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Material Teórico
Tópicos de Ciência dos Materiais
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Tópicos de Ciência dos Materiais
• Introdução;
• Estados da Matéria;
• Tipos de Materiais;
• Propriedades Mecânicas;
• Materiais de Alta Tecnologia.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Compreender os conceitos básicos envolvidos no desenvolvimento de ciências exatas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Tópicos de Ciência dos Materiais
Introdução
O conhecimento dos tipos de materiais existentes, suas propriedades mecâni-
cas, elétricas, óticas e térmicas são essenciais para a engenharia, para fabricação
de novos produtos, melhorias em produtos existentes, aplicações em situações es-
pecíficas, em que a exigência de determinada propriedade é fundamental para a
viabilidade do projeto.
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O domínio do fogo possibilitou o conhecimento e uso de cerâmicas e, posterior-
mente, metais e ligas metálicas. As cerâmicas foram de extrema importância para
a estocagem e transporte de alimentos.
As guerras antigas, assim como as últimas grandes guerras, foram definidas pelo
desenvolvimento tecnológico. Quando as armas disponíveis são arcos, flechas e
espadas, o tipo de material utilizado para confecção dessas armas é o fator determi-
nante para a vitória. Nesse cenário, as espadas Katanas, utilizadas pelos samurais,
mostraram-se as mais eficientes, devido à maneira como eram processadas, com
o uso de conformações mecânicas a frio e a quente, aquecimentos e resfriamentos
controlados. Essas espadas eram capazes de se envergar e voltar na mesma posi-
ção, sem entortar, e desferir golpes sem se quebrar ou danificar a lâmina.
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Estados da Matéria
Também chamados de fases da matéria, os estados físicos da matéria são com-
preendidos como um conjunto de propriedades que os materiais podem apresentar
em nível macroscópico. A principal propriedade que define o estado de algum ob-
jeto é a velocidade do movimento de suas partículas.
Os estados físicos clássicos em que uma substância pode ser classificada são:
sólido, líquido e gasoso. Mas esses não são os únicos estados físicos existentes.
Com o auxílio da física de partículas e mecânica quântica, outros estados podem
ser citados, como o plasma, a água superiônica, o supersólido e o condensado
de bose-einstein.
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Quando um corpo se encontra em estado sólido, suas moléculas possuem uma
forte ligação entre elas, e quase não se movimentam através do material. Dizemos
que suas moléculas mantêm sua posição relativa em relação ao corpo. Isso permite
que um corpo em estado sólido mantenha sua forma.
Uma substância em estado líquido apresenta ligações mais fracas entre suas
moléculas que corpos em estado sólido. Assim, suas moléculas são capazes de se
deslocar através da substância, e dizemos que um líquido não possui forma definida,
ou possuirá a forma do recipiente em que se encontra. Mesmo assim, o volume
total da substância permanece o mesmo independente da forma que assuma.
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UNIDADE Tópicos de Ciência dos Materiais
pressão crítica
Pcr ponto crítico
fase
líquida
fase gasosa
temperatura
crítica
Ttp Tcr
Temperatura
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Dessa maneira, se tomarmos um cubo de gelo a uma temperatura abaixo de 0°C
e o aquecermos mantendo uma pressão constante, transformaremos esse cubo de
gelo em água líquida e, aquecendo o suficiente, ela poderá se transformar em vapor.
Esse diagrama ainda identifica regiões onde são encontrados mais de um estado
físico da água. Caso as condições de pressão e temperatura se encontrem sobre
a linha vermelha, é possível encontrar as fases sólida e gasosa coexistindo. Se as
condições coincidirem com alguma configuração da linha azul, então coexistirão as
fases líquida e gasosa. Caso as condições correspondam às da linha verde, serão
encontradas as fases sólida e líquida. No ponto triplo, as condições de temperatu-
ra e pressão proporcionam a coexistência dos três estados físicos, sendo possível
encontrar gelo sólido, água líquida e vapor, todos juntos. O ponto crítico indica
uma condição extrema, a partir da qual não é possível definir o limite de fases.
Quaisquer condições de temperatura e pressão acima do ponto crítico poderão
apresentar os estados líquido e vapor.
As mudanças de estado físico das substâncias são denominadas de acordo com o es-
tado inicial e o estado final da transformação. Para as transformações clássicas, temos:
• Fusão: indica uma transformação do estado sólido para o estado líquido;
• Vaporização: indica uma transformação do estado líquido para o estado gasoso;
• Sublimação: indica uma transformação do estado sólido diretamente para o
estado gasoso;
• Condensação: indica uma transformação do estado gasoso para o estado líquido;
• Solidificação: indica uma transformação do estado líquido para o estado sólido;
• Ressublimação ou sublimação inversa: indica uma transformação do estado
gasoso diretamente para o estado sólido.
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Tipos de Materiais
Os materiais podem ser classificados de acordo com propriedades específicas.
Podemos diferenciar os materiais de acordo com a condutividade elétrica, com o
arranjo dos átomos e moléculas em sua estrutura, com os tipos de átomos ou li-
gações presentes no material, com os processos térmicos realizados no material e
várias outras classificações.
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do material, os metais são considerados bons condutores elétricos e térmicos.
Quanto às propriedades óticas, são opacos, bloqueando a passagem de luz, e quan-
do recebem polimento na camada superficial, em geral, tornam-se bons refletores
luminosos, o que lhes confere a característica de brilho.
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Materiais cerâmicos são utilizados para os mais diversos fins, desde a construção
civil, decoração até a indústria eletrônica, aeronáutica e aeroespacial. Devido à re-
sistência a altíssimas temperaturas, as cerâmicas são uma escolha bastante razoável
para o revestimento de veículos espaciais sujeitos à ação do atrito na reentrada da
atmosfera terrestre.
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Devido à ampla variação nas propriedades mecânicas dos polímeros, eles têm
sido largamente utilizados na indústria. O policarbonato, por exemplo, que é flexível
e possui alta resistência a impactos, é bastante utilizado em coberturas residenciais,
componentes para a indústria aeronáutica e alguns tipos de blindagem. O policlo-
reto de vinila, conhecido como PVC, está presente em embalagens, componentes
de hidráulica, portas, persianas e várias outras aplicações.
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Materiais compósitos são uma combinação entre, pelo menos, dois dos outros ti-
pos de materiais (metais, cerâmicos ou polímeros), que formam fases, chamadas de
matriz e reforço. A matriz é uma fase contínua, ou seja, é possível ligar dois pontos
distantes de um mesmo material compósito sem que seja necessário atravessar a
fase de reforço. O reforço, como o próprio nome sugere, é uma fase que, na com-
binação dos materiais, fornece melhorias nas propriedades mecânicas.
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formados por cálcio (cerâmico) e colágeno (polímero), que equilibram a resistência
mecânica com a flexibilidade necessária para suas funções. Madeira, órgãos e teci-
dos são outros exemplos de compósitos biológicos.
Propriedades Mecânicas
O principal motivo de se conhecer as propriedades dos materiais é a correta
escolha para aplicações em projetos e fabricação. Vários ensaios são realizados em
peças do material de estudo a fim de definir suas propriedades.
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As tensões e deformações de um material descrevem um gráfico muito impor-
tante para a análise de resistência. A chamada curva tensão-deformação é constru-
ída a partir de vários ensaios realizados de tração e/ou compressão.
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UNIDADE Tópicos de Ciência dos Materiais
Sabemos que existem materiais mais duros que outros. A dureza é definida como
a capacidade de um material riscar o outro. Existem várias normas diferentes de
ensaios para determinar a dureza dos materiais, mas a maioria envolve o impacto
de uma ponta de material com alta dureza contra o material que se está testando.
A Figura 16 mostra uma representação de um ensaio desse tipo, conhecido como
ensaio de dureza Vickers. Sabendo a intensidade de força utilizada no impacto e
medindo as dimensões da marca deixada no material de teste, o material é classifi-
cado de acordo com uma tabela de referência.
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Figura 16 – Ensaio de dureza Vickers
Fonte: Wikimedia Commons
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Figura 19 – Válvulas cardíacas mecânicas
Fonte: Wikimedia Commons
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Supercondutores: https://youtu.be/BHW1YdGY-00
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Ciência dos Materiais Multimídia
http://bit.ly/2B9pHHB
Livros
Compósitos estruturais: ciência e tecnologia
NETO, F. L.; PARDINI, L. C. Compósitos estruturais: ciência e tecnologia. São
Paulo: Edgard Blucher, 2016.
Mecânica dos Materiais
BEER, F. P. et al. Mecânica dos Materiais. 7. ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2015.
Ciência e engenharia de polímeros
RUDIN, A.; CHOI, P. Ciência e engenharia de polímeros. Rio de Janeiro: Elsevier
Brasil, 2016.
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Referências
ASKELAND, D. R.; PHULÉ, P. P. Ciência e engenharia dos materiais. São
Paulo: Cengage, 2011. 648 p.
ATKINS, P. W.; PAULA, J. de. Físico-química. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. 2 v.
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