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1 Introdução
O físico norte-americano Arthur Holly Compton (1892-1962) foi laureado em 1927
com o mais prestigioso reconhecimento científico em física, o Prêmio Nobel, devido a sua
explicação quântica para o processo de espalhamento dos raios X pela matéria. Tal resultado
tornou-se fundamental para os desenvolvimentos ulteriores da teoria quântica.” A grande
síntese da mecânica quântica e da eletrodinâmica quântica”, por exemplo,” foi imposta à
física pelos experimentos cruciais do efeito Compton”. Todavia, ainda segundo o historiador
Robert S. Shankland, foi o físico teórico Paul Dirac (1902-1984) quem desenvolveu uma
explicação quantitativa completa daquele efeito baseada na mecânica quântica relativística.
Além da sua importância para a teoria quântica, o efeito Compton inverso - um eléctron de
alta energia transfere grande energia a um fóton - também desempenha um papel de destaque
nos problemas relativos à astrofísica e à física dos aceleradores. Nos últimos anos, o efeito
Compton tem sido aplicado em várias áreas do conhecimento, a saber, na radiologia médica,
nos detectores de raios cósmicos, e no espalhamento de outras entidades, incluindo nêutrons
e partículas subatômicas.
2 Fundamentação Teórica
2.1 Radiação do Corpo Negro
No final do século XIX, os físicos estavam radiantes com o sucesso e a beleza da
unificação do magnetismo e da eletricidade com as equações de Maxwell. A confirmação
experimental da previsão feita por James Clerk Maxwell de que a luz é uma onda
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eletromagnética, obtida por Heinrich Rudolf Hertz, aumentou ainda mais a fama destas
equações.
Entretanto, algumas experiências realizadas com ondas eletromagnéticas não podiam
ser explicadas pela teoria das ondas eletromagnéticas.
O estudo da radiação térmica emitida por corpos opacos foi a primeira experiência
que não pode ser explicada pela teoria das ondas eletromagnéticas.
Quando uma radiação incide em um corpo opaco, uma parte é absorvida e a outra
refletida. Corpos de cor escura absorvem a maior parte da radiação visível, enquanto aqueles
com cores claras refletem a maior parte. Um corpo que absorve toda a radiação incidente é
chamado de corpo negro ideal.
Na prática, este corpo pode ser estudado, utilizando-se uma cavidade com um
pequeno orifício por onde entra a radiação. A chance de a radiação sair antes de ser absorvida
pelas paredes internas é extremamente pequena.
A grande dificuldade era esclarecer a forma do espectro de emissão de um corpo
negro. As tentativas de explicar o espectro utilizando uma emissão contínua da radiação
falharam. Elas apresentam enorme contradição na região de pequenos comprimentos de onda,
que ficou conhecida como catástrofe do ultravioleta.
Em 1900, Max Planck descobriu uma fórmula empírica que descreve muito bem os
dados experimentais. Esta função ficou conhecida como a Lei de Planck e ´e expressa por
Equação 1 onde h é uma constante determinada experimentalmente, c corresponde ao módulo
da velocidade
da luz no vácuo, é o comprimento de onda, k é a constante de Boltzmann e T é a
temperatura.
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2.2 Quantização da Energia
Planck, inicialmente, teve certa dificuldade de explicar o significado físico das
hipóteses necessárias para chegar a esta função. Na primeira apresentação deste trabalho ele
declarou que para obter está equação, que descreve muito bem os dados experimentais,
necessitou de duas hipóteses estranhas.
A primeira delas foi que a energia das cargas oscilantes não assume valores contínuos,
mas só podem assumir valores discretos, múltiplos de um valor denominado quantum
(palavra latina que significa quantidade, cujo plural é quanta) igual à hf, dados por:
𝟐𝝅𝒉𝒄𝟐
𝑰(𝝀, 𝑻) = 𝒉𝒄
𝝀𝟓 (𝒆𝝀𝑲𝑻 − 𝟏)
A energia não pode ter qualquer valor, mas somente valores múltiplos inteiros do
quantum.
A segunda hipótese dizia que as moléculas emitem ou absorvem energia
discretamente, seguindo esta equação. A molécula só irradia ou absorve energia, quando o
seu estado, representado pelo valor de n na equação, muda. Se a molécula permanece no
mesmo estado, não ocorre nem emissão nem absorção de energia.
A constante h recebeu o nome de Planck, e o seu valor ´e 6,63x10-34 J.s.
Por esta fundamental descoberta do comportamento quântico da radiação, Max
Planck é considerado o pai da mecânica quântica.
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eletromagnético incidente, as cargas elétricas que compõem a matéria entram em movimento
oscilatório de frequência igual à do campo. As cargas então passam a atuar como emissores,
que produzem à radiação de frequência igual à do seu próprio movimento. A característica
essencial deste processo então que as frequências - e, portanto, os comprimentos de onda -
da radiação incidente e da radiação espalhada são iguais.
Já numa visão corpuscular, o espalhamento seria interpretado com uma colisão entre
um fóton de raio X e uma partícula do material. Neste caso, haveria transferência de
momentum do fóton incidente para a partícula atingida. Uma partícula inicialmente em
repouso adquiriria momentum, e, portanto, energia cinética, na colisão. Por conservação da
energia, haveria então uma diminuição da energia do fóton. A nível ondulatório, ocorreria,
portanto, uma diminuição da frequência, ou ainda, um aumento do comprimento de onda.
Compton1 realizou experimentos nos quais raios X de energia inicial definida eram
espalhados por um alvo à de grafite. O comprimento de onda dos raios espalhados por um
dado ângulo q, medido em relação direção incidente, era determinado utilizando-se a
difração.
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de espalhamento. Estas características são incompatíveis com a visão meramente ondulatória
do espalhamento, e qualitativamente consistentes com a visão corpuscular.
𝒑𝒄𝟐
𝒗= (1)
𝑬
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No caso de uma partícula que anda à velocidade da luz, como é o caso do fóton,
isto resulta em:
𝐄𝛄 = 𝐩𝛄 𝐜 (2)
𝒉𝒗 𝒉
𝑷𝜸 = = (3)
𝒄 𝝀
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Na notação vetorial, a equação de conservação do momentum linear fica:
𝒑𝜸 = 𝒑′𝜸 + 𝒑𝒆 (5)
De onde tiramos:
′
𝒑𝟐′ 𝟐 𝟐 𝟐 ′ 𝟐 ′𝟐
𝒆 = (𝒑𝜸 − 𝒑𝜸 ′) = 𝒑𝜸 + 𝒑𝜸 − 𝟐𝒑𝜸 ∙ 𝒑𝜸 = 𝒑𝜸 + 𝒑𝜸 − 𝟐𝒑𝜸 𝒑𝜸 ′𝒄𝒐𝒔𝜽 (6)
Ou
Ou ainda, expressando as energias em termos dos momentos com a ajuda das relações
(2) e (4):
𝒑′𝟐𝒆 𝒄𝟐 + 𝒎𝟐𝒆 𝒄𝟒 = (𝒑𝜸 𝒄 − 𝒑′ 𝜸 𝒄 + 𝒎𝒆 𝒄𝟐 )𝟐 (9)
Vale notar que até este ponto, o desenvolvimento foi inteiramente baseado na
cinemática relativística de partículas. Para deduzir o resultado ondulatório desejado, qual
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seja, a expressão da modificação do comprimento de onda no espalhamento, basta multiplicar
a equação (12) pela constante de Planck e invocar a relação (3), o resultado é:
𝒉
𝝀′ − 𝝀 = (𝟏 − 𝒄𝒐𝒔𝜽) (13)
𝒎𝒆 𝒄
𝒉
𝝀𝒆 = (14)
𝒎𝒆 𝒄
𝟐𝝅ℏ𝒄 𝟐𝝅 ∗𝟏𝟗𝟕,𝟑𝒆𝑽∗𝒏𝒎
𝝀𝒆 = = =2,43pm (15)
𝒎𝒆 𝒄𝟐 𝟓𝟏𝟏𝒌𝒆𝑽
Aqui nós deparamos com um fato importante: ao introduzir uma escala de ação,
especificada pela constante de Planck, a física quântica associa a cada partícula uma escala
intrínseca de comprimento, inversamente proporcional à massa.
Vale notar que a teoria desenvolvida acima, embora principalmente destinada a
explicar o segundo pico no espectro dos raios X espalhados num dado ˆangulo, fornece
também uma explicação do primeiro pico, cujo comprimento de onda é igual ao do feixe
incidente. Para os elétrons mais ligados num material, a energia de ligação pode chegar a
dezenas de kilo-eletronvolts. Neste caso, o elétron atingido pelo fóton não pode ser
considerado como livre, e é o átomo como um todo que recua para absorver o momentum
transferido pelo fóton na sua mudança de direção. Substituindo-se a massa do elétron na
fórmula pela massa do átomo, dezenas de milhares de vezes maior, obtém-se um
deslocamento de comprimento de onda inobservável. Assim, neste caso, a interpretação
quântica do espalhamento leva ao mesmo resultado que a teoria clássica: o comprimento de
onda da onda espalhada é igual ao comprimento de onda da onda incidente.
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3 Tipos de detectores de radiação
3.1 Câmara de ionização
Os pares de íons produzidos no interior da câmara são coletados, e a quantidade de
íons produzida depende da energia e do poder de ionização da radiação incidente. As câmaras
de ionização são utilizadas para detecção de radiação, e fótons. Este equipamento é muito
utilizado na prática de radioproteção principalmente para detecção de radiação secundária.
Na figura 4, está representado um sistema detector onde uma câmara de ionização especial
para medidas de radiação secundária em níveis de energia usuais em radiodiagnóstico,
encontra-se acoplada um eletrômetro.
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Figura 5: Detector Proporcional
• Sabendo que um fóton gama do Cs137 tem 661,7 KeV determine o valor da energia
do fóton espalhado numa interação tipo Compton com um elétron do detector se este
fóton espalhou num ângulo de θ = 180°.
1°Etapa:
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Encontrar o comprimento de onda através da equação de Compton:
ℎ
𝜆′ − 𝜆 = (1-cos𝜃)
𝑚𝑜 𝑣
(6,63 ∗ 10−34 𝐽. 𝑠)
Δ𝜆 = (1 − 𝑐𝑜𝑠180°)
108 𝑚
(9,11 ∗ 10−31 𝑘𝑔)(3,0 ∗ 𝑠
6,63 ∗ 10−34 𝐽. 𝑠
Δ𝜆 = 𝑚 (1 + 1)
27,33 ∗ 10−23 𝑘𝑔. 𝑠
6,63 ∗ 10−34 𝐽. 𝑠
Δ𝜆 = 𝑚 (2)
27,33 ∗ 10−23 𝑘𝑔. 𝑠
13,26 ∗ 10−34 𝐽. 𝑠
Δ𝜆 = 𝑚
27,33 ∗ 10−23 𝑘𝑔. 𝑠
𝚫𝝀 = 𝟒, 𝟖𝟓𝟏𝟖𝟏𝟏𝟏𝟗𝟔 ∗ 𝟏𝟎−𝟏𝟐
2° Etapa:
Encontrarmos a frequência:
𝑐
𝜈=
𝜆
3,0 ∗ 108
𝜈=
4,851811196 ∗ 10−12
𝝂 = 𝟔, 𝟏𝟖 ∗ 𝟏𝟎𝟏𝟗 𝑯𝒛
3° Etapa:
𝐸 = ℎ𝑣
𝑬 = 𝟒, 𝟎𝟗𝟕𝟑𝟒 ∗ 𝟏𝟎−𝟏𝟓 J
Em eletro volts:
11
𝑬 = 𝟐𝟓𝟔𝑲𝒆𝑽
Segue abaixo o Gráfico com os dados obtidos do Cs137 com seu pico de energia em
KeV:
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Gráfico 2: Pico do Amerício em KeV
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Referencias
https://www.if.ufrgs.br/~betz/iq_XX_A/efCompt/aEfComptonFrame.htm
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