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e Álgebra Linear
Material Teórico
Produto Vetorial e Produto Misto
Revisão Técnica:
Profa. Me. Adriana Domingues Freitas
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Produto Vetorial e Produto Misto
• Introdução
• Proposição de Lagrange
• Produto Misto
A partir de agora, você estudará o produto vetorial e o produto misto e, para isso, serão
incluídos elementos da Álgebra Linear.
Ao longo das unidades, nosso objeto de estudo, vetores, foi se ampliando e os temas se
inter-relacionando de tal modo que se tronou impossível prosseguir os estudos sem uma boa
assimilação de conceitos anteriores. Afinal, a construção do conhecimento se realiza também
por avanços e retrocessos.
O produto vetorial, como o próprio nome indica, resulta em um vetor. Já o produto misto
envolve o produto escalar e o produto vetorial, o que sempre resultará em um número real.
Faremos as representações algébrica e geométrica tanto do produto vetorial como do produto
misto, visões complementares e que facilitam a concretização do conhecimento.
Além de outras aplicações no campo da Física e da Engenharia, por exemplo, o estudo do
produto vetorial e do produto misto estão atrelados respectivamente ao cálculo da área de
um paralelogramo e ao cálculo do volume de paralelepípedos.
Isso obviamente leva a desdobramentos e, consequentemente, a aplicações no cálculo de
áreas e volumes de outras figuras geométricas.
5
Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
Contextualização
Nesta unidade, vamos aprofundar nosso trabalho com vetores, tendo como foco o produto
vetorial e o produto misto.
Essas duas operações só estão definidas para vetores no espaço tridimensional; contrariamente
ao produto escalar, o qual se define no espaço bi e tridimensional.
O produto vetorial resulta sempre em um vetor, daí o seu nome. Já o produto misto tem
como resultado um número real.
Os produtos vetorial e misto têm representações algébricas u x v e u ⦁ (v x w),
respectivamente.
Você também encontrará o produto vetorial com a seguinte representação:
u ˄ v – no entanto, no nosso caso, optamos pela primeira notação.
Omódulo do produto vetorial representa a área do paralelogramo determinado pelos vetores
u e v (figura abaixo), sendo esses vetores obrigatoriamente coplanares:
De modo análogo, o volume de um paralelepípedo determinado por três vetores é igual,
numericamente, ao valor absoluto do produto
misto entre eles. Para vetores u e v no espaço,
sabemos que seu produto vetorial v x w ainda é um vetor no espaço. Desse modo, dado
um terceiro vetor u , também no espaço, podemos fazer o produto escalar de u por v x w,
obtendo um número real. Esse u v w
produto é chamado de produto misto dos vetores , e , que
é representado por u ⦁ (v x w). Observe a figura a seguir:
Imagem
As aplicações imediatas do produto vetorial e do produto misto, como você deve ter percebido,
estão na determinação de áreas e de volumes.
Nesse ponto, você também terá contato com a Álgebra Linear, que, num primeiro momento,
exigirá a aplicação de conceitos básicos de matrizes e, sobretudo, determinantes.
Os detalhes e esclarecimentos sobre o tema estão expostos ao decorrer na unidade.
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Introdução
Vamos desenvolver algumas propriedades dos determinantes necessárias para dar sequência
ao nosso trabalho.
x1 y1
x2 y2
- +
Fizemos o produto dos elementos da diagonal principal menos o produto dos elementos da
diagonal secundária.
2 −4
=2 (−16) – 8 (−4) =− 32 + 32 =0
8 −16
7
Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
d. Um determinante de ordem 3 (três linhas por três colunas) pode ser dado por:
a b c
y1 z1 x1 z1 x1 y1
x1 y1 z1 = a· − b· + c·
y2 z2 x2 z2 x2 y2
x2 y2 z2
I II III
Note que (I) foi obtido ao eliminarmos a 1º linha e a 1º coluna (a12: a), encontramos na
1º linha e na 1º coluna; (II) foi obtido ao eliminarmos a linha e a colna às quais o elemento
pertence (b12: b está na 1º linha e a 2º coluna); e (III) foi obtido da mesma forma. O elemento
c13 está na 1º linha e na 3º coluna; suprimindo a linha e a coluna às quais o elemento pertence,
resta (III).
A expressão do lado direto da equação é conhecida como desenvolvimento do determinante
pelo Teorema de Laplace aplicado à primeira linha. Esse procedimento pode ser aplicado
à quaisquer umas das linhas ou quaisquer das colunas. Na realidade, as propriedades aqui
abordadas fizeram referência apenas às linhas, porém elas também são válidas para as colunas.
−1 2 4
−5 1 3 1 3 −5
3 (−1)·
−5 1 = − 2· + 4·
−3 6 −2 6 −2 −3
−2 −3 6
= (-1)[(-5)(6)-(-3)(1)]-2[(3)(6)-(-2)(1)]+4[(3)(-3)-(-2)(-5)]=
Acompanhe o exemplo:
Calcular u x v e v x u sendo u =i + 3 j + 2k e v =2i + 4 j + 5k
8
i j k
1 3
3
2 = i ·
2 1
− j ·
2 1
+k ·
3
= 7i − j − 2k
u x v= 4 5 2 5 2 4
2 4 5
i j k
4 5 2 5 2 4
v x u = 2 4 5 =i · −j· +k · =−7i + j + 2k
3 2 1 2 1 3
1 3 2
Perceba que para o cálculo de v x u os componentes de v foram anotados na segunda
linha
e os componentes de u na terceira linha, isso nos leva a conclusão de que
u x v = -(v x u ).
Observe a representação gráfica (Figura 2) dos produtos vetoriais, u x v e v x u , obtidos acima:
Figura 2
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Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
2º u x v = 0 se, e somente se, u // v , uma vez que, nesse caso, os determinantes têm suas
linhas constituídas de elementos proporcionais. Vejamos os casos particulares:
a. u x u = 0 (determinantes de ordem 2 com linhas iguais);
b. u x 0 = 0 (determinantes de ordem 2 com uma linha de zeros).
Características do vetor u x v
Sejam os vetores u = (x1, y1, z1) e v = (x2, y2, z2).
1) A direção de u x v .
O vetor u x v é ortogonal a u e ortogonal a v
Como sabemos
quedois vetores são
ortogonais
quando o produto escalar deles é zero, basta
mostrar que (u x v ) ⦁ u = 0 e (u x v ) ⦁ v = 0.
10
Acompanhe as resoluções a seguir, que comprovam o que se buscou discutir nesse item.
Dados os vetores u = (-1, 2, 5) e v = (3, 4 -2), vamos calcular (u x v ).
A resolução desse determinante se dará por meio de um dispositivo prático, cujas vantagens
são agilizar na resolução e evitar que você corra o risco de esquecer de trocar o sinal do termo
intermediário. Esse processo consiste em dispor os vetores em linha e repetir pela ordem as duas
primeiras colunas. Os três componentes de u x v são dados pelos três determinantes. Assim:
i j k
−1 2 5 −1 2
u x v = −1 2 5 = −−1−12122555−−1−1−211222 5=−1 2 = -24 i + 13 j - 10 k
333444−−2−223334343444−−
22 33 44
3 4 −2
Agora, fazemos o produto escalar (u x v ) ⦁ u :
(u x v ) ⦁ u = (-24, 13, -10) ⦁ (-1, 2, 5) = 24 + 26 – 50 = 0, isso comprova o que foi
discutido anteriormente.
Exercício como sugestão: comprove que (u x v ) ⦁ v = 0. É bem simples!.
2) Sentido de (u x v ).
O sentido de u x v relativo a (u e v ) é determinado pela regra da mão direita (Figura 4a), isto
é, se os dedos
da mão direita estão postos emforma de concha, de tal forma que eles fecham
de u v
para no sentido de rotação que leva
u v
em com menos de 180 , então o polegar irá
0
Figura 4a Figura 4b
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Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
3) Comprimento de u x v
Se θ é o ângulo entre u x v não-nulos, então:
dois vetores
u x v |= |u | |v | sen θ
Trocando Ideias
Consulte os sites mencionados anteriormente e, também, acesse http://fatosmatematicos.
blogspot.com.br/ para obter mais informações sobre a identidade de Lagrange, que será
aqui utilizada.
Para demonstramos a relação |u x v |= |u |=|v |sen θ, recorreremos à identidade de agrange.
Proposição de Lagrange
Dados os vetores u = (x1, y1, z1) e v = (x2, y2, z2), então |u x v |2+ (u x v )2= |u |2 • |v |2.
Em palavras, o que
ele vetorial de u e v mais o quadrado do
afirma é: o quadrado do produto
produto escalar de u e v é igual ao quadrado do vetor u multiplicado pelo quadrado do vetor v .
Demonstração:
Da definição de produto vetorial, temos:
i j k
y1 z1 x1 z1 x1 y1
u x v = x1 y1 z1 =i · −j· +k · ( y1 z2 − y2 z1 ) i
y2 z2 x2 z2 x2 y2
x2 y2 z2
Na sequência, temos:
12
2
x1 , y1 , z1 x 2 , y2 , z 2 x1 x 2 y1 y2 z1 z 2
2 2
uv
2 2
u v x12 y12 z12 x 22 y22 z 22
Note que você deverá igualar as expressões obtidas acima para provar que a identidade de
Lagrange é verdadeira – tente!
2 2 2 2
2
Isolando u x v em u x v u v u v , vem:
2 2 2
2
uxv u v u v
Sabemos que u • v = |u |•|v | cos θ (I). Substituindo (I) em
2 2 2 2
u=xv u · v − (u v ) , temos:
2 2 2
u · v − ( u · v ·cos θ )
2
u=xv
2 2 2 2 2
u=xv u · v − u · v cos 2 θ
Colocando u 2 · v 2 em evidência:
2 2 2
ux v
= u · v ·(1 − cos 2 θ )
1 − cos 2 θ =
sen 2θ (identidade trigonométrica)
2 2 2
u x v = u · v ·sen 2θ
Figura 4.5 v
|v|
|u| u
Área do paralelogramo = base (vezes) altura = |u ||v | sen θ
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Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
Acompanhe a representação gráfica de u x v :
14
Atividades
1. Determine o vetor x, tal que x seja ortogonal ao eixo das ordenadas e u = x x v , sendo
u= (1,1, −1)e v =(−2,1, −1) .
2. Sejam os vetores , u = (−1, 3, 1) e v = (4, −2, 2) determinar um vetor que seja:
a. Ortogonal a u e v
b. Ortogonal a u e v e unitário;
c. Ortogonal a u e v e tenha módulo 3;
d. Ortogonal a u e v e tenha cota igual a 5.
3. Seja um isósceles de lados AB = AC = 4 e o ângulo entre esses lados mede 30 ,
triângulo o
calcule AB x AC .
4. Dados os vetores u =(-1, 1, -1) e v =(3, -2, 4), calcular:
a. a área do paralelogramo determinado por u e v ;
b. a altura do paralelogramo relativa à base definida pelo vetor u .
5. Determinar a distância do ponto (4, 2, 1) à reta r que passa por A(-1, 2, 3) e B(5, 1, -1).
6. Dados os vetores u = (-2, 3, 1)e v =(2,
-1, a), calcule o valor de a para que a área do
paralelogramo determinado por u e v seja igual à 21.
7. Dados os pontos A(1, -2, 1), B(4, 0, -2) e C(3, -2, 2), determinar:
a. a área do triângulo ABC;
b. a altura do triângulo relativa ao vértice C.
Resoluções
1. O vetor x é perpendicular
ao eixo das ordenadas, ou seja, 0y. Em símbolos x ⊥ 0y, logo
ele é do tipo x = (x, 0, z). Sabendo que
i j k
u =xxv equivale a: (1, 1, -1) = x 0 z , então:
−2 1 −1
0 z x z x 0
i j+ k = (1, 1, − 1)
1 −1 −2 −1 2 1
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Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
z = −1
x − 2z =1
x = −1
Logo, x =(-1, 0, -1)
2. Sabemos que u x v é ortogonal a u x v , ao mesmo tempo. Também sabemos que
multiplicar um vetor
por um número real não altera a sua direção, logo todos os vetores
do tipo a (u x v ) e a ∈ R são também ortogonais a u e v . Portanto, esse problema tem
infinitas soluções.
i j k
3 1 −1 1 −1 3
u x v = −1 3 1 = i− j+ k = (8, 6, -10)
−2 2 4 2 4 −2
4 −2 2
Vamos determinar |u x v | = 82 + 62 + (−10)= 100 (2=
) 10 2
2
64 + 36 + 100
= 200
=
u1= u x v= (8, 6, −10=
) 8 , 6 , − 10 = 4 , 3 , − 1
u xv 10 2 10 2 10 2 10 2 5 2 5 2 2
4 3 1
ou u2 =
−u1 =−
,− ,
5 2 5 2 2
c. Para obter um vetor de módulo 3 que seja ortogonal a u x v , basta multiplicar por 3
um vetor unitário:
4 3 1 12 9 3
3 , , −= , ,− ou
5 2 5 2 2 5 2 5 2 2
4 3 1 12 9 3
3 − ,− , = − ,− ,
5 2 5 2 2 5 2 5 2 2
d. Das infinitas soluções a(8, 6, -10), queremos aquela cuja cota seja igual a 5. Então, (8a,
1
6a, -10a), isto é, -10a = 5, logo a =− .
2
16
3. Utilizando a relação|u x v |= |u |•|v | • sen θ, a qual representa a área de um
paralelogramo:
AB x AC = AB·AC ·sen30o
1
AB x AC = 4·4· = 8
2
Logo, 8 representa a área do paralelogramo determinada pelos vetores AB e AC Então, a
área do triângulo isósceles ABC mede 4 u.a (unidades de área).
4. a) Primeiramente, vamos determinar o produto vetorial u x v .
i j k
1 −1 −1 −1 −1 1
uxv = −1 1= −1
−2 4
i−
3 4
j+
3 −2
k = (2, 1, -1)
3 −2 4
b) Vamos utilizar a definição de área do paralelogramo: A = b•h (base vezes altura). Utilizando
essa definição para a representação geométrica, teremos:
|u|• h = A
|u |• h= |u x v |
Temos que determinar o módulo de |u |: u = (−1)2 + 12 + (−1)2 = 3.
ux v 6
Substituindo |u |= 3, na fórmula seguinte, obtemos:=h = = 2 u.a
u 3
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Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
AB = B – A = (5, 1, -1) – (-1, 2, 3) = (6, -1, -4)
AP = P - A = (4, 2, 1) - (-1, 2, 3) = (5, 0, -2)
i j k
−1 −4 6 −4 6 −1
AB x AP = 6 −=1 −4 i− j+ k
0 −2 5 −2 5 0
5 0 −2
62 + (−1) + (-4) 2 = 53
2
| AB| =
AB x AP 93 93
d = = =
AB 53 53
6. A área do paralelogramo é determinada por A=|u x v |, logo, primeiramente, devemos calcular:
i j k
3 1 −2 1 −2 3
u x v = −2 3 1 = i− j+ k
−1 a 2 a 2 −1
2 −1 a
u x v = (3a + 1, 2a + 2, -4)
|u x v | = 21
9a2+ 6a + 1 + 4a2 + 8a + 4 + 16 = 21
13a2+ 14a + 21 = 21
13a2+ 14a + 21 - 21 = 0
13a2+ 14a = 0
a(13a + 14) = 0
14
a =0 ou 13a + 14 =⇒
0 a =−
13
14
Logo, a = 0 ou a = −
13
18
7. a) Observe na figura a seguir que a partir do triângulo ABC é possível obter a área de um
paralelogramo, cuja área é o dobro da área do triângulo.
C D
A
B
Como a área do paralelogramo é determinada pelo módulo dos vetores |( AB x AP|, temos
que, primeiramente, determinar os vetores ( AB x AP):
AB = B – A = (4, 0, -2) – (1, -2, 1) = (3, 2, -3)
AC = C – A = (3, -2, 2) – (1, -2, 1) = (2, 0, 1)
i j k
2 −3 3 −3 3 2
| AB x AC |= 3 2 =
−3 i− j+ k
0 1 2 1 2 0
2 0 1
| AB x AC |=(2, -9, -4)
| AB x AC | = 22 + ( −9 ) + (−4)2= 4 + 81 + 16= 101
1
Então a área procurada é A∆= 101 u.a.
2
Produto Misto
Chamamos de produto misto dos vetores, u = x1 i + y1 j + z1 k , v = x2 i + y2 j + z2 k e w = x3 i + y3 j +
z2 k e w = x3 i + y3 j + z3 k considerados nessa ordem, ao número real u • (v x w). O produto misto também
é indicado por (u, v , w).
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Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
i j k
Sabendo que v x w = x y2 z2 x2 z2 x2 y2
2 y2 z2 = i · −j· +k ·
y3 z3 x3 z3 x3 y3
x3 y3 z3
então, temos u ⦁ (v x w) = x y2 z2
− y1
x2 z2
+ z1
x2 y2 e, portanto
1
y3 z3 x3 z3 x3 y3
x1 x2 x3
u ⦁ (v x w) = x2 y2 z2
x3 y3 z3
Ao resolvermos esse determinante, obteremos um número real de onde se conclui que u ⦁ (v x w),
ou seja, o produto misto sempre resultará em um escalar (número).
Atividade
(0, 2, 4), v =
Calcule o produto misto dos vetores u = (2, −1, 3)e w =
(2, 0,1) .
Resolução
Temos que determinar u ⦁ (v x w).
Temos, então, que resolver o determinante: u ⦁ (v xw) = (u,v ,w) =
0 2 4
−1 3 2 3 2 −1
(u,v ,w) = 2 −1 =
3 0· − 2· + 4· = 0 + 8 + 8 = 16
0 1 2 1 2 0
2 0 1
20
Se trocarmos novamente a ordem de dois vetores nos produtos mistos anteriores, que
resultaram em -8, o resultado volta a ser 8.
Então, se em relação ao produto misto (u, v , w) ocorrer:
III) (au ,v ,w) = (u , av , w) = (u , v ,aw) = a(u , v , w)
IV) (u , v , w) = 0 se, e somente se, os três vetores forem coplanares.
Admitindo-se que (u ,v ,w) = 0, ou seja, u ⦁ (v x w) = 0, conclui-se que (v x w) ⊥ u . Por
outro lado, no estudo do produto vetorial vimos que o vetor v x w é também ortogonal a v e w,
assim sendo, como v e w é ortogonal aos três vetores u , v e w, esses são coplanares (Figura 6).
Figura 6 v xw
w
v
Do mesmo modo, admitindo-se que u , v e w, sejam coplanares, o vetor v x w, por ser
ortogonal a v e w, é também ortogonal a u .
A conclusão imediata é de que u e v x w são ortogonais, o produto escalar deles é igual a
zero, isto é, u ⦁ (v x w)= (u , v , w) = 0.
Atividades
1) Verifique se são coplanares os vetores u = (1, 1, 2), v = (3, 1, -1) e w = (0, 2, 1)
21
Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
Resolução
Se o produto misto desses vetores for zero, eles serão coplanares.
1 1 2
1 −1 3 −1 3 1
(u , v , w) = 3 1 =
−1 1 −1 +2
2 1 0 1 0 3
0 2 1
2) Determine o valor de x para que os vetores u = (1, x, 2), v = (-1, 3, 2) e w = (-2, 1, 1)
sejam coplanares.
Resolução
(u , v , w) = 0
1 x 2
3 2 −1 2 −1 3
−1 3 2 =0 ⇒ 1 −x +2 =1 − 3 x + 10 =0
1 1 −2 1 −2 1
−2 1 1
11
- 3x = -11 ⇒ x =
3
3) Mostre que os pontos A(1, 0, 2), B(3, 2, 5), C(0, -1, 3) e D(5, 4, 2) são coplanares.
Para que os quatro pontos dados sejam coplanares, os vetores AB, AC e AD, obrigatoriamente,
devem ser coplanares.
( AB, AC , AD,) = 0
D
AB = B – A = (3, 2, 5) – (1, 0, 2) = (2, 2, 3)
A
AC = C – A = (0, -1, 3) – (1, 0, 2) = (-1, -1, 1)
B
AD = D – A = (5, 4, 2) – (1, 0, 2) = (4, 4, 0)
2 2 3
−1 1 −1 1 −1 −1
−1 −1 1 =0 ⇒ 2 −2 +3 =−8 + 8 + 0 =0
4 0 4 0 4 4
4 4 0
22
Interpretação geométrica do módulo do produto misto
O produto misto u ⦁ (v x w) geometricamente é igual, em módulo, ao volume do paralelepípedo
de arestas determinadas pelos vetores não coplanares u e v , w (Figura 7).
A área da base do paralelepípedo é |v x w|.
Considerando θ o ângulo entre os vetores u e v x w. Sendo v x w um vetor ortogonal à base,
a altura será paralela a ele e, portanto, h=|u ||cos θ|.
Note que devemos considerar o valor absoluto|cos θ|,
no caso de θ ser um ângulo obtuso. O volume do
paralelepípedo é dado pela fórmula:
Atividade
Sejam os vetores u =(4, x, −1), v =
(−2, 2, 0) ew =−
(
1, 1, 3), determine o valor de x para que o
volume do paralelepípedo determinado por u , v e w seja 36 u.v. (unidades de volume).
Resolução
O volume do paralelepípedo é dado por V = |(u, v, w)| e, de acordo com o enunciado, |(u, v,w)|
= 36, o que nos leva ao determinante:
4 x −1
2 0 −2 0 −2 2 = 24 + 6x + 0
(u, v, w) = −2 2= 0 4 −x + (−1)
−1 3 1 3 1 −1
1 −1 3
24 + 6x = 36 ou 24 + 6x = -36
6x = 12 ou 6x = -36 – 24
x=2 ou x = -10
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Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
Volume do Tetraedro
Dados os pontos A, B, C e D não-coplanares, e os vetores AB, AC e AD, que pelo que discutiu-
se até então, também serão não-coplanares, a consequência é de que esses vetores determinam
um paralelepípedo (Figura 8), cujo volume é V = |( AB, AC e AD)|. O paralelepípedo, por sua
vez, pode ser dividido em dois prismas triangulares de mesmo tamanho (vide figura abaixo) e,
portanto, o volume Vp de cada prisma é a metade do volume V do paralelepípedo, isto é,
1
Vp = V
2
Um dado relevante da geometria espacial que vamos recorrer agora é o fato de que o prisma
pode ser dividido em três pirâmides de mesmo volume, sendo uma delas o tetraedro ABCD.
Com base nisso, podemos concluir que o volume Vt do tetraedro é um terço do volume do
1 1
prisma, ou seja:= 1
Vt =
3
Vp
1 1 ou
V
3 2
Vt =
6
ou ainda Vt =
6
(AB, AC, AD)
Figura 8
Atividade
Dados A(1, 1, 0), B(1, 0, 1), C(0, 1, 1) e D(3, 2, 1) como vértices de um tetraedro, determine:
a. o volume do tetraedro;
b. a altura do tetraedro relativa ao vértice D.
Resolução
1
O volume do tetraedro é Vt =
6
(
AB, AC , AD )
AB = B – A = (1, 0, 1) – (1, 1, 0) = (0, -1, 1)
AC = C – A = (0, 1, 1) – (1, 1, 0) = (-1, 0, 1)
AD = D – A = (3, 2, 1) – (1, 1, 0) = (2, 1, 1)
24
Observe que devemos considerar o valor absoluto, ou seja, módulo, pois não há sentido em
considerarmos um volume negativo.
V
h =
AB x AC
i j k
−1 1 0 1 0 −1
AB x AC = 0 −1 1 = i − j+ (−1, 1, 1)
k=
0 1 −1 1 −1 0
−1 0 1
V 4 4
=h
= = u.c.
AB x AC (−1)2 + 12 + 12 3
(unidades de comprimento)
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Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
Material Complementar
• CAMARGO, Ivan de. Geometria Analítica: um tratamento vetorial. 3.ed. São Paulo.
Pearson Prentice Hall, 2005.
• WINTERLE, Paulo. Vetores e Geometria Analítica. 2. ed. São Paulo: Makron Books
do Brasil, 2000.
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Referências
BOULOS , Paulo, CAMARGO, Ivan de. Geometria Analítica: i, tratamento vetorial – São
Paulo: Mc Graw-Hill 2005, 3 edição
SIMMONS, George F. Cálculo com Geometria Analítica – São Paulo: Mc Graw-Hill 1987.
SWOKOWSKI, Earl W. Cálculo com geometria analítica – volume 2. São Paulo: Makron
Books do Brasil Editora Ltda, 1994, 2 edição
WINTERLE, Paulo. Vetores e Geometria Analítica – São Paulo: Makron Books Ltda, 2000
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Unidade: Produto Vetorial e Produto Misto
Anotações
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