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Material Teórico
Tópicos de Química
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Tópicos de Química
• Introdução;
• Estrutura Atômica;
• Ligações Químicas;
• Eletroquímica;
• Pilhas e Baterias.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Identificar soluções possíveis para situações corriqueiras de um engenheiro que envolva a
necessidade de controle de reações eletroquímicas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Tópicos de Química
Introdução
Os filósofos gregos Demócrito e Leucipo (por volta de 4 séculos antes de Cristo)
idealizavam o universo formado por duas entidades: o vazio e o átomo. Acredita-
vam que os átomos eram partículas minúsculas e indivisíveis que formavam toda
matéria. Platão, numa tentativa de descrever essas partículas, as associou a ele-
mentos geométricos, de onde surgiu a ideia de que tudo seria formado pelos quatro
elementos básicos da natureza, o fogo, representado pelo tetraedro, o ar, represen-
tado pelo octaedro, a água, representada pelo icosaedro, e a terra, representada
pelo cubo.
Mais de dois milênios depois, muita coisa foi alterada nessa concepção da cons-
tituição do universo. Nossa compreensão da composição da matéria, dos elementos
e até mesmo sobre a divisibilidade do átomo evoluiu ao ponto de manipularmos es-
ses elementos para criação de novos materiais e obtenção de energia armazenada
nos átomos.
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Para abranger todas as áreas de estudo da matéria, a química se divide em várias
subáreas, como química geral, nuclear, ambiental, orgânica, inorgânica, fisico-química,
e algumas outras.
Explor
Estrutura Atômica
Para compreender a estrutura da matéria, os gregos antigos propuseram a teo-
ria do atomismo, baseada no materialismo, que acreditava que tudo era composto
por matéria, até mesmo a luz era formada por partículas minúsculas. Para eles,
os átomos eram as partículas fundamentais de qualquer material, não poderiam
ser divididas.
Somente por volta do ano de 1800 é que surgiu a primeira teoria atômica, do
professor John Dalton, que ficou conhecido como modelo de Dalton. Para Dalton,
átomos de elementos distintos deveriam possuir propriedades também distintas,
enquanto átomos de um mesmo elemento deveriam possuir exatamente as mesmas
propriedades. Nesse modelo, os átomos seriam esferas rígidas, maciças e indivisí-
veis, como no modelo dos gregos antigos. Esse modelo também ficou conhecido
como modelo atômico da bola de bilhar.
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UNIDADE Tópicos de Química
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Figura 3 – Representação do modelo atômico de Rutherford
Fonte: Wikimedia Commons
Essa falha foi corrigida mais tarde por Niels Bohr, que introduziu fundamentos
de quântica propostos por Einstein e Plank, definindo orbitais fixos com energia
bem definida, onde os elétrons conseguiriam se estabilizar, e regiões vazias que não
poderiam ser ocupadas por elétrons. Esse modelo corrigido ficou conhecido como
modelo atômico-molecular de Rutherford-Bohr.
Aumento da
n=3 energia das órbitas
n=2
n=1
Um fóton é emitido
com energia E = hf
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UNIDADE Tópicos de Química
Explor
Química: como entender os modelos atômicos? Disponível em: https://youtu.be/lDrKIqubzdw
A emissão de luz por alguns materiais, por exemplo, é explicada pelo modelo de
Rutherford-Bohr como o salto de elétrons de camadas mais energéticas para cama-
das menos energéticas. Ao aquecer um metal, por exemplo, estamos fornecendo
energia para ele na forma de calor. Essa energia faz com que os elétrons desse
metal saltem para camadas mais energéticas, e diz-se que esse átomo se encontra
no estado excitado, que não é tão estável quanto o estado fundamental. Como o
átomo possui uma tendência a se manter no estado fundamental, o elétron reali-
zará um novo salto, do nível excitado para o nível fundamental, de menor energia.
Ao perder energia, o elétron emite um fóton, que é uma partícula elementar da
radiação, que pode possuir comprimento de onda dentro da faixa da luz visível.
A proposta mais atual e completa para o modelo atômico foi proposta por Erwin
Schrödinger, Louis de Broglie e Werner Heisenberg. Esse modelo substitui a ideia
de órbitas para os elétrons e, no lugar, assume a probabilidade de se encontrar elé-
trons em determinada região.
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A partir do modelo de Rutherford-Bohr, já temos a concepção de um átomo com
um núcleo bem definido, formado por prótons e neutrons e uma eletrosfera com 7
camadas (K, L, M, N, O, P e Q), região onde os elétrons são encontrados, podendo
assumir níveis de energia bem definidos pela mecânica quântica. Mas a distribuição
desses elétrons nas camadas e níveis de energia não acontece de qualquer jeito.
A organização dos elétrons foi bastante estudada pelo químico Linus Pauling, que
propôs um diagrama para distribuição dos elétrons.
Para se distribuírem os elétrons, deve-se levar em conta que cada camada supor-
ta uma quantidade diferente de elétrons. A primeira camada, por exemplo, suporta
até 2 elétrons. A segunda camada suporta até 8. Além disso, cada camada se divide
em subníveis de energia, identificados pelas letras s, p, d e f. O diagrama de Pauling
é mostrado na Figura 6.
camada 1 1s2
Para saber como os elétrons estão distribuídos em um átomo, basta seguir a seta
do diagrama de Pauling, sabendo que os números grandes indicam as camadas ele-
trônicas, as letras indicam os subníveis de energia e os números pequenos acima das
letras indicam a quantidade de elétrons que aquele subnível daquela camada suporta.
Vamos tomar, por exemplo, o átomo de zinco, que possui 30 elétrons. Distri-
buindo seus elétrons pelas camadas e subníveis eletrônicos, devemos começar pela
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UNIDADE Tópicos de Química
2 + 2 + 6 + 2 + 6 + 2 + 10 = 10
Essa distribuição eletrônica pode ser realizada para qualquer átomo ou íon.
Algumas poucas exceções da tabela periódica não seguem a rigor essa regra.
Íon: São aqueles átomos que não possuem carga nula. Ou possuem elétrons a mais que a
Explor
Ligações Químicas
Para formar os materiais, os átomos precisam se combinar uns aos outros, for-
mando moléculas, e essas, por sua vez, se conectam para formar substâncias.
A forma como os átomos se combinam dá origem às propriedades do material.
Os tipos de ligações interatômicas mais comuns são iônica, covalente, covalente
dativa e metálica.
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de 4 elétrons na camada de valência. Ao fazer isso, o átomo que recebe elétrons se
torna um íon negativo, e o que doa elétrons se torna um íon positivo.
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UNIDADE Tópicos de Química
Quando se trata de átomos que exigem muita energia para se remover um elé-
tron, a ligação do tipo iônica é mais difícil de acontecer. Nesse caso, ao invés de os
átomos doarem elétrons, eles compartilham os elétrons entre si a fim de se estabi-
lizarem. Esse compartilhamento de elétrons recebe o nome de ligação covalente.
Os átomos permanecem unidos devido à sua estabilidade no compartilhamento.
Compostos orgânicos são utilizados pelo ser humano para os mais diversos fins.
A engenharia de materiais utiliza esses compostos para a fabricação de materiais
poliméricos, ou plásticos, empregados na indústria de embalagens, alimentícia, de
utensílios, de eletrodomésticos, automobilística, e na fabricação de novos materiais
compósitos, como a fibra de vidro, fibra de carbono, resinas enriquecidas e inúme-
ros outros materiais.
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Figura 10 – Veículo Stohr DSR com toda a carroceria produzida em fibra de carbono
Fonte: Wikimedia Commons
H H
H C C O H
H H
Figura 11 – Representação de uma molécula de etanol
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UNIDADE Tópicos de Química
Isso acontece com o íon amônio, conforme mostrado na Figura 11. Antes da
reação, a amônia (NH3) se encontra estável segundo a regra do octeto. Para formar
um íon amônio (NH4+), é adicionado um íon positivo de hidrogênio (H+). Para que o
hidrogênio se estabilize, são necessários dois elétrons em sua única camada. Os dois
elétrons são, então, compartilhados pelo átomo de nitrogênio, que estabiliza o hidro-
gênio sem prejuízo de sua própria estabilidade. A ligação covalente dativa é indicada
por uma seta que parte do átomo que compartilha os elétrons para o átomo que os
recebe, acompanhada de dois pontos na origem da seta, que indicam o compartilha-
mento de dois elétrons.
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Os materiais metálicos possuem um tipo próprio de ligação entre si, as chama-
das ligações metálicas. Esse tipo de ligação é explicado por dois modelos, o modelo
da nuvem eletrônica e a Teoria de Bandas.
+ + + + +
+ + + + +
+ + + + +
Figura 14 – Representação do modelo da nuvem eletrônica
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UNIDADE Tópicos de Química
Energia
(eV)
bandas se
sobrepõem
Eletroquímica
A eletroquímica estuda as reações químicas que envolvem transferências de elé-
trons entre elementos, em geral, com o propósito de converter energia química em
energia elétrica ou vice-versa. Reações químicas desse tipo são conhecidas como
reações de oxirredução ou reações redox, pois tratam de algum elemento que reduz
seu número de oxidação enquanto outro elemento aumenta o número de oxidação.
Na reação balanceada acima, temos dois átomos de ferro reagindo com três
moléculas de cloro, com dois átomos em cada molécula. Antes de reagirem, os
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números de oxidação do ferro e do cloro são zero para ambos, pois se encontram
em seu estado fundamental, com o número de elétrons igual ao número de prótons
em seus átomos. Após reagirem, o ferro cede elétrons para o cloro e ambos se es-
tabilizam. Para formar o cloreto de ferro (FeCl3), um átomo de ferro cede um elétron
para cada átomo de cloro, perdendo 3 elétrons. Assim, o número de oxidação do
ferro, após a reação, passa a ser +3 e o do cloro passa a ser –1.
tas a ambientes corrosivos. O metal de sacrifício oxidará em lugar do outro metal com o qual
estiver ligado.
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UNIDADE Tópicos de Química
Pilhas e Baterias
A primeira concepção de pilha foi originada
por Alessander Volta (século XVIII), que ficou
conhecida como pilha voltaica. Ele percebeu
que ao colocar dois metais diferentes em con-
tato um com o outro, um deles se tornava mais
negativo e o outro mais positivo, produzindo
uma diferença de potencial elétrico entre eles.
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contendo uma solução de sulfato de zindo e um pedaço de zinco (eletrodo de
zinco) e o outro contendo uma solução de sulfato de cobre e um pedaço de cobre
(eletrodo de cobre). Ao se conectar um fio condutor interligando os eletrodos, no-
ta-se um fluxo de elétrons através desse fio. Para que esse fluxo de elétrons perma-
neça, é necessária uma troca de íons entre as soluções dos recipientes. Para isso,
é utilizada uma ponte salina ou uma parede semipermeável entre os recipientes.
elétrons
Ponte de sal
íons de zinco íons de sulfato
elétrodo
elétrodo de cobre
de zinco
sulfato sulfato de
de zinco cobre (II)
oxidação redução
do ânodo de cátodo
Figura 19 – Esquema da Pilha de Daniell
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
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UNIDADE Tópicos de Química
A semirreação do ânodo indica que no eletrodo sólido de zinco, cada átomo perde
dois elétrons que são conduzidos pelo fio condutor até o cátodo e se desprende do
sólido na forma de um íon para a solução de sulfato de zinco. A semirreação do cáto-
do indica que os dois elétrons recebidos através do fio condutor são transferidos para
um íon Zn2+(aq) da solução de sulfato de cobre, que adere ao eletrodo sólido de cobre.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
InfoEscola – Química
http://bit.ly/2IG4x7Z
Toda Matéria – Química
http://bit.ly/325SZCL
Ptable – Tabela periódica
http://bit.ly/2nE5V3M
Leitura
Distribuição Eletrônica no Diagrama de Pauling – Mundo Educação
http://bit.ly/2VslKae
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UNIDADE Tópicos de Química
Referências
ATKINS, P. W.; PAULA, J. de. Físico-química. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
2 v. ISBN 9788521634621 (v.1).
KOTZ, J. C. et al. Química geral e reações químicas. 3. ed. São Paulo: Cengage
Learning, c2016. 1207 p. ISBN 9788522118298 (v.2).
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