de ferro?

1° Passo - Escrever a equação


química:

2° Passo - Balancear a equação:

Fonte: iqm.unicamp.br 3° Passo - Realizar Regra de três:

7 ESTEQUIMOTERIA
O cálculo estequiométrico pode ser feito
conforme as seguintes etapas:

I. Escrever a equação química


Escreva a equação química conforme 2. Considerando a síntese de amônia, qual a
apresentado no problema ou exercício proposto. massa de NH3 que pode ser produzida a
partir de 0,4 mol de N2?

38
QUÍMICA GERAL

1° Passo - Escrever a equação


química:

2° Passo - Balancear a equação:

É importante identificar que a equação


Consultando a massa dos elementos na também mostra a seguinte relação:
tabela periódica e fazendo a relação com o
número de mols, temos:

Logo, os fatores estequiométricos são:

Observe que a soma da massa dos


reagentes é igual à do produto, isso obedece a
Lei de Proust, um dos princípios da
estequiometria.

3° Passo - Realizar Regra de três: Os fatores estequiométricos ou fatores


Com base nas informações dadas no unitários, como exemplificados acima, são
problema, temos a seguinte regra de três: utilizados para calcular a quantidade de
reagentes e produtos consumidos e produzidos
respectivamente em reações químicas. Seguindo
este raciocínio, observe o exemplo abaixo:

 Exemplo 1:
Calcule a quantidade de oxigênio
7.1 Fatores Estequiométricos necessária para consumir completamente 2,45 g
Utiliza-se o símbolo para indicar as de Fe. Qual será a quantidade em massa e mols
relações estequiométricas entre reagentes e de Fe2 O3 produzido?
produtos. Podemos definir que na reação do
hidrogênio com o oxigênio, as quantidades
Etapa 1: Inicialmente, escreva a
relativas dos reagentes e produtos estão
equação balanceada da reação química. Esta é
relacionadas da seguinte maneira:
sempre a primeira etapa de resolução em relação
a cálculos estequiométricos.

A partir desta relação podemos


obter os fatores estequiométricos.

Etapa 2: Calcular o número de mols a


partir da massa de Fe.

39
QUÍMICA GERAL

Etapa 3: Utilizar o fator estequiométrico


para calcular a quantidade de oxigênio
necessária. A quantidade de oxigênio está
relacionada com a quantia disponível de ferro de
acordo com a equação balanceada.
É importante identificar que, para a
execução desse cálculo, a quantidade de Fe foi
multiplicada pelo fator estequiométrico. De
acordo com os cálculos, são necessários 0,033
mol de O2 para reagir com a quantidade de ferro
disponível.

Etapa 4: A partir do número de mols de


O2 calcular a massa de O2.

Etapa 5: Utilizar o fator estequiométrico


para converter a quantidade de Fe 9disponível na
quantidade de Fe2 O3 produzida.

Etapa 6: Utilizar o número de mols de


Fe2 O3 produzido para calcular sua massa.

Dicas: Partindo do princípio de que a


matéria é conservada durante a reação, a massa
de Fe2 O3 produzida pode ser calculada
somando as massas de Fe e O2 utilizadas.

40
QUÍMICA GERAL

8 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
MCMURY, John. Química orgânica. 6ed; v.01. Cengage Learning, São Paulo,2008.

RUSSELL, John Blair. Química geral: v.1. 2. ed. São Paulo: Makron Books, c1994. 2v., il.,
24 cm.

TREICHEL JR, Paul. Química geral e reações químicas. V.1; 5.ed São Paulo: Thomson, 2005.
2v.(1018p.), il. col., 28 cm

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

KOTZ, John C; TREICHEL, Paul M.; TOWNSEND, John R.; TREICHEL, David A. Química geral e
reações químicas. v. 2, 9. ed. Cengage Learning, 2015.

ROCHA, Júlio Cesar. Introdução à química ambiental. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. 256p.,
il. (algumas col.), 25 cm. Inclui bibliografia e índice. ISBN 9788577804696 (broch.).

ROZENBERG, Izrael Mordka. Química Geral. 1. ed. Editora Bluncher, 2002.

SALOMONS, T.W. Graham; FRYLE, Craig B. Química orgânica, 10. ed. LTC Editora, 2012.

TRINDADE, Diamantino Fernandes. Química básica experimental. 6. ed. Editora Ícone, 2016.

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