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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Estrutura Atómica dos Materiais

Germano Manuel Ngano: 708211388

Curso: Licenciatura em Ensino de Biologia


Disciplina: Química Básica
Ano de Frequência: 1º Ano
Turma: K

Docente: Dr. Marcos Luís Rabo

Nampula, Maio, 2022


Índice

Introdução ................................................................................................................................... 3

ESTRUTURA ATÔMICA DOS MATERIAIS ......................................................................... 4

1. Teoria Atómica no Estudo da Estrutura da Matéria ............................................................... 4

1.1. Modelos Atómicos............................................................................................................... 4

2. Evolução dos Modelos Atómicos de Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr .......................... 4

2.1. Teoria Atómica de Dalton ................................................................................................... 4

2.2. Teoria Atómica de Thomson ............................................................................................... 5

2.3. Teoria Atómica de Rutherford ............................................................................................. 7

2.4. Teoria Atómica de Bohr ...................................................................................................... 8

3. Características do Átomo ....................................................................................................... 8

4. Elemento Químico .................................................................................................................. 9

5. Distribuição Electrónica em Níveis Energéticos .................................................................. 11

6. Tabela Periódica ................................................................................................................... 12

Conclusão ................................................................................................................................. 15

Bibliografia ............................................................................................................................... 16

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Introdução

O trabalho em abordagem versa sobre a estrutura atómica dos materiais, partindo do


pressuposto que no universo observamos a presença de substâncias com vida e outras
inanimadas, e que a matéria geralmente muda de uma forma química para outra. Com base
nestas observações, filósofos antigos discutiam sobre a natureza da matéria fundamental da
qual o mundo era feito.

É neste sentido que no decorrer do trabalho buscou-se discutir assuntos referentes a teoria
atómica no estudo da estrutura da matéria a evolução dos modelos atómicos (Dalton,
Thomson, Rutherford e Bohr), características do átomo, elemento químico, distribuição
electrónica em níveis energéticos e a tabela periódica.

O trabalho tem como objectivo geral analisar a estrutura atómica dos materiais. Como
objectivos específicos, pretende-se: (i) caracterizar a teoria atómica no estudo da estrutura da
matéria; (ii) explicar a evolução dos modelos atómicos de alguns cientistas; (iii) descrever as
características, elemento, distribuição electrónica dos átomos e m níveis energéticos e a tabela
periódica.

É de referir que para a elaboração deste trabalho em abordagem baseou-se na consulta


bibliográfica de diversos autores o que possibilitou a tornar-se uma realidade. Ainda, realçar
que está estruturado em introdução, desenvolvimento (onde constam assuntos pertinentes
acima mencionados), conclusão e a respectiva referência bibliográfica. Contudo, tratando-se
de uma tarefa de índole científica e académico, não constitui um dogma, pois está aberto ao
caro leitor de modo a aprecia-lo expondo correcções e críticas com vista a sua melhoria

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ESTRUTURA ATÔMICA DOS MATERIAIS

1. Teoria Atómica no Estudo da Estrutura da Matéria

De acordo com Mahan (1995, p.41), “a teoria atómica é a ideia de que a matéria é composta
de pequenas unidades chamadas átomos”. Hoje, essa teoria se refere à matéria sendo
composta de unidades que são indivisíveis apenas algumas vezes. As excepções incluem
plasmas, como fogo, outros arranjos iónicos, como os encontrados no corpo, materiais
radioactivos e muitos mais.

Embora a teoria atómica hoje seja uma pedra angular familiar da ciência moderna, como a
teoria dos germes ou a evolução, ao longo da maior parte da história humana, as pessoas
acreditavam que a matéria provavelmente era contínua e poderia ser dividida em quantidades
arbitrariamente pequenas (Russell, 1994).

1.1. Modelos Atómicos

É interessante comparar o desenvolvimento lógico das teorias sobre a estrutura do átomo com
a sequência dos experimentos mais significativos realizados no campo da física, que
contribuíram de maneira determinante na definição das principais características da estrutura
atómica. De acordo com Mahan (1995, p.47). as três principais etapas desta evolução foram:
(i) a descoberta da natureza da matéria e do electrão; (ii) a constatação de que o átomo
consiste num pequeno núcleo rodeado de electrões; (iii) o desenvolvimento das equações da
mecânica quântica que explicam o comportamento dos electrões e dos átomos.

2. Evolução dos Modelos Atómicos de Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr

2.1. Teoria Atómica de Dalton

Dalton, pesquisador nas áreas de matemática e meteorologia, desenvolveu uma proposta de


modelo atómico baseada na circulação intercolectiva entre as bases conceituais do Colectivo
de Pensamento inglês e o francês, levando em conta os pressupostos de Bertholet. Vale
lembrar que o factor social, que levou Dalton a estudar química, foi a necessidade de explicar
factores meteorológicos, bem como seu trabalho como professor no Trinity College.

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De acordo com Viana (2000) e Lobato (2007), tais factores foram vitais para o seu contacto
com os escritos de química, influenciando sua visão sobre os eventos de nível atómico. Além
de Newton e Bertholet, Dalton, também, foi influenciado pelos escritos de Ritcher, Lavoisier
e Cavendish.

Para chegar à construção de seu modelo atómico, Dalton retomou alguns escritos de Newton,
utilizando as questões 26 (Principia) e 31 (Óptica), buscando integrar estas ideias
mecanicistas ao Estilo de Pensamento francês da afinidade química, culminando na sua
proposta final publicada em 1810 (Lobato, 2007; Viana, 2000). Portanto, a teoria atómica de
Dalton refere que quando olhamos, por exemplo, para um grãozinho de ferro, devemos
imaginá-lo como sendo formado por um aglomerado de um número enorme de átomos
(Atkins e Jones, 2001).

Segundo aos autores Atkins e Jones (2001), assim, baseado em um grande número de
observações, Dalton estabeleceu os seguintes postulados:

(i) cada elemento é composto por partículas extremamente pequenas chamadas


átomos; (ii) todos os átomos de um dado elemento são idênticos; os átomos de
elementos diferentes são diferentes e possuem propriedades diferentes
(inclusive diferentes massas); (iii) os átomos de um elemento não se convertem
em diferentes tipos de átomos por meio de reacções químicas; os átomos não
são criados nem destruídos nas reacções químicas; (iv) quando átomos de mais
de um elemento químico se combinam, formam-se os compostos; um
determinado composto tem sempre o mesmo número relativo dos mesmos tipos
de átomos.

A partir destes postulados, chegamos à conclusão de que, segundo a teoria atómica de Dalton,
os átomos são os componentes básicos da matéria.

2.2. Teoria Atómica de Thomson

Segundo Lopes (2009), as reflexões de Thomson sobre a teoria atómica, partem dos estudos
de Lord Kelvin com girostato e dos escritos de Dalton. Tais estudos lhe renderam uma
indicação para integrar a cátedra de física experimental do laboratório Cavendish.
Debruçando-se sobre os estudos em torno da electricidade, o que não era explicado pelo
modelo atómico proposto por Dalton.

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A proposta atómica de Thomson (1904) corresponde a uma transformação do Estilo de
Pensamento vigente, tendo em vista a inserção de duas novas características: a divisibilidade e
uma elucidação para a natureza eléctrica.

Para Thomson (1904), o átomo seria formado por um corpúsculo que abriga anéis coplanares
com corpúsculos menores carregados electricamente. Vale ressaltar, que ao final do artigo de
1904, busca-se desenvolver uma explicação para fenómenos da radioactividade (Fleck, 2010,
p.67). Assim, a teoria de Thomson é consequência da descoberta da natureza eléctrica da
matéria, e das experiências com tubos de Crookes, uma vez que os físicos adoptaram o
modelo atómico com o qual os químicos trabalhavam.

A natureza eléctrica da meteria foi esclarecida notavelmente com as informações de W.


Crookes obtidas das ao realizar seus experimentos com tubos de descarga de gás ou tubos de
Crookes (1850). Sienko (1990), refere que quando os eléctrodos de um tubo de Crookes, são
ligados a uma fonte de alta tensão, digamos 20000V, e o tubo é evacuado gradativamente por
uma bomba conectada a ele por um pequeno tubo lateral, uma série de fenómenos pode ser
observada.

As pressões próximas à atmosférica, nada parecem acontecer dentro do tubo. Com a saída do
gás, o gás residual no interior do tubo começa a emitir uma leve incandescência cuja cor
depende da identidade do gás no tubo. Posteriormente, com a maior diminuição da pressão no
tubo, o interior incandescente desaparece gradualmente e o vidro na extremidade do tudo com
o eléctrodo de carga positiva (o ânodo) começa a emitir uma incandescência esverdeada
(Sienko, 1990).

Thomson demonstrou que os raios catódicos ao se chocarem com o eléctrodo de um


electrómetro, este acusam uma carga negativa. Lopes (2009), refere que Thomson demonstrou
que tais raios são repelidos pelo eléctrodo negativo, sendo desviados sob a acção de um
campo eléctrico. Considerando que tais resultados são obtidos independentemente do gás ou
material do tubo utilizados, Thomson concluiu que, se os raios catódicos comportam-se
semelhantemente a um corpo carregado negativamente, eles são cargas de electricidade
negativa transportadas por partículas de matéria e que, tais partículas são encontradas em
todos os átomos.

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2.3. Teoria Atómica de Rutherford

Em 1898, Rutherford, decide migrar para a Universidade de McGill, no Canadá, devido ao


financiamento de grandes empresas nos estudos sobre radioactividade. Esta mudança e a
parceria com Zimerman rendeu à equipe dois prémios Nobel pelos estudos em radioactividade
(Lopes, 2009).

Durante os trabalhos experimentais da equipe, Rutherford, através dos ângulos de deflexão de


partículas radioactivas em elementos variados, verificou que o modelo atómicos de Thomson
não dava conta de explicar certos eventos relativos ao campo da radioatividade8, sugerindo
uma transformação no Estilo de Pensamento, uma vez que o átomo de Thomson seria dotado
de um núcleo denso e carregado (Rutherford, 1911), exactamente como Hantaro Nagaoka
havia previsto anos antes.

No entanto, estes dados foram completamente desconsiderados pelo colectivo de Cavendish e


a teoria de Thomson continuou vigente para explicação dos fenómenos de ordem atómica.

Ernest Rutherford mostrou que os raios α e ß consistem de partículas de movimento rápido,


nomeadas partículas α e ß. Na verdade, partículas b são electrões em alta velocidade e podem
ser consideradas o análogo radioactivo dos raios catódicos; portanto, são atraídas para a placa
positiva. Por outro lado, as partículas são muito mais compactas do que as partículas b e têm
cargas positivas; portanto, são atraídas para a placa negativa (Brown, 2005).

Em suma, pode-se compreender que para o estabelecimento do modelo de E. Rutherford foi


necessário o descobrimento dos raios-X e da radioactividade. Ao trabalhar com um tubo de
raios catódicos, em 1895, o alemão W. Roentgen descobriu que “raios” invisíveis
provenientes do tubo podiam passar através de materiais opacos à luz e de activar anteparos
fluorescentes ou filmes fotográficos.

Roentgen não pôde deflectir estes raios pela acção de um campo magnético, como se poderia
esperar se fossem constituídos por partículas carregadas e por isso, denominou-os raios X, ele
verificou que todos os materiais eram transparentes aos raios, em maior ou menor grau, e que
a transparência aos raios diminuía com o aumento da densidade e do peso atómicos do
material. Atkis e Jones (2001), enaltecem que esta observação levou à imediata utilização dos
raios X na medicina para fazer imagens do interior do corpo humano (os ossos, por terem

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elementos de maior peso atómicos do que os órgãos e a carne, absorvem mais a radiação e por
isso deixam sombras mais escuras no filme fotográfico).

2.4. Teoria Atómica de Bohr

Para Tipler (1995, p.79), “o maior mérito de Niels Bohr é ter concebido uma teoria
satisfatória em relação à teoria atómica, propondo um modelo revolucionário no seu tempo”.
Bohr percebeu que a elucidação da estrutura atómica seria encontrada na natureza da luz
emitida pelas substâncias submetidas a altas temperaturas ou a cargas eléctricas.

O átomo de Rutherford possuía um sério problema: um átomo contendo um núcleo pequeno


de carga positiva com electrões orbitando ao seu redor é instável pois: se os electrões (que
têm carga negativa) estivessem parados, eles seriam atraídos pelo núcleo (positivo)
rapidamente, “caindo” no núcleo e entrando em colapso, impossibilitando a existência do
universo; se os electrões descrevessem uma trajectória circular ao redor do núcleo, segundo a
física clássica (electromagnetismo), a direcção de movimento dos electrões precisaria ser
mudada constantemente e para isso emitiria energia radiante continuamente; perdendo
energia, os electrões cairiam lentamente no núcleo, também entrando em colapso.

Diante essas rupturas, Bohr concluiu que os fenômenos envolvendo electrões não poderiam
ser explicados em termos de mecânica clássica. Assim tentou resolver o paradoxo utilizando a
teoria quântica da energia, desenvolvida por Max Planck.

3. Características do Átomo

Na perspectiva de Lopes (2009), “o átomo é a partícula base formadora de toda matéria. Hoje
temos catalogadas 118 espécies atómicas, que são representadas na tabela periódica e
classificadas de acordo com as características físico-químicas de cada uma”.

Um átomo é constituído por uma parte central, denominada núcleo, onde se encontram os
protões. (partículas eléctricas positivas) e os neutrões (partículas electricamente neutras). A
região em volta do núcleo é ocupada por electrões (partículas eléctricas negativas); essa
região é denominada eletrosfera (Lopes, 200).

Os átomos possuem um núcleo denso, positivamente carregado, envolvido por uma nuvem de
electrões. O raio do núcleo é aproximadamente m e o diâmetro externo da nuvem

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electrónica, isto é, o diâmetro do próprio átomo, é cerca de m, sendo da ordem de
vezes maior que o diâmetro nuclear.

Os protões e os neutrões são chamados nucleões e constituem o núcleo atómico. O número de


protões no núcleo de um átomo é chamado de número atómico Z, sendo que Z distingue os
átomos na natureza. O numero de neutrões no núcleo tem o símbolo N. o numero total de
partículas no núcleo de um átomo é chamado de numero de massa A, sendo que

Um átomo electricamente neutro contém um número de electrões igual ao número de protões


(Z), sendo que a carga eléctrica total do átomo é nula. Os electrões estão localizados ao redor
do núcleo em orbitais definidos pela sua energia (Lopes, 2009).

Átomos com números de electrões diferentes do número de protões são chamados de iões.
Um átomo com excesso de electrões é electricamente negativa e chamado de aniões. Um
átomo com falta de electrões é electricamente positivo e chamado de catiões.

4. Elemento Químico

Um elemento químico é identificado como o conjunto formado por átomos que apresentam o
mesmo número atómico (Z). Essa caracterização dos elementos foi realizada pelo físico inglês
Henry Gwyn Jeffreys Moseley (1887-1915), no ano de 1913, quando ele realizou
experimentos em que analisava a interacção entre raios X e átomos de uma amostra. Com
isso, ele conseguiu determinar a carga nuclear dos átomos.

Segundo Oki (2002), podemos classificar o elemento químico como um ensino e


compreender melhor o processo de aprendizagem desse e de outra trajectória profissional de
Mendeleev, visando situá-lo em sua época.

Conforme comentado por Kaji, essa alguma coisa destacada por Mendeleev seria a própria
definição de elemento químico, isto é, aquilo que, o que seria uma forma de evitar a referência
a átomos e à teoria “peso atómico” mencionar suas limitações. A seguinte citação nos fornece
um indício sobre qual Kaji afirmou que Mendeleev não estava disposto a aderir à teoria
atómica que estes implicariam. Atómica para a compreensão de muitos fatos na química, mas
não deixou de permanece inalterado nas transformações químicas, ainda que as propriedades

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Portanto, um elemento químico é a substância composta de átomos do mesmo tipo, cujos
núcleos têm o mesmo número de protões além do número de neutrões. O número de protões
que cada átomo de um elemento químico possui é conhecido como número atómico.

Um elemento químico não pode ser decomposto em uma substância mais simples através de
uma reacção química. É por isso que seus átomos têm características físicas únicas. Em todo
caso, é importante não confundir elementos químicos (cujos átomos têm o mesmo número de
protões em seu núcleo) com substâncias simples (cujas moléculas têm apenas uma classe de
átomos).

Os elementos químicos podem ser organizados em uma classificação chamada tabela


periódica dos elementos. Nesta tabela, os elementos químicos são ordenados de acordo com
seu número atómico e de acordo com sua configuração electrónica e propriedades químicas.

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5. Distribuição Electrónica em Níveis Energéticos

Sabe-se, por factos experimentais que os electrões se distribuem em níveis em torno do núcleo
(os quais também podem ser chamados de camadas). Estes são números infinitos mas, só
existem átomos na natureza que precisam de, no máximo, sete níveis para acomodar seus
electrões. Em cada nível há um número máximo de electrões que podem ser acomodados.

Nível 1 2 3 4 5 6 7
Camada K L M N O P Q
Numero máximo de electrões 2 8 18 32 32 18 2

Muitos químicos e físicos estudaram profundamente a estrutura do átomo, no início do século


XX, e chegaram à conclusão que os electrões de um átomo se distribuem em níveis, e estes, se
subdividem em subníveis. Já os subníveis são compostos por orbitais (Kotz e Treichel, 2005).

Orbital descreve uma região específica de maior densidade electrónica, ou seja, é a região
mais provável de se encontrar o electrão. São quatro os subníveis que os electrões ocupam: s,
p d, f. Em cada um destes também existe um número máximo de electrões, veja-se: s = 2 , p =
6, d = 10 e f = 14.

Os cientistas perceberam que os electrões de um átomo sempre ocupam posições de energia


crescente (da posição de menor energia para as de maior energia), onde, as posições de menor
energia são aquelas mais próximas do núcleo (Kotz e Treichel, 2005).

Vejamos alguns exemplos de distribuições electrónicas:

11Na = 11p e 11e: 1s2 2s2 2p6 3s1 (camada de valência = 3s1 = 1e)

11Na+ = 11p e 10e: 1s2 2s2 2p6 (camada de valência = 2s2 , 2p6 = 8e)

20Ca = 20p e 20e: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 (camada de valência = 4s2 = 2e)

20Ca2+ = 20p e 18e: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 (camada de valência = 3s2 , 3p6 = 8e)

9F = 9 p e 9e: 1s2 2s2 2p5 (camada de valência = 2s2 , 2p5 = 7e)

9F- = 9p e 10e: 1s2 2s2 2p6 (camada de valência = 2s2 , 2p6 = 8e)

17Cl = 17p e 17e: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 (camada de valência = 3s2 , 3p5 = 7e)

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17Cl - = 17p e 18e: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 (camada de valência = 3s2 , 3p6 = 8e)

Com base nesta distribuição electrónica, podemos compreender que a camada de valência
corresponde a última camada de um átomo, ou seja, aquela com maior energia, portanto, os
electrões aí contidos são os responsáveis por todas as reacções químicas que ocorrem na
natureza. O número de electrões da camada de valência vai nos fornecer informações valiosas
sobre os átomos. É a partir destes que entenderemos porque um vidro tem a propriedades que
tem, por que um metal conduz electricidade e a madeira não, por que o silício é um
semicondutor e assim por diante (Atkins e Jones, 2001).

6. Tabela Periódica

Desde o século XVIII, busca-se classificar os elementos químicos de acordo com suas
propriedades. Várias tentativas foram feitas; dentre elas destacamos a de Lavoisier, que
agrupou os elementos em metais e não metais.

Algumas classificações consideravam as massas atómicas dos elementos em ordem crescente;


outras, as semelhanças em suas propriedades. Dessa forma, as Tríades de Dobereiner
apresentavam os elementos em grupo de três; o Parafuso Telúrico de Chancourtois distribuía
os elementos de forma espiralada e, de acordo com propriedades similares, notava-os numa
mesma vertical. Já nas oitavas de Newlands, a distribuição dos elementos fazia-se na
horizontal e as semelhanças das propriedades ocorriam em intervalos de oito elementos (Kotz
e Treichel, 2005).

A Tabela Periódica dos Elementos Químicos (Figura 1) é a disposição sistemática dos


elementos em função de suas propriedades. Foi criada pelo químico russo Dmitri Ivanovich
Mendeleyev e publicada em 1869 em seu livro Princípios da Química.

A tabela periódica relaciona os elementos em linhas (períodos) e colunas (grupos). A tabela


moderna é ordenada segundo o número atómico, propriedade não-periódica, baseada nos
trabalhos de Henry G. J. Moseley sobre a carga nuclear dos átomos, com a qual concorda
numericamente, se a unidade de carga tiver sido dada em termos da carga elementar (positiva)
do protão.

O trabalho de Moseley serviu para dirimir um erro em que a Química se encontrava na época,
por desconhecimento: os elementos eram ordenados pela massa atómica e não pelo número
atómico. Em 1913, medindo as frequências de linhas espectrais específicas de raios X de um
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número de 40 elementos contra a carga do núcleo. Com seu trabalho, pode identificar algumas
inversões na ordem correta da tabela periódica, sendo, portanto, o primeiro dos trabalhos
experimentais a ratificar o modelo atómico de Bohr (Kotz e Treichel, 2005).

Figura 1: Tabela Periódica dos Elementos de acordo com a resolução da IUPAC que, em
1986, sugeriu uma mudança na forma de identificação dos grupos, identificando-os de 1
a 18.

A classificação dos elementos é efetuada de acordo com algumas propriedades e divide os


elementos químicos em metais, ametais, metalóides e gases nobres:

Os metais são bons condutores de electricidade, calor e são sólidos nas condições ambientes –
com excepção do mercúrio. Os ametais são maus condutores de calor e de electricidade, com

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excepção do carbono na forma de grafita, que é um bom condutor eléctrico. São sólidos,
líquidos ou gasosos nas condições ambientes.

Os metalóides têm propriedades intermediárias entre a dos metais e ametais e vários deles são
semicondutores eléctricos, como o silício por exemplo, e usados na fabricação de circuitos
integrados e chips de computadores.

Os gases nobres apresentam reactividade muito pequena, sendo considerados, até pouco
tempo, inertes.

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Conclusão

Depois de árdua leitura e pesquisas em torno da temática proposta neste trabalho chegou-se a
perceber que foi a partir de experiências realizadas durante o século XX que foi possível
compreender a estrutura do átomo, que são compostos pelo, os electrões, carregados
negativamente, e pelos protões, carregados positivamente.

Conhecida a proporção carga-massa (e/m) do electrão como sendo de 1,76 x 108 C/g, medida
por Thomson, calculou-se a massa do electrão, obtendo um valor de 9,10 x 10-28 g. Os
resultados alcançados pelos experimentos derrubaram a ideia de John Dalton de que o átomo
era indivisível. O experimento dos raios canais permitiu a descoberta do protão. Thomson
propôs um modelo para o átomo, o qual foi derrubado por Ernest Rutherford e seus
colaboradores em um experimento de espalhamento de partículas α.

Relativamente, a distribuição electrónica dos átomos, vale salientar que ela é feita em níveis e
subníveis de energia geralmente por meio do diagrama de Pauling (pois foi criado pelo
cientista Linus Carl Pauling (1901-1994)), também conhecido como diagrama de distribuição
electrónica, ou, ainda, diagrama dos níveis energéticos.

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Bibliografia

Atkins, P.; Jones, L. (2001). Princípios de Química. Porto Alegre: Bookman.

Brown, T.L. et al. (2005). Química a Ciência Central. 9 ed. São Paulo: Pearson-Prentice Hall.

Fleck, L. (2010). Génese e Desenvolvimento de um Facto Científico. Belo Horizonte:


Fabrefactum.

Kotz, J.C.; Treichel, P. Jr. (2005)0. Química Geral e Reacções Químicas. 1 ed. São Paulo:
Thomson Pioneira.

Lobato, C. B. (2007). Misturas e Combinações Químicas: estudos e explicações atómicas de


John Dalton (1766 – 1844). Dissertação (Mestrado) - PUC-SP, São Paulo.

Lopes, C. V. M. (2009). Modelos Atômicos no Inicio do Século XX: da física clássica a


introdução a física quântica. Tese (Doutorado) - PUC-SP, São Paulo.

Mahan, B. H. (1995). Química: um curso universitário. São Paulo: E. Blucher.

Russell, J. B. (1994). Química Geral. 2. ed. São Paulo: Makron Books.

Sienko, M. J.; Plane, R. A. (1990). Química: principios y aplicaciones. México: McGraw-


Hill.

Thomson, J. J. XXIV. (1904). On the structure of the atom: an investigation of the stability
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circumference of a circle; with application of the results to the theory of atomic structure.
Philosophical Magazine.

Tipler, P. A. (1995). Física para Cientistas e Engenheiros 4: óptica e física moderna. 3ed. Rio
de Janeiro: LTC.

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