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AULA 1
Nos anos em que venho ensinando Química, cada vez mais fica
evidenciada sua importância, pois, sem ela, não existiriam novos materiais,
como o grafeno, responsável por um salto evolutivo na transmissão e
processamento de dados, os motores elétricos e a combustão com materiais
cada vez mais leves e eficientes, novos combustíveis para geração de energia,
alimentos, medicamentos, produtos de higiene e limpeza, processos industriais,
sustentabilidade... Enfim, tudo o que nos cerca no mundo moderno depende de
uma boa dose de entendimento da química. Para compreendermos as
propriedades dos materiais de engenharia e de substâncias com as quais
entramos em contato no nosso dia a dia, é fundamental que conheçamos como
são as estruturas atômicas dos elementos que se ligam para os constituírem.
Assim, é necessário compreender a estrutura atômica e saber representá-la para
que, em função disso, seja possível prever algumas propriedades periódicas que
certamente serão incorporadas aos materiais ou às substâncias geradas por
suas ligações.
TEMA 1 – O ÁTOMO
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Como membro da filosofia materialista de Mileto, Demócrito acreditava
que tudo é resultado das leis naturais e, portanto, pode ser explicado por
interações entre elementos físicos, regidos por estas leis. Como efeito de sua
posição materialista, e seguindo a teoria de Leucipo, Demócrito defendia, acerca
da natureza das coisas, que
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Novamente, o químico e cientista John Dalton, que desde 1793 lecionava
matemática, física e química no New College, em Manchester, explicou o porquê
de as substâncias e materiais da natureza obedecerem a estas leis, elaborando
e postulando a primeira teoria atômica moderna.
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• Os átomos de dois ou mais elementos podem se combinar em mais de
uma proporção, formando mais de um composto.
2.1.1 Elétrons
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Figura 3 – Sir William Crookes
Crédito: Natata/Shutterstock.
2.1.2 Prótons
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Figura 6 – Eugen Goldstein
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Figura 7 – Antoine Henri Becquerel
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2.1.3 Nêutrons
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experimento de laboratório sobre a desintegração dos elementos e a química
das substâncias radioativas. Rutherford executou o seguinte experimento:
Crédito: Drp8/Shutterstock.
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envolveria o núcleo, chamado de “nuvem eletrônica”. Vamos lembrar que, em
1919, Rutherford provou a existência do próton, dando mais força à sua teoria.
Rutherford modificou o modelo de Thomson da seguinte maneira:
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destas correspondências, enviou um memorando, no qual, ao final, formulou a
hipótese de que a estabilidade dos anéis eletrônicos do modelo atômico de
Rutherford decorreria da proporcionalidade entre a energia cinética e a
frequência de rotação dos elétrons dispostos em “anéis” ao redor do núcleo.
Começou seu trabalho usando a bagagem que obteve trabalhando com
Thomson e Rutherford, partindo do princípio de que um gás emitia luz quando
uma corrente elétrica passava por ele, porque os elétrons, em seus átomos,
absorveriam esta energia elétrica e depois a liberariam na forma de fóton. Sendo
assim, deduziu que deveria haver uma energia disponível para seus elétrons, a
qual poderia ser quantizada. Montou seus preceitos usando o princípio da
quantização da energia proposto por Planck, mas ainda sem sucesso, pois
lançava mão da mecânica estática como premissa de resolução. Só após uma
conversa com seu amigo, o espectroscopista Hans Hansen, que lhe questionou
como sua teoria explicaria as séries espectrais decorrentes da fórmula de
Balmer-Rydberg (utilizada em física atômica para determinar todo o espectro da
luz emitida pelo hidrogênio), foi que, ao estudar a dedução desta equação,
chegou à forma definitiva.
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Para isso, estabeleceu que:
1
𝐸𝐸 = (−2,18 . 10−18 𝐽𝐽) . � 2 �.
𝑛𝑛
Assim nasceu o modelo que até hoje é o mais usado, no qual o átomo é
constituído por um núcleo contendo prótons e nêutrons e, ao redor dele, circulam
elétrons em órbitas circulares definidas.
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Figura 12 – Representação do modelo de Bohr
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Figura 13 – Da esquerda para a direita, Sommerfeld, Bohr e o modelo proposto
ʎ = h / (m.v)
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Figura 14 – Louis de Broglie
Mais tarde, em 1926, o físico alemão Erwin Schrödinger propôs que todas
as partículas em movimento podiam ser descritas por uma equação de onda.
Este brilhante cientista havia desenvolvido uma equação que permitia encontrar
a função de onda de uma partícula a partir do conhecimento da energia potencial
à qual está submetida. Aplicada aos átomos, leva ao mesmo resultado de Bohr
para os níveis de energia do elétron no átomo de hidrogênio, além de explicar
corretamente as propriedades dos átomos mais complexos.
Fonte: elaborado com base em Brown; LeMay Jr.; Bursten; Burdge, 2005.
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Figura 16 – Erwin Schrödinger
Crédito: Zenobillis/Shutterstock.
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ℎ
∆𝑥𝑥 . ∆𝑝𝑝 ≥
2
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ondulatórias como corpusculares, comportando-se de um ou outro modo,
dependendo do experimento específico.
Portanto, podemos afirmar que a estrutura atômica é composta de um
núcleo com prótons e nêutrons, circundado por elétrons que se comportam ora
como partícula, ora como onda.
TEMA 3 – ORBITAIS
3.1 Orbital s
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• Na primeira, a representação indica que a probabilidade de encontrar o
elétron (representada pela densidade de pontos) diminui à medida que se
afasta do núcleo.
• Na segunda, se apresenta o volume esférico no qual o elétron passa a
maior parte do tempo.
Fonte: elaborado com base em Brown; LeMay Jr.; Bursten; Burdge, 2005.
3.2 Orbital p
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apresentam n-2 nós radiais na densidade eletrônica, de modo que, à medida que
aumenta o valor do número quântico principal, a probabilidade de encontrar o
elétron diminui. Assim, este orbital é considerado de representação linear ao
longo de cada eixo de coordenadas.
3.3 Orbital d
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de representação planar. Portanto, haverá a probabilidade de existir um máximo
de dez elétrons presentes neste orbital.
Os orbitais d têm uma forma mais diversificada: quatro deles têm forma
de 4 lóbulos de sinais alternados (dois planos nodais, em diferentes orientações
espaciais), e o último é um duplo lóbulo rodeado por um anel (um duplo cone
nodal).
3.4. Orbital f
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Figura 20 – Representação do orbital fundamental (f)
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Schrödinger. Voltou aos Estados Unidos em 1927, ingressando como professor
assistente de química teórica no Instituto de Tecnologia da Califórnia, seguindo
sua carreira até o cargo de professor titular. Nesta instituição, investigou
profundamente a natureza das ligações químicas, o que o levou à edição de seu
famoso livro The Nature of the Chemical Bond, publicado em 1939. Este livro é
considerado um dos mais importantes trabalhos de química publicados, sendo
nele inseridos, como resultado de seus estudos, os conceitos de
eletronegatividade, de hibridação e seu modelo de distribuição eletrônica.
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Figura 25 – Diagrama de Linus Pauling
Chegamos à parte final desta aula. Mostraremos, neste tema, como usar
os conhecimentos anteriores para fazer a representação da distribuição dos
elétrons ao redor do núcleo e, com isso, prever algumas características dos
elementos químicos.
AE
Z
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elétrons é igual ao número de prótons, ele terá 4 elétrons distribuídos em
níveis de energia ao redor do núcleo. Também podemos determinar a
quantidade de nêutrons que possui, pois a massa atômica é a soma do
número de prótons com o de nêutrons no núcleo. Como A=9 e Z=4, o
número de nêutrons será dado por 9-4=5, ou seja, 5 nêutrons no núcleo.
A propósito, o elemento que possui esta configuração é o berílio (Be).
• O segundo é o Diagrama de Linus Pauling. Usando como base a
representação do diagrama da figura 25, poderemos fazer a distribuição
dos elétrons do berílio por níveis de energia. Como vimos, ele tem 4
elétrons. Assim, usando o diagrama, sua distribuição será:
1s2, 2s2
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elétrons na camada K (os dois alocados no seu orbital s) e dois elétrons
na camada L (os dois alocados no seu orbital s). Estes elétrons podem
ser alocados em qualquer posição dessas camadas, em função do
Princípio da Incerteza.de Heisenberg. Como ficaria, então, a
representação da distribuição eletrônica para o flúor?
35Cl
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Repare que, no nível de energia mais alto, embora possam existir até 6
elétrons no orbital p, foram alocados 5, pois os outros 12 já haviam sido
alocados nos níveis de energia anteriores. Assim, ficará com 2 elétrons
na camada K (os dois do orbital s) e 8 elétrons na camada L (os dois do
orbital s mais os seis do orbital p) e 7 elétrons na camada M. Portanto,
sua representação será:
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5.2 Predizendo algumas propriedades
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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