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Química Geral e

Experimental I
Material Teórico
Matéria: Algumas Propriedades e Características

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Marina Garcia Resende

Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Matéria: Algumas Propriedades
e Características

• Introdução;
• Propriedades Gerais da Matéria;
• Estados da Matéria;
• Mudanças de Estado da Matéria;
• Fenômenos Físicos e Fenômenos Químicos;
• Propriedades Específicas da Matéria;
• Substâncias Puras e Misturas.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar os conceitos, características e propriedades da matéria,
bem como seus estados, além de fenômenos físicos e químicos que
podem ocorrer com a matéria. Teoria sobre átomos, elementos, com-
postos, substâncias puras e misturas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
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Conserve seu
material e local de
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de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Matéria: Algumas Propriedades e Características

Introdução
Você já parou para pensar o quanto a química é importante para a vida do ser
humano? Desde sua origem, a humanidade já fazia uso de processos químicos para
garantir sua sobrevivência, como a utilização do fogo para cozinhar alimentos,
por exemplo.

Pensando nos dias atuais, a química ainda continua presente em nosso cotidiano
de várias formas. Vamos verificar isso na prática? Olhe ao seu redor, tudo o que
você vê (e muitas vezes, até o que não vê) é chamado de matéria. Chegamos, então,
à primeira definição importante desta unidade: matéria é tudo o que tem massa
e ocupa lugar no espaço. Uma mesa, uma cadeira, a água, o ar que respiramos,
todos são exemplos de matéria.

Massa é a medida de quantidade de matéria presente em um corpo. No Sistema Internacional


Explor

de Unidades (SI), é dada em kg.

Porém, se compararmos certos tipos de matéria, podemos notar algumas seme-


lhanças e também várias diferenças. Isso se deve às propriedades da matéria.

Estudaremos agora as principais propriedades gerais e específicas da matéria.

Propriedades Gerais da Matéria


Toda e qualquer porção de matéria possui oito propriedades em comum, que
são as seguintes:
• Massa: toda porção de matéria pode ser quantificada mediante análise de sua
massa, que pode ser dada em quilogramas, arrobas, libras, entre outras;
• I nércia: também conhecida como a Primeira Lei de Newton, a Lei da Inércia
afirma que um corpo tende a permanecer em repouso ou movimento uni-
forme até que seja aplicada nele uma força resultante não-nula. Pense, por
exemplo, em um jogo de bilhar, até que seja aplicada uma força em alguma
das bolinhas, elas tendem a permanecer em repouso, o que caracteriza a pro-
priedade de inércia da matéria;
• xtensão: assim como toda porção de matéria tem massa, também possui
E
sua extensão, ou seja, o próprio volume do corpo. Todo corpo ocupa espaço
no universo;
• I mpenetrabilidade: essa é a propriedade que afirma que dois corpos não
podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo;

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• Compressibilidade: toda matéria pode ser comprimida, com maior ou menor
facilidade. Por exemplo, comprimir uma esponja de banho é bem mais fácil
do que realizar a compressão de uma barra de ferro. No entanto, ambas as
situações são possíveis;
• Divisibilidade: toda matéria também pode ser dividida em porções menores
sem alteração em sua composição, inclusive os átomos, que podem ser divididos
em partículas ainda menores como prótons, elétrons e nêutrons, por exemplo;
• Elasticidade: todo corpo pode voltar à sua forma inicial, no momento de
dispersão de todas as forças que foram aplicadas nele. Da mesma forma, é
possível também exercer uma força capaz de estender seu tamanho. Ao amas-
sarmos uma folha de papel, por exemplo, podemos verificar que é possível
que ela volte à sua forma inicial, mesmo que com certa dificuldade;
• Descontinuidade: pode parecer um pouco estranho à princípio, mas toda
matéria é, em sua essência, descontínua. Para entender melhor esse conceito,
precisamos manter a mente aberta e pensar em nível microscópico. A matéria
é formada por átomos e moléculas, porém, esses não estão perfeitamente
unidos, pois existem espaços entre um e outro. Daí surge a descontinuidade
da matéria, representada por esses pequeníssimos espaços entre as partículas
formadoras da matéria.

Antes de estudarmos as propriedades específicas da matéria, é importante


termos em mente os estados nos quais ela pode ser encontrada na natureza. Você
sabe qual a diferença entre o gelo, a água líquida e o vapor d’agua? Vamos descobrir
no próximo item!

Estados da Matéria
Na natureza, a matéria pode se apresentar em três diferentes estados: sólido,
líquido e gasoso. Mas, o que determina o estado em que as substâncias se encontram
na natureza? As principais variáveis responsáveis por esse feito são a temperatura
e a pressão.

Temperatura – é uma grandeza física escalar responsável por medir o estado térmico de
Explor

uma substância ou sistema. Em outras palavras, mede o grau de agitação das moléculas
de um corpo. Pode ser medida em na escala Kelvin (K), em graus Celsius (ºC) ou graus
Fahrenheit (ºF).
Pressão – também é uma grandeza física escalar que representa quantitativamente o
valor de uma força aplicada em uma determinada área de distribuição. Pode ser medida em
Pascal (Pa), atmosfera (atm), entre outras.

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UNIDADE Matéria: Algumas Propriedades e Características

Cada um dos três estados da matéria apresenta características específicas, como


veremos a seguir (RUSSELL, 1994):
• Sólido: nesse estado, as substâncias têm forma definida e também ocupam
volume definido. Pense no gelo que comentamos anteriormente. Nele, as mo-
léculas encontram-se bem organizadas e a forma de coesão entre as mesmas
é bem maior do que a força de repulsão;
• íquido: nesse caso, os corpos ocupam um volume específico, porém a
L
forma pode variar. Pensemos na água líquida, por exemplo. Pense em dois
recipientes de diferentes formas. Ao colocar o mesmo volume de água em
ambos, você notará que o líquido tomará a forma de cada um dos recipientes
sem, no entanto, variar de volume. No estado líquido, as forças de coesão e
repulsão entre as partículas da substância possuem a mesma intensidade;
• Gasoso: para exemplificar o estado gasoso, vamos tomar como exemplo o
vapor d’água. Nesse estado, o grau de agitação das moléculas formadoras
da substância é intenso. Logo, as substâncias não possuem forma e nem
volume definidos, se adequando à forma e ao volume do recipiente no qual são
inseridas. Isso ocorre porque as forças de coesão das partículas são baixíssimas,
o que causa essa facilidade de movimento das mesmas.

Toda matéria é formada por átomos. Conforme há mudanças na temperatura e


pressão, o comportamento dos átomos também muda. Quanto maior a temperatura,
por exemplo, maior o grau de agitação das partículas em uma substância, podendo
haver as chamadas mudanças de estado.

Mudanças de Estado da Matéria


A matéria está sujeita às transformações de estado mostradas na Figura 1.

Figura 1 – Mudanças de estado da matéria


Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images

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Vamos estudar um pouco mais sobre cada uma delas.

Fusão
A fusão é a transformação da matéria do estado sólido para o líquido. Alguns
exemplos de situações nas quais ocorre fusão são: derretimento do gelo, descon-
gelamento de alimentos, entre outras. A temperatura na qual ocorre a mudança de
fase é chamada de ponto de fusão ou temperatura de fusão. Vamos entender
melhor como isso funciona?

Cada substância tem seu ponto de fusão específico. O da água, por exemplo, é
igual a 0ºC. Isso significa que, se estivermos em um local no qual a temperatura é
-5ºC, em que estado estará a água? Vamos pensar um pouco.

Ora, vimos que o ponto de fusão da água é igual a 0ºC. Se a temperatura do


local que a água estiver for menor do que esse valor, ainda não terá ocorrido a
mudança de estado, logo, a água estará no estado sólido. No entanto, supondo que
a temperatura do ambiente seja igual a 20ºC, a água já estaria no estado líquido,
pois já teria sofrido o processo de fusão.

Vaporização
É a mudança de estado que caracteriza a passagem do estado líquido para o
gasoso. Se aquecermos a água líquida, após um determinado tempo, poderemos
observar a formação de vapor d’água através do processo de vaporização.

Existem três tipos principais de vaporização, que são os seguintes:


• Evaporação: quando a mudança de estado ocorre de forma lenta, geralmente
à temperatura ambiente. O processo de evaporação é bastante utilizado em
salinas, locais onde retira-se o sal da água do mar;
• Ebulição: nesse caso, o processo é mais rápido. A principal característica da
transformação é a formação de bolhas – como quando vamos aquecer água
para fazer um chá ou café, por exemplo;
• Calefação: é o tipo de vaporização na qual a mudança de estado ocorre de
forma mais rápida. Acontece quando o líquido entra em contato com uma
superfície extremamente quente, mudando de líquido para gasoso de forma
praticamente instantânea. Um exemplo pode ser algumas gotas de água
caindo na superfície de um ferro de passar bem quente. Além de um barulho
característico, você pode observar a passagem quase instantânea do estado
líquido para o gasoso.

Assim como ocorre na fusão, também existe o chamado ponto de ebulição ou


temperatura de ebulição. É a temperatura na qual ocorre a mudança do estado
líquido para gasoso, também sendo específico a cada substância. O ponto de
ebulição da água é 100ºC, por exemplo.

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UNIDADE Matéria: Algumas Propriedades e Características

Condensação/Liquefação
É a passagem do estado gasoso para o líquido. Chamamos de condensação quan-
do a mudança ocorre com um vapor. No caso de um gás, o termo correto é lique-
fação. Durante uma tempestade, por exemplo, a água que se encontra no estado
gasoso nas nuvens é transformada em gotas de chuva, ocorrendo uma condensação.

Solidificação
Como o próprio nome já diz, é a mudança do estado líquido para o sólido.
Quando enchemos algumas forminhas de gelo e colocamos no congelador, algum
tempo depois teremos cubos de gelo – esse é um exemplo de solidificação.

Sublimação
É a mudança do estado gasoso para o sólido e vice-versa, sem passar pelo
estado líquido. O chamado gelo seco nada mais é do que o dióxido de carbono
(CO2) congelado a temperaturas bem baixas. Quando aquecido e sujeito à pressão
atmosférica, passa diretamente para o estado gasoso, ocorrendo a sublimação. É
bastante utilizado em festas, sendo identificado como uma “fumaça branca” que
cobre a pista de dança, por exemplo.

Vimos até agora algumas transformações que podem ocorrer com a matéria na natureza.
Explor

Você acha que, após passar por essas mudanças de estado, a composição e a essência da
matéria se modificam? Por exemplo, a água deixa de ser água e se torna outra substância ao
mudar de estado ou continua sendo água? O ferro mantém suas propriedades após a fusão?
Pense nisso!

Fenômenos Físicos e Fenômenos Químicos


Vários tipos de transformações podem ocorrer com a matéria. Temperatura,
pressão, transferência de energia e outros fatores podem ocasionar essas mudan-
ças. No entanto, existem dois tipos principais de transformações que se diferem
pelo modo como alteram a matéria.

As mudanças de estado que acabamos de estudar são classificadas como fenô-


menos físicos. Nesse tipo de transformação, não há alteração na composição e
na essência da matéria. Após sofrer fusão, a água continua sendo água. O mesmo
ocorre com qualquer outra substância que sofra mudança de estado.

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Pensemos agora em outra situação, imagine a queima da madeira. Após o
término da queima, só sobrarão as cinzas da madeira. Você acha que, nesse caso,
a madeira manteve sua composição? Não, pois, após o aquecimento, a madeira
transformou-se em outra substância, cinzas. Logo, se a transformação faz com
que uma substância se transforme em outra, com outras propriedades, temos um
fenômeno químico. Combustão, digestão e oxidação são exemplos de fenôme-
nos químicos.

Combustão – é um tipo de reação química que ocorre entre um combustível (substância


Explor

que, ao ser queimada, libera energia) e um comburente (reage com o combustível para que
haja a combustão, como o oxigênio, por exemplo). Pode ou não ocorrer com a inserção de
uma fonte de ignição. Ex.: queima da madeira, queima da gasolina, etc.
Digestão – é o processo no qual acontece a quebra das moléculas dos alimentos para que
alcancem o tamanho suficiente para serem bem absorvidas pelo corpo.
Oxidação – ao longo do tempo, pode-se observar que algumas substâncias enferrujam.
Isso se deve ao processo de oxidação, que também é um exemplo de fenômeno químico.

Até o momento, estudamos as propriedades gerais e os fenômenos que podem


ocorrer com a matéria. A partir de agora, estudaremos algumas propriedades es-
pecíficas da matéria.

Propriedades Específicas da Matéria


Já aprendemos nesta unidade que toda e qualquer porção de matéria possui
oito propriedades em comum. No entanto, as características específicas são as que
diferem as substâncias umas das outras. O que faz com que o ouro, cobre e zinco
sejam diferentes entre si? Vamos descobrir!

Propriedades físicas e químicas


Nesta unidade, já aprendemos duas propriedades físicas da matéria: o ponto de
fusão e o ponto de ebulição. Outra importante propriedade física da matéria é a
densidade. A densidade é a razão entre a massa de uma substância e o volume por
ela ocupado, conforme indica a Equação 1:

m 1
d=
v
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de densidade é kg/m3.

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UNIDADE Matéria: Algumas Propriedades e Características

Você Sabia? Importante!

Por acaso você já ouviu falar naquela brincadeira do “afunda ou não afunda”? Presente
em vários programas de entretenimento, consiste em colocar vários objetos diferentes
na água e o participante deve adivinhar se o objeto afundará ou não. O que faz com
que o objeto afunde ou não é a densidade. Se o objeto for mais denso do que a água,
ele afundará; caso contrário, ficará boiando. A densidade da água é igual a 1 g/cm3. Se
colocarmos uma barra de ferro na água, por exemplo, ela afundará, pois a densidade do
ferro é igual a aproximadamente 7,86 g/cm3.

Outras propriedades físicas incluem: maleabilidade, dureza, ductibilidade etc.

As propriedades químicas são responsáveis por identificar a capacidade de


uma substância de sofrer algum tipo de reação química. Vamos citar como exemplo
a capacidade de sofrer combustão, reação essa que já aprendemos anteriormente
nesta unidade. Alguns materiais possuem combustibilidade, ou seja, podem ser
queimados. Geralmente, os melhores combustíveis são de origem orgânica.

Propriedades organolépticas
As propriedades organolépticas são aquelas que podem ser identificadas pelos
nossos sentidos: tato, paladar, olfato, visão e audição. Alguns exemplos desse tipo
de propriedade são:
• Cor: através da visão, é possível identificar se a matéria é colorida ou incolor.
Podemos diferenciar pedras preciosas pela cor. O rubi é vermelho e a esmeralda,
verde. Já o sal e o açúcar, por exemplo, não podem ser diferenciados pela cor,
pois ambos são brancos;
• Sabor: a matéria pode ter sabor ou ser insípida. O sabor é percebido pelo paladar.
Podemos, agora, diferenciar o sal do açúcar, pois os dois tem sabores distintos;
• Brilho: alguns objetos são mais brilhantes do que outros. O brilho é a capacidade
do objeto de refletir a luz. Podemos identificar o brilho dos objetos pela visão;
• Odor: sentido pelo olfato. A matéria pode ser inodora ou não.

Bem, até agora aprendemos muito sobre a matéria, principalmente suas pro-
priedades e os diferentes tipos de transformações que pode sofrer. No entanto,
também é importante termos conhecimento sobre classificações de substâncias,
como se formam os diferentes tipos de matérias e suas composições, entre outras
informações. Vamos lá?

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Substâncias Puras e Misturas
Como o próprio nome já indica, uma substância pura é uma única substância,
com propriedades e composição definidas – alguns exemplos: água, ferro, sal,
açúcar etc. Dificilmente você encontrará substâncias puras isoladas na natureza,
pois, em sua grande maioria, as porções de matéria que encontraremos na natureza
serão misturas (RUSSELL, 1994).

As substâncias puras podem ser simples ou compostas:


• Simples: formadas a partir de um único elemento químico, como por exemplo:
O2 (gás oxigênio), H2 (gás hidrogênio), N2 (gás nitrogênio), Cl2 (gás cloro),
entre outras;
• Compostas: quando são formadas por elementos químicos distintos, como:
NaCl (sal de cozinha – sódio e cloro), NaOH (hidróxido de sódio – sódio,
oxigênio e hidrogênio), H2O (água – hidrogênio e oxigênio), CO2 (dióxido
de carbono, também conhecido como gás carbônico – carbono e oxigênio),
entre outras.

As substâncias puras podem ser elementares. Elementos são substâncias fundamentais, não
Explor

podendo ser decompostas em outras substâncias. São exemplos de elementos químicos:


sódio (Na), potássio (K), oxigênio (O), enxofre (S) etc. Enfim, todos que estão presentes na
tabela periódica são elementos químicos. Todos os elementos químicos são representados
por símbolos, enquanto os compostos (substâncias puras compostas) são representados por
fórmulas químicas (RUSSELL, 1994).

A teoria atômica evoluiu muito ao longo dos anos. De acordo com o dicionário on-line de
Explor

português (DICIONÁRIO, 2017), o átomo é “a menor partícula que compõe um elemento


químico, composta pelo núcleo cujo interior está repleto de prótons e nêutrons, e por
elétrons que estão ao redor deste mesmo núcleo”. De forma simplificada, a um conjunto de
átomos dá-se o nome de molécula.

Já uma mistura é caracterizada pela presença de duas ou mais substâncias


fisicamente misturadas. Por exemplo, a água que bebemos todos os dias é uma
mistura, e não uma substância pura. Mas como, se, visualmente, parecer ser apenas
água? Bem, vamos à explicação!

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UNIDADE Matéria: Algumas Propriedades e Características

Suponha que você esteja com sede e pare para comprar uma água mineral.
Se você observar a composição química da água no rótulo do produto, poderá
verificar que ali não existem somente moléculas de água, mas sim fluoreto de
sódio, bicarbonato de sódio, sulfato de potássio etc. Se fosse uma substância pura,
existiriam apenas moléculas de água no produto. No entanto, como existem outros
tipos de substâncias, trata-se de uma mistura.

Algumas misturas podem ser identificadas visualmente, outras não. Quando


temos um recipiente com água e óleo, por exemplo, pode-se verificar claramente
que é uma mistura. Se fosse água salgada, por exemplo, dificilmente poderíamos
identificar que existe sal na água considerando apenas a utilização da visão. No
entanto, em ambos os casos, existem misturas. As propriedades das misturas
variam de acordo com a composição das mesmas (RUSSELL, 1994).

As misturas podem ser classificadas em homogêneas ou heterogêneas, depen-


dendo do número de fases que possuem. Segundo Russell (1994, p. 11), “a fase
é definida como sendo uma região distinta, na qual todas as propriedades são as
mesmas”. Vejamos a figura abaixo (Figura 2).

Óleo Água + Sal


Água Areia
Figura 2 – Exemplo de duas misturas

Observe que o número de fases pode ser diferente do número de componentes.


Na mistura de água e óleo, por exemplo, temos duas fases e dois componentes. Na
mistura de água, areia e sal, por outro lado, tem-se duas fases e três componentes.

Misturas homogêneas apresentam uma única fase, como a água salgada e o ar,
por exemplo, e sempre são constituídas de dois ou mais componentes.

Por outro lado, misturas heterogêneas possuem mais de uma fase, como o
granito e água + óleo, por exemplo, e também serão sempre constituídas de dois
ou mais componentes.

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Métodos de separação de misturas
Todas as misturas podem ter seus componentes separados, com um maior
ou menor grau de dificuldade. Vamos conhecer alguns métodos de separação de
misturas heterogêneas e homogêneas.

Separação de misturas
Misturas heterogêneas
• Catação

É um método de separação de misturas heterogêneas do tipo sólido-sólido


(Figura 3). Consiste em utilizar as próprias mãos ou algum instrumento específico,
como uma pinça, por exemplo, para separar um sólido de outro. Um exemplo
clássico de catação é a separação do feijão de impurezas, antes de cozinhá-lo. A
separação manual do lixo reciclável também é um exemplo de catação.

Figura 3 – Exemplo de aplicação do método de catação


Fonte: iStock/Getty Images

• Levigação

Também é um método de separação de misturas do tipo sólido-sólido, baseada


em diferenças de densidade, no qual um líquido intermediário é utilizado para
arrastar o sólido menos denso. Um dos exemplos mais conhecidos de levigação é
a separação do ouro de impurezas, muito utilizado em garimpos, no qual a água
é utilizada para separar areia e outras impurezas (materiais menos densos que o
ouro) do ouro.

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• Peneiração ou tamização

É um método de separação de misturas heterogêneas baseado nas diferenças de


tamanho entre os sólidos. Geralmente, utilizam-se peneiras para separação desses
sólidos, por isso a separação é chamada de peneiração, que pode ser mecânica
ou manual. A peneiração também pode ser usada para separar sólidos que estão
suspensos em líquidos. Um exemplo da utilização desse método é a separação de
areia fina de impurezas em construções.
• Dissolução

Nesse tipo de separação sólido-sólido, há a inserção de um solvente, que possui


densidade intermediária entre os dois sólidos. Com isso, é possível separar um
sólido do outro. Pensemos, por exemplo, em uma mistura de areia e serragem.
Com os métodos que aprendemos até o momento, seria difícil separar cada um
dos componentes dessa mistura. No entanto, se adicionarmos água, a serragem
flutuará e a areia se depositará no fundo do recipiente. Logo, o melhor método
para separar esse tipo de mistura seria a dissolução.

Existe, também, a chamada dissolução fracionada. Nesse caso, um dos


componentes da mistura é dissolvido pelo solvente. Vamos pensar em uma mistura
de areia e sal de cozinha. Parece complicado separar os componentes dessa
mistura, não é mesmo? Bom, talvez seja mais fácil do que você imagina.

Através da dissolução fracionada, podemos inserir água (ou outro solvente) na


mistura. Com isso, a água dissolverá o sal de cozinha e, consequentemente, a areia
se depositará no fundo do recipiente. Desse modo, conseguimos separar a areia da
mistura, através de filtração simples. Porém, para separar o sal da água, teremos que
lançar mão de outros métodos de separação, como a evaporação, por exemplo.

Logo, pode-se concluir que a dissolução fracionada é um método de separação


de misturas heterogêneas no qual um dos componentes é dissolvido pela adição
de um solvente à mistura. Logo após, os componentes da mistura podem ser
separados por outros métodos.
• Separação magnética

Utilizada para separar misturas heterogêneas sólido-sólido, nas quais um dos


componentes da mistura é magnético. Para separar tal componente do restante da
mistura, utiliza-se um ímã ou um eletroímã. Essa separação é muito utilizada em
indústrias de mineração.
• Ventilação

Nesse tipo de separação, com a aplicação de um jato de ar, sólidos de diferentes


densidades podem ser separados da mistura. Podemos utilizar a ventilação para
separar as cascas do amendoim, por exemplo.

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• Sedimentação, decantação e centrifugação

A sedimentação e a decantação são dois métodos de separação de misturas


heterogêneas baseados na ação da força da gravidade e em diferenças de densidade.
Nesses métodos, o material menos denso se deposita ao fundo do recipiente, devido
à ação da gravidade.

Existem, no entanto, algumas diferenças entre os dois métodos. A sedimentação,


por exemplo, ocorre de forma mais rápida que a decantação, com misturas do tipo
líquido-sólido e gás-sólido.

Vamos refletir um pouco: pense em um copo com água, suponha que partí-
culas grossas de areia sejam adicionadas a esse copo. Após misturá-las com a
água, você notará que a areia irá se depositar ao fundo do recipiente. Esse é um
exemplo de sedimentação.

Já a decantação, por outro lado, ocorre de maneira mais lenta do que a se-
dimentação, em misturas heterogêneas do tipo líquido-líquido ou líquido-sólido.
Quando fazemos um suco de maracujá e batemos no liquidificador, por exemplo,
as sementes da fruta vão se depositando aos poucos no fundo do copo, um exem-
plo claro de decantação. Em laboratório, um instrumento bastante utilizado para
separação dos componentes por decantação é o funil de bromo.

A centrifugação é um método utilizado para acelerar a sedimentação em sistemas


do tipo líquido-líquido ou liquido-sólido. Pode ser realizada de forma manual ou
mecânica, com a utilização de uma centrífuga. A separação das frações do sangue
geralmente é realizada através de centrifugação.
• Filtração

Em misturas heterogêneas do tipo sólido-líquido ou sólido-gás, quando o sólido


se encontra disperso no fluido, pode ser utilizada a filtração para separá-los. Nesse
método, é necessário lançar mão de uma superfície porosa para reter o sólido e
separá-lo do líquido ou do gás, chamada de papel-filtro. Utilizamos muito a filtração
em nosso cotidiano, ao filtrar o café, por exemplo. O aspirador de pó também se
utiliza da filtração para separar o pó do ar sugado por ele.
• Evaporação

A evaporação é um método de separação de misturas do tipo sólido-líquido, no


qual o líquido presente na mistura evapora-se e o material particulado fica retido
no recipiente. Essa separação é muito utilizada em salinas, para separar o sal da
água do mar.

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UNIDADE Matéria: Algumas Propriedades e Características

Misturas homogêneas
• Destilação

A destilação, que é baseada na diferença de pontos de ebulição dos componentes


de uma mistura, pode ser simples ou fracionada. No caso de destilação simples, há
a separação de uma mistura homogênea do tipo líquido-sólido. Como poderíamos
separar uma mistura de água e açúcar, por exemplo? Por meio de destilação simples!

A destilação fracionada, por outro lado, separa misturas homogêneas do tipo


líquido-líquido, baseada nos diferentes pontos de ebulição de seus componentes.
Esse tipo de método de separação é utilizado em refinarias de petróleo e também
para separar água de acetona ou água de álcool etílico, por exemplo.

Figura 4 – Exemplo de equipamentos utilizados para destilação


Fonte: pixabay.com

• Fusão fracionada

Como o próprio nome já indica, o método de fusão fracionada é baseado na


diferença de pontos de fusão dos componentes de uma mistura sólida. Conforme o
ponto de fusão de determinado componente for sendo alcançado, esse componente
poderá ser separado dos demais presentes na mistura. É muito utilizado para
separar misturas de metais, por exemplo.

Bom, chegamos ao final de nossa unidade. Revise os principais conceitos e, se


houver alguma dúvida, não hesite em pedir ajuda a seu tutor!

Bons estudos!

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Química – Aula 5: Separação de Misturas
https://youtu.be/WJOB0iHCFhc

Leitura
Substâncias Puras e Misturas
https://goo.gl/9TjqaK
Separação de Misturas
https://goo.gl/YFRjvR
Substâncias Puras e Misturas
https://goo.gl/fqNeDq

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UNIDADE Matéria: Algumas Propriedades e Características

Referências
DICIONÁRIO On-line de Português. [S.l.: s.n.], 2017. Disponível em: <https://
www.dicio.com.br>. Acesso em: 24 set. 2017.

RUSSELL, J. B. Química Geral. v.1. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994.

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