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Material Teórico
Aplicações da Ferramenta Hidrogeoquímica
Revisão Textual:
Profa. Dra. Geovana Gentili Santos
Aplicações da Ferramenta
Hidrogeoquímica
• Introdução
• Classificação Geoquímica dos Elementos
• Mobilidade dos Elementos Químicos
• Dados Hidrogeoquímicos em Estudos Ambientais
• A Importância da Definição do Objetivo de um Estudo Ambiental
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Aprimorar seus conhecimentos sobre os elementos químicos no meio
ambiente.
· Levantar hipóteses de causa e efeito sobre o comportamento dos
elementos sob condições naturais e sob alterações antrópicas.
· Identificar como ações cotidianas das atividades humanas podem
despejar elementos químicos no ambiente e desencadear reações
indesejáveis ao homem e ao meio ambiente.
· Correlacionar casos de poluição ambiental a doenças.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Aplicações da Ferramenta Hidrogeoquímica
Introdução
A hidrogeoquímica era uma ciência usada principalmente por geólogos,
geógrafos e cartógrafos. A princípio, procurava-se compreender o meio físico,
principalmente para a indústria mineral (jazidas de minérios, fontes de água mineral
etc.). Nas últimas décadas, o uso desta ciência como ferramenta de pesquisa foi
ampliado para: fiscalização de órgãos ambientais; indústria de transformação;
aumentar a produtividade na agropecuária; potencializar o aproveitamento dos
aquíferos; indústria florestal; examinar relações com a saúde humana; identificar
fontes de poluição; diagnosticar problemas ambientais; confirmar passivos
ambientais; monitorar depósitos de resíduos; e planejamento do uso e ocupação
do solo. Neste sentido, ela passou a ser usada também para compreender e prever
como as atividades humanas alteram os processos naturais do meio ambiente,
quais as consequências disso, quais as soluções para mitigá-las, entre outros
objetivos. A hidrogeoquímica, portanto, transformou-se em uma ferramenta de
grande potencial para profissionais que trabalham com o meio ambiente.
É muito importante que durante a sua investigação hidrogeoquímica, que é
sempre complexa, você sempre levante hipóteses variadas, pois alguns resultados
podem ser somatórios de várias contribuições (naturais ou antrópicas). Os
processos geoquímicos não ocorrem isolados e livres da influência das variáveis
físicas ambientais como a pressão, temperatura, presença de gases, da água e de
atividade biológica, as quais desempenham papel preponderante no seu ritmo e
na sua intensidade.
Listo, aqui, algumas perguntas gerais que podem ser respondidas em estudos
hidrogeoquímicos:
• Quais minerais estão em contato com a água?
• Quais são os efeitos de mudanças de temperatura?
• Os minerais irão dissolver ou precipitar?
• Quais são os efeitos de mudanças de pressão de gases?
• Quais são os efeitos de misturas de fluidos?
• Quais são os efeitos se houver adição de químicos na água?
• Quais elementos podem ser mobilizados no lançamento de determinado
efluente no solo, na água e no ar?
com o passar dos anos, estude a compilação de informações presentes na tese de doutorado
intitulada por “A geoquímica multi-elementar na gestão ambiental: Identificação e
caracterização de províncias geoquímicas naturais, alterações antrópicas da paisagem,
áreas favoráveis à prospecção mineral e regiões de risco para a saúde no estado do Paraná,
Brasil. Disponível em: https://goo.gl/ZHyiRr
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Classificação Geoquímica dos Elementos
O conjunto de processos que acontecem no nosso planeta é dinâmico, onde
os materiais são transportados e modificados pela fusão, cristalização, erosão,
dissolução, precipitação, vaporização, decaimento radioativo, entre outras ati-
vidades (ROSE et al., 1979). O tempo de residência dos materiais pode variar
bastante, por exemplo, uma molécula de água pode permanecer 100.000 anos
numa geleira, 1.000 anos num aquífero, 7 anos num lago, 10 dias numa nuvem
ou apenas algumas horas no corpo de um animal (MURCK et al., 1995). O pes-
quisador Goldschmidt, um dos pioneiros na padronização dos estudos geoquími-
cos, sugeriu uma classificação baseada no comportamento geoquímico desses
elementos (Figura 1), dividindo-os em (KRAUSKOPF, 1972):
1. Siderófilos - com afinidade pelo ferro e se concentrando no núcleo da Terra:
Co, Ni, Mo, Au, Ge, Sn, C, P;
2. Calcófilos - com afinidade pelo enxofre e concentrados nos sulfetos: Cu, Ag,
Zn, Cd, Hg, Ga, In, Tl;
3. Litófilos - com afinidade pela sílica e concentrados na crosta terrestre sob a
forma de silicatos: Li, Na, K, Rb, Cs, Be, Mg, Ca, Sr, Ba;
4. Atmófilos - presentes como gases na atmosfera: H, C, N, O, He, Ne, Ar;
5. Biófilos - comumente encontrados nos organismos vivos: C, H, O, N, P, S,
Cl, I, certos metais traço V, Cu, Mn e B.
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UNIDADE Aplicações da Ferramenta Hidrogeoquímica
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Mobilidade dos Elementos Químicos
A mobilidade de um elemento pode ser definida como a facilidade com que ele
se move num certo ambiente. A dispersão hidromórfica de um elemento pode
ocorrer na forma de íons livres ou íons complexos em solução, adsorvidos ou co-
precipitados em sólidos finos (óxidos hidratados, argilominerais, matéria orgânica)
ou em coloides.
O elemento cromo possui diferentes estados de oxidação (+2, +3, +4, +5, +6).
A mobilidade do cromo é muito baixa em todo o tipo de ambientes (oxidantes,
redutores, ácidos, neutros ou alcalinos). Nos solos a forma Cr6+ é mais móvel
que a forma Cr3+, no entanto, aquela reduz-se rapidamente (algumas semanas)
para esta última. O cromo é um elemento essencial para alguns organismos,
sob a forma Cr3+ é considerado relativamente inofensivo, mas sob a forma Cr6+
é altamente tóxico ao homem e a algumas espécies de fauna e flora (MAHAN &
MYERS, 1995).
O potencial iônico é obtido pelo quociente da carga iônica pelo raio iônico. Os
elementos com baixo potencial iônico como Cu, Pb, Zn, Cd e Ag são solúveis como
simples cátions. Os elementos com potencial iônico intermediário, como Ti e Sn,
são imóveis em virtude de sua baixa solubilidade e forte tendência à adsorção em
superfícies. Aqueles elementos com potenciais iônicos muito elevados combinam-
se com o oxigênio e formam oxiânions solúveis (PO42-, SO42-, MoO42-).
Dispersão hidromórfica é a dispersão que acontece por meio de fluidos líquidos, geral-
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UNIDADE Aplicações da Ferramenta Hidrogeoquímica
+0.7 O2 +0.7
H2O O2
+0.6 H2O +0.6
MnO2
+0.5 +0.5
+0.4 +0.4
+0.3
Fe (OH)3 +0.3 Mn2O3
+0.2 +0.2
+0.1 +0.1
Mn++ Mn3O4
Fe++
+0.0 +0.0
Eh (V)
Eh (V)
-0.1 -0.1
-0.2 -0.2
H2O Fe3(OH)8 H2O
Mn(OH)2
-0.3 -0.3
-0.4 H2 -0.4 H2
-0.5 Fe (OH)2 -0.5
3 4 5 6 7 8 9 pH 3 4 5 6 7 8 9 pH
Fe++ solúvel Fe insolúvel Mn++ solúvel Mn solúvel
Para você compreender a leitura desses diagramas, observe nos dois gráficos da
Figura 2 que os íons Fe2+ e Mn2+ permanecem em solução ou quando o pH é ácido ou
quando o Eh é negativo (condições redutoras). Mas atenção, o uso desses diagramas
deve ser criterioso, pois em muitas situações naturais os controles dos estados redox
e das reações de dissolução/precipitação dependem muito mais da cinética do que
dos fatores de equilíbrio. Por exemplo, as condições de Eh/pH podem indicar que
o Fe2+ seja a forma estável, mas, se a taxa de dissolução for baixa o Fe2O3 poderá
persistir indefinidamente no ambiente considerado. Além disso, diagramas de Eh/
pH são válidos apenas para condições especiais de temperatura e pressão (25°C e
1 atm) e com concentrações iônicas controladas, desse modo quaisquer variações
na composição iônica podem alterar os relacionamentos da estabilidade. Outro
cuidado que você deve ter nas suas investigações ao fazer uso desses diagramas,
é que essas relações de equilíbrio entre minerais e soluções são mais prováveis
quando se tratam dos macroelementos. O comportamento dos elementos traços é
mais complexo, com trocas sutis de fases (sólida, líquida e gasosa). Uma dica é usar
os diagramas Eh/pH apenas para direcionar o levantamento das suas hipóteses.
As quais serão testadas considerando-se mais variáveis e processos. A Tabela 1 de
Rose et al. (1979) também pode ser usada para direcionar suas hipóteses quanto a
mobilidade de alguns elementos químicos.
Tabela 1 – Mobilidade de alguns elementos químicos em relação ao pH e a condições redutoras (Eh negativo)
Condições Ambientais
Mobilidade Relativa pH 5 - 8 pH < 4 Redutoras
Altamente Móveis Cl, Br, I, S, Rn, He, C, N, Mo, B Cl, Br, I, S, Rn, He, C, N, B Cl, Br, I, Rn, He
Ca, Na, Mg, Li, F, Zn, Ag, U, As, Ca, Na, Mg, Sr, Hg, Cu, Ag, Co, Ca, Na, Mg, Li, Sr, Ba, Ra,
Moderadamente Móveis
(Sr, Hg, Sb?) Li, F, Zn, Cd, Ni, U, V, As, Mn, P F, Mn
K, Rb, Ba, Mn, Si, Ge, P, Pb,
Pouco Móveis K, Rb, Ba, Si, Ge, Ra K, Rb P, Si, Fe
Cu, Ni, Co, (Cd, Be, Ra, In, W)
Fe, Al, Ga, Ti, Hf, Th, Sn, ETR,
Fe, Al, Ga, Sc, Ti, Zr, Hf, Th, Sn, Fe, Al, Ga, Sc, Ti, Zr, Hf, Th,
Platinóides, Au, Cu, Ag, Pb,
Muito pouco Móveis ETR, Platinóides, Au, (Cr, Nb, Sn, ETR, Platinóides, Au, As,
Zn, Cd, Hg, Ni. Co, As, Sb, Bi,
Ta, Bi, Cs?) Mo, Se
U, V, Se, Te, Mo, In, Cr, Nb, Ta
Fonte: Rose et al. (1979)
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Existe uma falta de critérios e, até mesmo, de padroni-
zação de metodologia para realização de análises com
água, efluentes, solo e resíduos. Por que eu digo isto?
Apesar de existirem normas, passo a passo sobre téc-
nicas analíticas para laboratório, muitos pesquisadores
fazem ataque ácido para trabalhar com todos os tipos
de amostras em estudos hidrogeoquímicos. O que
acontece com este ataque ácido? Força a mobilização
de vários elementos químicos, resultando em elevadas
concentrações de espécies que, muitas vezes, não se-
riam mobilizadas no meio onde estão originalmente.
Por exemplo, o lixiviado, os resíduos, o solo de um de-
pósito de resíduos antigos, com pH alcalino, com ele-
vada alcalinidade (proporcionando um alto poder de
tamponamento). Fazer ensaios de lixiviação com tais
amostras libera quantidades muito maiores de ele-
mentos químicos do que o meio onde eles estão iriam
liberar naturalmente. Para esses casos, onde a variação
de pH não é muito variável e não baixa de 7, aconselho
a fazer ensaios de solubilização.
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UNIDADE Aplicações da Ferramenta Hidrogeoquímica
Complexação é uma reação química que une metais a ligantes orgânicos por adsorção na
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do solo que representa a quantidade total de cátions retidos à superfície desses materiais
em condição permutável (Ca2+, Mg2+, K+, Na+, Al3+ e H+).
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Por fim, somente para concluir o raciocínio sobre as características ambientais
e a mobilidade dos elementos químicos. É importante saber que quanto mais
permeável um meio, maior a possibilidade de migração dos fluidos contidos e por
consequência maior a possibilidade de interação desse fluido (água e efluentes) com
o meio sólido hospedeiro (solo e rochas). A intensidade do intemperismo químico
do meio sólido pelo fluido circulante e da remoção da carga iônica produzida por
esse ataque será uma função direta da porosidade e da permeabilidade do meio
sólido, assim como do poder corrosivo da solução migrante.
Dados Hidrogeoquímicos
em Estudos Ambientais
A importância dos microelementos na saúde humana e na nutrição é bem
conhecida e não existe mais dúvida quanto à existência de padrões de distribuição
geográfica na incidência de muitas moléstias (WEBB, 1975). Diversas doenças
são relacionadas à ingestão desequilibrada dos elementos, dentre as quais estão os
excessos de cádmio, mercúrio e chumbo e as deficiências em ferro e zinco. Por
outro lado, apesar da associação de patogenias com o ambiente geoquímico ser
rara, sabemos que é uma relação de “causa e efeito” que não pode ser descartada.
Alguns estudos ambientais sugeriram relações entre a dureza da água com doenças
cardiovasculares; o chumbo com esclerose múltipla; o cádmio com hipertensão e
aterosclerose; o alumínio com mal de Alzheimer e; uma gama de diversos elementos
e diversos tipos de câncer (LICHT, 2001). Existem, por isso, diversas razões para
a produção de mapas geoquímicos no interesse da saúde humana, os quais em
circunstâncias adequadas podem ser valiosos para um epidemiologista, médico
sanitarista ou autoridades sanitárias em geral, e no estabelecimento de políticas
públicas de gestão ambiental.
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UNIDADE Aplicações da Ferramenta Hidrogeoquímica
O que podemos esperar para os depósitos de resíduos antigos? É uma ótima per-
gunta para nós, que temos a missão de erradicar os lixões e gerenciar corretamente
aterros sanitários desativados por um longo período de tempo. Para começar, ao
saber que o pH é neutro ou alcalino, pode-se esperar pela deposição dos metais no
próprio maciço dos aterros, no solo do terreno logo abaixo das células de resíduos,
no fundo de lagoas de lixiviado e nos sedimentos de fundo dos corpos hídricos que
recebem o lixiviado. Existe a hipótese que devido a abundância de matéria orgânica
nestes depósitos e em seus efluentes, a quelação de metais é significativa.
sólidos” dos autores Carlos Frederico Castro Alves e Reginaldo Antonio Bertolo (2012), que
trata sobre estudos hidrogeoquímicos em área de depósito de resíduos. Disponível em:
https://goo.gl/w7WLbB.
Leia também o artigo “Geoquímica das águas subterrâneas de um aterro de resíduos sólidos
urbanos em Araras, SP”, de Alves et al. (2014), que mostra os resultados de maneira gráfica
e distribuídos espacialmente (Figura 3). Disponível em: https://goo.gl/yX97Ga.
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Figura 3 – Exemplo da exposição de dados hidrogeoquímicos em depósitos de
resíduos - isoconcentrações de substâncias dissolvidas em um corte da área de estudo
Fonte: Alves et al, 2014
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UNIDADE Aplicações da Ferramenta Hidrogeoquímica
Tem sido evidenciado que a presença, no ambiente, de resíduos de pesticidas, pode resultar
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A Importância da Definição do
Objetivo de um Estudo Ambiental
Definir o objetivo de um estudo, de uma pesquisa, de um trabalho, de um projeto
é essencial para o planejamento de amostragem e análises. As variáveis requisitadas
variam conforme a finalidade proposta.
A seguir, escrevo dicas de variáveis a serem incluídas, além das variáveis curingas,
para diferentes focos de investigação.
Sobre potabilidade das águas, viabilidade para captação de água para abastecimento
público, fica até mais fácil, pois temos que incluir todas as variáveis previstas na
legislação que trata sobre potabilidade das águas para consumo humano.
Você precisa saber se a qualidade do efluente da sua indústria para saber se ele
pode ser lançado diretamente no corpo hídrico, sem tratamento, ou se precisar de
tratamento, qual tipo de tratamento escolher. Para isto investigue todas as variáveis
da legislação que trata sobre padrões para lançamento de efluentes em corpos
hídricos. Lembre-se que antes disso, você deve saber previamente qual é a classe
deste corpo hídrico, pois as exigências mudam, conforme a classificação.
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Isótopos estáveis de carbono, nitrogênio, enxofre, hidrogênio e oxigênio são considerados,
atualmente, ferramentas úteis aos fisiologistas, ecólogos e a outros pesquisadores
que estudam os ciclos de matéria e energia no ambiente. Nos últimos vinte anos, essa
técnica vem sendo aplicada em ambientes aquáticos e tem se mostrado muito eficiente
e promissora. Os isótopos estáveis de H e O são utilizados na determinação da composição
da água utilizada pelos vegetais, já os isótopos de C, N e S são utilizados para elucidar
vias fotossintéticas, processos fisiológicos nos vegetais ou na determinação das fontes de
alimento para consumidores em teias alimentares aquáticas ou terrestres (PEREIRA, 2007).
Os isótopos estáveis estão presentes nos ecossistemas e sua distribuição natural reflete, de
forma integrada, a história dos processos físicos e metabólicos do ambiente.
Importante! Importante!
Algumas verificações simples podem salvar sua interpretação, pois auxiliam a detecção
de possíveis erros analíticos, erros de digitação ou erros de interpretação. Dois exemplos
são: balanço iônico, correlação entre variáveis e análise estatística básica. Em uma
análise hidrogeoquímica completa, a concentração total, expressa em meq/L, de íons
positivos (cátions), deve ser aproximadamente igual à concentração de íons negativos
(ânions). O desvio percentual desta igualdade é determinado pelo coeficiente de erro
da análise. Programas podem calcular este erro automaticamente após a inserção dos
dados de entrada, mas você também pode calcular manualmente. A correlação entre
íons ou entre variáveis serve para você visualizar alguma incoerência nos resultados.
Você previamente sabe qual elemento tem boa correlação direta ou inversa com
outro elemento, ou qual variável tem correlação com outra variável. Partindo deste
conhecimento, alguma incoerência nos gráficos ou nos índices de correlação (R2) faz
aparecer um sinal de alerta sobre seus resultados. Ao trabalhar com um banco de dados
químicos e físicos, é importante elencar alguns valores característicos da estatística
(média, variância, máximo, mínimo, desvio padrão) para verificar a representatividade
e a variação dos seus resultados.
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UNIDADE Aplicações da Ferramenta Hidrogeoquímica
Queridos alunos, espero não ter assustado vocês com a apresentação de dados sobre estudos
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
A Geoquímica Multielementar na Gestão Ambiental
LICHT, O.A.B. A geoquímica multielementar na gestão ambiental: Identificação e
caracterização de províncias geoquímicas naturais, alterações antrópicas da paisagem,
áreas favoráveis à prospecção mineral e regiões de risco para a saúde no estado do
Paraná, Brasil. 2001. 236f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 2001.
Geoquímica de Águas Subterrâneas
MERKEL, B.J. Geoquímica de águas subterrâneas: um guia prático de modelagem
de sistemas aquáticos naturais e contaminados / Broder J. Merkel, Britta Planer-
Friedrich; Darrell Kirk Nodstrom (org.); tradutor: Jacinta Enzweiler – Campinas, SP:
Editora da Unicampo, 2012. 245p.
Mobilidade de Elementos Químicos no Perfil de Solo e seu Controle na Prospecção Geoquímica
SANTOS, C.C. Mobilidade de elementos químicos no perfil de solo e seu controle
na prospecção geoquímica: Aplicação na região de Santa Maria da Vitória, BA.
2014. 132f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Geociências – Universidade de
Brasília, Brasília, 2014.
Mobilização de Poluentes no Maciço de Resíduos de Lixão Desativado
SHINZATO, M.P.B. Mobilização de poluentes no maciço de resíduos de lixão
desativado. 2014. 151f. Tese (Doutorado) - Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2014.
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Referências
ALVES, C.F.C.; BERTOLO, R.A. Geoquímica de águas subterrâneas impactadas
por aterros de resíduos sólidos. Águas Subterrâneas (2012) 26(1): 43-64.
HESS, S.C.; PORTO, M.F.S. Agrotóxicos: É preciso controlar. Boletim ténico. CNPq
outubro 2014. Universidade Federal de Santa Catarina, Curitibanos, SC. 2014.
JENNE, E.A. Controls on Mn, Fe, Co, Ni, Cu and Zn concentrations in soils
and water: the significant role of hydrous Mn and Fe oxides. Amer. Chem.
Soc., v. 73, p. 337-387, 1968. (Advances in Chemistry Series).
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PEREIRA, A.L. Isótopos estáveis em estudos ecológicos: métodos, aplicações e
perspectivas. Rev. biociên., Taubaté, v.13, n.1-2, p.16-27, jan/jun. 2007.
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